História O Guarda-Mor do Imperador - A Confissão e a Decisão.

Sasuke conhecia todas as formas de entrar e sair do palácio sem ser visto por ninguém, carregou a Princesa no colo enquanto estavam montados no cavalo negro e a égua branca os acompanhava devagar, subiu com ela no colo pelas escadas da parte de trás do palácio, atravessou os corredores vazios com ela no colo, certamente todos estavam a aguardando na entrada, mas as roupas totalmente rasgadas dela e o corpo ainda frágil do que haviam feito não permitia que ele deixasse que ninguém a visse, seu único medo era que alguma dama de companhia estivesse dentro do quarto da Princesa a aguardando, por sorte estava vazio, ele caminhou com ela nos braços até a beirada da cama, olhou uma última vez para o rosto sonolento e delicado deitado em seu peito e largou-a devagar sentada na beirada, viu Sakura observá-lo enquanto se afastava, Sasuke saiu do quarto e entrou no enorme cômodo adjacente, voltando de lá com um vestido roxo claro nas mãos, o Uchiha ajoelhou-se a sua frente e começou a tirar o vestido rasgado de seu corpo com cuidado. 

— Ainda sente dor? — Ele perguntou quando passou o tecido pelos pés dela. 

— Um pouco. — A voz baixa da Princesa o destruiu. 

— Devia ter me mandado parar Sakura. 

Sakura segurou o rosto dele com as duas mãos. — Eu não queria parar. 

— Eu machuquei você. Eu fui bruto e violento, não deveríamos ter feito isso. 

— Você se arrepende? 

— De ferir você sim. — Sasuke passou o vestido limpo pela cabeça dela. 

Ela colou sua testa na dele, a voz baixa e cansada. — Eu gostei. Até mesmo quando você foi violento. 

 — Você vai gostar mais depois que se acostumar. 

— Foi muito diferente do que eu imaginei que seria. — Ela comentou. 

— Diferente como? 

— Bem, eu já vi, sem querer, dois homens nus uma vez, o seu é... bem maior, e minha dama de companhia havia me dito que duraria pouco tempo, mas... não foi pouco tempo, tão pouco eu sabia sobre essas... sensações, pensei que as mulheres não aproveitassem como os homens. Foi tudo muito diferente. — Sasuke pode ouvir o próprio ego inflando. 

Um sorrisinho ganhou espaço no rosto dele, ajudou-a a se deitar e cobriu o corpo da Princesa, permaneceu agachado ao lado da cama segurando uma das mãos dela e acariciando o rosto gentil que ela tinha em silêncio por vários minutos, até sua cabeça pender para o lado e ele escorá-la sobre as pernas da Haruno enquanto ela mexia nos cabelos negros devagar. Sasuke não conseguia tirar as últimas horas de sua cabeça, a briga com Gaara ainda estava fresca em sua mente, a imagem do corpo de Sakura sob o seu, era tão delicada e frágil que mesmo sem querer ele acabou a ferindo, demoraria certo tempo para esquecer a expressão de dor em seu rosto quando tentou se levantar para irem embora, e foi só nesse momento, depois de alguns minutos deitado sobre o corpo esguio que ele parou para observar o quão bruto havia sido. Havia marcas de sua boca desenhadas pelas partes internas das coxas, a mão grande dele havia deixado uma enorme vermelhidão na parte de trás dos joelhos, onde ele havia segurado as pernas por longos minutos, os seios e o pescoço também tinham várias marcas, mas o que mais parecia doer nela certamente era sua intimidade, com a qual ele não havia sido nem um pouco delicado tinha que admitir, sentia-se culpado por cada dor.

Culpado por feri-la, culpado por não ser honesto com Gaara, e por esconder seus sentimentos de si mesmo.

A mulher a sua frente era a perfeição encarnada, sentia-se mortalmente atraído por ela, fisicamente, emocionalmente, romanticamente, ainda assim se sentia sujo em esconder certa parte de sua vida da Princesa, um detalhe ao qual ele julgava importante, e sabia que aquela não era a hora para explicar a ela toda a situação de sua vida, mas não conseguia mais olhar para a Princesa e não dizer absolutamente nada sobre como estava se sentindo. 

— Sakura... — A voz de Sasuke soou baixa e confessional. — Eu estou apaixonado por você. 

— Eu sei. — Ela usou o mesmo tom de voz. — Eu também estou apaixonada por você Sasuke. Também sei que não é isso que está tentando me dizer... 

— Mas eu amo o Gaara. 

Ele pode ver o espanto nos olhos dela, a respiração ficou levemente mais agitada e Sasuke decidiu continuar. 

— Os meus sentimentos por você e isso que tá acontecendo entre nós, não quero ser cruel, mas quero deixar claro que só vai durar até você e ele se casarem ou até ele se apaixonar por você, o que acontecer primeiro. Eu conheço os meus limites e conheço os dele também, e sei que jamais teria coragem de feri-lo dessa forma. 

