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História Nothing Like Us - Nasty scar


Escrita por: BelieberF1

Notas do Autor


HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY SEMIDEUSAS

Capítulo 6 - Nasty scar


Fanfic / Fanfiction Nothing Like Us - Nasty scar

“Eu comecei minha faxina. Tudo o que não serve mais (sentimentos, momentos, pessoas)eu coloquei dentro de uma caixa. E joguei fora.”- Caio Fernando Abreu.

 

Observei de soslaio a expressão de Castiel. Seu rosto expressava confusão e uma pontada de raiva. Ambas as expressões, a minha e a dele, iguais. Arqueei as sobrancelhas. A senhora em nossa frente fez o mesmo. Era muito parecida com a Sra. Lerman, a mulher da detenção, o mesmo rosto rechonchudo e o mesmo nariz. Um cardigã rosa cobria parte de seu vestido bege. Seus dedos tamborilavam impacientemente sobre uma pequena pasta preta que ela portava em uma das mãos. Troquei um rápido olhar com o ruivo. Ele franziu as sobrancelhas em minha direção. Pisquei rapidamente. A situação ainda não fazia sentido em minha mente. Franzi a sobrancelha, intrigada.

-Não façam essas caras- a mulher começou- Sei muito bem os motivos que o Sr. Smith alega ter para vandalizar a porta da detenção. Fui avisada quanto a você, Srta. Williams, achei que fosse apenas uma intriga de adolescentes, mas daí a vandalizar DEZ armários... 

-Ei, Ei!- a interrompi. A lata de tinta spray ainda prensada contra meus dedos- Não fiz nada disso! 

-Como se não soubessem!- ela rolou os olhos. Colocou as mãos na cintura e direcionou a nós dois uma expressão tão autoritária que deixaria tia Ash nos chinelos- Estou falando dos dez armários que foram pichados pelos dois.

-Ei !- a interrompi- Não fiz isso.

-Ah não? E o que uma lata de tinta spray esta fazendo em sua mão? Vai me dizer que ela simplesmente caiu do seu armário? Que é pura coincidência essas cores serem as mesmas que estão nos armários e na porta? E que suas mãos estão sujas de tinta por acaso?

Observei minha mão por um instante. A lata tingindo-a com a tinta que vazava dela.

-Isso! - exclamei- É exatamente isso!

- Ah, por favor! Essa não vai colar comigo, senhorita. Terei que pedir que me acompanhem até minha sala, vou designar a punição dos dois.

Bufei e virei-me para guardar a lata de tinta dentro do armário. Castiel jogou a dele lá dentro logo depois de mim, No fundo do armário avistei um pequeno pedaço de papel rosa. Peguei-o antes de fechar a porta. Quando me virei de volta Castiel e a mulher já estavam distantes. Apressei-me para acompanha-los. De soslaio observei Castiel.

-Por que não disse nada?- sussurrei para que só ele ouvisse.

-Não adiantaria- ele sussurrou de volta- Alias, quantas vezes acha que vou me foder por sua causa?

-Eu não tive culpa! Você estava lá. Viu o que aconteceu.

-Vi mesmo? A única coisa que vi foi duas latas de tinta caindo do seu armário.

-Ah, vai se foder! Não tenho que provar nada para você.

-Então não me envolva...

-Calem-se- a mulher elevou sua voz para que ambos, eu e Castiel, pudéssemos ouvir.

Fizemos silêncio imediatamente. Castiel revirou os olhos.

Desenterrei de meu bolso o pequeno papel rosado que achei a alguns minutos. Desdobrei-o sem que os dois, a mulher rechonchuda e Castiel, vissem. A mensagem em seu interior era tão pequena que tive de me esforçar para lê-la claramente.

“Eu avisei J”

E nada mais. O papel exalava um leve cheiro de um perfume enjoativo. Fora isso, nada mais. Amassei o papel e guardei no bolso. Algo que teria de resolver mais tarde.

-Aposto que EU consigo me livrar dessa- o ruivo sussurrou para mim.

Soltei um riso abafado. Olhei-o de soslaio como havia feito pouco tempo atrás. Fios de seu cabelo chamativo caindo sobre seu rosto. A certeza de que aqueles fios escondiam um sorrisinho de lado era plena.

-Aposto cinco que não.

Um sorriso desafiador quase que escapou de mim. Foi por pouco. Mesmo assim, o olhar desafiador de Castiel era um reflexo do meu. Se ele achava que poderia ganhar estava mais do que enganado.

