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História My Marvel Academia - 01x02 O Necessário Para Ser Um Herói


Escrita por: NerdMaster

Notas do Autor


Olá, queridos leitores, tenho orgulho de lhes apresentar o segundo capítulo de My Marvel Academia.
A inspiração para esse cap veio principalmente do segundo episódio com o começo do terceiro da primeira temporada de Boku no Hero. Vão ter alguns pontos diferentes, obviamente, na trama, mas a sequência de eventos será mais ou menos a mesma.

Novamente, o dono das artes que inspiraram essa fanfic; https://www.deviantart.com/ducklordethan/gallery/66938478/marvel-academia

História também no Wattpad; https://my.w.tt/C5IvgHRaG5

Espero que gostem

Capítulo 2 - 01x02 O Necessário Para Ser Um Herói


Fanfic / Fanfiction My Marvel Academia - 01x02 O Necessário Para Ser Um Herói

—Mas…— o Homem de Ferro quebra o silêncio- você TEM uma individualidade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

—O QUE!?!?!?!?

 

 

 

 

 

 

Só podia ser brincadeira, uma piada de mal gosto; Peter nem se quer se movia, esperando por qualquer movimentação do herói em sua frente que indicasse a pegadinha ao qual estava caindo... mas nada aconteceu. O corpo estático do herói número 1 indicava uma de duas possibilidades; a máscara escondia bem suas verdadeiras impressões, ou… ele estava falando a verdade; de algum modo, ele havia chamado poderes...

 

—M-ma-mas...como? — o garoto pergunta baixo, mais para si mesmo, como se esperasse acordar de um sonho; ele olha para suas mãos enquanto as mexe, não sentia nada de diferente…

 

—Você disse que era um garoto normal…— o Herói começa a responder a pergunta— mas meus sensores scanearam em você uma liberação de energia muito anormal para alguém "sem poderes"— ele diz fazendo aspas com os dedos como se achasse que o próprio garoto estivesse zoando com a sua cara

 

—M-mas isso não é possível! — o garoto diz, supondo que aquilo era verdade— e-eu nunca indiquei nada, os médicos sempre disseram que não havia jeito, e-eu...eu até tenho duas juntas no mindinho!- ele diz levantando sua perna, ainda com os sapatos, como se mostrasse ao heróis seu ponto, já que pelas suas pesquisas; o mesmo tinha raio-x nno viso do capacete

O herói para por um momento, encarando na direção do pé levantado do menino, confirmando a suposição do garoto, ele observava seu esqueleto…

 

—Bem, isso é verdade... — o herói fala voltando sua atenção ao rosto do rapaz— e daí? Não sou médico, isso deveria significar alguma coisa?

 

—B-bem, existem estudos que mostram u-uma correlação entre as juntas do mindinho e a probab…— o garoto começa a recitar as informações que vinham assombrando sua vida pelos últimos dez anos, até ser interrompido por Tony

 

—Ok, ok... já entendi— o herói diz levantando os braços em rendição, ansioso para que o garoto ficasse quieto— olha garoto, posso não ser um médico com PHD em estudos de individualidades, mas uma coisa eu sei; essa energia que você tá liberado não é normal!

 

—Mas como você sabe disso!? — o garoto pergunta tendo a cabeça cheia de dúvidas; ele então tinha uma Individualidade? Mas qual era? O que ele poderia fazer? Ele poderia se tornar um herói agora?

 

—Por que essa energia é a mesma que eu…!— o herói para, por um momento parecia estar irritado com o garoto, mas algo então lhe vem à mente—...que eu produzo…— ele diz quase num sussurro, fazendo Peter não ouvir o que dissera

 

A armadura então começa a tremer levemente; os olhos da armadura, que normalmente lançam uma luz azul clara, começam a piscar vermelho; o herói então começa a olhar para a armadura, que começa a se desmontar, voltando a serem os microrrobos separados que eram antes…

 

—Não... não...agora não...droga! — o herói reclama assustado, enquanto vai girando tentando ver o que acontece, até que ele está de costas pro garoto e com toda a armadura recolhida…

 

—Homem de Ferro?... — Peter pergunta um pouco assustado; o que havia acontecido?...

 

O herói começa a se virar lentamente na direção do garoto, mas aquele que estava em sua frente não era, não PODIA ser o Tony Stark, o Homem de Ferro. O homem em sua frente era muito mais magro; o Homem de Ferro não se apoiava em seus próprios músculos para atuar como herói, mas mesmo assim eram famosas suas postagens nas redes sociais em academias fazendo exercício, pelo menos, então se lembra o garoto; ERAM… suas costelas eram visíveis por meio de sua camiseta, seu rosto estava mais esquelético, sua pele mais pálida, seus cabelos bagunçados, suas mãos ossudas; e em seu peito, um cilindro tecnológico emitindo uma luz azul pulsante podia ser visto, como se estivesse preso na caixa torácica do mesmo.

Aquele homem era uma cópia barata do Tony Stark, e mesmo assim, ele força um sorriso e abre suas mãos, balançando os dedos ossudos como se surpreendesse alguém em uma festa de aniversário…

 

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—AAAHHHHHHHHH!!!! — Peter grita se assustando com a visão do homem em sua frente

 

—Olha garoto, isso foi um pouco rude…— o homem diz se levantando e colocando os óculos que caíram no chão

 

—Q-q-quem é você!? Você não é o Homem de Ferro! É uma farsa! Mas ele estava aqui agora mesmo...aonde ele pode ter ido?... —- o garoto duvida e começa a olhar para os lados como se procurasse o Homem de Ferro, que havia lhe deixado com um dublê qualquer

 

—Ei! Ei! — o homem magrelo chama a atenção do menino batendo palmas— eu SOU o Homem de Ferro! — o mesmo termina apontando para si mesmo

 

—M-mas então por que você está tão…— Peter tenta encontrar a palavra ideal; caído? Feio? Horroroso? Deplorável? Vencido? —...magro?

