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História My Only Exception (EM REVISÃO) - Nothing like you and I


Escrita por: dirtypaws

Notas do Autor


Olá! Capítulo 3 quentinho do forno! Esse é um pouco maior e espero que gostem.
Ah, vai ter ainda atualização da minha outra fanfic, eu estou trabalhando nela. Por favor, não desistam de mim. Eu estou com duas fanfics para atualizar e mais um tcc para finalizar. Tá fácil não!
Não tive tempo de corrigir os erros, então perdoem se encontrá-los.

Boa leitura! <3

Capítulo 3 - Nothing like you and I


Ao deixar para trás a área de recepção, Piper sentiu o peso das seis horas da tarde sobre seus ombros, uma lembrança constante do dever que a mantivera aprisionada. Arrependia-se da escolha de um simples cereal naquela manhã, lamentando a falta de tempo para um café substancial antes de trocar as baterias da câmera e retornar à cena.

No ambiente festivo, onde as pessoas se entregavam a comida e dança, Piper sentiu a frustração de ter que abandonar temporariamente suas responsabilidades. Mesmo sem eventos significativos, ela detestava afastar-se do trabalho. Decidiu então pedir a Polly que a cobrisse enquanto ela buscava um breve refúgio.

Caminhando até um banco solitário de frente para o East River, Piper contemplou a vista privilegiada. Sentou-se, inclinou-se para frente, tateando a calça até encontrar um maço de cigarros e seu isqueiro. Embora não fosse uma fumante assídua, recorria ao cigarro nos momentos de cansaço ou nervosismo. Acendeu-o, inalou profundamente, permitindo que a nicotina se infiltrasse em seu corpo, proporcionando um alívio quase instantâneo. A vista do rio e o silêncio momentâneo ofereciam a Piper um breve respiro antes de retomar suas obrigações.

Os pensamentos de Piper começaram a derivar em direção à mulher que havia cruzado seu caminho pela manhã. Ela se repreendeu mentalmente, desejando ter escolhido algo mais atraente do que suas vestes simples, caso pudesse prever os encontros do dia. Ao longo da cerimônia, Piper percebeu a presença constante da morena. A cada olhar, ela parecia tornar-se mais deslumbrante. A loira não conseguia evitar observá-la, admirando silenciosamente sua beleza em constante crescimento. Com base em suas observações, Piper deduziu que a morena devia ser uma velha amiga das noivas, dada a familiaridade e a intimidade que exalava durante a celebração. Enquanto os eventos se desenrolavam ao seu redor, Piper se encontrou dividida entre suas responsabilidades e a intrigante presença dela. Uma tensão sutil, uma mistura de curiosidade e admiração, preenchia seus pensamentos, deixando-a ansiosa para descobrir mais sobre a misteriosa mulher que ocupava sua mente naquela tarde.

Quando Piper conseguiu se desvencilhar das cheias lembranças da morena, ela aproveitou o momento para contemplar o East River diante dela e as luzes da cidade que o cercavam. As diversas cores se misturavam, formando um borrão agradável aos olhos. O lado artista dentro dela começou a fluir, e Piper sentiu o impulso de registrar a beleza diante de seus olhos com sua câmera.

Com destreza, ela puxou a câmera que ainda pendia com a alça em seu pescoço. Reajustou a lente e a iluminação, certificando-se de capturar o melhor ângulo, e clicou no obturador. Ansiosa, ela dirigiu seu olhar para a tela de sua câmera para avaliar o resultado. Perfeito.

Um sorriso satisfeito curvou os lábios de Piper enquanto ela admirava a imagem capturada. A fusão de cores, luzes e o reflexo do East River refletiam não apenas a beleza da paisagem urbana, mas também a habilidade artística de Piper em capturar momentos efêmeros.

— Eu imaginava que você fosse contratada para fotografar o casamento, não para capturar imagens desse cenário sombrio que só artistas góticos compreendem na profundidade da escuridão. — Uma voz rouca ecoou por trás da loira.

