A última vez que Piper sentiu essa sensação de estar desabando, foi quando ela e Carl eram menores; ele havia empurrado ela do alto da cama de beliche e ela acabou no hospital com um braço quebrado. Aqueles milésimos de segundos antes que ela caísse no chão, o desamparo de cair e não ter escolha a não ser submeter-se às leis da gravidade era um dos piores momentos. Ela sentia vontade de cair. Sentia-se caindo em um vazio de tristeza e solidão.
Ela andou o mais rápido que pôde de volta para casa, levando quase uma hora, mas isso ajudou a limpar seu cérebro, mas apenas por pouco tempo. Ela chegou de volta ao seu apartamento com os pés dormentes e tendo uma dor de cabeça latejante. Sentia vontade de vomitar. Ela arrastou seus pés pelos degraus, derrubou suas chaves duas vezes no chão antes de colocá-lo no buraco da fechadura.
Fechou a porta e descansou suas costas nela, fechando os olhos em seguida.
Por que Alex tinha que fazer isso?
A fotógrafa estava com tanta raiva de Alex uma hora atrás, mas agora a solidão estava superando isso. Ela sentia-se sozinha e confusa. Foi para o seu quarto e sentou-se na beira da cama, olhando as fotos de Alex na parede. Apenas uma semana atrás, ela havia tirado as fotos das outras modelos e substituindo-as com as da Vause.
Mesmo sentindo raiva agora, ela jamais negaria que ela era a pessoa mais linda que já tinha visto.
— Droga. — Ela sussurrou. Era por causar essas emoções conflitantes.
Ela desviou o olhar e deitou-se em sua cama com as costas na parede cheia de Alex. Não ajudou, porque do outro lado estava a camisa usada, casualmente deitada no espaço ao seu lado. Ela pensou em jogá-la na máquina, mas outra ideia assumiu seus pensamentos. Pegou a camisa e estendeu-a a sua frente; estava amarrotada e tinha uma pequena mancha de café na frente. Piper levou-a mais perto e exalou o cheiro que vinha dela, deixando com que o cheiro de Alex invadisse os seus sentidos.
— Maldita Alex Vause por fazer isso comigo.
A loira não a veria por quatro longos dias, e mais uma hora havia passado e ela sentia-se infeliz. Quando deu por si, estava chorando na camisa. Chorou até não poder chorar mais, chorou até ficar difícil respirar.
No momento em que ela parou, sua garganta estava seca pelos soluços, seus olhos estavam doloridos, e estava cansada demais para fazer qualquer coisa, então fechou seus olhos e dormiu.
Acordou sentindo que havia dormido por horas, e havia, porque quando despertou, o quarto estava escuro com a única luz vindo do poste de luz do lado de fora de sua janela. Ela olhou para ajustar seus olhos na escuridão antes de sentar-se devagar e esfregar sua bochecha marcada pelo travesseiro.
— Mas que porra... — Ela gemeu quando percebeu que sua dor de cabeça lhe dava a sensação de que ela explodiria. Pegou uma cartela de remédio em sua gaveta e foi até a cozinha para pegar água, ligando as luzes enquanto fazia o seu caminho.
Depois que tomou o remédio, ela sentou-se em um dos bancos de barzinhos da sua cozinha e observou o copo de água entre as mãos.
Alex estava desistindo delas? Por que ela tinha que ir embora? Esse provavelmente era um daqueles momentos em que uma pessoa era muito covarde para romper com a outra que usa coisas e ações para que a outra pessoa que rompa com ela?
Ela tentou não pensar sobre isso e disse a si mesma que ficaria bem até que ela voltasse.
Mas havia perguntas incômodas no fundo de sua cabeça: e se ela aceitasse o trabalho? Alex terminaria com ela? Se não, elas poderiam lidar com um relacionamento de longa distância?
— Pare Piper, só pare. — Ela repetiu para si, não querendo pensar sobre tudo isso no momento.