 

—Ah... — o herói suspira cansado— vamos lá, todas querem um contexto, você provavelmente não vai ficar quieto se eu não contar mesmo… mas não posta isso na internet nem em sonho!... —ele diz se encaminhando para a cerca de segurança do prédio e se sentando com as costas encostadas nela; ele então levanta a camisa e a cena presente ali assusta ainda mais o pobre garoto; em seu peito, assim como previsto pelo garoto, se encontrava encaixado no meio das costelas um cilindro metálico, com o que parecia ser um mini reator; mas o pior não era isso, eram as linhas cinzentas que saiam do local e se espalhavam pelo peito pálido e esquelético do homem, como veias de uma cadáver por baixo de sua pele, mas as mesmas seguiam um padrão quase como linhas de um circuito…

 

"Na verdade garoto, eu não tenho uma Individualidade, não tenho poderes, ou pelo menos, não tinha. Isso aqui no meu peito é um reator Arc; uma célula multi-isótopo de rádio-decadência que se alimenta de um tipo de energia de um elemento químico que eu mesmo criei; ele é agora parte de mim e me faz ser o Homem de Ferro… Pelo menos, fazia. Com a melhoria das armaduras era necessário cada vez mais energia, o que não era em si um problema, até que em uma luta contra um vilão a uns dois anos atrás...ele utilizou alguma coisa, um veneno, um vírus, uma tecnologia, eu não sei exatamente! Mas de uma coisa eu sei; ele corrompeu meu reator, o tornou nocivo para mim, o infectou e agora está me envenenado, pouco a pouco. O uso da armadura só acelera esse processo, por isso só posso utilizá-la por umas três horas por dia, para que os efeitos não me matem…"

 

—Dois anos…— o garoto Parker começou a raciocinar—...foi sua luta contra o Dr. Destino!

 

—Parece que alguém fez a lição de casa…— o herói brinca mas sem demonstrar um pingo de humor— é, ele desligou meu coração e danificou severamente meus pulmões, por isso eu também preciso do reator para viver; mesmo que isso esteja me matando…

 

—Mas...como isso acontece? — pergunta Peter curioso em saber mais

 

—'Mas' parece estar sendo sua palavra favorita hoje, né não? — o herói diz de um jeito sarcástico— Com o envenenamento do jeito que está, levariam algumas décadas para me matar por inteiro; haveriam jeitos de diminuir a infecção; remédios, quimioterapia... mas não enquanto continua a usar a armadura…

 

—Então ser um herói…— começa Peter

 

—...é o que está me matando... — completa a frase—isso…

 

—Mas e as outras armaduras? Elas precisam de muito menos energia! Você poderia usar a Mark22, a economia de energia para transporte compacto, ou a 17, é um pouco mais lenta, mas mesmo assim... —lembra o garoto do capítulo de anotações das armaduras utilizadas pelo herói no passado

 

—Eu não posso...se eu começar a usar uma armadura mais fraca, os vilões vão saber que algo está errado, que estou acovardando!— o herói diz já perdendo a paciência e ficando de pé— eu tenho tenho que me manter no meu auge! Por que é isso que os heróis fazem para manterem o símbolo da paz de pé!

 

Peter fica estático; igualmente chocado e maravilhado. Chocado por todas as informações que pode ter acesso nesse momento, que viraram seu mundo de cabeça para baixo. Mas também maravilhado, por ver seu herói predileto arriscando sua vida ao máximo para manter a paz, para continuar lutando…um verdadeiro herói...mas a que preço?...

 

—E é aí que toda a sua situação entra— o herói diz se encaminhando para perto do garoto— meus últimos recursos foram focados em tentar encontrar uma maneira de transferir essa energia para um ser vivo, outra pessoa, para que ela pudesse seguir meu legado sem a necessidade de um reator no peito…

 

"Obviamente eu não estou fazendo experimentos em humanos, por isso estamos ainda testando em animais dos mais diversos; aves, mamíferos, répteis, artrópodes… mas nenhum está mostrando grande resultado; nenhum consegue absorver e utilizar a energia, tudo o que ela, no máximo, chega a fazer é melhorar o desempenho físico dos animais; peixes irradiados nadam mais rápido, mamíferos irradiados são mais fortes, répteis ficam mais resistentes...e no seu sangue, juntamente com a energia do reator, foram também identificados pedaços do DNA da cobaia AR01987; uma aranha, a cobaia mais promissora no caso…"

 

Peter então se lembra da pontada que sentirá em sua nuca, quando acordava do desmaio...rapidamente passando a mão no lugar picado, sentindo a área mais sensível e inchada, e sentindo algo grudento perto da picada; pegando o que parecia ser um fio de cabelo coberto de cola e o tirando da ferida, vendo o que parecia ser uma espécie de fio bastante maleável e grudento, assim como uma teia. Quando percebe, Homem de Ferro está na sua frente, lhe encarando fundo nos olhos por trás dos óculos High-tech, e com a mão ossudas estendida segurando um cartão de informações; Peter o pega e vê que é um cartão comercial das indústrias Stark.

 

—Me ligue para marcarmos uma consulta…— Peter não podia acreditar, havia ganhado poderes e segurava agora o telefone do herói número 1, ele não podia acreditar na sua sort…—Fique tranquilo, tenho os melhores médicos...e vamos fazer o máximo possível para tirarmos qualquer resquício da aranha e da energia de você o quanto antes, e você poderá voltar a sua vida pacata.. — o herói diz passando por Peter, rapidamente batendo em seu ombro com a mão ossuda, como se estivesse dizendo algo que aliviaria o garoto e indo em direção as escadas;

 

—Como assim tirar isso de mim…? — o garoto pergunta para o homem que já estava com a mão na maçaneta

 

—Você por acaso não ouviu o que eu disse!? — o herói pergunta um pouco nervoso— não testamos isso em humanos! Sabe o quão perigoso pode ser!? Você acaba de ser picado por uma aranha que passou os últimos meses sob o mesmo tipo de radiação que eu uso pra voar e derreter metal! E que agora mudou o seu DNA!

 

—Mas desse jeito eu vou voltar a não ter uma Individualidade…—o garoto retruca—...eu não poderei me tornar um herói...

