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História Noctua - Leave it to me. - XI. Breve.


Escrita por: Mari_li

Capítulo 11 - XI. Breve.


Fanfic / Fanfiction Noctua - Leave it to me. - XI. Breve.

 

"Quando tudo nos parece dar errado, acontecem coisas boas, que não teriam acontecido se tudo tivesse dado certo"

 

Capítulo XI - Breve.

 

Após ser deixado para trás, caminhei calmamente pela calçada sem me preocupar em prestar atenção nas pessoas ao meu redor. Se eu estava com pressa? Para onde eu teria pressa de ir? Se ao menos eu conseguisse entender tudo que estava se repetindo dentro de mim já seria um grande passo. 

Eu não estava arrependido de ter tentado fazer Yoongi me amar de novo, eu só não percebi que estava machucando-o. Meus sentimentos esqueceram de se preocupar com o que ele sentia de verdade. Você se sentiria bem se um estranho te parasse na rua e de repente quisesse te fazer acreditar que vocês viveram juntos e depois disso, dizer que você se tornou o amor da vida dele durante esse tempo? Eu não estava fugindo, eu estava fazendo com que toda aquela dor que eu estava causando, cessasse. Talvez ele jamais se lembrará de mim, mas dessa vez, não haveria lágrimas, não haveria com o que se deprimir, não doeria mais. 

A aproximadamente uma semana, meu irmão mais velho me ligou. Não que isso não fosse normal, mas dessa vez, me pediu para ir morar com ele, proposta que eu recusei na hora! Desde que nossa mãe faleceu, ele decidiu ficar na cidade em que morávamos enquanto terminava a faculdade. Eu decidi que iria me virar sozinho, não queria depender dele a vida inteira, que era minha única família. Ele não contestou, mas depois de conseguir uma promoção no trabalho e mudar para um apartamento maior em um lugar melhor, decidiu que não me deixaria mais trabalhar em uma cafeteria e iria transferir meu curso para onde ele estava, onde eu não teria que me preocupar com nada além da minha pilha de livros e anotações. 

Contei a ele sobre Yoongi, e ele me fez prometer que se eu não conseguisse, que eu deveria ir, "ele nunca foi de me iludir em acreditar que tudo daria certo". E o que eu estou fazendo agora? Encostando a porta vagarosamente com uma mochila nas costas. Sobre minha promessa com Hoseok? Eu não estou apenas finalizando uma parte da minha vida sem que ele sabia, claro que eu liguei pra ele e contei sobre tudo. Ele sempre esteve comigo quando eu não podia vê-lo, ele havia se tornado um bom amigo. Ele disse que eu não deveria me sentir covarde por isso, porque covardes fogem no primeiro sinal de incêndio, e no meu caso, eu estava deixando Yoongi voar até encontrar uma resposta que o fizesse acreditar que um dia foi meu, tendo quase que toda a certeza do mundo que ele não voltaria, porque Yoongi nunca me pertenceu, no fim das contas. Talvez um dia eu volte e Yoongi esteja feliz de novo, mesmo que não seja comigo.

Cheguei a rodoviária em aproximadamente meia hora. Não era um caminho tão longo que eu precisasse usar um avião, o que me deixava aliviado. Comprei a passagem do horário mais próximo (17h45min) e sentei-me em um banco desconfortável, não muito diferente de como minha vida estava naquele momento. Procurei meu celular na mochila, mas não o encontrei em lugar algum, "em cima da cama depois de falar com Hoseok. Aish! vou me atrasar".

 

# # #

 

Milhares de imagens começavam a se formar na minha cabeça, e mesmo que eu tentasse, eu não entendia metade delas e isso fazia com que a sensação de pavor dentro de mim ficasse cada vez mais viva. Mas uma coisa era certa, em todas elas, Jimin estava.

