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História Os Antagonistas (Imagine trisal Jikook) - Risos


Escrita por: Call_me_Amanda

Notas do Autor


🎶Spotify playlist:
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🎵Música do capítulo: Baby

Galerinha!!! Oieeee
Como estão!? Tudo bem? Espero que sim!
Trago uma atualização quente 🥵
Ouçam Baby da Madison Beer quando indicado!
Boa leitura! Saranghe! ❤️

Capítulo 14 - Risos


Fanfic / Fanfiction Os Antagonistas (Imagine trisal Jikook) - Risos

Chapter XIV - Laugh

Minah Pov

9:34, quarta-feira, Busan

 

    É tão irônico quando vemos duas pessoas se beijando na nossa frente. Tipo, ficamos sem graça ou sem saber como reagir, mas quando somos nós que estamos beijando não estamos nem aí pra ninguém, se quiser ficar incomodado tacamos o foda-se e continuamos. Eu estava na famosa aula de literatura com um professor substituto — ou melhor, o novo professor fixo, já que o antigo pediu demissão por causas “salariais”, informou o diretor da facul — e os dois pombinhos, diga-se de passagem o casal mais fofo que já vi, que trocavam carícias.

    Dei uma tossida, rindo por conta dos olhos esbugalhados de Hoseok quando se afasta de Jisoo. Ah, o amor é lindo.

    — E aí, como está sendo essa vida de primeira dama? — minha amiga pergunta, segurando minhas mãos.

    — Então... — pego sua mão e observo suas unhas de patricinha, as francesinhas pintadas com requinte. — Está sendo uma dureza.

    Os dois começam a rir e pior que eu nem pensei em besteira quando disse aquilo. Apesar de termos já o conhecimento dos nossos corpos, não sabíamos quase nada do estilo de vida um do outro, digo eu e Jeon para com Park. Um mistério atrás do outro a cada dia, era isso que surgia com bem mais frequências do que conversas sobre o que ele gostava ou suas filosofias quanto a tudo mais. Eu quero saber mais dele, o que gosta de tomar numa tarde fria, o gênero de filme favorito, a música que ele escuta quando se sente feliz, o nome do seu perfume, saber sobre sua família e amigos. Jeon deve ter essa curiosidade também, pena ele ter ficado para trás quando vim pra cá. Podíamos estar pensativos juntos.

    — Minah, sabe que pode contar com a gente pra tudo, não sabe? — Hoseok me ilumina com seu sorriso enorme. — Menos pra um ménage. Isso aí eu não curto não! Morro de medo de alguém querer comer meu...

    — Meu Jesus amado! Fique quieto, coração! Está falando besteira demais!

    Rapidamente Jisoo abraça Hoseok, tapando seu rosto desajeitadamente, quase o derrubando da cadeira. Eu não consigo evitar e acabo chorando de rir, tendo que pedir perdão ao resto da turma pelas gargalhadas altas.

    — Deixa de ser bobo! Não somos tarados a esse ponto! — limpo minhas lágrimas com a manga da blusa social branca que escolhi do novo guarda-roupa. Usava uma saia envelope preta, bem mais formal que de costume, eu sei.

    Os dois não sabem disfarçar e miram algo atrás de mim, não demorando para que me arrepie toda. Meus brincos são puxados por dentes, sei por conta das duas mãos quentes ocupadas em ir dos meus ombros até os cotovelos, apertando ali como se eu pertencesse ao seu abraço e fosse somente dele.

    — Será que não somos? — Jeon sussurra alto, fazendo o casal conto de fadas ficar envergonhado pra cacete. 

     Lasco um tapa no braço dele, que faz um barulho de cachorro chorando. Por dentro haviam fogos de artifício explodindo em milhões de colorações, mas não deixei transpassar nada. Ele se senta do meu lado, cumprimenta todos e eu tento prestar atenção na aula, o que se torna um desafio com aquele Romeu enrolando os dedos nos meus cabelos, puxando além da conta vez ou outra pra me provocar. Não dei o olhar que ele queria.