— E se ele nunca se apaixonar por mim? 

Sasuke sorriu. — Não tem como não se apaixonar por você Sakura. 

— Tudo bem. — Os olhos verdes dela estavam calmos mais uma vez. — Desde que eu possa ficar com você ao menos um pouco. 

O Uchiha levantou-se e beijou a testa dela, logo em seguida se afastando devagar da cama, tinha que descer e dizer a todos que a Princesa estava bem e segura em seu próprio quarto, e sabia que o palácio inteiro entraria em alvoroço quando isso acontecesse, mas o que mais o preocupava agora era Gaara, mais precisamente o que iria dizer para Gaara, enquanto pensava sobre isso ouviu a voz dela o chamado, já estava com a mão na maçaneta da porta para abri-la, mas parou ao ouvir a voz da mulher. 

— Então... Você e o Imperador realmente são amantes? 

Sasuke suspirou. — Hoje eu não irei responder essa pergunta. Não é o momento certo pra isso, dá próxima vez que me perguntar conversaremos sobre. 

Sakura abriu os olhos devagar, o sol entrava pelas janelas e banhava o lugar com sua luz amarela, ela mirou o teto e se aconchegou entre as cobertas, ainda sentia o corpo pulsar, sua intimidade estava inchada, as coxas doloridas, se fechasse os olhos ainda conseguia sentir o braço forte dele apertando suas costelas e tinha certeza de que haviam várias marcas da boca dele espalhadas por seu corpo inteiro, mas certamente havia valido a pena, ela também conseguia lembrar vividamente do prazer enorme que sentiu nas mãos do Guarda-mor dentro daquela caverna. Virou o rosto para o lado e o corpo petrificou, uma poltrona havia sido colocada logo a seu lado e sentado nela de braços cruzados estava o Imperador, as roupas vermelhas de costume, mas mais simples que o normal, sem tantos adereços, os cabelos bagunçados, os olhos fechados enquanto dormia levemente, a luz do sol banhava-o de uma forma tão linda que Sakura quis pintá-lo naquela posição para nunca mais perder aquela lembrança, as cortinas brancas leves do dossel da cama dela pareciam emoldurar a imagem dele, Gaara estava em um sono tão leve que quando a Princesa se moveu entre as cobertas os olhos verdes do monarca se abriram, aproximou-se devagar e sentou-se na cama ao lado dela, o olhar não era capaz de esconder a preocupação. 

— Como você está Princesa? — Ele perguntou baixo, a voz mais rouca do que o normal, talvez por ser a primeira vez a usá-la depois de horas. 

— Me sinto bem. 

— Sasuke disse que encontrou-a chorando e logo desabou de cansaço. — Era bom ter aquela informação, ela apenas concordou com a cabeça. — Não gostaríamos que tivesse presenciado aquela discussão. 

— Me sinto culpada por todos os mortos. — Sakura sentou-se na cama e viu o Imperador suspirar. 

— Não deve se sentir assim. Você é uma Princesa majestosa, trata e cuida de seu povo, acolhe e preocupa-se com eles, mas nem tudo está em nossas mãos, há coisas que infelizmente não podemos prever ou impedir. 

— Se não fossemos nos casar e formar essa aliança talvez as pessoas do vilarejo ainda estivessem vivas. 

— Então sou tão culpado quanto você, afinal eu faço parte desse noivado. 

— E-eu não estou o culpando Imperador, eu... — Não foi aquilo que ela quis dizer, culpar o Imperador pelo que havia acontecido era a última coisa que queria fazer, mas quando ele sorriu bondoso ela se calou. 

— Eu sei que não foi isso que quis dizer Sakura. Sei que é difícil aceitar o que aconteceu naquele vilarejo, mas você está se esquecendo que o nosso noivado também trouxe paz e prosperidade para nosso povo. Haviam muitas vilas afastadas que estavam desamparadas e com essa aliança estão conseguindo se reerguer, vilas que ficavam próximas umas das outras, mas não podiam trocar mercadorias ou serviços agora não passam mais fome e começaram a prosperar, quando nos casarmos conseguiremos melhorar a vida de muitas pessoas. É nisso que você tem que se focar agora, no bem que está fazendo ao povo. 

— Como podemos ignorar o que aconteceu?

— Não vou ignorar Sakura, não mesmo, mas deixe que isso eu resolvo, tudo bem? 

Sakura sorriu e concordou com a cabeça, ainda pensando no que o homem ruivo havia acabado de lhe falar, um sorriso pequeno nasceu ao olhar para o futuro marido sentado ao seu lado, ela sabia que ele conseguia ser perverso e impiedoso com os inimigos, firme e obstinado com os aliados, mas com ela Gaara sempre era gentil, sempre tentava deixá-la confortável e tentava ser agradável. 