Caminhamos por poucos minutos até alcançarmos uma porta com uma placa que indicava: “Diretoria- Lerman Stuart”. Sentamo-nos nas cadeiras que nos foram indicadas. A diretora sentou-se na cadeira atrás da enorme mesa. Mesa essa que ocupava grande parte da pequena sala, o sol da manhã invadia a sala pela enorme janela que ia de uma parede á outra. Uma pilha de papéis encontrava-se em cima da mesa. A mulher nos encarou por um instante.

-Claro que os senhores vão pagar uma detenção. Porém, não creio que só isso será suficiente para o tipo de vandalismo que os senhores fizeram. A questão é: Que punição? O senhor Smith já pagou todos os tipo de punições possíveis, portanto...

Ela parou por alguns instantes. Olhou para o nada atrás de nós. Seus olhos iluminaram-se por um instante. Ela voltou a nos encarar alternadamente.

-Acho que encontrei algo- ela deu um leve sorriso malicioso. Meu alarme para problemas soava cada vez mais alto- Estejam aqui ás 14hrs, após a última aula. Não pensem...

-Senhorita Lerman- Castiel começou. Um sorriso traiçoeiramente cafajeste brincava em seus lábios. Ele aproximou-se da mesa, apoiando os cotovelos nela e deixando sua cabeça descansar sobre suas mãos- Eu concordo totalmente com sua decisão. Acho que devemos pagar punição pelo que fizemos, foi absurdamente errado. Nem sei por que concordei com isso, acho que essa garota me jogou algum tipo de bruxaria- olhei para ele de olhos arregalados e sobrancelha erguida- Porém, apesar de concordar não sei se tenho condições para fazer isso. Meu avô faleceu no último final de semana. Eu era muito apegado a ele e...

-Senhor Smith, o seu avô faleceu a quatro meses e meio.

Castiel engoliu a seco em seu assento. Logo, tratou de se recompor.

-Creio que a senhora esteja enganada, meu avô por parte de pai morreu no último fim de semana.

-Tem certeza? Podemos ligar para seu responsável para confirmar essa informação?- Castiel empertigou-se, bufando logo em seguida. Voltou a encostar as costas em sua cadeira, cruzando os braços logo em seguida. Seu rosto demonstrava sua insatisfação- Achei que não- ela respondeu a própria pergunta- Estarei á espera dos senhores. Nem pense em fugir da punição, senhor Smith.

-Claro- ele bufou. Olhou-me de soslaio e eu sorri vitoriosa. Eu tinha ganho a aposta- Não perderia essa por nada.

 (...)

Bati na porta da diretora as 2hrs e 3min. Depois da última aula de história tudo o que queria era dormir por longas horas. O que seria impossível estando eu na situação de cumprir uma punição que nem ao menos tinha feito por onde para recebê-la. Escutei um “Entre” poucos instantes após socar a porta.

-Está atrasada- a diretora anunciou como se eu não tivesse consciência disso. Estava tão perto da porta que poderia ter colidido com ela se tivesse entrado com mais pressa. Castiel encontrava-se a sua esquerda- Sigam-me- ela disse. Tanto para mim, quanto para o ruivo.

Castiel revirou os olhos e pôs-se a seguir a mulher. Acompanhei-a de perto.

Quando saímos do prédio principal de Sweet Amoris e entramos no prédio da pré-escola percebi que algo pior do que imaginava estava prestes a acontecer. Troquei um breve olhar com Castiel, seu rosto apresentava uma grande interrogação. Pouco tempo depois paramos em frente a sala 24, como dizia a placa em sua porta. A diretora sorriu e nos encarou, vitoriosa. Parecia satisfeita com sua punição.

-O que isso significa?- Castiel perguntou quase que imediatamente.

-A professora do 2º ano acabou passando mal pela manhã e infelizmente não podemos substituí-la assim em cima da hora. Também não podemos deixar os alunos sozinhos. Por isso, os senhores vão cuidar dele.

-O QUE?- eu e Castiel gritamos em uníssono. A paz no rosto da mulher brilhou como nunca. Ela tinha nos atingido em cheio. Ela sabia que cuidar de uma sala cheia de crianças seria pior do que um soco no estômago. Pior do que qualquer tipo de punição.

-A senhora não pode fazer isso!- exclamei.

-Eu já fiz, senhorita- ela alargou o sorriso, deu meia volta e saiu. Deixando-me perplexa com a situação.

-Porra, garota. Ta vendo o que você fez?- Castiel berrou.

-Eu não fiz aquilo. Além do mais, não tenho culpa se você não é bom o suficiente para se livrar de uma simples punição.

-Não sou bom? Se quisesse realmente me livrar teria feito isso em menos de um minuto.