    Salva pelo gongo de não dar um surto e sentar em Jeon ali mesmo, junto-me com Hoseok, que tinha a mesma grade horária que eu, e vamos juntos para a sala de artes. Antes de pegar minha bolsa e ir, recebo um olhar masculino que tatuou um “se comporte” na minha pele. Pergunto-me desde quando eu não me comporto perto de Jung Hoseok, era Jisoo que devia se preocupar com o namorado tagarela.

 

[...]

 

10:40, quarta-feira, Busan

 

    — O Park é tipo o velho bem rico da relação? — pergunta o nada discreto enquanto arrumava meu notebook e minha mesa digital para começar as atividades.

    — Vamos fazer o seguinte: eu não pergunto sobre a Jisoo e você não me pergunta sobre nenhum dos dois, fechou?

    — Tá amarrada no pau!? Eu hein!? Grosseria... Só queria papear.

    — Aish, eu sei, tá!? É que a gente pode falar sobre tantas outras coisas sem ser sobre minha vida pessoal.

    Meu amigo coloca sua tela média no cavalete e posiciona os pincéis com a tinta já no godê manual de madeira. Dobra levemente o joelho e cruza os braços, sumindo com uma das mãos. A Regina Jorge em pessoa. Faltava só o caderno rosa com os segredos de todos da faculdade escritos com um pingo de maldade. Nah... Ser mau não está na índole dele.

    — É mesmo é!? Então fala um, um único assunto que possamos ter um debate civilizado. — Aponto discretamente para o palanque no meio da sala. — O que que tem?

    — Você é o aluno mais metrossexual que conheço e nunca quis ser retratado, por quê? — jogo minha curiosidade na sua cara, assumindo a mesma pose e derrubando a sua de metido.

    — Tá legal, você me pegou. Eu arrumo outro assunto. Respondo tudo o que quiser, menos a razão de não querer tirar as roupas e subir naquela plataforma. 

    Sorrio altiva, conseguia muito bem fazer o seu lado afobado ficar comportado, tocando exatamente nas suas feridas de ego.

    — Alunos, sentem-se que estamos dez minutos atrasados já. — O professor entra na sala, despejando suas pastas na sua mesa e arrumando sua peruca que não enganava ninguém quanto sua calvice. Eu e Hoseok nos entreolhamos e seguramos o riso. — Todos nos lugares? Maravilha! Hoje não terá modelo para seguir um padrão de desenho. O que farão é apresentar a mim um design que mostre a evolução de um produto. Pode ser a logo de dez anos atrás de um refrigerante em comparação com o atual ou até mesmo os aparelhos celulares da Samsung.

    Nessa parte me engasguei sozinha, tendo que receber tapinhas nas costas de meu amigo e encarar o professor que aguardava impaciente.

    — Posso? — Afirmo com a cabeça. — Pois bem, alguma dúvida? Não? Podem começar!

    Essa era minha aula predileta, aquela que podia deixar minha imaginação flutuar e minha caneta especial transformar meus pensamentos em arte gráfica. Sabia o que faria desde o começo, porém Hoseok, que se matriculou para arquitetura, não sabia ao certo como começar. Busquei meu celular na bolsa e o emprestei com a imagem de duas tampas da Coca-cola, uma dos anos 80 e outra dos 2000. Ele me agradeceu a ideia e quando fui fechar a bendita bolsa, lá no fundo um aparelho novinho refletia a mim. Nunca precisei usar o celular que Park havia me dado, mas também nunca o deixei de lado. Aliás, cansei de me preocupar com aquele riquinho. Com todas aquelas faltas, provavelmente reprovaria de ano. Fechei o zíper, esquecendo novamente do aparelho.

    Respiro fundo, buscando concentração. O primeiro traço me satisfaz e assim permanece até que acabe.

 

[...]

 

11:50, quarta-feira, Busan

 

    — Quer que eu pare de te encher com esse assunto do trisal? Ótimo, dê razões para que eu não diga nada à respeito! — Hoseok diz brincalhão, rindo debochado do meu trabalho. 