 

—Desculpa garoto, mas às vezes a vida decide que você não vai virar um herói, e esse certamente não é o jeito certo de se tornar um…—Tony diz abrindo a porta que ia em direção das escadas—... Mas você ainda pode virar um policial, sei que eles são zoados por acharem que eles só prendem os vilões que os heróis capturam...mas continua sendo uma profissão digna…eu acho... — o mesmo diz e se vira para descer as escadas e sair do prédio

 

Peter simplesmente fica parado no mesmo lugar, não sabendo o que dizer, o que fazer; uma montanha russa de emoção acabará de lhe atropelar. Quase morrerá, conheceu seu ídolo e o maior herói da atualidade, descobriu que receberá uma individualidade da maneira mais improvável possível, e agora descobrirá que vai precisar retirá-la, junto com seu ídolo lhe dizendo que ele não poderia ser um herói…

Ele olha para as coisas em suas mãos, o caderno amassado e ainda úmido, aberto na página que continha a assinatura do herói. E em sua outra mão, o cartão comercial de Tony Stark das Indústrias Stark…

Um contraste...de um lado; a esperança de ser um herói...todo o estudo e dedicação, as horas gastas, os fins de semana perdidos, desperdiçados em anotações e estudos para que pudesse os utilizar como herói. Tudo isso junto com a assinatura, a marca do homem que motivava sua paixão; o homem que lhe inspirava, o mesmo que tornará possível a possibilidade dele adquirir uma Individualidade, mesmo não sendo sua intenção inicial…

E em sua outra mão, o cartão que tanto indicava ainda mais o homem que ele queria ser um dia, o contato empresarial de Anthony Stark, mas que era também sua tristeza, a confirmação que tudo isso seria deixado no passado... esquecido, apagado…

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Tony realmente tinha que começar a fazer pesquisas prévias dos prédios que pretendia pousar; principalmente quando sua armadura estava perto de descarregar… 30 andares, ele não tinha mais idade pra isso…

 

—Ok 'Sexta-Feira', terminou a soneca! — o mesmo diz clicando em seus óculos que ativa as lentes holográfica que lhe mostram diversas informações sobre o dia e o seu arredor

 

"Boa tarde Sr. Stark, em que posso ser útil?" — pergunta a inteligência artificial

 

—Me chama um táxi, preciso chegar no QG dos Vingadores pra mandar Carnificina pra prisão e…— o mesmo diz indo checar em sua cintura; o local em que a câmara com o simbionte deveria estar depois da armadura ser recolhida, mas ele não encontra nada ali—...'Sexta-Feira', cadê a câmara!?

 

"Foi removida da armadura nas coordenadas; 40,7950875N e -73,94…"

 

—Como assim "removida da armadura"!? Por que de isso!? — pergunta o herói indignado

 

"Por conta do passageiro; Peter Parker, necessitávamos de uma remoção de peso para não termos que gastar mais energia com uma propulsão futura; e o passageiro foi escolhido por ser um civil sem histórico criminal"— a inteligência lhe responde de uma forma completamente neutra e racional

 

—Deus…— Tony diz encostando a testa na parede e fechando seu punho enquanto batia levemente na parede

 

"Perdão Sr. Stark, por acaso devo desativar a economia de energia e trocar a prioridade da armadura de indivíduos sem histórico criminal para indivíduos com?”

 

—Não! Pelo amor de Deus, não! — o mesmo diz assustado com medo de concordar e esquecer dessas configurações— só precisamos encontrar a câmara, ela é resistente o suficiente agora aguentar uma queda, mas não muito mais que isso...

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Em um beco escuro e relativamente afastado da movimentação urbana, um recipiente de alta tecnologia que continha um psicopata alienígena havia caído; a estrutura de ferro havia suportado bem o impacto da queda, porém, o vidro rachara. Não havia quebrado completamente ainda, e a gosma vermelha continuava presa ali dentro, ciente da agora fragilidade de seu cativeiro. O vilão tentava de qualquer jeito arrebentá-lo, mas sua constituição atual não lhe ajudava; sem um hospedeiro, sua forma não se mostrava muito forte, além de que estava morrendo por conta da atmosfera, precisava de um hospedeiro logo…

Sem saber, sua liberdade se encontrava a poucos metros de distância; três garotos estavam sentados conversando perto de algumas caçambas de lixo, e agora haviam acabado de se levantar e estavam indo na direção de Carnificina…

 

—Aquilo foi tenso…—comentou um dos garotos para os outros dois; mais especificamente para o moreno que ia na frente— você e o Parker não eram amigos quando crianças?

 

—É, você foi meio duro com ele hoje- concordou o outro

 

—...— o mesmo demorou um pouco a responder, tendi lembranças invadindo a sua mente por meros segundos— a culpa foi dele de ter se metido no meu caminho— o mesmo diz chutando a primeira coisa que vê na frente; um objeto de metal e vidro, que bate na parede e o vídeo estilhaça por já estar quebrado, liberando o que estava preso lá dentro…

 

—Você não deveria perder seu tempo com ele…

 

"... é só que, eu queria ser um herói desde que eu era pequeno. Eu posso não ter uma individualidade, mas eu ainda posso dar o meu melhor, não?..."

 

—Hunf…- grunhe Flash irritado se lembrando das palavras do garoto— alguém tem que ensinar aquele nerd inútil como o mundo realmente funciona! — o mesmo diz ativando sua individualidade, novamente cobrindo seu braço com a gosma negra e esmagando a lata do refrigerante que tomava, sem qualquer esforço— eu odeio quando ele fala sobre heróis!

 

—Hehehehe— ambos os capangas riem pelo jeito de Flash

 

—Ei, eu tive uma ideia! — comenta um dos garotos— deveríamos ir ao fliperama, te distrair, tirar sua mente disso sabe?

 

—Tanto faz... — responde Flash

 

—Ou poderíamos ir escondidos até o bar perto da estação— comenta o outro com intenções num pouco diferentes— pegar umas gatinhas…

 

—Isso sim é que é uma boa ideia— comenta o outro como se esquecesse do fliperama

 

-Idiotas! Se formos pegos, não tem chance da MA me deixar entrar! — ele diz irritado com a atitude dos colegas, não irritado com a ideia, mas como aquilo poderia afetar seu futuro como herói

 

—Ei, o que é aquilo!? — ambos os garotos dizem ao mesmo tempo aí enxergarem algo se movendo atrás de Flash, ambos apontando para a coisa que crescia diante de seus olhos

O mesmo se vira, pensando ser algum tipo de pegadinha idiota que os panacas pensavam que ele irá cair; mas estava errado, crescendo atrás de si estava uma criatura amorfa, como uma geleca vermelha e zangada, muito parecida com sua própria individualidade; a mesma cresce até ficar maior que os garotos, mostrando grandes olhos vermelhos e dentes pontiagudos em uma bocarra deformada;

 

—Perfeito, adoro hospedeiros jovens e com tanto poder!!! — a criatura diz encarando o menino Flash em sua frente, que permanecia estático…

 