Ela ouviu um som fraco em algum lugar e ficou imóvel por alguns segundos tentando determinar o que era. Logo percebeu que alguém que estava batendo na porta. Ela girou na cadeira para olhar o relógio e já passava das onze horas da noite. Quem seria àquela hora? Piper considerou ignorar e talvez essa pessoa, eventualmente, cansaria de bater e partiria. Além disso, ela não estava com vontade de falar com ninguém, estava uma completa bagunça.
Mas as batidas continuaram e continuaram.
— Pelo amor de Deus!
Piper andou rapidamente em direção a porta. Quem diabos poderia ser?
Ela abriu a porta pronta para desferir alguns palavrões quando deu de cara com Alex. A morena parecia perplexa quando viu Piper, essa que tinha certeza que estava com o mesmo semblante.
Alex abriu a boca para dizer algo, mas fechou em seguida, mudando de ideia e elas se encararam. Piper sentia seu coração como uma banda agitada só de olhar para a mulher a sua frente.
— Uhm... Oi. — Alex finalmente disse e deu um sorriso inseguro a loira.
Tudo em Piper era um amontoado de novas perguntas: Por que você tem que estar aqui? Você não pode simplesmente me deixar para que eu possa ficar triste em paz?
Ela queria gritar, mas decidiu-se pelo silêncio.
— Você está chorando, Pipes. — Disse Alex, vagando os olhos por todo o rosto dela.
— Sim. — Piper gritou, sua voz estava rouca pela falta de uso.
— Desculpe por fazer você chorar.
Piper engoliu em seco e balançou a cabeça.
— É tarde, o que você está fazendo aqui, Alex?
— Eu estou... Estou aqui para dizer uma coisa... E preciso que você ouça, porque é importante.
— Estou ouvindo.
Alex limpou a garganta e apertou as mãos.
— Certo, uhm... Desculpe-me por não dizer a você, eu sou uma idiota por fazer isso. Não é desculpa, eu sei, mas eu estive sozinha há um tempo, você sabe... Pensando em mim mesma, que eu esqueci como era estar com alguém. Mas eu prometo que vou me esforçar para ser melhor com tudo isso, ok? Vou me esforçar mais por você, por nós.
Nós.
Piper ficou atordoada e só conseguia acenar com a cabeça.
— E eu te amo, realmente amo você. Meu Deus, eu amo tanto. Tudo bem, Pipes?
— Tudo bem. — Ela respondeu, chocada com o quão intensa Alex estava ficando. — Eu também te amo.
— Oh, você ainda?
— Claro, sua idiota. — Piper disse e o sorriso que Alex deu em seguida era fodidamente adorável.
— Isso é bom.
A loira olhou para ela e Alex desviou os olhos para suas mãos por alguns momentos.
— Que horas você irá amanhã? — Piper perguntou a ela, era hora de falar sobre o inevitável. — Talvez eu pudesse... Te ver?
— Oh isso... — Alex deslocou seu peso sobre o outro pé. — Bem, eu também vim aqui para dizer que eu não irei mais.
— O quê? Por que não? Eu pense que você queria ir.
Piper abriu mais a porta e foi para o corredor com Alex.
— Eu não sabia o que queria até você me fazer perceber o que é... O que eu realmente quero.
— O que você quer?
— Você. Eu só quero você. E se ir significa perder você, então eu prefiro estar aqui.
Por que ela tem que ser tão maravilhosa?
— Mas... Mas não parece o certo. Tem certeza de que não quer ir? Admito que eu agi um pouco egoísta hoje.
Alex sacudiu a cabeça.
— Não, não, não, não é egoísmo. Não sinta-se culpada e nem nada, eu te proíbo. Eu realmente quero ficar e já liguei para eles.
Ela balançou a cabeça lentamente.
— Tudo bem então.
— Bem, é o que eu tinha a dizer. Entendo se você ainda quiser o intervalo de quatro dias. — Alex sorriu timidamente para ela. — Eu acho que é melhor eu ir agora. Boa noite Pipes.
Ir? O que?