    Não sabia o que argumentar. Via meu monitor e encontrava algo que fiz inconscientemente. Sabem os fones da Samsung? Dividi o ícone no meio, de um lado aqueles com fio, do outro os Buds Bluetooth. Era para ter desenhado os objetos sozinhos, mas de repente a caneta se moveu sozinha, aplicando o tom marrom nos cabelos, aproximando para colocar os cílios realistas nos olhos e passando um blush de leve, equilibrando o tom de pele dos dois personagens.

    — Vejamos... — Nosso professor chega por trás, fazendo com que desse um pulinho e Hoseok risse de mim. — Ulalá! Ficou impressionante para o pouco tempo, mas tenho que ressaltar que focou demais nos dois meninos e deixou o produto em segundo plano. Quem estivesse distraído e visse talvez não entendesse o que era pra estar em destaque e o objetivo é chamar atenção direta para a evolução dos fones de ouvido.

    — E-entendi... Obrigada pela orientação, professor — digo aliviada de ele não ter reconhecido nenhum dos dois.

    E ele sai para avaliar os outros alunos. Escuto ao longe as chatices de Hoseok, focando nas duas partes da minha alma interpretadas por mim mesma. Os rostos estavam alinhados, divididos por uma fina linha invisível. Os fios negros, a sobrancelha de desenho afiado, a jaqueta preta, os brincos prata estavam compondo o conceito daquele rebelde que se recusava a inovar, ouvindo músicas do estilo rock com os fios retrô. O gloss nos lábios, o topete sem frizz, o olhar pleno, o terno e a gravata faziam todo aquele cenário do atual se somar com o moderno wireless, que não era usado para curtir um sonzinho e sim fazer ligações de negócios. Enquanto Jeon era o garoto propaganda do passado nostálgico sem compromisso, Park levava com ele a seriedade que a alta qualidade futura nos impõe. Era assim que os via.

    Dando o horário de ir embora, arrumo as coisas e a perturbação persiste. Preciso de um manual para ver como Hoseoks são desligados.

    — Serião que você não tem preferência? Cada um tem uma “habilidade” diferente? É isso? É isso, não é? Quem é melhor? Anda, fala pra mim!

    — E pra quê você quer saber isso, meu filho? Tu decidiu não sair do armário, não foi ou eu tô por fora e a Jisoo é um disfarce?

    — Eu sou cem por cento hétero! — exclama com uma voz de drag que me arranca um riso fino. — Seguinte, se o Park for melhor que o Jeon, eu vou poder jogar na cara dele toda vez que aquele esnobe vier se gabando das vitórias de baseball. — Ele entrelaça no meu braço e se prepara para imitar Jungkook. — “Parceiro, adivinha quantos homeruns fiz hoje... Três em sequência, moleque!” — Daí ele tosse para se imitar. — ”É mesmo? Consegue tirar uma bola do estádio, mas não leva a Ram nas alturas que nem esse tal Park.”.

    — Que maldade!!! — Lá vem o segundo choro do dia por conta de idiotices do Hoseok. Esse me mata de rir.

    Papeávamos felizes até visualizar Jeon e Jisoo caminhando juntos nas nossas direções. Mais uma entreolhada e saímos os dois artistas correndo. Pulei no pescoço de Jeon, que arregalou os olhos e cambaleou com o baque. Já Jung tirou seu casaco do time do colégio e cobriu a namorada, impedindo-a de ver qualquer coisa.

    — Ele é MEU namorado!!! — berrei.

    — ELA É MINHA NAMORADA! — gritou Hoseok mais ainda.

    Os dois desavisados não entenderam nada e o povo que passava em volta olhava e se chocava conosco. Explodi em risos, saindo de perto de Jeon e dando um high-five alto com meu comparsa.

    — Haha! Uma crise de ciúmes falsa? Vocês quase me mataram de susto, idiotas! — Jisoo se descobria, jogando com força o casaco no seu dono.

    — Bem convincente seus malucos. Foi a primeira vez que pensei que teria que meter a porrada em você Hoseok se viesse pra cima de mim — admite Jeon.