— Você é um excelente Imperador. 

— E você será minha excelente Imperatriz, por isso não pode mais sair por aí sozinha e me deixar preocupado. Quebrou a promessa que havia me feito. 

— Eu precisava ficar sozinha. 

— E eu preciso de você viva. Preciso de você ao meu lado todas as manhãs sorrindo e me contanto suas aventuras. Eu realmente preciso de você Sakura. 

O coração de Sakura acelerou com aquelas palavras, o Imperador precisava dela, o mesmo Imperador que com dezessete anos arquitetou um plano infalível e cercou os inimigos e em poucas semanas acabou com uma guerra que já durava quatro anos, indo para o campo de guerra com seus cavaleiros e voltou sem derramar uma única gota de seu sangue, seria cômico se ela não sentisse ao olhar para ele que era uma verdade. Gaara era realmente bom com as palavras, sua postura impecável, a voz firme e suave ao mesmo tempo e os olhos soberanos a fariam acreditar e confiar em tudo que ele dissesse naquele momento, mas ela sentia que era verdade. Gaara sorriu e segurou a mão dela com delicadeza, o anel de rubi vermelho no indicador cintilou enquanto ele acariciava a mão dela, o assunto estava encerrado ali, não havia mais necessidade de falar sobre aquilo, pelo menos não naquele momento, viu o ruivo levantar sua mão e beijá-la docemente, ao contrário de Sasuke que se esforçava bastante, ele era naturalmente cavalheiro e cortês. 

— Como está se sentindo afinal? 

— Ainda um pouco cansada. — Não poderia dizer "dolorida" pois ele iria perguntar do que, e se Sasuke não havia falado nela, ela também não falaria. 

— Imaginei que estaria, por isso mandei que trouxessem nosso café para o seu quarto hoje, o que acha? 

— Não há necessidade Majestade. 

— A não ser que não queira minha companhia. 

— Não. — Ela saltou segurando a mão dele mais firme. — Seria um prazer. 

Gaara sorriu, assoviou e logo os serviçais começaram a entrar com os carrinhos cheios, Gaara levantou-se animado e serviu a ela o que estava acostumado a vê-la comendo durante a manhã, e Sakura não pode não sorrir ao perceber que até mesmo detalhes como esse o Imperador havia guardado, ele se aproximou novamente largando uma bandeja sobre as pernas dela, serviu o chá que ela gostava e colocou dois cubos de açúcar, exatamente como ele a observava fazer todos os dias. 

— Não acredito que você reparou nisso. — Sakura estava com o rosto vermelho agora, e não era graças ao liquido quente na xícara em suas mãos. 

Gaara sorriu. — Como não notaria? Você ao menos faz ideia do quão linda fica quando está animada? 

— Animada? — Ela podia sentir o rosto esquentando. 

— Você fica muito animada quando está comendo Princesa, é muito fofo assistir. 

Por sorte Sakura já tinha soltado a xícara na bandeja, graças a isso ela pode levar as duas mãos até o rosto e escondê-lo, ouviu uma risadinha baixa do ruivo e logo a voz continuou. 

— Exatamente assim. Muito linda. 

— Por favor Imperador, não brinque assim comigo. 

Sakura tentava acalmar o coração loucamente acelerado agora, mas infelizmente não conseguiu, ao tirar as mãos do rosto a imagem à sua frente apenas fez ele palpitar ainda mais, Gaara estava com um sorriso sereno no rosto, encantador, sentado na borda da cama, os primeiros botões da camisa vermelha aberta e os cabelos bagunçados de sempre, a xícara branca na mão em que ele usava o anel e a outra apoiada na cama deixando ele em uma postura relaxada, banhado por aquela luz amarelada do sol, talvez a voz tenha saído mais sedutora do que ele próprio tenha desejado. 

— Não estou brincando Sakura, fico fascinado ao olhar para você. 

O som da porta se abrindo impediu ela de respondê-lo, não que ela tivesse uma resposta para aquilo, muito antes do que geralmente chegava Sasuke entrou pela porta, os olhos negros procuraram imediatamente por ela, Sakura sentiu seu rosto ferver novamente, será que teria paz naquele dia? Era constrangedor encontrá-lo logo cedo depois da noite passada, o Uchiha apressou o passo e esqueceu totalmente das formalidades, ele agachou-se na beira da cama e levou a mão até o rosto vermelho da Princesa, Gaara permaneceu sentado ao lado dela olhando os dois a sua frente em silêncio. 

— Como se sente Princesa Sakura? 

— Muito melhor, me desculpe por preocupá-lo. 

