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História My Only Exception (EM REVISÃO) - Encontro não covencional - II


Escrita por: dirtypaws

Notas do Autor


Oláa! Prontos para a segunda parte desse encontro não vencional? Hahaha
Eu fiquei muito feliz com todos os comentários, isso me faz ver que a história está caminhando bem e está sendo positiva para vocês.
Enfim, espero que gostem dessa segunda parte! Obrigada por acompanharem!

Boa leitura! <3

Capítulo 8 - Encontro não covencional - II


Fanfic / Fanfiction My Only Exception (EM REVISÃO) - Encontro não covencional - II

Um sorriso iluminava o rosto de Alex, incapaz de ser contido. Piper havia surpreendido de tantas maneiras durante aquele primeiro encontro. A loira apareceu inesperadamente quando Alex ainda estava envolta em seu roupão de banho, criando um início memorável para a noite. Em seguida, a fotógrafa a levou a um festival de balões de ar quente, superando todas as expectativas de Alex.

Normalmente avessa a surpresas, Alex não tinha tempo para elas. Sempre gostou de estar no controle. No entanto, Piper parecia despertar uma faceta mais despreocupada em Alex; alguém disposta a experimentar coisas novas e a verdadeiramente aproveitar o momento.

Agora, lá estavam elas, de mãos dadas no primeiro encontro. As mãos encaixavam-se perfeitamente, firmes e fortes, enquanto brincavam no ar, compartilhando risos e cumplicidade.

Este era, sem dúvida, um encontro que nenhuma das duas esqueceria.

Piper apertou a mão de Alex, e quando a jornalista olhou ao redor, percebeu que haviam chegado. John estava de pé perto do balão, conversando animadamente com outros dois rapazes. O ambiente estava impregnado de excitação e antecipação para a próxima etapa da aventura, e Alex mal podia esperar para descobrir para onde esse primeiro encontro as levaria.

— Ei, como foi o almoço? — John cumprimentou quando se separou da conversa com seus companheiros.

— Foi ótimo, obrigada. — Piper sorriu rapidamente.

— Estão prontas para o passeio?

— Claro. — Elas disseram em uníssono.

— Venham, então. — Ele as guiou com a mão. Alex e Piper o seguiram. — Espero que nenhuma das duas tenha medo de altura, ou têm? — Ele perguntou enquanto batia nos ombros de seus outros dois colegas para começarem a trabalhar.

— Não, estou bem. Mas é a primeira vez de Alex. — Piper respondeu.

— Sim, mas ficarei bem. — Alex assegurou a John, olhando para Piper, que sorriu.

— Darei vinte minutos lá. — Ele disse, apoiando-se na gôndola quando entraram. — Ele vai subir 200 metros. Não se preocupem, eu vou guiar um pouco e volto. Não vamos fugir. — Ele piscou brincando em direção a Piper. — Tudo bem, vamos lá, aproveitem moças, tentem não pular.

John ajustou o fogo, e um de seus colegas desarrumou uma das cordas enormes, onde deu uma pequena ondulação e recuou. Quando viram, o balão já estava voando alto. Apesar da garantia de Alex de que ela ficaria bem, a mudança súbita de altitude a fez se agarrar ao que havia de mais próximo para se estabilizar, e isso aconteceu de ser Piper.

— Você está bem? — A loira perguntou, colocando a mão na parte inferior das costas de Alex.

— Sim... Estou. — Ela respirou, sorrindo com tranquilidade para ela. A morena ficou de pé sobre a borda, inclinando-se. Havia muitos outros balões em voo, o céu estava cheio deles. Alex olhou para baixo e teve uma visão de olho de pássaro, centenas de pessoas minúsculas andando por lá.

John não tirava os olhos de Piper, o que estava começando a incomodar Alex. No entanto, ela decidiu ignorar, pois o homem estava concentrado em guiar o balão, e ela queria focar na mulher ao seu lado.

Piper segurava sua câmera com firmeza, capturando imagens dos balões suspensos nas proximidades. Encaixava o obturador de maneira ágil, verificando os resultados na tela imediatamente. Alex apreciava observá-la manuseando a câmera com destreza. Era fascinante. Após fotografar mais um balão, Piper virou-se em direção à morena e capturou um retrato. Um sorriso iluminou seu rosto enquanto deixava a câmera pender delicadamente em seu pescoço. Alex ajeitou os óculos e retribuiu o sorriso, já familiarizada. Juntas, permaneceram na borda da gôndola, segurando-a enquanto absorviam a serenidade do passeio.