Mal sabia Piper que a morena a observava desde o momento em que ela havia se aproximado do banco. Seu coração quase saltou do peito quando se virou para identificar a dona da voz, deparando-se mais uma vez com a própria divindade de olhos verdes. Piper ousou encarar novamente aqueles olhos que pareciam um pouco fora de foco. "Alguém já começou a beber," pensou. Apesar disso, os olhos da morena mantinham a mesma intensidade que Piper havia notado desde o primeiro encontro. Os olhos verdes brilhavam com uma chama divertida, e o tom brincalhão em sua voz ecoou, agora mais próximo, enquanto a observava atentamente.

As sobrancelhas da morena se arquearam, aguardando uma resposta de Piper, que permanecia em silêncio, perdida em seu olhar penetrante. Internamente, a loira se repreendia: "Porra, diga alguma coisa."

— Bom, eu estava. Quero dizer, eu sou uma artista, mas não pude resistir. — Piper desviou o olhar das luzes da cidade para encará-la. — Além disso, como artista, preciso me permitir ser melancólica de vez em quando para compreender a intensidade, até mesmo da escuridão.

A morena observou Piper atentamente, capturando cada palavra. Um sorriso sutil dançou em seus lábios, enquanto ela parecia apreciar a resposta da loira. O ambiente sombrio ganhava um toque de entendimento mútuo, uma conexão peculiar.

— Mesmo? — As sobrancelhas dela ergueram-se, um olhar divertido dançando em seu rosto.

— Sim. — Piper assentiu com convicção. — Temos um currículo inteiro para isso, sabia? Meu professor tinha formação de fotografia sobre uma coisa só. — Ela revirou os olhos. — Que tolice. A beleza da fotografia reside em conceder intensidade a tudo, capturando detalhes mínimos que podem se tornar poderosos, ou experimentando com diversos estilos. Eu provavelmente poderia dar aula a ele.

A morena soltou uma risada leve, apreciando a perspicácia de Piper.

— Engraçada.

— Eu sou hilária.

— Justo.

Outro sorriso brincou no rosto da morena enquanto ela estudava Piper de perto. A loira, sentindo-se um pouco desconcertada, decidiu dar uma resposta adequada.

— Eu não tenho escolha, de verdade. É um reflexo em mim. Eu amo fotografar tudo, não apenas uma única coisa. Por exemplo, desde o momento perfeito de uma paisagem até o instante ideal para capturar a beleza de uma mulher deslumbrante. Minha câmera não tem coração para dizer não.

— Porra. Eu não queria ter dito isso. Parabéns, Piper. Da próxima vez, use uma placa em neon com os dizeres: eu sou GAY. — Pensou consigo mesma, lamentando um possível deslize revelador.

As pupilas dos olhos da morena se contraíram, e seu olhar brincalhão desvaneceu quando ela processou o que Piper tinha dito. A loira se preparou para a clara rejeição que esperava: ou a morena se afastaria ou gaguejaria uma resposta para preencher o constrangimento.

Entretanto, para surpresa de Piper, a morena sorriu e se aproximou do lado do banco. Ela cruzou os braços, admirando a paisagem à sua frente.

— Mesmo? — Ela disse mais para si mesma do que para Piper. — Isso significa que eu sou uma dessas belíssimas mulheres desde que peguei você me fotografando hoje?

Piper sentiu um rubor se aproximando antes que pudesse disfarçá-lo. Por sorte, a morena não pareceu notar quando ela fez a pergunta, o que deixou Piper aliviada, permitindo-se sorrir.

— Você poderia dizer isso. — Ela ofereceu indiferença. O sorriso suave que se formou no rosto da morena era música para os ouvidos de Piper. Virando-se para a loira, a morena ofereceu um sorriso caloroso. Piper retribuiu o sorriso. — Você quer se sentar?

Piper afastou-se no banco, dando espaço para que a morena se sentasse, observando-a hesitar por um segundo antes de ceder.

— Na verdade, você se importa de compartilhar comigo? — Ela perguntou ao ver o cigarro nas mãos de Piper.

— De modo algum. — Piper estendeu o meio cigarro para ela.