O Uchiha acariciou o rosto da monarca e permaneceu em silêncio olhando para ela, tão delicada e frágil, se culpou a noite inteira de tê-la deixado dolorida, mas o pior de tudo é que não conseguia se arrepender. Gaara levou a xícara branca até a boca devagar, bebeu o café quente sem tirar os olhos dos dois a sua frente, os olhos verdes brilhavam tanto quanto a pedra vermelha quando ele levou a xícara a boca uma segunda vez, olhos estes que astutos calculavam a situação. Sasuke virou o rosto para o Imperador e falou com naturalidade. 

— Por que não tira o dia para ficar com sua noiva? Eu posso ir até o conselho e manter a ordem por lá. 

Gaara soltou a xícara novamente. — É uma ideia maravilhosa, mas não há necessidade de você ir, já deixei tudo organizado ontem à noite. — Virou os lindos olhos verdes para a mulher na cama. — Se a Princesa permitir, passarei o dia a seu lado, como um bom futuro marido. 

— Eu adoraria. — Sakura ficava linda quando parecia constrangida. 

Gaara virou os olhos para o Uchiha agachado ao lado da cama. — Por favor Sasuke, fique conosco. 

Sasuke tirou a mão do rosto da Princesa, pareceu só agora perceber o contato ousado com a monarca, voltou o olhar em direção ao Imperador sentado na cama e não se deixou enganar pelo sorriso educado no rosto do ruivo, conhecia aquele sorriso muito bem, era um sorriso automático que ele dava quando estava em público enquanto sua mente processava algo, ele só não sabia o que, não pretendia esconder do Imperador o que havia acontecido entre ele e a Princesa, mas também não tinha pressa em contar, até porque conhecia Gaara o suficiente para saber que ele não se importava com aquele tipo de coisa, o ruivo tinha outros conceitos, outros modos de ver o mundo e certamente outras preocupações, dificilmente se importaria com a castidade de sua futura esposa, e certamente não se importava com quem o Uchiha levava para a cama. 

— Se não for ousadia da minha parte, Majestades. 

Gaara colocou a mão no ombro do Uchiha e pressionou-o, fazendo o homem sentar no chão próximo a cama. 

— Não precisa mais ser formal na frente da Sakura também. — Gaara falou e entregou uma xícara de café quente e forte para ele. — Acho que todos aqui passaremos por semanas difíceis graças as notícias do Sul, então o mínimo que podemos fazer é apoiar um ao outro. 

— Eu não quero entrar no mérito, mas você sabe bem como pode resolver o assunto do Sul. — Sasuke bebeu o café e viu Gaara se virar para Sakura. 

— Acredita nisso? Ele quer ir sozinho, como se eu fosse deixar ele se matar assim. 

— Gaara está certo Sasuke, é muito arriscado. 

— Ah ótimo, se juntaram contra mim. — Ele terminou o café e largou a xícara no chão emburrado. 

O resto do dia foi calmo, pouco falaram sobre o acontecido no vilarejo do Sul depois daquilo, usaram o tempo com conversar descontraídas e animadas, risadas bobas e piadas que só os dois homens pareciam entender. Apesar dos olhares que a deixavam constrangida e vermelha, Sakura sentia-se muito confortável na presença dos dois, Sasuke e Gaara evidentemente tinham muita intimidade, o que fez aquela pergunta voltar a mente da Princesa algumas vezes durante a tarde, o dia com os dois juntos e mais ninguém fez Sakura reparar ainda mais na singularidade de cada um deles, agora que já conhecia os dois separadamente vê-los juntos se tornava incrivelmente cativante.  

Gaara era um homem muito culto e de boa educação, usufruía de piadas inteligentes e um vocabulário rebuscado, parecia sempre estar seduzindo alguém, mas não demorou muito até Sakura perceber que esta era a forma como ele falava e se movia naturalmente, suave e galante, mas causando uma impressão impactante e firme ao mesmo tempo, certamente era um homem que sabia se impor se necessário, caso contrário mantinha uma aura leve ao seu redor, um sorriso educado no rosto e gestos atraentes, a forma como ele passava os dedos nos cabelos vermelhos de poucos em poucos minutos sem perceber era admirável, o sorriso largo e bonito que Sasuke arrancava dele vez ou outra fazia o ventre de Sakura formigar, e os lindíssimos olhos verde jade eram uma obra prima, a conclusão que a Princesa chegou é que ele era um homem incrivelmente arrebatador e sublime. 