— É deslumbrante aqui em cima, não acha? — Piper perguntou, oferecendo um sorriso encantador a Alex. Embora a paisagem fosse verdadeiramente deslumbrante, nada se comparava à visão da morena à sua frente.

— Muito. — Alex concordou, apreciando a beleza ao redor, mas mais ainda a presença cativante de Piper. A proximidade entre elas cresceu, com o braço de Alex suavemente envolvendo a cintura de Piper. O toque trouxe uma sensação relaxante a ambas. Alex inclinou-se delicadamente, seus lábios roçando a orelha de Piper enquanto sussurrava: — Agora estou meio feliz que esse cara aqui atrás de nós tenha uma queda por você. — Piper riu, balançando a cabeça e recostou-se no ombro de Alex. Sentir o calor do corpo da outra transmitia paz e uma energia que ambas desejavam manter para sempre.

O silêncio se estabeleceu, e elas se perderam na serenidade do passeio. Alex ainda mantinha o braço em torno da cintura de Piper, que agora não estava mais com a cabeça no ombro da morena. Enquanto desfrutavam da tranquilidade, Alex aproveitou o momento para observar Piper. A loira engraçada que ela conhecera pela primeira vez parecia ter desaparecido, substituída por uma figura eufórica, como uma criança animada. Piper olhava ao redor com um sorriso radiante no rosto, perdida na emoção do momento. Ao perceber o olhar de Alex, Piper voltou-se para ela, e seus olhos encontraram-se em um momento de conexão silenciosa.

— O quê? — Piper perguntou com um sorriso divertido, alheia ao efeito que causava na morena.

De repente, Alex sentiu uma onda avassaladora de gratidão por Piper. Não se importava nenhum um pouco com a audiência ao redor, queria que John visse e entendesse o quão especial Piper era. A doçura e gentileza da loira durante o encontro geraram um impulso súbito em Alex para expressar sua apreciação. Não encontrando palavras suficientes, Alex inclinou a cabeça, depositando um beijo hesitante nos lábios de Piper.

Quando Alex se afastou, os olhos azuis de Piper se arregalaram, com evidente surpresa em seu rosto. No entanto, essa surpresa logo deu lugar a um sorriso presunçoso, e Piper olhou para Alex de maneira encantadora.

— Para o que foi isso? — Piper perguntou.

— Você tem sido simplesmente maravilhosa hoje e eu precisava encontrar uma maneira de agradecer.

— Com um beijo de agradecimento?

— Pode-se dizer isso. — Alex respondeu.

— Posso te dar um beijo de agradecimento também? — Piper perguntou maliciosamente, porém com uma expectativa evidente. Ela não estava nem aí para John sendo testemunha da cena; sua atenção estava totalmente voltada para a morena que só a surpreendia.

— Para agradecer o quê? — Alex indagou, surpresa, com um leve ar de curiosidade nos olhos.

— Por ser maravilhosa também.

Um sorriso gentil se formou nos lábios de Alex, acompanhado de um aceno de cabeça em concordância. A morena, sempre tão reservada em relação aos seus sentimentos, sentiu uma onda de calor se espalhar por seu peito. O coração de Piper, por sua vez, pulsou com intensidade, sentindo-se profundamente apreciada. Beijar Alex era uma das coisas que ela queria desde o início daquele encontro, e para ser honesta, Alex também. A atmosfera ao redor parecia carregada de eletricidade, e o ambiente ganhava uma tonalidade mais intensa à medida que o entendimento entre as duas se aprofundava. Era como se um elo invisível se fortalecesse entre elas, transformando o momento em algo mais significativo.

Piper, ansiosa mas determinada, inclinou-se levemente, passando a língua brevemente pelos lábios para prepará-los. A tensão pré-beijo pairava no ar, alimentada pela antecipação mútua. A morena a conheceu no meio do caminho e suspirou quando os lábios delas se encaixaram. Este beijo foi melhor; pelo menos as duas estavam cientes do que estava acontecendo. O toque inicial de seus lábios desencadeou uma série de sensações.