— Obrigada. — A morena expressou gratidão ao pegar o cigarro e levá-lo entre seus lábios, dando uma longa tragada. Estamos praticamente nos beijando... Piper observou enquanto a morena manteve a fumaça por uns quatro segundos, contados mentalmente por Piper, antes de soltá-la no ar. — Porra, isso melhorou. — Ela suspirou.

— Parece que você precisava disso.

— Você não faz ideia. — A morena estendeu o cigarro de volta para Piper, que balançou a cabeça e sorriu.

— Está tudo bem, é todo seu. Eu tenho mais, se quiser um inteiro.

— Ah, está bom. Além da regra número trinta e cinco sobre nunca aceitar um segundo cigarro de uma pessoa melancólica. — A morena deu outra tragada no cigarro, e Piper observou atentamente enquanto ela exalava a fumaça com graça para o ar. Ela era sexy fazendo isso.

— Que tipo de regra coxa é essa?

— Uma das minhas cento e vinte e oito. — Ela simplesmente deu de ombros. Elas ficaram sentadas em silêncio por um tempo enquanto a morena terminava o restante do cigarro. Ela pisou nas brasas restantes e virou-se para olhar a loira. — Na verdade, um segundo seria de boa apreciação.

Piper riu e tirou mais um cigarro, estendendo-o para ela.

— O que aconteceu com a regra trinta e cinco?

— As regras podem mudar de acordo com as circunstâncias. — A morena respondeu enquanto segurava o cigarro entre os lábios. Piper pegou seu isqueiro, disparando fogo para a ponta do cigarro. — Estou planejando mudá-la em breve.

— Ah, e mudar para o quê? — A loira perguntou, voltando a guardar o isqueiro no bolso e inclinando-se para o banco.

— Nunca deixe passar livre um cigarro. Especialmente se for de uma artista melancólica.

— Essa é boa. — Piper riu.

— Eu sei.

— Eu sou Piper. — A morena sorriu para ela.

— Você não vai me dizer o seu nome? — A loira perguntou quando ela não falou mais nada.

— Alexandra. — Ela riu. — Ou melhor, Alex.

Alexandra. Alex.

— Alexandra... — Piper testou o nome da morena em sua língua, mesmo no dia escurecido, ela viu suas pupilas dilatarem. — Alex. — Ela disse novamente, só para ver a reação de Alex.

— Parabéns, Piper! Você pode dizer o meu nome. — Alex disse com uma pitada de sarcasmo enquanto revirava os olhos.

— Você tem um nome lindo. — Piper riu sem graça.

— Merda, não. Espere até ouvir o meu sobrenome. — Alex riu.

— Qual é o seu sobrenome? — Piper estava interessada.

Alex franziu os lábios e balançou a cabeça.

— Isso é um segredo bem guardado, Piper. — Alex respondeu, deixando um toque de mistério em suas palavras e sorrindo enigmaticamente.

— Tudo bem, eu vou descobrir de uma maneira ou de outra. — Piper disse, dando de ombros.

— E como pretende fazer isso? — Alex a desafiou.

— Fácil. Vou perguntar às pessoas ao redor. — Piper dirigiu o olhar para a área de recepção. — Tenho certeza de que uma ou duas pessoas conhecem seu nome, afinal, você foi convidada para o casamento.

— Stalker!

— Ou você pode me poupar o tempo e me contar agora. — A loira sugeriu.

— Por que eu gostaria de fazer isso? — Alex olhou para Piper, curvando uma sobrancelha.

— Porque... isso facilita. — Piper respondeu com a voz arrastada.

— Eu gostaria de ver você colocando esforço nisso.

A boca de Piper abriu-se em surpresa.

— Tudo bem. — Piper concordou, recostando a cabeça no banco, um pouco decepcionada.

Ficaram em silêncio por alguns minutos.

— Porra, é Pearl Vause, tudo bem? — Piper ficou surpresa com a explosão repentina quando Alex disse com urgência.

— Hã? — Ela olhou confusa para a morena.

— Meu sobrenome. — Alex resmungou.

— Certo. Não fique brava. — Piper disse com atenção.

— Bem, você parou de falar e eu...

— Eu estava apenas... pensando, Alex... Pearl Vause. — A percepção de seu nome a atingiu, mas Piper segurou a risada; Alex já parecia bastante chateada.

