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História Omega - Incógnitas


Escrita por: vanaheim

Notas do Autor


E ai?

Capítulo 19 - Incógnitas


Stiles permaneceu deitado no sofá por um tempo. Ele não saberia dizer por quantos minutos – caso alguém perguntasse – ficara ali desde que seu pai saiu porta afora.

A indisposição pensava-lhe. Cobria seu corpo feito um manto, pressionando-o contra o assento.

Ele mantinha os olhos fechados. Os dedos cruzados rente ao peito se remexiam a todo momento. Era a sua falha na tentativa de “meditar”. Pensava em tudo e nada ao mesmo tempo. Mas acima de tudo ponderava se contatava ou a não a sua mãe. Queria respostas sobre ele mesmo, mas nem ao menos sabia se ela às possuía; nunca mencionou nada nas cartas.

O rapaz ignorou – pelo que pareceu ser a nona vez – a campainha que tocava incessante. Ele não queria ver a cara de ninguém naquele momento. Muito embora tivesse um plano de sair para entregar o Bruce aos donos.

Manteve-se deitado firmemente. Até que o som passou a irrita-lo de verdade. Lembrando-o do seu dever e promessa.

Stiles se sentou aos resmungos. Lançando ao corredor que levá-lo-ia a porta de entrada um olhar irritadiço. Foi nesse momento que percebeu; que lá fora já começava a dar indícios que logo anoiteceria. Mais uma vez se perdeu em divagações excessivas.

Se seu pai chegasse naquele instante, e encontrasse Bruce ali, o mataria.

Enquanto seguia em direção à porta – ao som repetitivo da campainha – se perguntou se o lobo ainda estaria dormindo. Não o vira ou escutou nenhum ruído seu pela casa durante toda a tarde. O que era bastante suspeito.

O som da campainha logo foi substituído por batidas descuidadas. Essas que faziam a porta tremer. O que irritou o Stilinski.

“Chega. Isso não vai funcionar.

Stiles ouviu a voz conhecido e estranhou. Travando à alguns metros da entrada.

“ele está ai.” insistiu uma outra, que ele não reconheceu. “Que se foda”

“Laura não… “ advertiu uma terceira. Um tom mais alto.

Por puro reflexo Stiles recuou, se jogando para o lado. Foi nesse exato momento em que a porta foi arrombada. Se chocando contra a parede, estremecendo debilmente, fazendo os porta-retratos balançarem na parede.

— Mas que porra é…

O castanho grunhiu, sentindo seu braço reclamar sobre o peso do corpo. De relance ele viu uma mulher abaixar a perna e adentrar sua casa.

Stiles observando-a. Notando o homem que acompanhava. O loiro sustentava um olhar reprovador.

A dona da voz que ele reconheceu entrou logo em seguida. Sorrindo fraco, como se pedisse desculpas.

— Malia. Quem são esses? — ele perguntou.

— Stiles… desculpe.

— Viemos pelo lobo. — A mulher que arrombou a porta, Laura, a interrompeu com um rosnado. — Onde ele está? Diga!

Ela exigiu. Encarava o, suposto, raptor com uma fúria contida. Os olhos brilhavam como em vermelho.

Stiles suspirou irritado, se levantando. Encarando do trinco quebrado para os invasores.

— Lobo? — Ele indagou. — Não à lobos na Califórnia, mulher. — Ele sorriu com ironia.

— Stiles…

Malia murmurou em repreensão, lançando ao rapaz um olhar vacilante. Antes que desse continuidade ao concelho que daria; foi silenciada pela alfa que ergueu a mão pedindo silêncio.

— Muito engraçado. — A morena murmurou, lambendo a presa que crescera.

A loba tentou dar um passo a frente – visando os degraus – mas Stiles se pôs entre ela e a escada.

— Saia. Sei que ele está aqui. — Ela avisou. E enfatizou: — Ele é meu.

— Prove.

Stiles pediu. Não sabia exatamente o porque de enrolar, uma vez que o intuito era devolve-lo. Mas a forma que eles entraram na sua casa lhe irritou.

— como é? — Laura indagou atordoada. Tão confusa quanto os que a acompanhavam. Olhou para o homem que deu de ombros.

— Eu disse “prove” — Ele repetiu, estendendo uma das mãos. — carteira de veterinário. Passa pra cá.

Laura hesitou. Fitando-o com incredulidade. Sua raiva era percetível até mesmo para o rapaz.

O homem que acompanhava percebeu a iminência e tentou intervir.

— Laura, se acalme. Podemos resolver isso mais tarde. Quando os pais da criança estiverem em casa.

Stiles ergueu as sobrancelhas para o mais velho. A morena decidiu banalizar o concelho.

— Não Peter. — Ela rosnou. Parecia até um hábito. — Não temos tempo. Não vou deixá-lo aqui.