O que começou como a expectativa de um breve beijo transformou-se em um mergulho profundo e apaixonado. A resposta da morena não foi apenas passiva; pelo contrário, ela os moveu, procurando intensificar a conexão e sentir os lábios suaves da loira dançando suavemente contra os seus. Era uma dança de desejo, uma coreografia improvisada que nascia da química evidente entre ambas. Piper, querendo explorar mais, ousou deslizar a língua contra o lábio inferior de Alex. Era uma sutil provocação, uma forma de pedir entrada para um território mais íntimo. Alex, rendendo-se ao desejo, abriu a boca, e as línguas se encontraram em uma dança íntima, explorando cada canto e criando uma melodia harmoniosa de prazer compartilhado. Piper, em meio ao beijo, agradeceu silenciosamente pela resposta positiva de Alex. Era como se a morena compartilhasse do mesmo anseio por prolongar o momento e explorar cada sensação que aquele encontro inesperado proporcionava. O gesto de Alex ao subir as mãos até as bochechas de Piper era um toque carinhoso, uma expressão de entrega e paixão. Os braços de Piper, antes apenas envolvendo a cintura da morena, tornaram-se um abraço mais intenso, como se ela desejasse fundir-se completamente a Alex. Era uma entrega igualmente fervorosa. O som suave de suspiros escapava entre os beijos, tornando a experiência ainda mais intensa. Ambas podiam sentir a emoção transbordando, e lágrimas de felicidade brotaram, testemunhando a profundidade do que estavam vivendo. Era mais do que um simples beijo; era a confirmação de um vínculo que transcendia palavras e prenunciava o início de um amor que começava a desabrochar.

Quando a falta de ar finalmente as obrigou a se afastar, elas permaneceram ofegantes, trocando olhares cheios de significado. Naquele breve instante, enquanto recobravam o fôlego, a única coisa que ecoava em suas mentes era a urgência de voltarem a se beijar. Era como se o desejo fosse uma força irrefreável que as impelia a se entregarem novamente ao êxtase daquele beijo inebriante.

Do lado de fora dessa bolha romântica, John, percebendo a intensidade do momento, desviou o olhar respeitosamente. Aquele não era o momento de ser bisbilhoteiro, e ele optou por dar-lhes privacidade. O desconforto momentâneo de John não era páreo para a torrente de emoções compartilhadas por Piper e Alex.

Piper, com seus olhos fixos nos de Alex, tentava decifrar a reação da morena. Era um momento de vulnerabilidade, de espera ansiosa para saber se o que compartilharam tinha sido sentido da mesma forma por ambas. A tensão no ar foi quebrada quando um sorriso começou a brotar lentamente dos lábios de Alex. Era um sorriso cheio de significado.

— Bom, e essa foi a minha maneira de dizer: disponha. — Alex expressou, sua voz carregada de uma sinceridade calorosa. Piper, tocada pela gratidão e pela intimidade daquele momento, respondeu com o sorriso mais amplo que Alex já tinha visto.

O encanto, no entanto, foi momentaneamente interrompido quando ambas sentiram o balão começar a se mover. John anunciou que estavam retornando, e a realidade as trouxe de volta à terra firme. O breve e mágico passeio havia chegado ao fim, seus preciosos 20 minutos agora uma memória.

— Suponho que vocês tenham gostado. — John perguntou quando o balão tocou o solo.

— Isso foi incrível. — Alex respondeu enquanto ela e Piper se preparavam para sair da gôndola.

— Sim, foi ótimo. — Concordou Piper.

O sorriso de John revelava a satisfação por ter proporcionado uma experiência especial às duas. No entanto, seu olhar demorou um pouco mais na direção de Piper, uma nota de interesse que não passou despercebida.

— Você voltou novamente no próximo ano como tinha me dito, esperava que você tivesse aceito o meu convite, mas quem sabe na próxima. — John comentou, demonstrando uma persistência amigável.

Piper riu, admirando a determinação do homem.

— Eu ainda não sei, vou encontrá-lo quando eu quiser. — Ela respondeu, mantendo uma certa dose de mistério.

John riu, aceitando o desafio com uma risada descontraída.

— Certamente. Espero que você não se esqueça de mim até então.

Enquanto isso, Alex observava a interação com um toque de ceticismo. Ela não podia ignorar a sutil aproximação de John e sua leve carícia no braço de Piper.

— Eu tenho uma boa memória. — Piper brincou, agradecendo-o sinceramente. — Obrigada novamente, John.

— Não é um problema. — Ele respondeu, prolongando a interação ao acariciar levemente o braço de Piper.

O gesto não passou despercebido por Alex, que estava agora um pouco mais próxima de Piper. A expressão de preocupação surgiu em seus olhos quando ela dirigiu a palavra a John.

— Sim, obrigada novamente, mas é melhor irmos. Lembre-se que ainda há outras pessoas que desejam andar. — Alex disse, sua voz transmitindo um tom mais sério, e Piper notou a proximidade de Alex e a preocupação em seu olhar.