— Vá em frente, faça alguma piada, só porque aparentemente todo mundo acha que o “Pearl” vem de Pearl Jam. Já ouvi muitas dessas. — Ela disse abrindo os braços em um convite. Piper percebeu o quanto devia ser frustrante para Alex que as pessoas não levassem a sério seu sobrenome.

— Não se preocupe, eu não vou. — Piper disse com doçura. — Alex, é um nome lindo.

As expressões de Alex suavizaram e ela pareceu um tanto tímida após o elogio.

— Ah, peço desculpas por ter sido tão intensa. — Ela murmurou, mordendo suavemente o lábio inferior.

Piper sentiu um calor sutil subindo pelo corpo ao observar o gesto dela.

— Jesus, Alex! Eu posso morder esses lábios rosados para você? — Pensou Piper, segurando um sorriso travesso.

— Eu gosto de intensidade. — As palavras escaparam dos lábios de Piper antes que ela percebesse o que tinha dito. Ela abaixou o rosto, fechando os olhos com força, sentindo a vergonha a engolir. — Merda. Er... desculpe, eu não quis dizer isso. Quero dizer... não é o que você está pensando. — Ela sentia seu rosto queimando.

Piper surpreendeu-se mais uma vez quando Alex começou a rir suavemente ao seu lado, preenchendo o silêncio tenso com uma atmosfera mais leve.

— Isso também é um reflexo? — Ela perguntou quando recuperou-se da risada.

Piper apertou os lábios e olhou para sua câmera. — Você é uma idiota, Piper. — A loira pensou.

— Piper, realmente, está tudo bem. — Alex a assegurou quando a loira ficou em silêncio. — Só para constar, eu também gosto muito.

Os olhos de Piper quase saltaram de sua cabeça. Alex Vause seria a sua morte.

— Mesmo? — Ela perguntou, se recuperando da sua pequena humilhação.

— Ah, mesmo! — Alex afirmou, sorrindo maliciosamente em seguida. Finalmente, ela havia terminado o restante do cigarro e jogou fora, como fez com o primeiro. — Bom, obrigada pelo cigarro, mas preciso voltar. Meu pequeno número é a qualquer momento!

— Pequeno número? — Piper perguntou, curiosa, levantando-se quando Alex fez o mesmo.

Alex parou ao lado dela, examinando suas alturas.

— Você é mais baixa do que eu. — Alex disse, não havia maldade em sua voz, apenas puro divertimento.

— Não é muito gentil dizer isso, Alex.

— Desculpe por magoar os seus sentimentos, Piper. — A morena riu.

— Então, qual é o tal "pequeno número" que você mencionou? — Piper insistiu, acompanhando Alex em direção à recepção.

— Você descobrirá em breve.

Piper estava prestes a insistir novamente quando uma mulher de cabelos castanhos e meio curtos, usando um vestido preto apertado, surgiu na frente delas.

— Alex, meu bem, onde você tinha ido? — A mulher indagou.

— "Meu bem? Ela é... elas são?"

— Fui tomar um pouco de ar fresco. — Alex respondeu.

Piper riu.

— Ar fresco? Você fumou dois cigarros — Pensou.

— Sim. Adivinha, essa é a minha própria versão do ar fresco. — Alex sorriu para Piper.

Sylvie olhou para Piper, e um olhar repentino e confuso nublou suas feições. Piper também a encarou com confusão.

— Sylvie, sua mãe não disse que era grosseiro ficar encarando? — Alex franziu o cenho para ela, notando o comportamento estranho da ex.

— Você é a Piper? Piper Chapman? — De repente, Sylvie abriu um sorriso genuíno.

— Sim. — Piper sorriu timidamente. — Nos conhecemos?

— Provavelmente não pessoalmente, mas eu conheço os seus trabalhos. Eu fui em uma de suas exposições. Seu trabalho é incrível!

— Obrigada. Eu fico muito feliz de ouvir isso. — Piper amava receber elogios sobre os seus trabalhos.

— O trabalho do seu irmão também é ótimo. É realmente um prazer conhecer os Chapman.

— Seu irmão? — Alex olhou-a confusa.