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Saindo do prédio, Tony rapidamente pega seu celular, se conectando ao seu satélite particular, tenta rastrear câmaras de segurança próximas das coordenadas em que havia deixado a câmara cair; já que a mesma previnia que a maioria dos tipos de radiação saísse, impedindo a localização de qualquer fonte de energia liberada pelo simbionte, e não era como se o mesmo liberasse qualquer coisa…mas tudo isso se mostrou não mais necessário quando um tremor pode ser sentido no chão, chacoalhando as construções e objetos. Rapidamente detectando de onde viera o tal tremor, Tony pode identificar uma proximidade com as coordenadas, e analisando uma câmara de trânsito próxima, pode identificar um beco que se localizava a poucas quadras de distância…mas o que fez tremer foi o que virá; Carnificina, solto, insano, mas ele parecia muito maior do que deveria e com um refém, um menino, talvez ele estivesse usando a individualidade do mesmo pra causar os tremores

 

—'Sexta-Feira' preciso da rota a pé mais próxima para a rua…— mas antes que ele pudesse terminar seu comando, ele observa uma enorme nuvem de fumaça negra subindo aos céus...ele havia iniciado um incêndio também…—... esqueça! — o mesmo diz começando a correr na direção do desastre

 

Do alto do mesmo prédio, um garoto permanecia no lugar, até cair no chão por conta de um tremor que fizera o prédio inteiro balançar, e rapidamente vendo no horizonte a ascenção de uma enorme nuvem de fumaça, indicando a provável ação de um vilão;

 

—Um vilão! Imagino qual herói que irá aparecer e…— ele começa a correr na direção das escadas, por um segundo animado para ver heróis em ação e fazer anotações sobre suas Individualidades...mas a dura realidade dos recentes eventos lhe voltam a mente como um atropelamento, e ele para.

 

"Desculpa garoto, mas às vezes a vida decide que você não vai virar um herói, e esse certamente não é o jeito certo de se tornar um…"

 

As palavras do Homem de Ferro voltam a martelar sua mente, fazendo-o afundar na verdade que ele nunca quis admitir para si mesmo…

O garoto fecha os olhos e suspira, agora se encaminhando para as escadas lentamente, sem pressa ou animação nenhuma, só querendo chegar em casa...e talvez mandar um e-mail para o Sr. Connors lhe perguntando onde fizera o ensino médio…

 

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Caos. Essa era a única palavra que descrevia o ambiente daquele, a poucos momentos, pacato distrito comercial; pessoas corriam e gritavam assustadas, um incêndio se iniciará e agora engolfava várias lojas e prédios próximos. Alguns heróis já haviam chego, entre eles; Coisa, Falcão e Rocket encaravam o vilão. Carnificina já era bastante conhecido, mas não daquele modo, ele parecia maior, e estava definitivamente mais forte

 

—Ele com certeza não era desse tamanho da última vez- comentou Coisa

 

—Alguma coisa deve ter acontecido…— diz Falcão, observando o vilão por meio de Asa Vermelha, seu falcão, companheiro de aventuras, utilizando uma câmera equipada no mesmo, tentando achar uma abertura

 

—Eu não ligo pro tamanho dele!!! — Rocket diz já engatilhando sua arma, fazendo-a aumentar o tamanho do cano de disparo, preparado para atirar— ele vai explodir do mesmo jeito!!!

 

—Espera!!! — Falcão lhe adverte antes que o mesmo puxe o gatilho—...ele tem um refém!

 

No mesmo momento, foi possível notar a presença do refém; um garoto de cabelos escuros saí de dentro do Carnificina, ainda sendo segurado pelo mesmo. O garoto tentava se soltar, gritando e forçando seu caminho para fora; ele tenta utilizar sua individualidade, aumentando o tamanho de seus braços e com isso sua força, crescendo garras e espinhos nas costas...mas nada parecia funcionar...o vilão era perfurado, mas rapidamente se regenerando, como se estivesse absorvendo o poder do garoto…

 

—COMO VOCÊ OUSA POR UMA CRIANÇA EM PERIGO!?!?! — grita Coisa agora correndo em direção do vilão

 

O herói pedregoso corre alguns metros, deixando seus colegas para trás; até que ele salta, caindo com o punho estendido na direção do vilão; seu ataque, tão destrutivo em outras ocasiões, que já abalada os vilões mais fortes, não causará nenhum efeito quando entrou em contato com o simbionte. Seu punho foi quase como sugado para dentro do vilão e ficará preso…

 

—Mas que droga é essa?- o mesmo se pergunta vendo a composição do vilão, ele era mais sólido antes— parece que é só gosma…

 

Antes que o mesmo pudesse fazer qualquer outra coisa; seja atacar de outro modo ou se soltar, o vilão forma uma enorme mão vermelha e preta com garras, como uma versão maior e maligna da que o garoto criará a pouco, e a bate com toda a força no herói, fazendo o mesmo voar para trás e bater as costas em uma garagem de ferro

 

—Coisa! — Falcão grita preocupado com o amigo, e por causa disso escapa por pouco de outro ataque do vilão, voando para cima, desviando por poucos centímetros e outra garra que fora projetada em sua direção

 

—Isso! Não se aproximem! — o vilão exige ao observar o nível do seu poder ao enfrentar os heróis profissionais- afastem-se, se não vou ter que matar o garoto…

 

Do meio do vilão, o jovem Eugene ligava com tudo o que tinha, tentando escapar do agarrão do vilão grudento; o mesmo consegue soltar parte de seu rosto do meio do emaranhado de gosma vermelha e negra, a segunda advinda de sua própria individualidade que estava sendo usada pelo vilão…

 

—AHHHH!!! ME SOLTA!!!- o garoto diz utilizando seu poder para cobrir seus braços com a gosma negra, os aumentando, e tentando esticá-los para desgrudar do vilão— VOCÊ VAI SE ARREPENDER DE TER SAÍDO DO BURACO DE ONDE VOCÊ VEIO!!!

 

Infelizmente, o que Flash não sabia, era que sua Individualidade e a do psicopata eram muito parecidas, porém o vilão tinha muito mais controle e utilizava uma técnica ainda desconhecida pelo menino; a absorção, por isso Carnificina não parceria se abalar, ele absorvia o poder do garoto, ao estar conectado com o mesmo, em vez de se machucar com as investidas do garoto, o mesmo só ficava maior e mais forte…

 

—HAHAHA, menino tolo! Com seu poder, vou ser forte o suficiente para enfrentar um Homem de Ferro com um soco só!!!

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Um pouco afastado, mas ainda observando toda a ação, estava o público; sendo afastados pela polícia que auxiliava os heróis;

 

—É o Carnificina, ele está muito mais forte que antes…— comenta um dos pedestres espectadores para outra pessoa ao seu lado

 

—Olhem, é ele! — uma mulher na multidão se enche de esperança ao observar o herói chegando a distância— é o novo Homem Formiga!!! Ele vai parar o vilão!!!