— Espere. — Ela disse quando Alex tinha começado a descer pelas escadas. Ela retornou.
— Sim?
— Você não quer passar a noite? Você sabe... Então nós podemos conversar mais sobre isso?
Alex corou, ajeitou os óculos sobre o rosto e pigarreou.
— Eu gostaria, mas eu tenho Nicky esperando lá no carro agora. — A carranca de Piper fez com que ela explicasse toda a história de Nicky chegando ao seu apartamento até lá.
— Se eu fizer algo sobre isso, você passará a noite?
— Eu- sim, claro.
— Ok, já volto. — Ela disse e desceu as escadas. Piper avistou o carro de Alex do outro lado da rua, Nicky ao lado do banco do motorista, a janela abaixada. Ela viu Piper atravessando a rua e saiu do carro.
— O que aconteceu? — Nicky questionou quando Piper chegou a ela. — Cadê a Alex?
— Ela está lá em cima. — Piper disse a ela e a surpreendeu dando-lhe um abraço. — Obrigada pelo seu pequeno empurrão Nicky, Alex me contou sobre isso.
— Não foi nada Piper, nós duas sabemos que Alex é difícil às vezes.
— Mas eu quero agradecer mesmo assim, obrigada.
— De nada querida. — Ela disse com um sorriso.
— Então escute, você não se importa em deixá-la comigo? Eu quero passar a noite com ela.
O sorriso de Nicky era ridículo, parecia que ia rasgar seu rosto e Piper não pôde deixar de sorrir para ela.
— Eu não me importo, é claro, Piper. Eu vou levar o carro dela de volta para casa dela, e voltarei para Lorna que já deve estar louca lá em casa.
Piper riu.
— Obrigada novamente Nichols, eu te devo uma.
Ela deu uma pequena saudação e entrou no carro.
— E diga a Vause que ela me deve uma.
Piper acenou e atravessou de volta quando ela havia partido.
Não vou desistir de nós
Mesmo que os céus fiquem agitados
Estou te dando todo meu amor
Ainda estou melhorando
Alex assistiu boquiaberta quando Piper desceu as escadas para lidar com Nicky. Isso estava melhor do que ela esperava, e ela nem sabia o que estava esperando quando chegasse lá. Ela só queria dizer o que havia ensaiado e talvez esperar que Piper entendesse. Então, ela estava agarrando-se a esperança de que pelo menos ela a perdoasse.
Ela não podia evitar o sorriso em seu rosto quando deixou-se entrar no apartamento. Nicky estava certa, se ela for corajosa o suficiente, ela ficará bem com Piper. Há oito horas ela pensava que elas iriam se separar e agora ela estava em seu apartamento ficando a noite. Ela sentia-se um pouco nervosa, para ser honesta. Talvez porque apesar de estarem bem agora, ambas sabiam que ainda tinham que conversar.
Alex caminhou até o sofá e sentou-se, pegando sua carteira de cigarros e isqueiro, acendendo um para ela. Fechou seus olhos enquanto inalava, deixando as substâncias entrarem e se intensificarem, sentindo-se melhor. Ela sentiu seu celular vibrar, alcançou a mesa de centro para pegar o cinzeiro que Piper já deixava para ela lá e descansou seu cigarro sobre ele antes de tirar o celular do bolso de sua calça jeans. Era uma mensagem de Nicky.
[Nicky]: Você resgatou a sua donzela, Vause!!! Faça direito (você sabe do que estou falando) e quero detalhes depois! ;)
Alex rolou seus olhos e sorriu, rapidamente digitando uma resposta.
[Alex]: Obrigada, cupido. E não envie mensagens de texto enquanto estiver dirigindo! Xx
— O que é tão engraçado?
Alex olhou para cima quando apertou o botão de envio.
— Oh, apenas Nicky. — Ela respondeu e colocou seu celular sobre a mesa. Piper aproximou e sentou ao lado dela, seus joelhos se tocando.
— O que ela disse?