— Sim. Cal é meu irmão mais velho e organizou esse casamento. — Ela respondeu timidamente.

— Aliás, você é muito bonita pessoalmente, Piper. Mais do que eu pude imaginar. — Sylvie sorriu abertamente. Alex não estava gostando nem um pouco de como a ex estava claramente dando em cima da loira.

— Obrigada. É um prazer conhecer você. — Piper sorriu, ainda timidamente. Alex não conseguia parar de olhá-la.

— O prazer é meu! — Sylvie estendeu a mão para a loira e em seguida virou-se para sua ex. — Alex, suba esse seu traseiro no palco, está na hora. — Sylvie disse em seguida enquanto empurrava Alex em direção ao palco. — Vá, vou mantê-la com Suzanne.

Alex olhou para Piper, confusa. A confusão dentro de si deu uma pontada de ciúmes quando Sylvie começou a elogiar a linda loira.

— Boa sorte, Vause. — Piper desejou, sorrindo e fazendo um aceno de cabeça.

— Não faça nada de engraçado, Sylvie. — A ex de Alex sorriu, achando que finalmente Alex estava com ciúmes dela. Mas tudo que Alex não queria era que Sylvie estragasse qualquer aproximação dela com a loira.

— Não fazer nada engraçado? O que ela quis dizer? — Piper tinha muitas questões.

Sylvie e Piper observaram Alex indo em direção ao palco. Ela virou-se para a loira segundos depois.

— Eu sou Sylvie Annie Bakker, mas me chame apenas de Sylvie porque eu gosto de você.

Piper sorriu.

— Bom, você já sabe que eu sou Piper Chapman... Piper Elizabeth Chapman. Mas me chame apenas de Piper, porque eu prefiro, e é só o primeiro nome. — Sylvie riu alto.

— Agradável. Finalmente conheci a Chapman mais quente.

Piper teve que admitir que a mulher era encantadora. Ela já estava gostando dela, a menos que ela fosse namorada de Alex, então...

— Só não deixe meu irmão Cal saber disso, ele ficará decepcionado, porque ele se achava o mais quente da família. — Piper riu.

— Eu não o farei, não se preocupe. Venha, você não gostaria de perder Alex cantar. — Sylvie a chamou para segui-la. Elas chegaram a uma mesa pelo lado direito do palco. Piper notou que era a mesa das recém-casadas. Elas estavam sentadas juntas com Suzanne. Sylvie e Piper ocuparam os dois lugares vagos disponíveis.

— Oi. — Piper cumprimentou Suzanne que estava sentada a sua direita.

— Olá. — Ela sorriu de volta e olhou para a câmera em volta da loira.

— Uma ótima câmera que você tem. — Suzanne apontou. — E cara também.

— Obrigada. Eu realmente precisava de uma boa como essa para trabalhar.

— Sim, é claro. Você precisa de uma câmera de alta qualidade se você é fotógrafa. Eu também tenho uma dessa. Eu sou Suzanne, aliás. — Ela estendeu a mão em direção a Piper.

— Oi, Suzanne. Sou a Piper, Piper Chapman. — Ela apertou a mão de volta. Piper tinha o costume de usar apenas ambos os nomes ao se apresentar, uma espécie de assinatura que também adotava em seus trabalhos.

Os olhos de Suzanne se arregalaram ao ouvir o nome da loira, e o aperto na mão de Piper apertou-se mais. Piper sorriu confusa para ela. Ela conhecia meus trabalhos ou o meu irmão também?

— Você é Piper Chapman!

— Sim. Nos conhecemos? — Ela perguntou. Suzanne finalmente soltou sua mão. Sylvie inclinou-se para ouvir a conversa.

— Sim, sim. Claro, você é Piper Chapman. Eu sou Suzanne Warren. Nosso jornal já comprou vinte de seus trabalhos, e, como eu sou a editora de fotos, foi comigo que você contatou sobre eles. — Ela disse excitada.

— Suzanne Warren. Ah, certo! Ela trabalha no New York Times. Eles pagam bem, e Suzanne me enviou um e-mail bastante longo, mas bastante agradável, elogiando meus trabalhos. — Piper recordou-se mentalmente.