 

E realmente, a uma certa distância, o novo herdeiro do manto de Homem Formiga se aproximava, indo em direção ao conflito prestar socorro, mas ele para a uma pequena distância do conflito, observando sua fraqueza em sua frente…

 

—Uma via de mão simples! — ele diz tentando encaixar o pé na rua e o corpo entre dois prédios— preciso de pelo menos faixa dupla para passar por aqui! — o mesmo diz vendo que seria inútil naquele momento

 

Os dois garotos capangas de Flash continuavam no mesmo lugar, tremendo, olhando em volta só para ver caos, confusão e destruição, um pedaço de prédio caindo seria o rim deles...se não fosse por um herói arvoroso, enrolando seu braço ao redor dos garotos, os levantado do chão e os puxando para um local seguro

 

—Eu sou Groot! — ele diz enquanto ajuda mais pessoas a saírem dos prédios mais próximos- Eu sou Groot!

 

—Não olhe para mim— o Sr. Fantástico que também participava da ação responde, como se tivesse entendido o que Groot falara— estou com minha mãos cheias…-—diz esticando os braços para prender as bases de alguns postes ou outras estruturas, amarrando seu próprio corpo para que não se movessem— onde está o resgate? Como vocês estão por aí!? — pergunta se referindo aos outros heróis

 

—Não dá pra bater, o corpo dele está muito fluido sem um hospedeiro…— Coisa diz analisando o vilão— além do mais, ele parece estar usando a Individualidade daquele garoto para causar todos esses tremores e estragos, nós temos de tirá-lo dali de algum modo…

 

—Cuidado! — Falcão avisa o companheiro e ambos desviam por pouco da mão esmagadora do vilão que vinha na direção de ambos

 

—Nenhum de nós tem a Individualidade necessária para lidar com ele dessa forma…— Rocket diz um pouco mais afastado analisando o vilão por seu visor holográfica portátil

 

—Vamos ter que então só minimizar os danos até que alguém com a Individualidade correta apareça…— responde Falcão a alguns metros do chão observando o vilão, que simplesmente encarava os heróis, aguardando o momento certo para o próximo bote

 

"Desculpa garoto, você vai ter que aguentar mais um pouco…" pensa o Coisa com pena do garoto que passava por tudo aquilo— Droga! Se eu tivesse mais poder, conseguiria mandar esse bicho pra longe!

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De volta com a multidão retida pela polícia; um Tony cansado e ofegante chega até a multidão, mantendo os óculos no rosto e o capuz do casaco na cabeça para que não fosse reconhecido. Ele para, encostando no poste mais próximo por conta da corrida que tiveram que fazer, já que nenhum táxi estava disponível no momento… ele para por um momento, recuperando o fôlego, ele então levanta a cabeça e observa a cena; ele não imaginava que as coisas poderiam piorar tanto…

 

—'Sexta-Feira', análise…— o herói diz fraco, desejando que aquela situação não piorasse

 

"O indivíduo V0492 parece estar bastante estável tendo em vista a falta de um hospedeiro; ele parece estar tirando energia do refém…"

 

—Refém, que refém? — o herói diz olhando para frente conseguindo ver melhor toda a situação...e ela acabará de piorar

 

"Eugene Thompson, 14 anos, Individualidade; simbionte; Ele é capaz de secretar uma substância negra orgânica que se molda em seu corpo e podendo adquirir vários formatos; lhe dá também maior força, velocidade e capacidades de regeneração, muito parecido com a do próprio Carnificina, se permite dizer…"— inteligência artificial diz —" ele aparente estar tendo seu poder combinado com o de Carnificina, isso é o que parece Star lhe mantendo estável"

 

Estável não seria a palavra usada por Tony, vilão estava incontrolável; sua fluidez no formato simbionte e a força de quando se tem um hospedeiro juntos, isso certamente era uma, se não a pior, combinação possível. É claro que ele poderia ser desintegrado com o disruptor de ondas; se mostrará bastante funcional, mas como ele o usaria? Não podia chamar a atenção por estar sem armadura, isso quebraria a confiança que o público tinha nele; poderia vestir a armadura, mas isso era um risco de longo prazo. Sua única opção era contatar um dos heróis que sabiam de sua condição, desmontar o disruptor e o converter em um aparelho portátil e… ora! Quem ele achava que estava enganando? Levaria tempo demais, e não tinham esse tempo todo, uma vida estava em risco...tinha que ter outro jeito, sempre havia um... ele esperava pelo menos…

Não acreditava que havia sido tão desligado aponto de não perceber que a câmara gvia caído; acabará perdendo muito tempo com aquela garoto, sabia que deveria ter ido embora antes e agora lá estava ele, inútil, encolhido em um canto, torcendo com todas as forças que alguém viesse…

 

"Eu sou patético…"

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Andando sem um rumo específico, Peter estava cabisbaixo, não prestando muita atenção no que acontecia ao seu redor. Folheava a as páginas de seu caderno, observando os esquemas e anotações dos mais diferentes heróis que já havia presenciado lutar; ao vivo ou pela a internet;

 

Groot…

 

"Ele nunca será um herói, melhor descobrir isso agora do que depois eu acho…"

 

O novo Homem Formiga…

 

Até a assinatura do Homem de Ferro;

 

"...às vezes a vida decide que você não vai virar um herói…"

 

—Você sabia…— o menino sussurra para sim mesmo, sentido as lágrimas se formando…- idiota! Não chore! Lá no fundo você sabia, sabia que não havia e jeito, e pensou o que? Que depois de ser picado por uma aranha radioativa você ia sair por aí balançando de prédio em prédio com uma teia? Derrotando vilões e ficando com a garota no final…? Você só estava ocultando a realidade, por isso que se esforçava tanto, tentando inutilmente provar alguma coisa…

 

Quando de repente, o garoto ouve um estrondo, vindo de algum lugar próximo de onde estava; ele se vira na direção do barulho, e percebe uma aglomeração de pessoas do outro lado da rua, na boca de um beco, talvez fosse ali de onde vieram os tremores...seus pés haviam lhe levado ali sem ter a intenção...ele então atravessa a rua

 

"Por que vim pra cá? Sei que minhas anotações são inúteis agora, de que adianta…"

 

As palavras morrem em sua mente e seus olhos se arregalam ao reconhecer o vilão que era a razão de todo aquele alvoroço, o mesmo que lê atacará a pouco mais de uma hora atrás; Carnificina…

 

"Espera, não pode ser...eu vi o Homem de Ferro lhe capturando, eu vi…" o menino então se recorda da câmara de contenção que Tony havia posto o psicopata; se lembrando também claramente de como ela não estava com ele quando aterrissaram no prédio, e é aí que lhe cai a ficha; "...se ele a deixou cair… é porque a culpa é toda minha…"

 

—Por que os heróis não estão fazendo nada? — pergunta um homem perto de Peter para outra pessoa da multidão

 

—Pelo visto eles encontraram alguém a altura—responde a pessoa perguntada—além do mais o vilão capturou uma criança, as coisas não estão parecendo nada boas para ele...