— Você está bem? — Piper perguntou, virando-se para Alex com inquietação.

Alex a encarou antes de acenar com a cabeça.

— Sim, só preciso ir ao banheiro. — Foi a resposta simples, mas o olhar de Alex transmitia algo mais.

— Claro, foi bom conhecer vocês, senhoritas. Piper, sempre um prazer. — John se despediu, acenando com um tom amistoso.

Piper acenou com a mão livre, enquanto a outra era segurada firme por Alex, que estava claramente ansiosa para se afastar dali. O desconforto de Alex não passou despercebido por Piper.

 

 

— Oh, merda. — A expressão preocupada de Piper foi acompanhada por um murmúrio suave enquanto caminhavam de volta para o carro, antecipando a chuva iminente.

— O que foi? Você esqueceu alguma coisa?

— Não, mas parece que vai começar a chover. — Piper respondeu, levantando o olhar para as nuvens cinzentas que se fechavam rapidamente sobre elas. A poucos metros do carro, a chuva começou, um leve toque inicial que logo se transformou em um dilúvio, encharcando as duas antes mesmo de chegarem ao veículo.

— Porra, sua câmera, Piper. — A preocupação de Alex pelo equipamento fotográfico aflorou de imediato.

Piper explodiu em risadas, quase junto ao carro.

— Sim, eu estou preocupada com a minha câmera e não com o fato de estarmos encharcadas e ficarmos doentes. Não se preocupe, eu estou com uma bolsa à prova d’água. Mas você não é, e está tremendo. Precisamos voltar logo antes que adoeçamos. Embora você não se importe se nós pararmos no meu apartamento, está mais perto que o seu. É só até a chuva passar, e eu posso te dar roupas secas, porque você está realmente tremendo demais, Alex. — Piper falava sem parar. Alex riu da euforia da loira, concordando em ir com ela quando entraram no carro, e a loira partiu.

Quando Piper estacionou o carro em um local sombreado, a salvo da chuva, Alex a seguiu. Subiram três andares e caminharam pelo corredor até a porta do apartamento de Piper. Enquanto Piper fechava a porta, deixando a bolsa no chão, a chuva lá fora intensificou-se ainda mais, como se o céu compartilhasse o descontentamento da natureza.

— Parece que chegamos na hora certa. — Piper comentou ironicamente. — Podia ter começado a chover só agora, em vez de nos pegar de surpresa e nos dar um banho antes de chegarmos ao carro. — Piper riu, encolhendo os ombros dentro de sua jaqueta molhada. O tom descontraído dela revelava uma aceitação divertida do inesperado, e ela parecia grata por essa reviravolta, que proporcionou uma desculpa perfeita para trazer Alex até o seu apartamento. — Bem-vinda ao meu humilde abrigo. Espero que se sinta à vontade.

— Sim. E obrigada, Piper. — Alex sorriu, retirando sua blusa xadrez e voltando a ficar de regata, enquanto o frio começava a penetrar em seu corpo. Piper pegou sua bolsa do sofá antes de se aproximar da janela, espiando pelas cortinas, enquanto o som da chuva se intensificava.

— Eu não acho que essa chuva vai parar em breve. — Ela disse, franzindo o cenho ao se afastar da janela para olhar para Alex, que estava de pé, tremendo ligeiramente, não muito longe da porta, segurando sua blusa molhada em uma mão. — Eu vou te emprestar umas roupas; você vai ficar doente com essas roupas molhadas. — A morena assentiu, agradecida pela oferta.

Alex seguiu Piper até seu quarto, localizado no final do corredor. O quarto de Piper era uma expressão de beleza e simplicidade, com paredes e teto pintados de branco. Uma das paredes era uma colagem gigante de fotografias, abrangendo toda a vida da loira, da paisagem ao retrato. Alex caminhou em direção às imagens, estudando cada uma enquanto Piper vasculhava o armário em busca de roupas secas.

As fotografias contavam histórias de pôr do sol deslumbrantes, praias idílicas e eventos vibrantes, como desfiles, concertos e festivais. Entre elas, havia imagens de Piper com amigos e familiares. Alex notou uma foto de Carol, confirmando o que Nicky havia mencionado sobre a semelhança entre mãe e filha. Entre as diversas fotos de Piper sozinha, a maioria mostrava a loira cercada por mulheres. Mulheres que exalavam beleza e confiança, quase como modelos da Victoria’s Secret.