— Suzanne! — Piper exclamou, finalmente percebendo que era ela. — É claro que eu me lembro de você!

— Estou bastante satisfeita que você se lembra de mim, Piper, aumentou a minha autoestima em certa medida.

Piper corou diante de suas palavras.

— Obrigada pelos seus e-mails, todos são simpáticos. — Ela sorriu.

Suzanne sentia-se muito orgulhosa. Ser editora de fotos e ser reconhecida por uma das melhores fotógrafas? Ela tinha ganhado o dia.

— Disponha. Você tirou grandes fotografias. As fotos dos protestos em Nova York ficaram incríveis, era muito perigoso estar lá. Você corria o risco de ser pisoteada. — Ela disse em velocidade máxima. 

— Merda, você é aquelas fotógrafas hardcore, não é? — Sylvie perguntou à loira, admirada. Ela sentia uma crescente atração pela fotógrafa.

Piper sorriu para ela, sentindo-se satisfeita consigo mesma.

— Seria perfeitamente compreensível que você recusasse meu pedido, porque eu sei que é algo pessoal demais, mas se você conceder, eu posso? — Suzanne perguntou para Piper enquanto olhava sua câmera novamente.

— Claro. — Ela concordou, retirando a alça da câmera do pescoço e entregando-a a Suzanne.

— Obrigada. — Suzanne agradeceu ansiosa. Ela examinou o exterior da câmera, ligando-a. Piper observou enquanto Suzanne analisava suas fotografias quando uma voz a fez virar a cabeça.

— Quem é a sua amiga, Sylvie? — Perguntou Nicky, olhando Piper com curiosidade da mesa.

— Esta é a Piper, Nicky. Ela é amiga da Vause. E minha amiga também, não é verdade, Chapman? — Sylvie lançou um olhar sugestivo para Piper.

— Amiga da Vause? — Nicky questionou, erguendo as sobrancelhas.

— Bem, na verdade, nos conhecemos agora há pouco. Eu apenas ofereci um cigarro a ela. — Ela explicou nervosa. — Estou aqui para fotografar. — Acrescentou antes que achassem estranho a presença de uma convidada desconhecida.

— Eu sou a Nicky, e esta é a mulher sortuda, Lorna. — Nicky as apresentou.

Lorna sorriu calorosamente para Piper e a cumprimentou.

— Olá, querida. Seja bem-vinda. Fique à vontade.

— Oi, Lorna. Obrigada! E parabéns para vocês. Vocês são lindas juntas.

— Com certeza. — Nicky sorriu, deu um beijo na testa de Lorna e estendeu uma taça em direção a Piper. — Obrigada, Piper.

Após as introduções e formalidades, a banda encerrou a música que estavam tocando, e Piper observou Alex caminhar até o palco. O guitarrista posicionou um microfone no suporte, colocando-o no centro do palco. Alex ficou em frente a ele e limpou a garganta.

— Oi. — Alex deu um sorriso nervoso enquanto olhava para sua plateia. — Vou cantar, obviamente. Em primeiro lugar, gostaria de dizer que fui praticamente obrigada a fazer isso. — Uma onda de risadas percorreu a multidão, enquanto Nicky gargalhava alto ao notar o nervosismo evidente na melhor amiga. — Lorna disse que me demitiria se eu não aceitasse. Então, aqui vamos nós. Espero que valha a pena, Lorna e Nicky. Esta é a canção de vocês! — Lorna lançou um beijo em direção a Alex, e Nicky deu dois polegares para cima, sorrindo.