 

“Ele capturou alguém?” Peter se questiona, relembrando da sensação “Imagino a quanto tempo ele está lá...”

 

—Espera, eu tô confuso... — diz um rapaz do meio da multidão— esse não é o mesmo vilão que o Homem-de-Ferro estava perseguindo hoje de manhã?

 

—O que? O Homem-de-Ferro? Sério? Então cadê ele!? — pergunta outra pessoa abismada

 

—Bem, alguém consegue chamá-lo ou algo do gênero? — pergunta uma mulher

 

—Sério, por que ele não apareceu ainda pra ajudar esses heróis? — outro questiona

 

Do lado oposto da multidão que Peter, Tony, ao escutar todos esses comentários não pode fazer mais do que só se afundar mais em seus próprios pensamentos; o quanto as pessoas dependiam dele, e lá estava, sem poder fazer nada, inútil, fracassado; “patético...” pensou o mesmo

Do mesmo modo,  garoto moreno também se afogava em suas emoções; dor, sofrimento, tristeza, medo, tudo aquilo havia sido sua culpa, era o que pensava; “eu sou quem deveriam estar culpando...se eu não tivesse sido tão incisivo, tão petulante...ele gastou toda sua energia necessária para agir como herói comigo, falando comigo e me salvando também...”

 

“Eu sou inútil...” pensa Tony puxando ainda mais o capuz enquanto punha sua mão no reator, amaldiçoando-o...

 

“Ele não pode usar a armadura, e nenhum dos outros heróis tem individualidades capazes de enfrentar Carnificina...”

 

“Eu sou patético...”

 

“É tudo minha culpa...desculpa...eu sinto muito...Ajuda vai vir e vai salvar o dia, eu tenho certeza...” o garoto pensa sentindo o peso de suas ações recaírem sobre seus ombros, sentindo o peso de uma vida em seus braços, e mesmo assim, ele se agarra na pequena chama da esperança em seu coração, desesperado por não saber mais o que fazer...

 

“Eu...eu não sou um herói de verdade...” o mesmo peso recai sobre as costas de Tony, de que adiantava tudo aquilo no fim?

 

“Alguém, um herói de verdade virá...” O garoto tenta se justificar, agarrar essa esperança mais uma vez, até que ele houve o grunhido do refém, um grunhido...familiar; quando o mesmo vê, uma cabeleira escura era reconhecível no meio da gosma vermelha...a vítima lutava para sobreviver, até que ele abre os olhos...era Flash...o garoto que o atormentava...seu colega de classe e ex-amigo...seus olhos cinzentos encaravam Parker...como se suplicassem

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...me ajude...

 

O garoto não pensou duas vezes, nem se quer pensou, seu corpo se moveu sozinho; a mão que segurava o caderno foi aberta e o mesmo caiu, suas pernas se movimentaram sozinhas, ele passa rapidamente por entre a multidão; Tony arregala os olhos ao presenciar a cena, assim como os outros heróis; ninguém esperava por aquilo, e quando a consciência retornava a seu cérebro, ele já estava correndo em direção do vilão e Flash, correndo por meio dos destroços e dos pedaços de simbionte pelo caminho.

 

—NÃO SEU IDIOTA!!! — grita o Coisa para o garoto

 

—VOCÊ VAI ACABAR SE MATANDO!!! — grita Rocket logo atrás do primeiro herói

 

Mas Peter não ligava, na verdade, nem se quer ouvia, toda sua parte consciente e racional; que lhe diziam que aquilo era uma péssima ideia, haviam sido completamente desligados, tudo o que funcionavam eram s seus músculos como a engrenagem, e um sentimento interior como combustível, um sentimento que  fazia correr mais rápido, se aproximando do vilão...

 

—Então é você de novo!? — reconhece o vilão

 

—Pa-parker? — Restavam poucos segundos da consciência de Flash, mas ele pode por um segundo distinguir quem se aproximava

 

“O que estou fazendo?” o moreno se pergunta recobrando um pouco da consciência “Por que estou correndo? E por que não consigo parar?”

 

—Agora sim você morre! — o vilão diz, prestes a enfincar suas garras no garoto que se aproximava

 

”O que eu faço?” ele agora se perguntava, já que não conseguia parar, tinha que improvisar uma estratégia “O que um herói faria?” o mesmo muda sua pergunta enquanto pensava nas coisas que era capaz de fazer. Sua mente então se volta para seu caderno de anotações, o mesmo que havia largado, mas não importava, ele tinha as anotações decoradas. Então ele se lembra, página 25, a página do herói arvoroso Groot; restrinja seu adversário. O garoto então em um rápido movimento, agarra sua mochila, abrindo o zíper rapidamente e a jogando no rosto do vilão, com o objetivo de restringir seu campo de visão

 

—Toma essa ! — o garoto grita ao arremessar a mochila amarela nos grandes olhos do vilão; o ataque em si não fora muito eficaz, mas sua lancheira do Homem-de-Ferro bateu com tudo no olho de Carnificina, que urrou e foi com a cabeça e o corpo um pouco para trás, absorvendo o impacto, e soltando por um momento a parte que impedia Flash de respirar, o mesmo puxa uma grande quantidade de ar e começa a tossir e respirar fundo— Flash! — o menino diz indo na direção de onde o colega estava e começando a tentar arrancar a gosma do mesmo, na tentativa de libertá-lo

 

—Mas que merda? — Flash diz ao recuperar os sentidos, vendo Peter tentar libertá-lo— Por que você tá aqui!?

 

—Eu não sei! — responde Parker ainda tentando arrancar a gosma que prendia Flash- Minhas pernas, elas só começaram a se mover! — ele tentava retirar a gosma, mas era inútil, a mesma se regenerava muito rápido...

