Piper habilmente estacionou seu carro diante do restaurante de sua amiga Paola, localizado em um icônico edifício no coração de Nova York. O estabelecimento, um segredo bem guardado pelos nova-iorquinos, mantinha a aura da antiga cidade, escapando à atenção da maioria dos turistas. Apesar de ser recente, inaugurado por Paola há apenas alguns meses, o La Bella Vita já conquistara a preferência dos locais, especialmente nas estações mais quentes, quando pequenas mesas adornavam a calçada. Um charmoso pátio envidraçado nos fundos do restaurante proporcionava um ambiente tranquilo e discreto, capturando a atenção de Alex desde o primeiro instante.
Durante toda a viagem, Piper ostentava um sorriso nos olhos, tentando dissimular a euforia de ter Alex Vause como sua convidada para o almoço. A antecipação crescia ainda mais pela chance de conhecer a jornalista de perto.
Enquanto ponderava a oferta de Suzanne, Piper debatia internamente. A transição de anos como profissional independente para trabalhar sob as ordens de alguém a deixava hesitante. Desconhecia as nuances de seguir as regras de um chefe, cumprir prazos e lidar com as inerentes limitações. Embora Suzanne não parecesse ser uma chefe desagradável, Piper, após uma série de reflexões, concluiu que recusaria a oferta. Sua paixão e diversão pela carreira eram elementos que não estava disposta a abandonar. No entanto, a mera ideia de ter Alex como colega de trabalho quase a fez reconsiderar imediatamente. Sabia, contudo, que aceitar a proposta não garantiria uma chance com a jornalista. A loira estava disposta a explorar a oportunidade de conhecer a mulher que despertara tanto seu interesse.
Em silêncio, Alex e Piper atravessaram a entrada do restaurante, onde foram calorosamente recebidas por um jovem anfitrião que abriu as imponentes portas de vidro. O ambiente, parcialmente preenchido, exalava um caloroso acolhimento, iluminado por uma suave melodia ambiente. O delicioso aroma emanando da cozinha estimulou imediatamente o apetite das duas.
— Eu gostei muito daqui. — Comentou Alex, admirando o ambiente.
— Um ponto para Chapman! — Piper comemorou internamente.
— Fico feliz que tenha gostado. É um dos meus favoritos. A pizza aqui é divina. Bom, todos os pratos são incríveis. — Piper respondeu, com um brilho nos olhos, enquanto o garçom se aproximava. O garçom, vestido com as cores da bandeira italiana, cumprimentou-as com um sorriso educado.
— Boa tarde, senhoras. Sejam bem-vindas ao La Bella Vita.
— Obrigada, oi. Uma mesa para duas, por favor? — Piper solicitou.
O garçom as conduziu elegantemente até uma mesa no canto do restaurante. Após se acomodarem, ele entregou os menus e se afastou prometendo voltar em breve para anotar os pedidos.
Alex tirou os óculos da bolsa e começou a examinar o menu, enquanto Piper fingia fazer o mesmo. Como se estivessem seguindo um script familiar, Alex, desta vez, surpreendeu-se ao capturar Piper observando-a. Os olhares se encontraram e, assim como da primeira vez, um sorriso se formou nos lábios de Piper. No entanto, desta vez, o sorriso não carregava a mesma dose de timidez ou culpa, mas sim uma expressão mais confiante e cúmplice. Piper, ainda fascinada pela presença de Alex, não conseguia evitar deixar seus olhos vagarem por ela. Elas se entregaram à troca de olhares, um jogo silencioso de comunicação não verbal. Os segundos pareciam esticar-se enquanto se perdiam nos olhos uma da outra. No entanto, como em qualquer boa história, alguém eventualmente quebrou o encanto. Dessa vez, foi Alex quem decidiu desviar o olhar primeiro. Era um gesto sutil, mas carregado de significado. Piper, ainda sorrindo, observou a morena retomar sua análise do menu.
— Para de me olhar assim. — Murmurou Alex, com um sorriso aparecendo em seu rosto.
— Assim como? — Piper perguntou com inocência.
— Não sei... como se eu fosse um ser notável ou inspirador.
— Mas eu acho que você é.
— Cale a boca, Piper. — respondeu Alex, mas o sorriso persistia.