Uma foto em destaque chamou a atenção de Alex, mostrando Piper beijando uma linda morena, enquanto outra imagem retratava as duas abraçadas e sorrindo. O olhar de Alex fixou-se nas fotografias, capturando um vislumbre da vida de Piper que ela ainda não conhecia completamente. A expressão da morena revelava um misto de curiosidade e respeito pela diversidade de experiências da loira, enquanto Piper selecionava roupas para ela.

— Por que essa mulher me chamou para um encontro se ela pode ter tudo isso? Essas mulheres com as quais nunca posso nem me comparar? — Pensou Alex, enquanto a dúvida se infiltrava em sua mente

— Al, esta camiseta está um pouco folgada em mim, talvez ela fique boa em você. — A morena ouviu a voz de Piper por trás dela e virou-se abruptamente para vê-la segurando uma camiseta preta, seguida por um par de calções cinza. — Isso vai ficar bem? — Piper perguntou, aparentemente alheia à insegurança que pairava sobre Alex ao observar as imagens na parede.

— Sim, obrigada. — Alex disse, pegando a camiseta e os calções dela.

— Você gostaria de tomar banho?

— Sim, isso seria ótimo.

— Você pode usar o banheiro aqui do quarto. Há toalhas frescas em um dos armários, basta pegar uma. — Após agradecer, a morena foi até o banheiro instantaneamente. Fechou a porta e tirou sua camisa ligeiramente encharcada, suspirando aliviada por se livrar da textura fria contra sua pele. Do lado de fora, a chuva martelava com mais intensidade do que nunca.

Alex se despiu e entrou na banheira, ligando o chuveiro logo em seguida, suspirando alívio quando a água quente começou a cair em cascata sobre seu corpo, relaxando seus músculos cansados pelo frio. Seus pensamentos se voltaram novamente para as fotos.

— Foda-se, pare de se preocupar. Ela definitivamente está interessada em você, ou não colocaria tanto esforço em nosso encontro. — Alex buscou se convencer.

Concentrando-se em estar na casa de Piper, ela terminou o banho, vestiu-se e saiu do banheiro esfregando uma toalha em seu cabelo. Alex caminhou pela casa de Piper e a encontrou na cozinha, de pé sobre uma chaleira no balcão. Piper também havia trocado de roupa: um body preto e um par de calções. Seus cabelos estavam amarrados em um coque, e a visão de sua pele branca e cremosa fez com que Alex inconscientemente mordesse o lábio.

— Ei, como foi o banho? — Piper a cumprimentou com um sorriso caloroso.

— Ótimo, obrigada.

— Eu não sabia o que você gostaria. Chá ou café? — Ela perguntou, segurando duas grandes canecas de aparência cômica.

— Vou querer café. — Elas abriram caminho para a sala de estar, segurando suas canecas e se acomodaram no aconchegante sofá de Piper. — Hoje eu me diverti muito. — Alex disse, tomando um gole do café.

— Eu também, hoje foi ótimo. — Piper sorriu amplamente, inclinando-se para trás no sofá, enfiando os pés debaixo dela. Alex a observou fascinada, notando o quão adorável a loira era ao assoprar sua bebida antes de tomar um gole e como ela lambia os lábios após cada sorvo.

Após terminarem, Piper sugeriu mostrar a Alex seu estúdio, e a morena concordou prontamente.

 

 

— Não é grande coisa, e eu passo a maior parte do tempo aqui, então está um pouco bagunçado. — A loira explicou timidamente enquanto torcia a maçaneta da porta e a abria.

A sala era maior do que o quarto de Piper. As paredes estavam claramente pintadas de branco, com os equipamentos dispostos no centro, incluindo luzes, papéis de parede, cabos de extensão e bancos de bar. Luzes de estúdio pendiam do teto, proporcionando uma atmosfera acolhedora. Cortinas grossas cobriam as janelas, evitando a entrada de qualquer luz exterior. No canto oposto dos equipamentos, uma longa mesa abrigava câmeras, lentes, carregadores e um laptop.

A parede à esquerda da porta configurava um mini lounge, com dois sofás pretos voltados para uma pequena tela plana na parede, uma mesa de café no centro e quadros pendurados. O ambiente emanava aconchego, com detalhes pessoais que refletiam a personalidade única de Piper.

— Seu estúdio é incrível, Piper.

— É o meu lugar favorito. Eu poderia praticamente morar aqui. — Ela disse, sentando-se em um dos sofás maiores. Alex se acomodou ao seu lado, absorvendo a atmosfera inspiradora do estúdio de Piper.