Caminhei pela casa em direção ao meu quarto, meu rosto estava avermelhado e meus olhos úmidos o suficiente para borrar o caminho até ele, me impedindo de observar alguns detalhes. Empurrei a porta e acendi a luz, trêmulo. No criado mudo, ao lado de uma câmera semi profissional, havia uma caixinha vermelha, sendo o primeiro objeto que meus olhos focaram severamente, como se meu subconsciente me guiasse até lá. Minhas pernas já estavam fracas, sentei na cama buscando qualquer indício de melhora, inutilmente, suspirei.

Peguei a mesma em meu colo e abri com as mãos vacilantes, deslizei meus olhos por todos os objetos que ali eram guardados. Comecei pelas fotos, passava uma por uma em minhas mãos, algumas com anotações atrás. A primeira imagem era daqui mesmo, mais precisamente na cozinha, onde Jimin parecia preparar algo, atrás da foto dizia: "Jimin tem jeito para fotos instantâneas, e para macarrão instantâneo também". O cenário da foto seguinte era de um parque, onde, na foto, Jimin adormecia: "Jimin parece um gato dormindo, ele faz barulhos ~ronrrona". A próxima era parecida como a anterior, mas dessa vez, a imagem era minha: "Ah! Aquele garoto... De qualquer forma, eu fico bem dormindo". Passei por mais algumas onde estavamos juntos, em diversos passeios. Embaixo das fotos, haviam cartas, folhas de árvores, tickets e um bloco de anotações. Abri esse ultimo e folhei algumas vezes, lendo apenas algumas anotações que ali continham. 

 

"Sexta-feira: Eu e Jimin brigamos de novo, acho que as coisas não andam boas, porque ele sempre volta no dia seguinte mesmo assim?".

 

"Domingo: Jimin me contou sobre a morte de sua mãe, me senti inútil por não conseguir confortá-lo".

 

"Segunda: Jimin dormiu no sofá, acho que anda trabalhando e estudando muito. Eu disse que ele poderia ir direto pra casa, mas ele insistiu que não queria me deixar sozinho... Será que ele percebeu que não me sinto bem?"

 

Fechei o bloco de forma desajeitada e coloquei de volta na caixa, sem nenhum cuidado. Porque ele continuou comigo? Porque insistiu se tinha certeza que iria sofrer de alguma forma? Um misto de culpa e ódio transbordava pelos meus olhos, abandonei a caixa ao meu lado e levantei da cama, agarrando o abajur e jogando contra a parede, como uma forma de neutralizar tudo que sentia naquele momento ao ver aquele objeto se despedaçar.

- Porque?.... Seu idiota, porque?! - Gritei, sem pudor. 

Minha mente voltava a ser tomada por mais lembranças, e a que veio-me naquele momento, foi capaz de me derrubar como uma forte pancada contra a cabeça. "Eu não sei quem é você", n-não... "Ver você chorar me deprime mais do que meu corpo faz por si só", Yoongi seu... "Então por favor, não me impeça de sair e não venha atrás de mim, Park Jimin"

Corri pelos corredores da casa novamente até chegar a porta, abrindo-a e saindo, gritando por Jimin no meio da rua. Eu não sabia para onde eu estava indo e não fazia a menor ideia de como iria encontrá-lo, corria pela calçada enquanto tentava organizar uma rota. 

- Como você vai encontrar ele?! Uhn?! - Falei a mim mesmo de forma baixa.

Passei a mão pelo bolso e lembrei do celular. Liguei por volta de vinte vezes, "fora de área".

"Merda! Yoongi, seu merda!". Refiz todo o caminho que havíamos feito durante aquela manhã e boa parte da tarde, começando pela cafeteria, nenhum sinal sequer dele, eu estava com medo, em pânico, "eu vou te encontrar, Jimin... você não me deixou enquanto eu estava no escuro, por favor, ilumine onde está agora... eu estou cego ainda mas meu coração ainda está aquecido, Jiminnie...". Nesse momento, lembrei que havia visitado sua casa a uns dias atrás, peguei o primeiro ônibus que passava na avenida, "esteja lá, por favor".