— Eu não sabia que você usava óculos. — Piper disse, admirando a morena. A camisa branca que Alex vestia, com alguns botões estrategicamente abertos, revelava uma visão sutil de sua feminilidade. Piper, sem querer, permitiu que seus olhos vagassem para aquela visão encantadora de seios que eram tanto sugestivos quanto elegantes. A simplicidade da camisa destacava a sofisticação natural de Alex, conferindo-lhe um ar de casualidade. As mangas da camisa estavam habilmente enroladas até o meio do antebraço, acrescentando um toque de descontração ao visual da morena. A forma como o tecido se ajustava ao contorno de seus braços revelava a graça natural de sua postura. A blusa, cuidadosamente arrumada na calça preta de cintura alta, destacava a silhueta elegante de Alex, criando uma harmonia estilística que não passava despercebida. Os saltos pretos que ela usava acrescentavam uma dose adicional de confiança à sua aparência. Os cabelos de Alex, levemente jogados para um lado, adicionavam um toque de sensualidade à sua aura. A maneira como os fios caíam graciosamente sobre seu ombro era quase hipnótica para Piper. Era como se a morena estivesse consciente do efeito que sua presença tinha sobre os outros, mesmo que ela própria não fizesse nenhum esforço evidente para isso. — Sabia que você ficou muito bonita usando ele e vestida nesse seu visual de roupa de escritório? Sexy.
Alex, aparentemente surpresa pela observação, respondeu com um simples "não".
— Pois bem, você fica. — Piper afirmou, sorrindo.
— Obrigada. — Alex respondeu sinceramente, surpreendendo Piper. — Você também não está nada mal.
— Eu sei. — Piper riu, sendo acompanhada por Alex. Ambas apreciando o momento de descontração entre elas.
Antes que pudessem retomar a conversa, uma voz conhecida chamou Piper.
— Pie!
— Olá, Paola! — Piper cumprimentou, sorrindo. Paola, com sua presença vibrante e calorosa, adicionou uma nova dimensão à atmosfera do restaurante. Piper, animada ao reconhecê-la, se levantou para cumprimentar a amiga em italiano, envolvendo-a em um abraço caloroso quando ela chegou à mesa. Alex achou um charme ver a loira pular de um idioma para o outro.
— Eu achei que estava escutando demais quando ouvi a risada que eu reconheceria em qualquer lugar preenchendo meu humilde restaurante. Eu sabia que era você! — Paola riu, demonstrando uma alegria contagiante.
— Dia de voltar aqui. Preciso provar sua pizza novamente. — Piper comentou, indicando seu amor pela especialidade do lugar.
Paola, em seu jeito amigável, brincou com Piper sobre suas preferências gastronômicas.
— Pizza é só o que você come quando está aqui. Eu já lhe disse, Pie, leve para casa um dos meus garotos da pizza e ele vai fazer pizzas ilimitadas para você em casa. — Paola sugeriu, agora na língua de Alex, provocando risos entre as três.
Piper, divertida com a proposta, acenou em concordância antes de apresentar sua amiga a Alex.
— Paola, essa é a minha amiga Alex. Alex, essa é Paola, ela é dona do lugar. — Piper as apresentou, e as duas se cumprimentaram de maneira amigável.
Paola, revelando sua personalidade efervescente, dirigiu-se a Alex com uma pergunta que trazia consigo uma certa suposição.
— Então, de qual empresa de modelos você é?
A confusão refletida no rosto de Alex gerou uma risada discreta de Piper. A loira prontamente corrigiu a percepção equivocada.
— Alex é jornalista. Ela é editora de notícias de um jornal. — Piper disse com orgulho, destacando a profissão de sua linda companhia.
Paola, agora compreendendo, acenou com a cabeça e dirigiu sua atenção novamente para Alex.
— Desculpe, Alex. Piper costumava estar com algumas modelos em encontros aqui, você sabe, meninas muito mais altas do que ela, e eu presumi que você também era modelo por causa do seu auge. Mas uau! A mente de uma escritora e o corpo de uma modelo. Eu estou bastante impressionada, Piper.
Piper reagiu com um sorriso tímido, optando por não oferecer a Paola qualquer explicação. Alex não demonstrou preocupação, observando a loira com um olhar divertido, embora um sorriso misterioso se desenhasse em seus lábios.
— Em qual jornal você trabalha? — Indagou Paola.
— New York Times.