Sasuke era quase seu total oposto, claramente não tinha uma boa educação e pouco fazia questão de ter, preferia gastar seu tempo com coisas mais físicas, Sakura pode imaginá-los perfeitamente quando crianças, Gaara lendo um livro e ele fazendo algum exercício exagerado para a idade, mas o Uchiha era obviamente muito inteligente e perspicaz, apesar da fala grosseira e direta, nas poucas vezes que abria a boca sempre era algo interessante de ouvir, era um homem muito sombrio, quase sinistro, e isso apenas fazia dele ainda mais atraente, despertava uma curiosidade quase palpável para conhecer mais aspectos de sua personalidade, em pouco tempo o conhecendo Sakura já entendia perfeitamente o motivo de todos o temerem, não havia nada de suave ou calmo nele, era constantemente agressivo e bruto, impondo respeito com apenas um olhar atravessado a qualquer um, mas Sakura já sabia que por trás daquela fachada séria e arisca ele conseguia ser um homem muito dócil quando queria, carinho e atencioso até, sempre que falava algo que fazia o Imperador sorrir ele retribuía com um riso nasalado muito honesto, e por ter noção de sua brutalidade e força sempre usava de movimentos mansos quando chegava perto da Princesa, a forma como ele forçava o maxilar marcado enquanto estava escutando algo que Gaara falava com atenção e os olhos negros cintilavam como se estivessem sugando a alma de Sakura a fazia arfar mesmo de longe, ainda mais por já ter visto com intensidade a profundidade que aqueles olhos conseguiam alcançar enquanto ele lambia sua pele sem desfocar dela, conclusão; era um homem incrivelmente arrebatador e sublime. 

Sakura sorriu calada enquanto observava os dois conversarem a sua frente e pensava sobre isso, o Uchiha sentado no chão com os cotovelos sobre os joelhos e segurando os punhos prestava atenção no Imperador sentado na borda da cama com o tornozelo sobre um dos joelhos enquanto falava e gesticulava alguma coisa que ela honestamente não saberia dizer o que era, eles eram desiguais em inúmeros aspectos, contrários um ao outro, Gaara era planejamento, Sasuke ação, Gaara sofisticado, Sasuke rústico, Gaara exultante, Sasuke soturno, como dois lados de uma mesma moeda que se equilibravam perfeitamente, uma balança que se alinha com dois pesos distintos mas de igual valor. Eles se completavam totalmente. 

Havia apenas uma coisa que faltava em ambos e que Sakura não se atentou que era o que sobrava nela própria: delicadeza e doçura. 

Pouco depois da noite cair os dois saíram do quarto alegando que a deixariam relaxar, afinal ela havia falado e rido muito, mas não havia dormido ou descansar, pouco mais de uma hora depois de estar sozinha, enquanto os pensamentos ainda borbulhavam em sua mente ela ouviu a porta do quarto se fechando, sua dama de companhia já havia se retirado e ela se perguntou quem seria por um momento enquanto virava o corpo para cima na cama, mas não ficou surpresa quando viu o homem de preto caminhar calmo em sua direção, Sasuke sentou-se na cama ao lado dela e se debruçou sobre a mulher, segurou seu rosto e beijou seus lábios de forma carinhosa várias vezes. 

— Vou te deixar descansar, mas queria garantir que está realmente bem, já que não pôde falar o real motivo da sua indisposição a ninguém. 

Sakura sorriu. — Eu estou mesmo bem. 

— Ainda me sinto culpado de alguma forma. 

— Por favor não sinta, foi... — O rosto dela corou violentamente e não conseguiu manter os olhos nele ao terminar a frase. — Muito bom. 

Sasuke engoliu em seco enquanto olhava a mulher deitada na cama, o corpo delicado e frágil dela, tímida enquanto lembrava da noite anterior, o Uchiha levou a mão até a Princesa e desceu a alça da camisola branca e delicada que ela usava, ao fazer isso revelou as marcas roxas e avermelhadas na pele delicada de seu colo, ombros e seios, marcas feitas pela boca dele, sentiu-se excitado apenas com a lembrança de como as havia feito e teve que se controlar para não deixar algumas novas. 

— Você gosta assim? — Ela perguntou ainda vermelha, mas agora olhando para ele. 

— Assim? — O Uchiha sabia ao que ela se referia, mas queria ver se ela teria coragem o suficiente para verbalizar. 

— Mais violento... — A voz dela soou extremamente baixa. 

Sasuke sorriu satisfeito. — Um pouco de dor intensifica o prazer. 

Ele se aproximou mais dela, beijando a pele de seu pescoço docilmente enquanto ouvia a mulher suspirar com o toque, e então sussurrou provocantemente ao pé de seu ouvido. 

— Posso ser delicado da próxima vez, se você quiser. 

— N-não. — Os olhos verdes cintilaram em meio a pele vermelha do rosto. — Eu realmente gostei. 