— Isso é um mini-frigorífico? — Os olhos de Alex se dilataram percebendo o detalhe na parede.

— Sim, eu disse que eu poderia viver aqui. — Piper riu, movendo-se em direção ao mini-frigorífico. — Quer uma? — Ela perguntou, tirando duas cervejas long neck. A morena assentiu, e Piper caminhou de volta para ela, entregando uma.

Elas permaneceram no estúdio, envolvidas em conversas que fluíam naturalmente. Após cerca de três garrafinhas de cerveja cada uma, estavam cansadas e continuaram a cair em ataques de riso sem qualquer motivo aparente. Ainda podiam ouvir a chuva lá fora, e Alex percebeu que estava ficando tarde.

— Você sabia o tempo todo que gostava de mulheres? — Piper perguntou de repente, iniciando uma gargalhada com a expressão surpresa de Alex, que também riu com ela.

— Porra, minha barriga. — A morena ofegou. — Bem, acho que percebi isso aos oito anos, mas só admiti para mim mesma aos 15. — Ela disse quando a crise de riso passou.

— O que você fez?

— Quando você guarda isso por tempo suficiente, a pressão aumenta até que ela exploda, não é? Tenho sorte que Diane me aceitou desde sempre.

— Minha mãe, mesmo sabendo desde sempre, continuava a empurrar caras em meu caminho. Eu sempre quis ser completamente aberta desde que soube, mas não tive confiança o suficiente para isso, além do mais, Cal e meu pai pelo menos me apoiam.

— Como eles reagiram quando você foi morar sozinha?

— Foi uma merda. Carol só voltou a falar comigo depois de dois meses. Eu sou feliz que Cal e Bill estavam bem com isso ou eu teria perdido a cabeça naquela época depois de tudo. — Piper disse enquanto passava os polegares na rótulo de cerveja. Depois de tudo? — Mas é melhor agora. Não é perfeito, mas é definitivamente melhor. — Alex acenou com a cabeça, de alguma forma grata por sua mãe ter um pensamento liberal e a amar do jeito que ela era, independente de quem escolhesse estar ao seu lado.

— Ei, Alex.

— Hmm?

— Desde cedo, você estava com ciúmes de John? — A curiosidade de Piper aproveitou o melhor dela. — Eu quero dizer, eu vi que sua atitude mudou quando voltamos do balão, então eu só estava me perguntando... — Ela explicou.

Alex ergueu os olhos da cerveja, e o lampejo de uma emoção inesperada cruzou seu rosto antes que ela pudesse escondê-lo. Uma mistura sutil de incerteza e vulnerabilidade se revelou, como se uma camada de proteção momentaneamente se dissipasse. Piper, atenta a cada nuance, captou o breve instante de sinceridade nos olhos de Alex antes que ela retornasse ao seu semblante habitualmente confiante.

— Eu seria idiota se não estivesse. Desculpa por ter te arrastado de lá daquela forma, eu não deveria ter feito isso.

O pedido de desculpas de Alex carregava um peso emocional, uma rara concessão que revelava um lado mais profundo de sua personalidade. A complexidade de Alex se desvelava, não apenas como uma figura forte e independente, mas alguém que, apesar de suas defesas, ainda era suscetível a sentimentos e inseguranças.

— Não se desculpe, não estou com raiva. Mas, desculpe-me por fazer você pensar que eu estava flertando com ele. — Piper procurava construir uma ponte de compreensão entre elas, reconhecendo a delicadeza da situação.

— Não, eu não estava. Mas eu seria idiota de deixar que ele flertasse com você no nosso encontro. Então puxei você de lá mesmo. — A honestidade de Alex se manifestava, não apenas como uma expressão de possessividade, mas também como um ato instintivo de proteção. A vulnerabilidade momentânea dela agora se transformava em determinação.

Alex bebeu o restante de sua cerveja de uma vez só, uma ação que transmitia uma necessidade de clareza e resolução. As emoções entre elas fluíam em uma dança sutil, onde palavras e gestos revelavam mais do que qualquer explicação direta poderia oferecer.

— Eu estou feliz que tenha feito.

O alívio na voz de Piper ecoava a compreensão mútua que começava a se firmar entre elas. O diálogo aberto, ainda que permeado por subtextos, permitia que ambas explorassem os limites de sua conexão. No sofá, suas cabeças inclinadas para trás, uma proximidade compartilhada se desenvolvia, enquanto saboreavam suas bebidas e a atmosfera íntima da chuva lá fora.