— Uhm... Disse que eu regatei minha donzela, que era para fazer direito e queria detalhes depois. E então no final colocou um emoji piscando.
Piper riu e o estômago de Alex agitou-se. Ela viu o cigarro na mesa e pegou-o.
— Você se importa?
— De modo algum.
Ela sorriu e deu uma tragada, inclinando a cabeça para trás para soprar a fumaça e Alex foi recompensada com a magnífica visão de seu pescoço. Ela só queria inclinar-se sobre ele e prová-lo. Mas não o fez, porque sentiu que ainda não havia reconquistado o direito de fazer isso ainda.
— Ótimo. — Ela disse, enfiando os pés sob ela e esticando o braço nas costas do sofá, sua mão encontrando uma mecha de seu cabelo loiro. Piper girava em torno de seus dedos.
— Então... — Alex arrastou a voz, esfregando suas mãos no tecido de seu jeans. Piper olhava para ela com um sorriso estampado no rosto. — O que é tão engraçado?
— Você.
— Oh, obrigada.
Ela riu de novo.
— Não, eu não estou rindo de você. Eu estou rindo sobre você.
— Você está bêbada ou algo assim?
— Não, você quem está. É por isso que eu estou rindo.
Alex inclinou sua cabeça para trás em decepção.
— Ah, porra, achei que você não notaria.
— Suas palavras estavam se arrastando um pouco.
— Isso é meio verdade.
A mão de Piper deixou o fio de seu cabelo e acariciou a parte de trás do pescoço de Alex. Essa que fechou os olhos no contato. Piper levou o cigarro para ela e Alex a tomou entre seus lábios, inalando profundamente. Ela soprou a grossa nuvem de fumaça enquanto Piper se moveu um pouco antes de colocar a bituca no cinzeiro, em seguida, acendendo outro, conseguindo tal proeza sem tirar a mão do pescoço da outra. Elas duas se inclinaram de lado e olharam uma para a outra. Piper acariciou sobre os cabelos pretos de Alex, que tremeu ao toque.
— Você tem que parar de fazer isso.
—Isso? — Ela perguntou e puxou os cabelos dela, fazendo a respiração de Alex engatar um pouco.
— Isso.
Piper ofereceu o cigarro e ela pegou-o de bom grado.
— Por quê?
—Porque- — Ela foi cortada enquanto a loira massageava a parte tensa entre seu pescoço e ombro. Alex cantarolou em apreciação.
— Porque o quê? Vá em frente...
— Eu esqueci o que ia dizer.
Piper sorriu e Alex continuou a inalar seu cigarro.
— Alex?
— Hmm...
— Tem certeza de que é isso que você quer?
O que, fumar na sua sala de estar?
Alex olhou para ela, encontrando seus olhos azuis inseguros e questionadores, e ela percebeu do que estava falando.
— Tenho certeza.
Piper suspirou aliviada.
— Sinto muito por ter tomado essa decisão e demorado tanto para contar.
— Eu espero que você não o faça mais Alex. É horrível a sensação de que a pessoa que você ama não consegue simplesmente compartilhar algo com você. Eu sei que pareci egoísta, mas era algo que eu precisava que você entendesse.
— Eu sei Pipes, você tinha o direito de fazer isso. De agir daquela forma. Eu fui uma estúpida. Não é que eu não tenha confiança ou não queira compartilhar algo com você, ao contrário. Eu só não encontrava a melhor forma de te contar por medo. — Alex balançou a cabeça. — Mas foi pior quando você soube daquela forma.
Piper concordou.
— Eu preciso que me perdoe Piper. E preciso que entenda que é um erro que eu não quero mais cometer. Você é minha melhor amiga, é a minha companheira. Uma relação deve ser construída com confiança e honestidade. Eu quero que tenha certeza que eu estou disposta a te dar isso.
— Eu perdoo você.
Alex sorriu e Piper pressionou seus lábios na bochecha dela para um beijo demorado, fazendo Alex endurecer.