Provavelmente todos esperavam uma música clássica para ser cantada em um casamento. No entanto, Piper se surpreendeu mais uma vez quando a música começou com apenas o baixista, e ela começou a cantar segundos depois:

 

We spent some time

(Nós passamos um tempo)

Together walking

(Juntos andando)

Spent some time just talking

(Passamos um tempo apenas conversando)

About who we were

(Sobre quem nós éramos)

You held my hand so

(Você segurou a minha mão)

Very tightly

(Bem apertado)

And told me what we

(E me falou sobre o que)

Could be dreaming of

(Nós poderíamos estar sonhando)

There's nothing like you and I

(Não há nada como você e eu)

 

Então, pouco a pouco, o guitarrista e o baterista se juntaram, adicionando suas notas à canção e fazendo a voz de Alex se entrelaçar com a melodia, tornando-a ainda mais bela. — Oh, Deus, como ela pode ser tão encantadora? — Piper a observava com admiração. Ela balançava levemente, entrando em sintonia com a voz de Alex e a melodia. Nicky e Lorna se levantaram e foram dançar. Alex continuava a surpreender Piper constantemente. E ela estava adorando cada momento mais. Metade dos convidados já estava na pista de dança enquanto ela cantava.

 

We spent some time

(Nós passamos um tempo)

Together drinking

(Juntos bebendo)

Spent some time just thinking

(Passamos um tempo apenas pensando)

About days of joy

(Sobre dias de alegrias)

As our hearts started

(Enquanto nossos corações começaram)

Beating faster

(A bater mais rápido)

I recalled your laughter

(Eu lembrei da sua risada)

From long ago

(De muito tempo atrás)

There's nothing like you and I

(Não há nada como você e eu)

We spent some time

(Nós passamos um tempo)

Together crying

(Chorando juntos)

Spent some time just trying

(Passamos um tempo apenas tentando)

To let each other go

(Esquecer o outro)

I held your hand so

(Eu segurei a sua mão)

Very tightly

(Bem apertado)

And told you what i would be

(E te contei sobre o que)

Dreaming of

(Eu estaria sonhando)

 

Quando Alex chegava ao refrão, ela parecia se divertir, apesar do nervosismo anterior. Ela retirou o microfone do suporte e cantou com entusiasmo.

There's nothing like you and I

(Não há nada como você e eu)

 

— Porque realmente não há nada como vocês duas. Vocês superaram tudo para estarem aqui hoje! Viva as recém-casadas! — Alex gritou no microfone assim que terminou sua canção, recebendo uma salva de palmas e um coro de "viva" dos convidados, inclusive de Nicky e Lorna, que estavam completamente felizes por Alex ter cantado.

Piper entendia por que Nicky e Lorna queriam que ela cantasse; a voz rouca de Alex deixava todos em êxtase. Ela não sabia como Alex podia ser ainda mais encantadora, mas de alguma forma, ela conseguia. Piper estava profundamente concentrada em Alex, quase não percebendo quando Sylvie chegou pedindo para que fossem dançar assim que a banda começou a tocar uma música animada. Com grande esforço, Piper desviou o olhar de Alex e olhou momentaneamente para Sylvie.

— Talvez mais tarde? — Piper respondeu rapidamente antes de voltar o olhar para Alex. No entanto, de relance, teve que virar o rosto para ver Sylvie sorrindo. — O quê?

— Tem os olhos em Alex, então? — Ela perguntou, erguendo as sobrancelhas. Sylvie, apesar de ainda gostar de Alex, tinha que admitir que sentiu uma ponta de esperança em tentar algo novo quando bateu os olhos em Piper. — Não se preocupe, loira. Ela também tem os olhos em você.

Certo, então definitivamente elas não estavam juntas, foi o que Piper concluiu.

— Alex e eu já namoramos. — Ela disse. — Mas não durou. Somos amigas. Por mais que eu ainda goste dela, eu quero a felicidade dela. — Ela deu de ombros. — A Vause tem o direito de estar com quem ela quiser.

Piper sentiu uma pontada de ciúmes ao ouvir aquilo. Processou tudo. Elas eram ex-namoradas, Sylvie ainda gostava dela, mas preferiram manter uma amizade. Piper não pensaria muito nisso ainda; mal sabia no que isso ainda iria dar, então deixaria as coisas acontecerem naturalmente.

Alex foi até Nicky e Lorna e as abraçou apertadamente, recebendo elogios e agradecimentos das noivas. Depois, caminhou em direção à mesa onde Suzanne, Sylvie e Piper estavam.

— Isso foi incrível! Você arrasou, Alex! — Piper disse um pouco sem fôlego, percebendo apenas agora que estava segurando a respiração desde que viu Alex caminhando em direção à mesa.