Desci em um ponto próximo alguns minutos depois e fui correndo até lá. Passei pela portaria e subi as escadas correndo, bati na porta algumas vezes e o chamei, nada. Girei a maçaneta e estava aberta, por um momento senti uma ponta de alivio e esperança dele estar em casa, empurrei a porta e entrei.

- Jimin! - As luzes estavam apagadas e a casa não parecia ter alguém.

Caminhei por todos os cômodos, mas ele também não estava lá. Encontrei seu celular em cima da cama e algumas gavetas meio abertas, vazias. "Será que Jimin... partiu?", a ideia surgiu como um soco bem no meio do meu estômago. Meus olhos se voltaram para o unico objeto que estava dentro dela. Segurei em minhas mãos por um tempo e o coloquei, sentindo algo cair de dentro e indo parar no chão. Li todo o seu conteúdo e o amassei, deixando-o cair novamente. Meu coração voltou a bater mais rápido que o normal, lagrimas voltavam a inundar meu rosto e a sensação que estava tudo acabado finalmente havia me abatido. Sai da casa e sentei na calçada. Minhas pernas ardiam, doloridas de tanto correr, meu corpo estava pesado e meu coração dilacerado, "não ouse falar do seu coração, depois de tudo que Jimin fez e sentiu, por sua culpa". 

Levantei e fui andando novamente, eu só tinha mais uma esperança.

 

# # # 

 

Cheguei em casa após pegar um táxi, tentando ir o mais rápido possível. Abri a porta com pressa e entrei indo direto para o quarto, olhei em cima da cama e não encontrei meu celular, "mas, como?", olhei debaixo da cama, sobre o criado mudo, até mesmo no banheiro, não estava em lugar algum, "ótimo". Voltei para o quarto e encarei a cômoda, as gavetas estavam fechadas, abri uma por uma, percebendo que além de perder o celular, a touca favorita de Yoongi havia sumido também. "Yoongi...", olhei para o chão e um papel estava disposto, amassado. Eu não precisava pensar muito naquele momento, joguei a mochila no chão e corri.  

 

# # #

 

Havia algo que Jimin havia esquecido de mencionar naquele dia. A única anotação que não estava naquele bloquinho dentro da caixa vermelha, a que Jimin roubou de mim pouco tempo depois que eu a escrevi.

 

"[...] Because you're a sky, 'cause you're a sky full of stars. Because you light up the path. I don't care, go on and tear me apart. I don't care if you do, because in a sky, 'cause in a sky full of stars. I think I saw you. [...]

Jimin cantarolou pra mim essa noite enquanto eu fingia dormir, o céu estava repleto de estrelas. Quando nos perdemos, seguiremos um ao outro assim como as estrelas, que mesmo a incontáveis anos-luz de distancia dos nossos olhos, conseguimos vê-las e paramos para admira-lás."

 

"Jimin, você se lembrará o verdadeiro sentido daquele banco?". Já havia anoitecido completamente, voltei a sentar naquele banco pela terceira vez naquele dia. Mesmo que ele não aparecesse, eu não pretendia sair dali. A noite não estava quente e a praça estava vazia. 

- Jimin... - Gritei, fechei os olhos vagarosamente e os abri, levantando a cabeça em direção ao céu. - Estou olhando as estrelas agora. Você está me ouvindo? - Minha voz vacilava. - Eu tinha tanto o que falar pra você... - Enxuguei meus olhos com a manga da camisa e respirei fundo. - Nenhum ser humano no mundo todo, merece ser esquecido por que o ama, Jimin. O que eu fiz você sentir durante todo esse tempo, desgraçado nenhum merece sentir. Eu sou covarde, Jimin! Eu te mandei ir embora porque estava com medo do que sentia... E que saber algo? Park Jimin, eu me apaixonei por você de novo, depois de te esquecer. Eu nunca entendi porque meu corpo fez isso só com você, ele quis apagar de mim o que estava mais intenso, a melhor sensação que eu sentia a cada dia depois de tantos anos... E mesmo depois de finalmente abrir os olhos e ter a oportunidade de ter você de novo, eu não pude dizer isso a você, e talvez eu nunca mais irei dizer isso, porque você se foi da minha vida. - Fechei os olhos e mordi os lábios. - Park Jimin, eu te amo

O silêncio do parque penetrou meus ouvidos por alguns segundos.