 

“Eu não sei por que fiz o que fiz...” as vozes de seu passado então se misturavam; seus colegas lhe caçoando, sua própria voz quando criança cheia de expectativa e sonhos, seus tios lhe consolando, o médico lhe indicando a dura realidade, o Homem-de-Ferro, tanto lhe dizendo que ele não poderia ser um herói, junto com seu jeito de dizer que tinha tudo sobre controle naquele vídeo antigo; “...talvez tenha sido por causa do seu olhar...”

 

—Flash, eu não podia simplesmente ficar parado vendo você morrer... — o mesmo diz com o nariz e os olhos escorrendo enquanto encarava o garoto

 

—Já chega dessa palhaçada!!! — Carnificina se recompõe e vai na direção dos garotos, pronto para acabar com isso de uma vez por todas

Mesmo tendo anunciado seu ataque, Peter não sabia de qual lado ele atacaria, mas algo dentro de si lhe alertou sobre o vilão a sua direita, se era sorte ou intuição, ele não sabia dizer, mas quando se virou, a cabeça de Carnificina vinha em sua direção; com a bocarra aberta, pronta para devorar a cabeça do garoto, e então, em um ato de pura defesa pessoa, ele estende os braços para proteger o rosto, porém algo mais acontece. Algo começa a crescer dentro de seu antebraço; algo que queria sair. O menino não via, mas um veio crescia dentro de seu braço, como uma serpente que se arrastava em uma linha reta na direção de seu punho. Quando de repente ele escapa; algo perfura o pulso do garoto de dentro para fora, o mesmo urra de dor, sangue se espalha, e uma linha, como um tiro de uma substância branca, sai da ferida; mas era algo sólido, uma linha, uma fibra...uma teia. A mesma entra em contato com o rosto do vilão e se espalha, cobrindo seu rosto completamente; fechando sua boca e lhe cegando. Enquanto o garoto colocava a mão no braço para estocar o sangramento...

 

Ao ouvir o urro de dor do menino, não sabendo a real causa, algo se acende dentro de Tony, uma chama incontrolável, uma vontade imbatível; ele não podia, não conseguia ficar parado, ele não poderia deixar aquele pobre garoto sem poderes se arriscar tanto para salvar alguém, e ele, o herói número um, com todos os recursos disponíveis, não fazer nada. Ele então sussurra;

 

— ‘Sexta-Feira’ diminui as funções vitais em 20% e me coloca na armadura

 

“Senhor, devo alertá-lo...”

 

—Vai logo! — ele diz impaciente e a inteligência artificial rapidamente acata a ordem, poucos segundos e a onda de minirrobôs lhe recobre completamente o corpo, ativando sensores, turbinas, circuitos, ele sentia uma leve falta de ar e desconforto térmico, mas isso não era nada...

 

 

 

—AGORA EU CANSEI DE VOCÊ GAROTO!!! — Carnificina diz ao ter se livrão da teia e estava prestes a esmagar o garoto, que agora estava paralisado, segurando o punho que sangrava

 

—SALVEM O GAROTO!!! — grita Coisa aos outros heróis eu tentavam alcançá-lo antes do vilão- ELE VAI MATÁ-LO...

Mas antes que os heróis pudessem alcançar o menino, e antes mesmo do vilão lhe alcançar, uma pequena explosão se forma e uma cratera também, ao lado do garoto. Peter abre os olhos, e vê; ao seu lado; Homem-de-Ferro lhe protegia com um escudo de energia azul, que barrava o braço de Carnificina, e protegia o menino

—Homem-de-Ferro...

 

—Eu sou um ótimo professor— ele havia voltado a seu jeito divertido de ser— mas admito que não estava seguindo muito meus ensinamentos... — o mesmo diz empurrando o braço de Carnificina para o lado, desativando o escudo e começando a formar outra coisa em seu braço direito, enquanto o esquerdo se estendia e agarrava a camiseta de Flash para lhe tirar dali— Nós profissionais temos que nos arriscar ás vezes...por que é isso que heróis fazem.

Quando pode perceber, o braço direito do herói havia se transformado em uma versão maior do último aparelho que havia usado para desintegrar o vilão; mas esse ocupava o braço inteiro do herói. Com a mão esquerda ele agarra Flash e rapidamente agarrara Peter também, enquanto a outra; ele soca na direção do vilão e ativa o aparelho; lançando em Carnificina uma concentrada onda sonora, que desintegra o vilão completamente e causa uma boa lufada de vento ao seu redor; fazendo Homem-Formiga ter que criar uma barricada com seus braços para a multidão que assistia a luta e os outros heróis se juntarem para que não fossem levados pela força do vento; que fora forte o suficiente para criar um pequeno tornado que logo se dissipava

Parado, na mesma pose que destruíra o vilão; Homem de Ferro s encontrava, os dois garotos ao seu lado, deitado e quase inconscientes pela experiência, até que se sentem pingos de chuva caindo do céu; os pedestres e heróis olham para cima, e veem as nuvens se movendo no mesmo sentido do tornado; o herói havia mudado o clima, apenas com um soco... Todos estão começaram a gritar e aplaudir o herói número um que se colocava em pé enquanto respirava forte dentro da armadura; mas mesmo assim, ele levanta o braço, em um sinal de vitória e a multidão vai ainda mais a loucura.

O herói então encara o jovem Peter, ainda meio catatônico pela experiência, como se internamente agradecesse o garoto...

 

“Depois disso, os heróis coletaram todos os pedaços espalhados de Carnificina, e o vilão foi para a custódia da polícia, onde ele pertencia...”

 

Peter encarava o herói armadurado que estava no momento tirando fotos e respondendo perguntas de jornalistas e fãs. O garoto então esfrega seu pulso recém enfaixado e volta a prestar atenção no sermão que estava recebendo;

—Seu idiota, por acaso você queria morrer!? — pergunta Rocket chegando perto do garoto e começando a socar sua cabeça— Aloo, alguém em casa? Por que não parece!!! — ele grita no ouvido do menino

 

—Não havia qualquer motivo para você se colocar em perigo desse jeito! — diz Coisa irritado enquanto cruzava os braços...

 

“Eu levei uma bela de uma dura dos heróis naquele dian enquanto Flash era celebrado por sua bravura...”

 

—Você foi incrível garoto, estou impressionado— Homem-Formiga diz observando o moreno com cara emburrada— Essa sua individualidade é de outro nível

 

—Quando você se tornar um profissional, lembra de dar uma passada na minha agência— diz Falcão— adoraria te ter como parceiro enquanto treina

 

Mas o moreno não prestava atenção em nada disso, apenas pensava em uma única coisa, Peter Parker...

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...e o pedaço do vilão que permanecera em seu corpo certamente aumentava essa fúria que sentia...