As próximas semanas passaram devagar, nos primeiros dias Sakura ainda estava totalmente constrangida e acanhada, não que agora não estivesse constantemente tímida, mas aos poucos ia se soltando lentamente, aprendendo as formas mais indecentes e depravadas de dar e ter prazer ao lado do Uchiha. A biblioteca do palácio estava vazia, duas ou três pessoas geralmente faziam uso de todos aqueles livros disponíveis, mas quando a Princesa estava sentada em uma das mesas e o Guarda-mor perambulando pelos corredores ao redor mesmo estes poucos abandonavam o lugar, e graças a isso agora a delicada Princesa estava com as duas mãos apoiadas na enorme estante cheia de livros que balançava com força, o corpo totalmente curvado para a frente e as pernas tremulas, mordia o próprio lábio inferior tentando conter os gemidos de prazer que vez ou outra escapavam por eles, as mãos do Uchiha seguravam seu quadril com força e o puxava toda vez que metia nela, o volume grande do vestido acumulado na cintura fina da Princesa e a bunda totalmente exposta era uma visão que ele adorava, ver seu membro invadindo-a enquanto o liquido melado corria pelas coxas lisas da Princesa e sentia ela engolindo-o era delirante, Sasuke tirou uma das mãos do quadril largo e segurou os cabelos cor de rosa e compridos, ele espalmou a mão grande sobre as costas dela e empurrou um pouco mais para baixo, puxando os cabelos com certa força e forçando a mulher a empinar ainda mais a coluna e dar-lhe mais espaço entre as pernas, jogou a cabeça para trás quando sentiu-a ainda mais fundo, o suor correu pelo pescoço grosso dele e sumiu quando tocou a malha de couro escura que ele usava, ela era tão apertada e macia, a voz doce de Sakura soou como o próprio pecado dizendo que não aguentaria muito mais do que aquilo, e antes que ela perdesse as forças nas pernas ele cravou o corpo da Princesa em seu membro, esvaziando-se dentro dela enquanto não era capaz de segurar o gemido rouco e forte... 

Naquele dia o palácio estava em caos, os serviçais e os cavaleiros corriam de um lado para o outro apressados, o Imperador havia convocado uma reunião com os membros mais importantes do Império com urgência e sem qualquer aviso prévio, todos pareciam realmente ocupados naquela manhã em especial, Sasuke inclusive teve que se ausentar de sua escolta a Princesa e ir pessoalmente organizar a guarda imperial para que tudo ocorresse com segurança naquela tarde, Sakura caminhou lentamente pelo corredor longo e via as pessoas ansiosas se deslocando de um lado para o outro, ela finalmente chegou ao jardim interno do palácio, um lugar deslumbrante coberto de flores coloridas e com uma linda e enorme fonte com uma escultura no centro, próximo a fonte ela viu a delicada mesa posta com dois lugares e o Imperador sentado em uma das cadeiras a aguardando, ele levantou-se quando a viu se aproximar e beijou sua mão delicadamente. 

— Desculpe por não comparecer durante o desjejum hoje. — Ele falou sentando-se mais uma vez. 

— Não há com o que se preocupar, percebo que está ocupado. 

Gaara sorriu, parecia muito cansado e preocupado, até mesmo ansioso, levou a xícara até a boca e observou-a em silêncio por alguns minutos, começando com um assunto aleatório, mas que fez a espinha de Sakura gelar. 

— Vejo que trocou seu chá. 

— D-desculpe? — Ela se fez de desentendida. 

— Geralmente tomava chá de maçã ou morango, mas vejo que trocou, do que é este? Tem um aroma bem forte. 

— É prímula, alcaçuz e canela.  

— Parece amargo. Pensei que gostava de coisas doces. 

— Pois é... acho que enjoei dos antigos. 

Ela realmente não gostava do gosto daquele chá, mas devido a suas novas atividades com Sasuke precisava toma-lo todos os dias para evitar “surpresas”, como poderia dizer isso a seu futuro marido? Não poderia, riu sem graça e rezou para ele trocar de assunto, por sorte o Imperador também não estava com paciência para conversa fiada naquele dia, parecia incomodado com algo e a forma com que ele mordiscava agora o dedo indicador denunciava isso.

— Você está diferente Sakura, ainda não sei em que, mas diferente.

Ela riu sem graça. — Tem algo que queira me falar Imperador? Parece ansioso. 

Os olhos verdes dele se voltaram para a Princesa, ele sorriu aliviado e suspirou, era realmente uma mulher atenciosa, Gaara jogou o guardanapo branco sobre a mesa e levantou-se, aproximou-se dela e se ajoelhou na frente da mulher, segurando as mãos dela em meio ao vestido claro e delicado e levando a outra até o rosto curioso, o anel de rubi contrastava com os olhos de esmeralda dela lindamente, ainda mais agora que estavam arregalados e surpresos. 

— Não quero assustá-la Sakura, por isso achei que o melhor seria prepará-la para o que vai acontecer hoje. 

— Do que está falando Gaara? — Sakura sentiu a mão dele deslizar por seu pescoço, o ruivo parecia realmente inquieto naquele dia e isso realmente a estava assustando. 

— Farei um anuncio em uma hora, e acredite, haverá muita discussão e dias difíceis pela frente depois disso, então proponho que façamos uma promessa aqui e agora, eu lhe prometo uma coisa e você terá que me prometer outra, e desta vez terá que cumpri-la. 