— Você parece estar tão tensa. — Ela observou quando se inclinou para trás, agora colocando ambas as mãos nos ombros de Alex, amassando.
— Sim, bem...
Era engraçado como antes Alex podia tocar Piper naturalmente, mas agora ela não tinha coragem de fazer nada, então apenas ficava quieta e deixava Piper decidir-se.
— Se eu te der uma massagem, fará você sentir-se melhor?
— Uhm... Você não precisa fazer isso. — Alex respondeu baixinho.
— Eu quero.
— Bom, já que você é muito insistente...
— Vamos Alex. — Disse Piper com um sorriso. Ela levantou-se, pegando a mão de Alex e levou-a para o quarto. — Tire sua camisa e deite de bruços na cama.
Alex fez como ela disse, colocou os óculos sobre o criado mudo e retirou sua camisa, deitando no lado esquerdo da cama. Piper caminhou até o banheiro e pegou o óleo que tinha ganhado recentemente de Polly. Quando voltou, Alex sentiu o cheiro de rosas invadirem seus sentidos e a próxima coisa que ela sabia era de Piper desabotoando seu sutiã.
— Apenas relaxe, sim? — Ela disse e espalhou-o nas costas branquinhas, esperando o aceno de cabeça dela que veio em gentilmente em seguida.
Sim, vou tentar relaxar nesta posição comprometedora com você pertinho assim.
No minuto em que Piper começou a trabalhar, Alex sentiu-se realmente relaxada, e ela contemplou a respeito de porque sua namorada era só uma fotógrafa e não uma fotógrafa e massagista. Ela era maravilhosa.
— Melhor?
— Muito. — Ela suspirou quando Piper atingiu um ponto tenso sobre o seu ombro direito. Suas mãos eram celestiais e por uma razão completamente diferente. — Por que você é tão boa com isso?
— Eu fiquei com uma massagista profissional por um mês uma vez.
— Entendi.
— Está com ciúmes? — Alex quase podia sentir o sorriso dela.
— Cale-se.
— Eu gosto quando você está com ciúmes.
— Eu não estou.
— Você fica irritada quando está com ciúmes.
— Eu fico irritada por muitas razões.
— Você é adorável quando está mal humorada. — Alex abriu a boca para um bom retorno, mas não conseguiu dizer nada. — Suas orelhas ficam vermelhas, e você tem aquela carranca permanente em seu rosto. É fofo.
— Você saía com outras garotas por isso ou algo assim?
Piper cantarolou desinteressadamente em resposta. Alex sentiu suas palmas darem mais pressão em suas costas e não pôde evitar o gemido que lhe escapou.
— Você sai comigo por isso ou algo assim? — A loira disse com uma risadinha.
— ... Não.
Suas mãos viajaram em sua nuca e sobre a cabeça dela, aplicando uma pressão delicada em certos pontos e Alex suspirou profundamente.
— Agora, como é que você nunca me deu uma massagem antes? — Ela perguntou curiosamente.
— Eu não sei. Achei e ainda acho que há coisas melhores para fazer na cama... Como dormir.
Alex sorriu.
— Sim, dormir.
Mais dez minutos no céu antes que Piper avisasse que elas tinham terminado, e ela prendeu seu sutiã de volta, depois rolando para longe de Alex e sentando-se na beira da cama, seus pés balançando na beirada.
— Obrigada. — Alex agradeceu quando ela ajeitou-se na cama, nem mesmo incomodando-se em vestir a camisa. Piper lhe deu um sorriso apertado. Alex aproximou, e então estava sentada parcialmente ao lado dela, parcialmente atrás dela, mas não mantendo contato. — Ei, o que há de errado? — Piper olho-a e sorriu tristemente antes de encolher os ombros. — Pipes, diga-me.
— Por que você está tão reservada? — Ela perguntou, olhando para Alex com os olhos confusos e preocupados. Por que Alex estava daquela forma com ela? — Alguma coisa mudou?
Claro que havia mudado. Alex pensou sobre a pergunta dela. Se alguma coisa havia mudado entre elas? Ela lentamente balançou a cabeça.