— Lorenzo adora esse jornal. — Paola comentou, balançando a cabeça. — Ele é meu marido. — Bem, eu simplesmente parei para dizer oi. É melhor eu deixar vocês agora, preciso voltar à cozinha.
— Sim, claro. — concordou Piper, sorrindo.
— Até mais, Pie. Prazer em conhecê-la, Alex.
— O prazer é meu, Paola.
— Sim, obrigada Paola. Diga a Lorenzo que eu disse oi.
— Pode deixar. Até mais.
Quando Paola saiu de ouvido, Alex ainda lançava um olhar divertido para a fotografa.
— Modelos, hein, Piper? — A morena sorria enquanto se reassentavam. Piper sorriu timidamente.
— Elas são mulheres com as quais eu tinha algumas sessões de fotos. Eu trabalho nesses tipos de show às vezes. Eu pago o jantar, apenas. Não é exatamente um encontro. — Ela deu de ombros.
— Vão pensar. — Alex concordou, expressando uma compreensão silenciosa entre elas.
— Todo mundo não costuma fazer isso?
— Touché.
O garçom retornou no tempo esperado e tomou nota dos pedidos delas. Piper escolheu pizza, conforme havia mencionado a Paola, enquanto Alex optou pela pasta alla carbonara. Ele se retirou para providenciar os pedidos, mas retornou minutos depois com uma garrafa de vinho, informando que era um presente de Paola. Assim, as duas estavam agora sentadas, desfrutando de um agradável vinho enquanto aguardavam a chegada da comida.
— Lembre-me, ainda preciso voltar ao trabalho hoje, e consumir mais de dois copos de vinho certamente não é aconselhável. — Alex comentou, sorrindo, levando a taça em direção à boca. Piper colocou a sua taça na mesa enquanto ria.
— Não se preocupe, serei a sua voz da razão hoje.
A comida chegou 20 minutos depois, e enquanto saboreavam suas escolhas, elas mergulharam em uma conversa descontraída.
— Como você se tornou amiga de Paola? — Alex perguntou, curiosa, enquanto enrolava o macarrão no garfo, e Piper saboreava sua pizza.
— Está vendo essas fotos penduradas na parede? — Piper apontou para as imagens em preto e branco de lugares na Itália espalhadas pelo restaurante. Alex assentiu, observando cada foto. — Eu as capturei. — Alex estudou a foto acima da mesa delas, uma imagem de uma cafeteria.
— É lindo. Todas elas. — A morena disse, voltando seu olhar para Piper com um sorriso brilhante nos olhos.
— Obrigada. Eu estive em Roma, morando e aprimorando meu ofício. Conheci Paola lá, é claro. Ela viu três desses quadros e perguntou se eu tinha mais. Eu mostrei e ela se ofereceu para comprá-los. Nos tornamos amigas depois disso.
Alex sorriu, mostrando compreensão.
— Quando você foi para lá?
— Há quatro anos eu retornei. Mas assim que conquistei um lugar aqui no meu país, eu voltei para visitar. Viajei para a Costa Amalfitana, em Salerno, para celebrar junto com uma grande exposição que teria. A Itália é como minha segunda casa, meu lugar favorito. Pretendo explorá-la por completo e registrar cada lugarzinho.
— Você ama o que faz, não é? — Alex perguntou de repente, seus olhos curiosos. — Dá para ver em seus olhos o amor genuíno que você sente pelo que faz e pelos lugares que visita. Aliás, a Itália já não parece mais um lugar que eu não gostaria de visitar. Com você falando assim, despertou meu interesse em pelo menos visitar uma vez.
— Sim. — Piper assentiu. — Muito. Não acho que poderia suportar fazer algo para viver se não amasse. E você realmente não se arrependerá de conhecê-la. É genuína.
— Isso é realmente bom de saber.
— E você? Não ama o seu trabalho? Ou os lugares para os quais já foi? — Piper perguntou, percebendo que Alex não falava muito sobre suas paixões, mesmo desde que se conheceram.