-Você não seria capaz, garoto. Aposto que não será capaz nem de cuidar descentemente das crianças que estão ai dentro. Elas vão acabar gravemente feridas no final do dia- apontei para a porta.

-Aposto que cuidaria melhor delas do que você.

-Então está feito, fico com as meninas e você com os meninos. Quando você perder quero vinte euros.

-Você esta me devendo muito mais que isso. Quando eu ganhar a sua divida comigo dobrara.

-Feito- concordei com a cabeça e puxei a maçaneta da porta.

As crianças estavam agitadas, porém, não foi muito complicado dividir a sala entre meninos e meninas. Elas estavam entre os 4 e 5 anos. Depois de ficar com a metade de trás da sala e com a maioria das crianças disse que elas podiam fazer qualquer coisa que tivessem vontade, contanto que não gritasse ou que envolvesse objetos cortantes e muito menos fogo. Em seguida, sentei-me na última cadeira da fileira. Descansei minha cabeça sobre a mesa em frente a cadeira. Escondi parte do rosto com os braços e pisquei-os vagarosamente. Demorando cada vez mais em cada piscada. Fechei os olhos por um instante. Um silêncio delicioso me invadiu. Silêncio do tipo que só acontece quando faço uma única coisa. Abri os olhos rapidamente. A sala estava definitivamente mais barulhenta do que antes de eu cochilar. Endireitei meu corpo. Meu cabelo flutuava em mechas por todas as direções. Metade dele estava disposto em várias mãos femininas, onde eram feitas tranças. A outra metade estava disposta em outras mãos femininas, várias mechas possuíam lápis presas a elas.  Algumas mechas estavam pintadas com algum tipo de tinta vermelha. Um desespero começou a aflorar de dentro de mim. As garotinhas soltaram risadinhas quando perceberam que eu havia acordado.

-MAS QUE CARALHO!- berrei.

Tirei meu cabelo da mão de cada uma delas tomando cuidado para não encostar na tinta vermelha. Atentei o olhar, pronta para procurar Castiel pela sala. Encontrei-o em sua metade da sala tentando impedir a briga de dois garotinhos. Sua metade da sala estava uma bagunça, assim como a minha. As garotinhas soltavam gritinhos agudos toda a vez que os meninos invadiam sua área, que era com uma certa frequência. Algumas estavam com o rosto e os braços todos sujos de tinta. Voltei meu olhar para Castiel novamente. Ele percebeu que eu havia acordado da minha soneca fatal. Encarou-me de sobrancelhas erguidas e olhos arregalados.

-Levanta daí porra, não esta vendo que esta acontecendo um pequeno apocalipse aqui? Vai tirar aquele menino de cima da mesa.

Levantei-me no mesmo momento. Deixei as meninas de lado e corri em direção a mesa que possuía um garotinho com acessório principal.

(...)

-Isso é tudo culpa sua- resmunguei. Passava as mãos compulsivamente pelo cabelo tentando desembolar os fios embaraçados. A tinta vermelha já estava seca em suma maioria. Teria que usar metade do shampoo de tia Ash para tirar aquilo por completo do cabelo. Enquanto fazia a patrulha de fios rebeldes encontrei um lápis sobrevivente preso a alguns deles.

-Eu não fiz nada. Aliás, eu fiz tudo enquanto você estava dormindo- ele apontou para meu rosto enquanto caminhávamos para a saída do prédio. Depois de cuidarmos dos pequenos monstrinhos por algumas horas fomos liberados. Quando acordei um desastre estava rolando, não foi muito diferente durante as horas seguintes. A sala ficou em um estado muito pior do que planejava. E com certeza seria um pouco trabalhoso arrumá-la novamente- Acho que ficou bem claro que ganhei a aposta- Castiel afirmou, convicto.

-Mas é claro que não, as garotas estavam muito melhor do que os meninos no final de tudo aquilo. Nenhuma delas saiu com partes sangrando- argumentei.

-Você não consegue aceitar que perdeu?- Ele perguntou. Suas sobrancelhas franzidas com a irritação crescente.  

-Você não consegue aceitar que ganhei?- rebati.

O ruivo estava a ponto de mais uma de suas explosões irritantes. Preparei-me mentalmente. Ele desviou o olhar por um segundo e paralisou totalmente. Seus olhos estavam presos a nossa frente. Antes que eu pudesse seguir o mesmo caminho que seu olhar uma voz feminina interrompeu o ato.

-Castiel? 


Notas Finais


OE OE OE?
Quase que não posto esse capítulo hoje. Mas tá ai. Obrigada por todos os favoritos e comentários, cada um de vocês é realmente importante para mim.
Obrigada.
Beijosss *3*
Até o próximo :3


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