A chuva, agora mais suave, continuava a criar uma melodia de fundo, um complemento harmonioso para a trama emocional que se desenrolava dentro do apartamento de Piper. A música suave nos alto-falantes e a iluminação suave criavam um ambiente acolhedor, onde as emoções podiam florescer sem pressa. Alex notou como ela se sentia relaxada toda vez que estava com Piper; seus músculos ficavam menos tensos, seu sorriso ficava mais amplo. A loira a deixava um pouco menos nervosa como pessoa, uma metamorfose sutil no interior de Alex, que passava a desvendar novos aspectos de si mesma. Exceto quando a loira a estava beijando, porque seu coração corria mil milhas por hora. Apenas o pensamento do gosto da boca de Piper a fazia estremecer com a necessidade de mais.

— Quer mais? — Piper perguntou quando ela se levantou um pouco insegura. Alex afastou-se de sua confusão, inicialmente interpretando mal o gesto de Piper. Contudo, ela percebeu que a loira estava se referindo a mais cerveja quando Piper caminhou até a geladeira.

— Isso seria ótimo. — Alex sorriu e Piper pegou mais duas cervejas. Ela acidentalmente fechou a porta com força, não tendo a menor ideia da força que ela estava exercendo.

— Opa, desculpa. — Ela se desculpou sorrindo.

Piper tropeçou em seu próprio pé enquanto tentava entregar a bebida para Alex, acabando por esbarrar nela enquanto a morena ainda estava sentada no sofá. Seus braços descansavam nos ombros de Alex, suas mãos segurando as garrafas, e Alex estendeu os braços para segurar sua cintura para que se estabilizassem. De repente, a proximidade de seus corpos se tornou muito evidente. O rosto de Piper ficou a poucos centímetros do de Alex, e ambas podiam sentir o movimento de seus corpos a cada respiração que tomavam.

— Tenha cuidado, Chapman. — Sussurrou Alex, o calor irradiando de seus corpos tornava difícil concentrar-se em qualquer coisa. Alex lutava para controlar sua respiração. Ela deveria escrever um artigo sobre o quão perigoso era ter Piper Chapman pressionada contra ela.

— Sim, desculpe. — Murmurou ela, sua voz mais suave e rouca, ecoando de forma peculiar, provocando um estranho turbilhão na parte inferior do estômago de Alex. Mantiveram-se imóveis, encarando-se, os olhos de ambas ligeiramente desfocados devido ao consumo de várias cervejas. Contudo, Alex notou as pupilas dilatadas nos olhos azuis de Piper, os quais momentaneamente desviaram para os lábios da morena antes de retornarem aos dela. Uma hesitação pairou no ar, mas Alex percebeu que Piper começava a recuar, e imediatamente uma sensação de perda iminente a envolveu.

— Foda-se. — Pensou Alex.

Alex segurou firmemente o pulso de Piper, puxando-a para mais perto. Seus lábios se encontraram em um terceiro beijo, profundo e carregado de urgência. Piper respondeu prontamente, deixando as cervejas escorregarem de suas mãos, formando uma sinfonia de batidas no chão. A mudança de posição de Piper adicionou uma nova dimensão ao seu encontro, enquanto ela posicionava os joelhos de cada lado das pernas de Alex, criando um espaço íntimo entre elas. A morena se inclinou ansiosa, buscando avidamente os lábios de Piper.

As mãos de Alex exploraram os quadris de Piper, seus polegares pressionando com firmeza sobre a carne exposta além da barreira da camisa. Um gemido escapou dos lábios da loira, perdendo-se na voracidade do momento.

— A-Alex. — Piper ofegou quando se afastaram momentaneamente para respirar. Alex não deu tempo para mais palavras, mergulhando novamente em um beijo urgente e necessário. Piper deslizou suas mãos até a nuca da morena, aprofundando o toque em seus cabelos escuros. Palavras não eram suficientes para dissipar a intensidade do sentimento entre elas, então Alex mordeu o lábio inferior de Piper, uma expressão visceral de desejo.

O beijo prolongou-se, uma mistura de paixão e fome que só foi interrompida brevemente pela necessidade de oxigênio. O olhar entre elas indicava que o beijo era apenas uma pausa para a inalação, pois logo se encontraram novamente, compartilhando um espaço onde as palavras não eram necessárias.

Piper, implacável, fez seus quadris girarem lentamente contra os de Alex, intensificando a conexão entre elas. Seus lábios migraram para o pescoço de Alex, deixando beijos de boca aberta enquanto exploravam território proibido. Em um movimento ousado, Piper sugou o tendão do pescoço de Alex, arrancando um suspiro alto de prazer. Ao notar o efeito de seu gesto, Piper afastou-se abruptamente, seu rosto registrando surpresa e embaraço.