Sakura não foi capaz de responder, os olhos verdes dele preocupados daquela forma a deixavam inquieta, apenas aguardou pelas próximas palavras do futuro marido, e estas ao contrário de acalma-la deixaram-na ainda mais angustiada. 

— Tomei uma decisão, uma decisão da qual já deveria ter tomado há algum tempo, mas por medo a procrastinei até onde foi possível, mas agora não vejo outra solução que não está. 

— Gaara, está me assustando. 

— Por favor não se assuste. Quero apenas que preste atenção no que vou lhe dizer e que não se esqueça de minhas palavras. 

Sakura aproximou ainda mais o rosto do dele, o lindo homem que comandava todo aquele Império sorriu verdadeiramente pela primeira vez naquele dia, a voz não saiu angustiada ou nervosa, saiu baixa e serena como uma confissão. 

— Você se tornou alguém a quem estimo muito, muito mais do que pensei que estimaria, me encantou desde o primeiro momento em que coloquei os olhos em você, e toda vez que a vejo triste ou preocupada parte meu coração, e este foi um grande motivo pelo qual tomei enfim esta decisão, foi por meu povo e meu império sim, mas por você também, por não querer que nada mais a ameace. Eu estou ansioso para me apaixonar por você, estou ansioso para me casar com você e dividir minha vida com você, mas tenho que fazer uma coisa antes. 

— Eu não estou entendendo... — Ele não deixou-a terminar a frase. 

— Esta é a minha promessa: eu prometo que vou dar tudo de mim para acabar de vez com essa situação, mas você tem que me prometer algo em troca ou não ficarei tranquilo uma noite sequer. 

— Eu prometo o que quiser Gaara, é só me dizer o que deseja. 

Gaara não foi capaz de impedir que os olhos verdes se enchessem de aflição. — Sasuke, ele é um exército todo em um só homem, mais forte e destemido do que qualquer um aqui, mas seu coração é muito frágil Sakura, muito mais que o meu ou o seu, e tenho medo de que se um coração tão frágil quanto o dele se quebrar ele acabe se destruindo, por isso preciso que prometa que se o coração dele se quebrar você não deixará que ele se destrua por completo. Confesso que tinha medo de tomar a decisão que tomei por causa dele, mas depois de vê-los juntos quando você adoeceu, ver o quanto vocês se aproximaram e ele a estima, tive certeza de que você seria capaz de cuidar dele na minha ausência, por isso eu lhe peço... Prometa que vai cuidar do Sasuke por mim. 

Aquele pedido, a angustia implícita, o medo, o desespero tanto nos olhos quanto na voz do Imperador, o coração de Sakura palpitou, ela sentiu o pavor correr por suas veias se aproximando como mau agouro, antes que pudesse respondê-lo ou questioná-lo o homem com a armadura prateada se aproximou por trás. 

— Imperador, estão todos o aguardando. 

Gaara levou rápido a mãos aos olhos, alisou o rosto e se desfez da expressão atordoada, quando ele se levantou e lá estava a postura impecável novamente. 

— Estamos indo. 

O Imperador e a Princesa caminharam em silêncio pelos corredores, quando as portas do salão principal se abriram todos se viraram para observá-los entrar, Gaara acompanhou a futura esposa pelo longo corredor e subiu os degraus ainda segurando a mão delicada, Sakura ficou parada ao lado do trono do Imperador enquanto ele se sentava neste, o lugar estava relativamente lotado, os maiores aliados de Gaara estavam ali, vários duques e reis se faziam presente, assim como grande parte dos cavaleiros imperiais, pela primeira vez Sakura viu os dois irmãos Uchiha juntos, ela já tinha visto o mais velho andando pelos corredores do palácio de longe, mas agora parados um ao lado do outro em frente a guarda imperial ela pode perceber a grande semelhança dos irmãos, apesar do mais velho ter longos cabelos lisos, as roupas negras, o rosto e os estonteantes olhos negros os tornava muito parecidos. Gaara chamou a atenção de todos quando depois de alguns minutos em uma postura rígida e um olhar distante se pronunciou. 

— Lamento ter chamado todos aqui de repente, sei que muitos enfrentaram uma longa viagem na última semana para estarem presentes, e lhes garanto que poderão descansar em breve, não pretendo prolongar esta reunião, tenho apenas um comunicado a fazer. 

Os nobres se entre olharam, um deles questionou. — Deve ser algo realmente importante Majestade. 