Laura mal terminou de afirmar. Avançou com rapidez e fúria sobre o rapaz. Num piscar de olhos sua mão se fechava em volta do pescoço. Apertando, erguendo o corpo do outro à centímetros do chão, com uma facilidade irritante.

Stiles agarrou o pulso da loba. Mirando os olhos avermelhados com tédio. Já esperava uma reação como àquela.

— Não pode fazer isso. — Ele lembrou-a. Ignorando o aperto em seu pescoço.

Laura não deu a mínima para as suas palavras. Para a mão do seu tio em seu ombro. Tão pouco para as falas de sua prima.

— Vai continuar bancando o corajoso, o palhaço? — Ela aproximou seu rosto do dele. — Você tem três segundos para me dizer, exatamente, onde ele está. Senão…

Ela avisou. As garrafas raspavam na pele do rapaz.

— Puxa… você é mesmo generosa. Tudo isso? — O castanho grunhiu com dificuldade. E de relance viu um sorriso surgir nos lábios do homem.

— Três… — ela começou, aumentando o aperto. Observando o rosto do rapaz mudar de cor. — Dois…

Stiles manteve o aperto no braço alheio. Tentando aspirar e expirar, sem dar o braço a torcer. Já começava a se irritar, também, com toda aquela merda de lobisomens.

Um rosnado reverberou no andar de cima. Os rostos se viraram para o topo da escada no momento em que Bruce aparecia. O lobo a desceu com um pulo, lançando-se sobre o alvo.

Stiles fechou os olhos pressentindo o choque. Sentiu o balanço, as garras riscando sua pele. Solto por fim, caiu de joelho. Ele passou a tossir, massageando a garganta sentindo um líquido morno na palma da sua mão.

Um grito, rosnados, a porta batendo, ecoaram pelo cômodo.

Stiles virou o rosto para a cena. Tentando se situar. Ignorando a ardência dos arranhões.

Bruce estava à sua frente. Entre ele e os invasores. Laura era amparada por seu tio. Malia encarava a cena com a mão na boca. As presas do lobo estavam arreganhadas, com um rosnando emergindo da sua garganta.

— Você… você me mordeu… — a loba murmurou incrédula. A mão apertava o antebraço machucado com força. O líquido rubro minava por entre os dedos.

— O que foi isso? — Malia indagou. A voz saíra abafada por causa da mão.

— Derek. Enlouqueceu? — Peter ralhou. Ajudando a sobrinha a se levantar.

— Derek? — Stiles franziu o cenho. Olhando do lobo para o trio.

Peter fitou-o por um instante. Como se ele fosse um idiota.

— Você vai conosco. — Laura ralhou. Apontando o dedo ensanguentado. Um sangue tão rubro quanto os seus olhos.

Stiles sorriu por ver que o lobo não moveu um músculo.

— Seus poderes de alfa não irão funcionar aqui. — Ele afirmou.

— O que sabe sobre isso? — O lobisomem perguntou curioso.

Stiles se recompôs. Pôs-se ao lado do lobo e afagou sua cabeça, que estremeceu em apreço.

Laura fitou a cena com irritação.

— Ótimo. Você adestrou o meu irmão. — Ela grunhiu.— Chega de palhaçada Derek!

— Como descobriram que ele estava aqui? — Stiles perguntou interessado.

A alfa bufou. Esfregando a mão suja na calça.

— Você ficou estranho depois que viu a tatuagem, lá no hospital. — Malia contou-lhe.

— E você demorou para contar. — Peter, seu pai, a encarou com um olhar reprovador.

A jovem decidiu não discutir o assunto ali.

— mas vocês não sentiram o cheiro dele. — Stiles deduziu.

— Não. — Peter fitou-o com curiosidade. — Algo estava… ocultando.

— Tipo o que?

— Isso não importa. — Laura os interrompeu. Seu desejo era único e certo. Recuperar o lobo. Antes que a história caísse no ouvido errado.

— Escute… — Peter murmurou para o jovem. — Não sei como. Mas pelo visto ele não vai embora se você não permitir. Facilite as coisas.

Ele pediu. Contrariando a vontade de sua sobrinha, que era tomar a força.

— Eu. Mas…

Stiles balbuciou aturdido. Encarou o lobo tão perdido quanto, que o mirava com os olhos azulados.

— Precisamos dele perto, Stiles. — Malia disse-lhe. — Você mesmo viu. Viu como o meu primo está.

Peter se adiantou. Decidido a tomar as rédeas da situação.

— Escute meu rapaz. — Ele balbuciou, tentando apaziguar. — O espírito de um lobisomem não pode ficar por tanto tempo longe do seu corpo. Não é algo bom, para ambos. E ele já não está em uma situação muito boa, fora do corpo. Nem ao menos sabemos como ele conseguiu essa proeza por todos esses dias.