— Puta merda, me desculpa, eu não queria... — Piper tentou se explicar freneticamente, mas Alex a silenciou com um beijo breve.

— Sendo uma bisbilhoteira incrível? — Alex brincou, descontraindo o clima tenso com um sorriso.

Piper sorriu timidamente, tocando o local no pescoço de Alex onde ela havia deixado sua marca. As desculpas suaves e o pedido de desculpas por ser "intensa" foram seguidos por um breve olhar constrangido sobre a situação em que se encontravam. Piper começou a se afastar, mas Alex apertou seus quadris, mantendo-a no lugar. Um sorriso sedutor de Piper fez com que Alex esquecesse brevemente o motivo de suas desculpas.

— Como eu já disse da primeira vez, eu gosto de intensidade. — Alex lembrou a Piper. — Quanto à marca vermelha, não tenho escolha senão fazer o mesmo por você. Você sabe, tornar as coisas no escritório amanhã menos insuportáveis, sabendo que você está passando por isso também. — Piper franziu as sobrancelhas e riu.

— Oh, você está mesmo falando sério. — Ela percebeu, enquanto Alex aguardava pacientemente. — Seja minha convidada. — Piper sorriu perversamente, inclinando a cabeça para o lado, convidando Alex a seguir em frente com suas intenções provocativas.

Alex deslizou sua língua ao longo do decote de Piper, iniciando uma série de beijos lentos ao longo de todo o pescoço da loira antes de morder a pele branca com delicadeza.

— Porra, Al... — Piper gemeu, enlaçando os ombros da morena. Alex envolveu os braços ao redor dela, suavizando a mordida enquanto sugava delicadamente sobre o pescoço de Piper, estimulando um gemido estrangulado da loira.

Com um súbito lampejo de consciência, Alex se afastou, repreendendo a si mesma por ter ultrapassado os limites, mas o olhar de completa vontade no rosto de Piper quase a desarmou.

Elas se olharam intensamente, surpresas e ansiosas, com respirações ofegantes, rostos corados, ponderando sobre o quanto desejavam se entregar naquela noite. Conscientes de que continuar significaria compartilhar a noite uma com a outra, chegaram a um acordo silencioso. Piper assentiu com a cabeça e sorriu. Alex retribuiu o sorriso e depositou um beijo amoroso na testa da loira antes de se deslizar suavemente para fora de seu colo.

— Está ficando tarde, você deveria passar a noite aqui, sim? — Piper perguntou com sua voz levemente arrastada. Com um aceno de cabeça, Alex concordou, apesar de começar a sentir a fadiga se instalar. — Ótimo. — Piper sorriu. — Eu só tenho um quarto na casa, já que transformei o outro neste estúdio, e eu não vou permitir que você durma no sofá. Eu fico.

— Você não vai ficar no sofá, Pipes. — Alex respondeu instantaneamente.

— Mas...

— Ou eu pego o sofá ou ficamos na sua cama. — Disse com firmeza, esperando que ela concordasse com a última opção. — Isso ou eu posso ir para casa também.

Piper mordeu o lábio, ponderando sobre a decisão.

— Ok, nós ficamos na minha cama. — Ela finalmente concordou. Piper entrelaçou suas mãos com Alex e as conduziu de volta para o quarto. Deitou-se no lado direito da cama, e Alex deitou ao seu lado. A morena gostava dali; o cheiro do travesseiro e das cobertas eram os aromas de Piper, como se estivesse envolta num casulo da loira. Piper movimentou-se sob as cobertas e aconchegou-se perto de Alex, que a envolveu com seus braços. Ambas suspiraram com o contato, uma felicidade extasiante permeando o ambiente.

— Boa noite, Al. — Piper sussurrou.

— Boa noite, Pipes. — A morena respondeu sussurrando de volta e fechou os olhos. A última coisa que ouviram foi a chuva derramando do lado de fora, embora jurassem que pudessem escutar o coração uma da outra.


Notas Finais


E então? Hahah acharam que já ia rolar algo a mais? KK Relaxem, eu amo trabalhar as coisas de vagar, e sei que as vauseman também gostam da ideia de que esse relacionamento possa ir longe e de forma que possam construir isso de vagar.
Mais uma vez, obrigada por estarem acompanhando. Deixem seus comentários, vou amar lê-los!
Até o próximo capítulo! <3


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