— Obrigada. Parece que você realmente gostou. — Alex sorriu, dando uma piscadela para a loira.

— Mandou bem, Vause! — Sylvie riu enquanto bagunçava os cabelos da ex.

— Idiota. — Alex riu e afastou o braço dela.

— Vamos lá, Piper e Alex, vamos tomar umas bebidas. Eu preciso de uma recarga. — Sylvie disse. — Você vem, Su? — Ela olhou para Suzanne, que ainda estava sentada na mesa.

Suzanne ergueu os olhos da câmera de Piper e balançou a cabeça em negativo.

— Obrigada, Sylvie, você sabe o que o álcool faz no meu corpo. — Suzanne desviou o olhar para Piper. — Piper, você pode me dá um minuto? — Ela perguntou seriamente para a loira.

— Claro.

Sylvie e Alex foram para o bar depois que Piper as avisou que iria em poucos minutos. Ela sentou-se novamente ao lado de Suzanne.

— Você não vai me dizer que as minhas fotos de hoje ficaram terríveis, né? — Piper disse, dando uma risada nervosa.

Suzanne piscou e sorriu.

— Claro que não. Eu estou realmente impressionada com todas essas fotos, e para constar, sempre fiquei impressionada com o seu trabalho. — Piper corou ao ouvir aquilo. Suzanne percorreu na câmera fotos que ela tirou: a paisagem de pouco tempo atrás, depois outras de Nicky e Lorna dançando, o sol se pondo sobre os familiares na festa e, finalmente, a foto de Alex. — Essas capturas são bastante impressionantes, lindas e... intensas. Você seria uma grande adição à minha equipe.

— Obrigada, isso é muito generoso da sua parte.

— O que acha de trabalhar como fotógrafa no New York Times, Piper? — Suzanne perguntou.

Piper ficou surpresa. Certamente não estava esperando uma oferta de emprego.

— Bem, eu... hum... — Ela não conseguia formular uma resposta.

— Desculpe por trazer isso tão de repente, mas vejo um enorme potencial em você. No entanto, tenho certeza de que já sabe disso. — Suzanne retirou um cartão de sua bolsa e o estendeu para Piper. — Aqui está, pegue meu cartão. Pense sobre isso, Piper. Você vai considerar a proposta, certo? — Suzanne perguntou com esperança.

— Obrigada, Suzanne. Hum, eu também tenho uma pergunta. — Piper a observou com atenção.

— Sim?

— Alex também trabalha no New York Times?

— Se isso ajudar, sim. — Suzanne sorriu abertamente. — Alex é nossa editora de notícias. Se aceitar a oferta, com certeza a encontrará todos os dias no jornal.

— Posso fazer mais uma pergunta?

— Claro, Piper.

— Sylvie é a ex de Alex, não é?

— Sim, mas o relacionamento delas acabou há muito tempo. Elas são apenas amigas. Alex não tem sentimentos românticos por ela, embora Sylvie ainda os tenha.

— Eu só... — Piper apertou os dentes. — Eu ainda preciso pensar sobre isso.

— Claro. Leve o tempo que precisar. Sinta-se à vontade para me ligar ou visitar meu escritório quando tomar sua decisão. Então poderemos discutir os detalhes.

Piper levantou-se, e Suzanne fez o mesmo.

— Obrigada, Suzanne. Vou refletir sobre isso. — Suzanne devolveu a câmera para a loira e sorriu. — Até logo. — Piper depositou um beijo na bochecha de Suzanne e dirigiu-se ao bar, onde encontraria Sylvie e Alex.


Notas Finais


Obrigada por todos os comentários que vocês tem deixado. Eu adoro ler o que você acham em cada capítulo.
Mas dizem aí, Piper deveria aceitar a oferta de emprego ou trabalhar sozinha como ela sempre amou fazer?
Ah, a música que Alex cantou para Nichorello foi essa: https://www.youtube.com/watch?v=VszGNw6NYHs
Lembrando que provavelmente em um dia sai o próximo capítulo de: "eu me apaixonei pelo teu caos"
por favor, não desistam de mim.
Valeu, gente! Capítulo 4 em breve!


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