— Algo mudou, sim. — O pânico tomou conta dos olhos azuis. — Mas eu acho que é para melhor.
— Melhor como?
— Esta foi a nossa primeira briga real e passamos por isso. Da próxima vez que tivermos outra, saberemos como lidar com isso adequadamente. E as primeiras lutas testam a relação se ela vai durar; pelo menos é o que Diane me disse.
— Eu suponho. Então como é que você mal me tocou esta noite? — Ela suspirou.
— Eu não o fiz?
— Você sabe que não.
— Eu sei...
Piper olhou para ela com firmeza.
— Você me ama menos depois disso?
— Isso é um absurdo.
— Então por quê? Como é... — Alex parou-a levando um dedo aos lábios dela, silenciando-a.
— Porque Pipes, eu te machuquei e acho que perdi alguns direitos que eu costumava ter com você depois disso. Porque eu tenho medo que seja cedo demais e não é o que você quer. Porque-
Piper cortou-a com um beijo.
— Você é a única que eu quero. — Ela sussurrou. A loira inclinou-se e seus olhos azuis se misturavam com desejo, determinação, adoração, luxúria, amor. — Toque-me. — Piper disse arrastadamente, acendendo o corpo de Alex por inteiro. — Toque-me Alex, eu preciso sentir você.
Ela não perdeu mais tempo e conectou seus lábios aos dela para um beijo desleixado e de boca aberta que ambas gemeram. Alex passou seus braços em volta da cintura de Piper, puxando-a para trás em direção a ela, suas mãos deslizando por baixo de sua blusa sentindo o inchaço de seus seios. As mãos de Piper se levantaram e evolveram o pescoço de Alex, afastando-se do beijo para liberar um suspiro trêmulo enquanto Alex apertava seus seios. Com um movimento rápido, Alex pegou a bainha da blusa de Piper e retirou-a, em seguida, levou as mãos até suas costas para desfazer-se do sutiã.
— Venha aqui. — Alex quase não tinha reconhecido a sua própria voz porque ficou baixa, profunda e exigente.
Piper soltou as mãos de seu pescoço e ajoelhou-se na cama, em seguida, ela enfrentou-a e sentou no colo de Alex. Ela levou as mãos até o fecho do sutiã de Alex, libertando-a dele. Suas mãos subiram para deslizar lentamente as correias de seus ombros; inclinando para beijar os ombros dela com beijos firmes.
Uma vez que o sutiã de Alex havia sido retirado, ela puxou Piper com força contra ela; seus corpos coraram juntos, tendo os seios pressionados firmemente contra os da outra. Alex firmemente envolveu seus braços ao redor do torso de Piper, apenas segurando-a ali. Os braços da loira serpentearam ao redor de seu pescoço mais uma vez. Alex pressionou seus lábios na testa dela, fazendo Piper soltar um suspiro trêmulo.
— Eu preciso de você. — Piper sussurrou. — Fique comigo.
Aquelas palavras eram para além daquele momento.
— Sempre.
Beijaram-se, e não eram beijos frenéticos; era mais lento, mais firme, contendo memória de suas promessas. Elas beijaram-se como se não houvesse amanhã, sentindo falta do gosto uma da outra, do calor, e cada som que liberavam juntas.
Alex a empurrou suavemente e Piper observou enquanto ela retirava a calça jeans que a loira ainda usava. Ela foi retirando a peça, seus olhos nunca deixando as imensidões azuis de Piper que se encontravam dilatados, e voltou para tirar sua calcinha. Alex esticou seu corpo para beijá-la, deixando seus dedos deslizarem na entrada de Piper, ambas suspirando pelo contato.
Ela continuou deslizando para cima e para baixo, entrando nela imediatamente em seguida com dois dedos. Piper gemeu e cravou as unhas nos ombros da namorada. Alex observou-a atentamente, a cada piscar de olhos, a cada suspiro que ela dava enquanto a morena estabelecia em um ritmo.
— A-alex...