— Não, eu amo. Adoro como meus trabalhos são frenéticos, sempre lutando contra prazos de entrega, mas ao mesmo tempo, garantindo que meu trabalho não seja algo que meu chefe jogaria de volta na minha cara se eu passasse do prazo. É emocionante. É o tipo de trabalho que eu adoraria fazer até envelhecer. Você aprende muito sobre a vida das pessoas de todos os setores, a quem você escreve e para as pessoas que você escreve. Você continua a se esforçar para fazer o seu melhor porque deve isso aos seus leitores, sabe? Trazer uma boa história. — Alex suspirou, pausando por um momento. Ela observou Piper, que registrava cada palavra com seus olhos azuis atentos. Alex sentiu que derreteria por ela ali mesmo. — E sobre amar lugares, nunca saí do meu país. Pretendo me organizar para conhecer alguns bons lugares fora daqui.
Piper estudava Alex de perto enquanto a jornalista compartilhava sua paixão pelo trabalho. Ela ficou encantada com a entrega de Alex ao falar sobre si mesma e suas experiências profissionais. Uma ponta de tristeza surgiu em Piper ao saber que Alex nunca havia viajado para fora do país, e por um momento, imaginou Alex e ela explorando a Itália em uma viagem juntas. No curto tempo que passaram juntas na festa de casamento, Alex não havia revelado muito sobre si mesma. Sylvie, a ex-namorada, parecia ser a única fonte de informações sobre Alex, algo que deixou Piper um tanto grata por ter algum conhecimento, mas também ligeiramente ciumenta. Ela desejava que Alex fosse a própria responsável por compartilhar mais sobre sua vida.
A loira questionava-se a razão de sentir esse ciúme. Talvez fosse o anseio de conhecer Alex em uma profundidade que Sylvie não poderia proporcionar, a necessidade de compreender a jornalista de uma maneira única e pessoal. Piper se questionava se um dia poderia alcançar esse nível de conexão com Alex, superando até mesmo as informações já conhecidas pela ex-namorada. O desejo de se tornar a pessoa que entendia Alex melhor do que qualquer outra tornava-se um objetivo que Piper acalentava em seus pensamentos.
— Certo, Piper, um passo de cada vez. — A loira pensou.
— Às vezes, em um dia difícil no trabalho, tudo o que você precisa é de uma pausa. Obrigada por me proporcionar isso hoje, Piper. — Alex sorriu timidamente. O coração da loira inflou com a expressão nos olhos dela.
— De nada, Alex. Estou feliz por ter ajudado.
Elas continuaram a conversa, abordando diversos temas. A interação entre elas era natural, e ambas se sentiam à vontade na companhia uma da outra. Alex compartilhou detalhes sobre sua família e a importância de Nicky em sua vida.
— Você considera positivo ou negativo trabalhar com alguém da família? — Piper questionou, com sua mente pensando em Cal, Neri e Carol, e como o negócio poderia ser influenciado por seus laços familiares.
— É positivo. Nicky é incrível, sempre nos ajudamos mutuamente. Muitos duvidavam de mim, mas ela sempre acreditou em mim. — Alex deu de ombros. — Mostrei a todos que estavam errados. Agora sou editora de notícias. — Ela expressou orgulho, e Piper sorriu amplamente, apreciando esse lado dela.
Terminaram a refeição e aproveitaram o restante do vinho, quando Piper lembrou-se de algo.
— Ah, eu tenho algo para você. — Disse, colocando a taça de vinho na mesa e alcançando sua bolsa.
— Tem? — Alex perguntou, surpresa.
Piper retirou um envelope pardo, arrumado em sua bolsa, e entregou a Alex.
— Aqui. — Piper disse, e Alex a olhou desconfiada, alternando o olhar entre o envelope e ela. — Vamos, não vai te morder, eu prometo. — Piper riu suavemente.
Alex franzia a testa, pensativa, antes de pegar o envelope.
— Posso abrir agora?
— Sim, você pode.
Piper observou enquanto Alex abria o envelope e examinava o conteúdo. Sua expressão mudou para surpresa ao ver o que estava dentro. Piper sorriu, feliz por Alex aparentemente ter gostado. A morena colocou o envelope em seu colo e usou a outra mão para analisar o material.
— Você gostou?
Alex a olhou, ajeitando os óculos, como se percebesse que Piper ainda estava lá. Ela piscou algumas vezes, acenou com a cabeça e sorriu.
— Sim, Piper. Eu adorei! Você é muito talentosa no que faz. Obrigada! — A sinceridade na voz de Alex fez Piper sentir borboletas no estômago. Piper havia dado a Alex uma cópia da foto que ela tirou quando a viu no casamento. Ela a imprimiu em papel fotográfico, capturando a expressão surpresa, curiosa e suspeita de Alex, combinada com sua beleza única e olhos verdes. Piper sentia orgulho dessa foto, considerando-a uma das melhores que já tirou em toda a sua vida.