 

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Já era fim da tarde quando o garoto Peter andava calmamente em direção do Queens para casa de seus tios; felizmente os policiais não havia ligado para sua tia May; ela ficaria uma fera se descobrisse o que fizeram, tio Ben provavelmente o defenderia, mas mesmo assim…

Teve de inventar uma desculpa de estar estudando na biblioteca para seu atraso; claro que Ben não havia caído nessa, até mesmo pelo telefone ele não conseguia enganá-lo;

 

"Você mente que nem o seu pai Peter, muito mal…" sua voz ecoava pela cabeça do garoto, esse pensamento o fizera sorrir, pensando as tantas semelhanças que tinha dos pais que nem lembrava do rosto…mas os acontecimentos do dia não deixavam o garoto se quer pensar nisso

 

"Eu queria ter conseguido me desculpar para o Homem-de-Ferro…" o garoto pensa "mas ele estava cercado de repórteres e eu não queria atrapalhar. Bem, agora que eu tenho o telefone dele eu posso ligar e pedir desculpas...quando formos marcar a consulta de remoção…" o mesmo pensa tristemente enquanto encara seu punho enfaixado, aquilo que havia feito...havia usado um poder…

 

—Ei! Escala-Paredes! — o menino ouve uma voz atrás de si e passos apressados, ele se vira e dá de cara com Flash

 

—Flash?...- o mesmo se surpreende pela aparição do moreno, o mesmo ofegava depois da corrida que realizará para alcançar o garoto, o que ele estaria fazendo ali?...

 

—Escuta aqui! Eu nunca pediria para um fracote que nem você me ajudar…— ele diz tremendo, apertando os punhos e encarando o chão— então nem pense que você pode me menosprezar! Entendeu! Eu estava bem sozinho! Você é só um sem individualidade fracassado que bem vai conseguir virar um segurança de shopping! Você não me ajudou!

 

O mesmo termina de liberar sua fúria no garoto, vira as costas e saí pisando duro. O menino Parker, fica parado por um momento, não ficando afetado pelas palavras do garoto já que o mesmo ouvirá o mesmo dizer essas coisas já algumas vezes… além do mais, já estava pensando em desistir mesmo…

 

—Uau…

 

O moreno encara assustado o homem encostado em uma mureta de jardim que lhe encarava enquanto tomava algo de um copo com canudinho; o homem, Tony Stark, sem armadura, apenas com o casaco, as roupas largas pela magreza e os óculos

 

—Homem de Ferro?- o garoto pergunta estático

 

—Esse foi com certeza o 'obrigado' mais estranho que eu já vi…— ele diz comentando o que a pouco presenciara, e estende o copo para o garoto— Milkshake?

 

—N-não, obrigado…— o mesmo recusa

 

—Ainda bem, já acabou mesmo— ele diz logo jogando o copo em um lixo ali perto e se virando para encarar o garoto com os braços cruzados— e me chama só de Tony... não, muito íntimo... Sr. Stark está bom!

 

—O que você está fazendo aqui?

 

—Você é muito rude garoto, não te ensinaram modos não? — ele diz brincalhão mas logo volta ao semblante mais sério— ok, ok, vamos direto ao ponto; eu vim aqui te agradecer e também responder sua pergunta de mais cedo… se você não tivesse me contando sobre sua vida, se não tivesse corrido na direção daquela luta...eu teria sido apenas um observador inútil, torcendo na multidão... então, obrigado.

 

—Oh, não! Foi minha culpa ele estar lá pra começo de conversa— o moreno diz tentando parecer menos envergonhado — eu que atrapalhei seu trabalho duro, eu gastei sua energia e sem mencionar o seu tempo e…

 

—Ei, ei! — Sr. Stark interrompendo a garoto eu não acabei, calma aí! Você me disse que não tinha poderes, aí você recebeu um, que ainda desconhece; mesmo não sabendo o que tinha, o que conseguia fazer, você encarou de frente o perigo para salvar uma vida, e isso me inspirou a agir…

 

O garoto para e começa a encarar o herói em sua frente, prestando atenção em tudo o que dizia…

 

—Existem histórias de todos os heróis, de como eles se tornaram extraordinários, e todos tem uma coisa em comum; seus corpos agem antes que tivesse a chance de pensar, como se agisse por vontade própria…

 

Os olhos do garoto começam a marejar, as lágrimas começam a se acumular e ele abaixa a cabeça, envergonhado pelas palavras do herói em sua frente, por ser a primeira vez que alguém o descrevia com características de um herói…

 

"Por alguma razão, eu me lembrei das palavras de meus tios naquele momento;

 

Oh Peter, eu queria que as coisas fossem diferentes…

 

Me desculpe Peter…"

 

Seu coração se aperta ao ouvir as palavras proferidas de seu ídolo…

 

—É isso foi o que aconteceu com você hoje…

 

"Vocês nunca me disseram, tia May, tio Ben, naquela época, o que eu queria que dissessem era... as palavras que eu queria ouvir…"

 

—Jovem... você também pode virar um herói.

 

"Sonhos também podem virar realidade...ah, além do mais, esqueci de mencionar; essa é a história de como eu me tornei o maior herói do mundo…"

 

—Sua individualidade surgiu de um experimento meu, portanto, minha responsabilidade— o homem diz chegando perto do garoto e colocando as mãos em seus ombros, lhe encara no fundo nos olhos— portanto, é meu dever cuidar de você para que não se mate nem nada, sabe? Esses seguros de vida são caros…mas enfim, você se mostrou digno de um herói, e é um candidato perfeito para herdar o meu poder…

 

O garoto encara aqueles olhos profundamente, completamente agradecido por tudo, pela chance a oportunidade, ele não o deixaria na mão, iria se mostrar digno e se esforçaria ao máximo…

 

—Eu aceito, vou dar o meu melhor! — o garoto diz determinado

 

—Muito bem, era isso que eu queria ouvir— o homem diz sorrindo— se bem que você não tinha muito uma escolha, mas faz parte— ele diz batendo nos braço do garoto e começando a se afastar—Vai pra casa garoto, descanse e amanhã cedo começaremos o treino- o mesmo diz andando e deixando o garoto para trás

 

"Mas não seria fácil, treinar para virar o herdeiro do poder do Homem-de-Ferro, se mostraria uma tarefa nada simples, como eu logo descobriria…"


Notas Finais


Estou sempre aberto a críticas, comentários e sugestões.
Obrigado por ler, e até a próxima;

Ass. NerdMaster


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