Em segundos, ela começou a apertar em volta dos dedos de Alex, mas a morena não queria que ela chegasse ao ápice ainda, ainda não. Ela precisava de mais dela. Alex removeu seus dedos dentro dela.
— O quê? Não pare Alex!
Alex escorregou da cama e ajoelhou-se no chão, puxando as pernas de Piper em sua direção. Piper entendeu e observou-a enquanto ela mergulhava sua cabeça entre suas pernas e a provou. A loira começou a mover seus quadris quando Alex encontrou um ritmo constante, sincronizando-o com os movimentos de sua língua. Ela aproveitou para adicionar dois dedos dentro dela quando sentiu os as paredes de sua vagina começarem a se contrair.
— Merda... Oh, sim amor! — O orgasmo tomou o corpo de Piper e Alex não parou até que ela não aguentasse mais. Ela agarrou a cabeça de Alex e esse foi o seu sinal; ela diminuiu o ritmo até que sua respiração começasse voltar ao normal. Alex a beijou uma última vez e limpou seu rosto com a mão, em seguida, voltou para a cama. Piper estava com os olhos nela, o lábio inferior preso entre os dentes.
Ela sentou-se e puxou Alex pelo cós do seu jeans. A morena inclinou-se para beijá-la enquanto ela tirava o botão e deslizava suas calças de suas pernas. Alex esquivou-se da peça junto com sua calcinha e deitou de costas depois. Piper inclinou-se para trás e observou Alex por um segundo, nua e se contorcendo debaixo dela e Alex sentiu-se apertar com apenas o olhar que ela estava recebendo. Piper segurou seus seios e apertou-os, antes de tomar um deles em sua boca.
Alex estava tremendo; Seu corpo estava zumbindo com antecipação enquanto Piper levava o seu tempo explorando cada pedacinho dela. No momento em que a loira chegou ao lugar onde a outra mais precisava dela, Alex estava implorando. Piper esperou por alguns segundos, paciente.
— Pipes... por favor, me coma logo!
Piper deu aquele sorriso sexy antes de finalmente ceder e abocanhar o ponto que ambas mais desejavam. Um gemido gutural escapou de Alex e ela contorceu-se incontrolavelmente. Não demorou muito para ela chegar depois da provocação tortuosa que Piper a fez passar.
Ela levou muito mais tempo para recuperar-se do orgasmo, e Piper estava lá, segurando-a, murmurando pequenas frases em seu ouvido enquanto Alex envolvia seus braços ao redor do pescoço dela tentando aterrar-se.
—Isso foi divertido... — Piper sorriu descaradamente quando Alex pôde respirar normalmente novamente.
— Uma puta de uma provocação. —Alex disse com falso aborrecimento e Piper mordeu seu lábio inferior, sugando-o seguida para amortecer a dor.
— Bem que dessa vez você gostou. — Piper afirmou presunçosamente.
— Você sabe que é possível morrer de suspense...
— Eu não sabia disso. — Ela levantou as sobrancelhas para Alex. Piper alisou a carranca nos lábios de sua namorada com o polegar. — Beije-me. — Alex sorriu e beijou-a enquanto ela deslizava para o seu lado, aconchegando-se nela. A morena pegou o cobertor e puxou sobre elas.
— Eu te amo. — Alex sussurrou contra o cabelo dela.
— Eu te amo mais.
— Eu não acho que isso seja possível.
— Você está dizendo que me ama mais do que eu te amo?
— Eu estou dizendo que é impossível que você me amar mais do que eu te amo.
Piper começou a discutir, mas foi interrompida por seu grande bocejo.
— Estou com sono, vou discutir com você quando eu acordar.
— Ok, mas você vai perder. — Alex puxou-a para mais perto dela e enrolou suas pernas juntas.
— Vamos ver... — Ela murmurou contra o ombro da outra antes de adormecer.
Impossível, Pipes... Impossível.
Alex ficou velando o sono de sua amada por alguns minutos antes de adormecer em seguida.
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