O mais velho murmurou hesitante. Pensando no dia de amanhã, do que esperar, era sempre difícil. Miranda os olhos do lobo com apreensão.

— Porque está contando tanto para esse estranho?

Laura protestou. E o seu tio suspirou.

— Porque se ele não cooperar o lobo não vai querer ir, não percebe? — Ele explicou.

— Eu o mantive vivo. — Stiles garantiu como uma convicção que lhe assustou. A informação só estava ali.

— Suponho que sim.

O mais velho ponderou. Observando o castanho com certa fixação. Como se olhasse os músculos sob sua pele.

— Como é possível Peter? — Laura perguntou descrente. Olhando para o Stilinski. — Como um moleque birrento manteve Derek e o lobo vivos por todo esse tempo, tão longe um do outro? Você lembra do que a druida falou. Que eles não podiam ficar longe um do outro.

Ela encarou o lobo a todo momento, com um olhar magoado. Murmurando para ele um “irresponsável”.

— Como se fosse ontem, Laura.

Suspirou o mais velho. Focando mais uma vez no Stiles, sem possuir uma resposta. O rapaz adiante era uma verdadeira incógnita.

Malia tentava uma aproximação. Trocava o peso entre as pernas. Não sabia o que dizer, não depois da entrada de sua prima.

Stiles absorvia as informações. Tentando unir as peças do quebra-cabeça com o pouco que tinha.

Laura se inclinou brevemente. Semicerrando os olhos para o lobo do seu irmão.

— Os olhos dele… — Disse baixinho. — Estão totalmente lupinos. Desde que chegamos.

— Eu percebi. — Peter disse-lhe calmante. Era bem mais centrado do que os demais.

Malia tentava ver, por cima dos ombros dos dois.

— Acha que… já é tarde? — Ela perguntou hesitante.

— Não vamos nos precipitar com achismos. — O loiro balbuciou.

Stiles observava a cena com cautela. Desejava que àquele encontro fosse sanar suas dúvidas. Porém, mais perguntas começaram a lhe sondar. Ele fitou Bruce e acariciou sua orelha. Sentindo a textura da sua pelugem, o calor em seus dedos. Tão real quanto ele.

— Se ele é um espírito, como vocês dizem, como ele pode ter forma? Digo, ser sólido? — Perguntou curioso. Aquele ponto deixava difícil acreditar nas palavras.

Laura o encarou no mesmo instante.

— Não vamos dizer nada a você.

— Por hora. — Peter interveio. — Não agora.

Peter se aproximou e se agachou em frente ao lobo. Tocando sua cabeça, passando a afaga-la.

— O que irão fazer? — Stiles quis saber.

— Levá-lo. — Peter murmurou sem encara-lo.

— À, isso. — O rapaz suspirou. Fitando Bruce de relance. Sentindo aquele aperto no peito. — Tudo bem.

Laura semicerrou os olhos para o rapaz.

tudo bem. — Ela repetiu como se as palavras tivessem um gosto ruim. — Você fez essa cena toda para no final dizer isso…

— eu ia levá-lo, hoje, de qualquer forma. — Stiles resmungou dando de ombros. — Mas você arrebentou a minha porta e invadiu a minha casa.

Malia conteve uma risada.

Stiles se agachou ao lado do lobo. As mãos afagavam os pelos grossos do pescoço. Bruce encarou-o atentamente, como se entendesse a situação melhor do que os presentes.

— Você precisa ir, Bruce. Precisa voltar.

Stiles afirmou. Segurando a cabeça animalesca em suas mãos. Encostando suas testa na do animal. Sentiu a língua morna em sua bochecha. O fato de Bruce ter comido chocolate nem o incomodou.

— você chamou ele de Bruce?

Peter indagou, erguendo a sobrancelha.

— Ele gosta.

Stiles garantiu. Dando tapinhas nas ancas do animal, incentivando-o para que seguisse a alfa.

Peter assentiu brevemente e girou nos calcanhares e estancou no primeiro passo. Fitando de relance as fotografias nos porta-retratos, que pendiam dos pregos que os seguravam como se a qualquer momento fosse cair. Ele os empurrou e os alinhou, observando as fotos com atenção.

— essa ca… — Ele balbuciou distraído, recolhendo o braço. — Você é filho do xerife John?

Ele fitou o rapaz de relance. Resmungando mentalmente que sua filha podia ao menos ter se dado ao trabalho de falar o sobrenome.

— noventa e cinco por cento de chances. — Stiles murmurou curioso. — Porque?

O lobisomem riu baixinho, negando com a cabeça. Antes de sair, puxando a filha pelo cangote.

Stiles observou-o se afastar. E sorriu fraco, dando uma última olhada no seu amigo dentro do carro, que logo partira.


Notas Finais


🐺


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