- Se você escutasse isso agora, você acreditaria? - Minha voz foi diminuindo, propagando meus últimos votos de esperanças.

- Só se você dissesse olhando nos meus olhos. - Sua voz se propagou pela penumbra, enquanto observava sua projeção ao direcionar meu olhos para o lado.

Sem qualquer controle dos meus atos, levantei de onde estava e envolvi seu corpo em meus braços, apertando-o. Meu medo de ser rejeitado se dissipou no momento em que seus braços me envolveram de volta. Nada ao meu redor era importante naquele momento. Eu não sabia até onde ele tinha escutado, mas repetiria tudo novamente, mesmo que eu só o tivesse por aquele momento. Eu definitivamente o amava e ele havia me encontrado, Jimin manteve sua promessa mesmo que diversos acontecimentos o levassem até ali.

- Yoonie... - Jimin levantou o rosto, seus olhos estavam inchados, e seus lábios projetavam uma tentativa de alivio. - Eu consegui? 

Minha resposta veio de forma a selar meus lábios nos dele, calorosa, pura e verdadeiramente. Jimin era único, eu teria muito o que fazer para curar seu coração, mas da mesma forma que ele se esforçou incansavelmente por mim, eu estava disposto a enfrentar quantos infernos fossem preciso por ele. Jimin era minha doença em forma de cura. Minha luz em meio a escuridão, Jimin era a palavra que faltava para iniciar uma pequena historia que durariam anos e anos.


Notas Finais


[TRADUÇÃO: Porque você é um céu, você é céu um cheio de estrelas. Porque você ilumina o caminho. Eu não me importo, Vá em frente e me magoe. Eu não me importo se você o fizer, porque em um céu, um céu cheio de estrelas, eu acho que eu te vi].

Particularmente, eu nunca fiquei tão insegura com um capítulo... Sim, estou quase morrendo ;---; ~~ Desculpem a demora colossal, isso tem nome: TRB! Eu juro que me esforcei para finalizar o capítulo semana passada, mas esse show não me deixava raciocinar direito. E FOI DEFINITIVAMENTE O SHOW MAIS INCRÍVEL DA VIDA ATÉ HOJE *-* Nosso Yoonmin deu as caras por lá, e eu vi eles com esses olhos míopes <3 *chorando até hoje* E para ajudar estou com uma especie de sinusite maldita que está doendo muito :T ~~ Mas estou aqui a essa hora porque sou rebelde.
E UMA NOTICIA BOA, EU TENHO UM NOTEBOOK DECENTE AGORA *-* Já iniciei ele finalizando o capítulo e amanhã vou responder TODOS ESSES COMENTÁRIOS LINDOS QUE ME FIZERAM CHORAR (Sim, sou uma manteiga derretida), e agradeço pelos favoritos também, vocês são perfeitos e eu não poderia ser mais feliz com tanto apoio <3

Sobre o capítulo, eu estou realmente insegura (com medo até), eu fiquei uns dois dias pensando nele e em como faria e o resultado eu vou saber a partir do critério de vocês, certo? Então é isso! Ah sim, eu estou com um plot NamJin/Yoonmin e estou pensando em postar já que estamos chegando ao fim de Noctua ;----; ~~ Estou sofrendo desde já </3

Espero que tenham gostado e até o próximo <o/ (desculpem-me escrever tanto)


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