— Disponha, Alex. É o seu "preço" por ter me "pegado". — Piper sorriu suavemente. — E bem, eu acho que você pelo menos merece um, já que tenho quatro dessas fotos em casa.
— Você tem? — Alex perguntou, levantando suas sobrancelhas perfeitas.
— Sim.
— E o que você vai fazer com essas fotos?
— Ah, você sabe... colocar no meu álbum de "belíssimas mulheres". — Piper fez aspas no ar sobre "belíssimas mulheres", e Alex riu.
— Todas elas?
— Uhum. — A loira disse, sem convencer.
— Suponho que não posso negar isso. — Ela sorriu.
— Isso seria ignorante, Alex.
— Sim, eu suponho.
Tiveram que sair pouco tempo depois, pois Alex ainda tinha coisas para fazer em seu escritório. Piper a deixou na porta do jornal. Alex desceu do carro e caminhou até a porta do motorista.
— Você tem certeza de que está bem para voltar para casa?
— Está tudo bem. Moro aqui perto, e todo o vinho não foi suficiente para me impedir de dirigir.
— Bom então. — Alex riu. Elas ficaram se olhando por alguns instantes intermináveis.
— Alex?
— Sim, Piper?
— Eu posso te ver de novo? — A loira perguntou esperançosamente. Ou melhor, muito esperançosamente. Piper normalmente não pedia isso em encontros anteriores. Ela geralmente se sentia confiante, mas quando olhava nos intensos olhos verdes de Alex, ficava inquieta e com as palmas suadas. O olhar de Alex Vause a excitava. E ela amava e se sentia assustada ao mesmo tempo, com a quantidade de sensações que aquele olhar evocava.
— Bom, você já sabe onde eu trabalho. E adivinha? Eu não tenho muita escolha.
O rosto da loira caiu um pouco, não era a resposta que ela esperava.
— Foi uma piada, Piper. — Alex acrescentou apressadamente ao ver a expressão dela cair. — Sim, você pode me ver novamente. Eu também gostaria de vê-la novamente. — O rosto de Piper iluminou-se como uma árvore de Natal ao ouvir isso.
— Para um encontro de verdade na próxima vez? — A admissão de que a morena gostaria de vê-la novamente fez Piper se sentir confiante o bastante para perguntar. E ela viu o rosto de Alex iluminar-se na mesma proporção.
— Tudo bem. Me dê seu telefone? — A morena perguntou suavemente. Piper pegou o seu telefone da bolsa, desbloqueou e entregou a ela. Alex também puxou o seu da bolsa e fez o mesmo. Sua mão escovou contra a de Piper quando elas trocaram seus telefones, ambas se estremecendo no contato. Nenhuma aparentemente percebeu o que isso causou na outra. Elas decidiram guardar isso para si. Digitaram seus números nos telefones, checando os números algumas vezes para ter certeza de que não tinham dado os números errados, e devolveram, ocorrendo outra escovação de dedos que as fez arrepiar.
— É melhor eu ir agora. Obrigada novamente, Piper. Eu me diverti.
— Eu também me diverti, Alex. Espero que você tenha um ótimo restante de dia.
Antes que Piper ligasse novamente o carro, Alex apoiou suas mãos na porta do carro e inclinou sua cabeça para dentro da janela, depositando um beijo na bochecha de Piper. O perfume suave de Alex encheu os sentidos da loira novamente. Ela se afastou, sorriu e caminhou novamente ao redor do carro, dirigindo-se ao prédio da empresa. Piper a observava atentamente enquanto ela se afastava até sumir de vista.
— Alex Vause, o que você está fazendo comigo? Meu Deus! — Piper indagou, após um minuto sozinha no carro.
Quando se recuperou, a loira ligou o carro e voltou para casa. Nem mesmo o vinho foi suficiente para embriagá-la naquele momento quanto a sensação dos lábios da jornalista em seu rosto. A fotógrafa só conseguia pensar no quanto ela desejava o próximo encontro delas. Era seguro dizer que aquele simples beijo garantiu a Piper um sorriso ridiculamente aberto durante todo o restante do dia.
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