— Temo que seja. Acredito que todos aqui estejam cientes dos problemas com o Rei Darui, ele possui um território pequeno comparado a maioria de vocês, mas como todos sabemos seu exército não pode ser subestimado. Acontece que Darui se tornou, além de um incomodo, uma ameaça para o Reino do Sul e a Princesa Sakura, a futura Imperatriz deste Império. Há quase dois meses atrás ele invadiu um vilarejo próximo ao Reino do Sul e matou cerca de quarenta pessoas, há duas semanas invadiu um segundo vilarejo, desta vez não houve tantas mortes, mas usou do medo para controlar e ameaçar os moradores, neste momento seu paradeiro é desconhecido, visto que ele provavelmente está se preparando para um novo ataque em alguns dias. Darui tem invadido vilarejos dentro do meu território e subjugando meu povo através do medo, por isso... 

Gaara se pôs em pé, o peito estufado e o ar digno e decidido. 

— Por estes motivos eu, o Imperador Sabaku no Gaara, declaro Darui um inimigo do Império, qualquer um que o apoiar, negociar ou o auxiliar será tratado como um traidor do Império também.  

O burburinho nas vozes dos nobres soou como uma onda, mas antes que qualquer pessoa pudesse se pronunciar o Imperador continuou. 

— Todos aqueles considerados inimigos serão punidos com eliminação imediata. Não pretendo deixar que a afronta dele tome força e não admitirei que siga colocando meu povo contra mim. Amanhã eu mesmo partirei em direção à onde as tropas dele foram vistas pela última vez, comigo irão apenas trezentos de meus cavaleiros e o general que comandará estas tropas desta comitiva será Uchiha Itachi. 

O silêncio caiu como um peso no salão inteiro, todos esperavam ouvir o nome do irmão mais novo, afinal ele era o Guarda-Mor do corpo do Imperador, os olhos recaíram sobre Sasuke agora, esperando ansiosos para ver a reação do homem, e ele não decepcionou, o olhar confuso no rosto sempre tão sério, olhou para o irmão parado a seu lado por um segundo, o rosto calmo e nem um pouco surpreso dizia a ele que Itachi já estava ciente da escolha de Gaara, ele não se importou com a presença dos nobres, muito menos em obedecer às regras de etiqueta da sociedade quando deu um passo à frente e questionou o Imperador. 

— E eu? 

Gaara demorou alguns segundos para responder. — Você permanecerá no palácio e manterá a escolta a Princesa Sakura até o retorno das tropas. 

— Você tá louco?? — O grito na voz do Uchiha assustou as mulheres. — Ir atrás de Darui só com trezentos homens em sem mim? Quer se matar? 

— Sasuke...  

Gaara tentaria argumentar educadamente como geralmente fazia, mas os passos firmes do Uchiha subindo os degraus com aquele olhar ameaçador o forçaram a ficar em silêncio o encarando com firmeza, Sasuke tirou debaixo do manto negro uma das adagas prateadas, apontou na direção do Imperador e encostou a ponta da lâmina embaixo de seu queixo, o pomo de adão do Imperador subiu e desceu com a lâmina gelada sobre a pele, os olhos negros ardiam em fúria enquanto encarava o monarca imóvel o encarando com coragem. 

— É isso que você quer? Morrer? Posso facilitar as coisas agora mesmo.  

O Uchiha esperou uma resposta, mas não recebeu, Gaara continuava com os olhos verdes jade cravados nele, Sasuke era muito conhecido em todo o império pelos olhos assustadores e o ar arrepiante, mas naquele momento ninguém conseguiu desviar a atenção do Imperador, os cabelos vermelhos e os olhos verdes se contrastavam, a aura de soberania ao redor dele não permitia que ninguém movesse um músculo sequer, os dois se encaravam fixamente, e se os olhos de Sasuke tinham o poder se sugar selvagemente tudo para aquela escuridão, naquele dia eles viram o poder dos olhos que Gaara tinha, olhos verdes como água pura e cristalina, aparentemente mansa, mas agora podiam ver que era na verdade aquela perigosa que te seduz e quando você percebe já não consegue mais submergir, aquela que te afoga sem piedade, aquele era um olhar perigoso, e a voz do Imperador, apesar de calma, soou atroz. 

— Joga essa adaga fora. — Sasuke permaneceu com a lâmina tocando a pele de seu pescoço e então a voz do Imperador soou quase em um grito. — Eu estou mandando! 

Sasuke girou o corpo e atirou a adaga com tanta força e fúria que a lâmina de prata atravessou todo o longo salão e ficou cravada na porta de madeira maciça, voltou os olhos negros selvagens para o Imperador, furioso, mas Gaara não se intimidou com o olhar, com a voz alta e imponente ele falou pela última vez. 

— Você fica, isso é uma ordem! 

Sasuke literalmente rosnou, tentando inutilmente conter a ira que crescia dentro de si, virou-se rápido e deu as costas ao Imperador, ele cruzou o salão cheio de pessoas congeladas de medo e abriu as portas com tanta força que ambas se bateram contra as paredes de pedra, o homem de preto sumiu da vista de todos, mas deixou para trás aquela aura desconfortável e amedrontadora.