    — Ih! Qual foi? Eu não sou tão maluco a ponto de querer entrar pro fight contigo não, aí!

    — Nunca se sabe, parça.

    Acabada as gírias, ficamos meio calados. Jung Hoseok veste o casaco, Karatê Kid 2, ao passo que Jisoo escova manualmente o próprio cabelo bagunçado. Dai eles se beijam e ele apoia a cabeça no ombro dela, completamente caidinho. 

    — Os dois tem algum compromisso ou querem sair com a gente? — ela oferece de bom humor.

    — Querer a gente quer, mas hoje não dá — responde Jeon por mim, tomando minha cintura e nos aproximando. — Essa baixinha prometeu me ajudar com um trabalho e precisamos fazer isso hoje.

    — Agora? — Aperta minha cintura e me corrijo. — É-é mesmo! Como pude esquecer! Pessoal, temos que ir para... para...

    — Para a sala de artes — Jeon completa.

    — Mas estávamos lá agorinha! O que... — Jisoo puxa a orelha do sem noção. — Entãoooooo... Amanhã? É, amanhã a gente se vê!

    — Tchau, Minah! Tchau, Jungkook! — ela se despede de nós, virando e forçando o namorado a ir com ela.

    Sobrando eu e o bonitão de... Calça social e blusa branca que nem a minha? E... E esse topete com gel? Cadê o cabelo dividido no meio? O que Park fez com meu Kook? Estamos sendo transformados nos bonecos dele. Ao menos a atitude continua intacta. Ele anda comigo, a mão ameaçando minha cintura.

    — Kookie... Er... O que vamos fazer na sala de artes? — puxo minha bolsa pro centro, que batia na minha perna com meu equipamento caro.

    — Uma obra prima, não é óbvio? — o sorrisin sacana me tira as palavras, ele apressa o passo.

 

[...]

 

12:12, quarta-feira, Busan

 

    Ninguém estava lá. A sala de artes vazia era uma benção caída do céu. Se soubesse disso antes, eu mesma teria voltado para apreciar os exemplos de paisagismo que a varanda daquele lugar trazia. Definitivamente meu lugar favorito. Jeon esteve ali umas duas vezes e aproveitava sua terceira, dando voltas no salão, contornando quadros e parando em alguns pontos para contemplar a arte. Antes disso, exigiu com que mostrasse a ele o que havia feito ali mais cedo e, ao recusar, ele pediu novamente, detalhe que seu tom era autoritário. Via Park nele, o jeito avaliador e o mandão.

    — Fomeeeeee!!! 

    Minha barriga ronca, porém Jeon permanece impassível, parando na minha frente e se abaixando até tocar meus joelhos. Era hora do almoço. O que fazíamos ali, pelo amor de Deus? O encarei e prossegui: 

    — Eu já arrumei tudo! O que você quer que eu faça? Não me fez montar tudo pra me cansar... Ou fez!? Eu juro que...

    — Jura que o quê? — ele abruptamente pega na gola da minha blusa, engulo em seco. Mexe então na minha mesa e acaba colocando na tela do laptop o último desenho salvo. — Eu e Park? Sabia que não resistiria ficar tanto tempo separada de mim e teria de me reinventar para não se sentir sozinha — rouco, ele lambe os lábios e usa as pupilas para me constranger, percorrendo o que podia com elas do meu corpo. — Se eu fuçar aqui... Acharia mais desenhos meus ou dele, huh? — desabotoa o primeiro botão da minha blusa, seguro a respiração. — Consegue me dizer?

    — Seus — digo de uma vez e devia ter me calado ali. Minha ousadia tinha de se intrometer. — Quer que te mostre?

    Ele levanta, afasta-se e começa a se despir. Cubro os olhos por instinto. Tive sorte de ele não responder que sim.

    — Não é nada que não tenha visto antes, maçãnzinha.

    Um barulho de tábuas podres me faz abrir os olhos. Ele estava no palanque trajando apenas uma cueca azul-marinha box. 

    — Que que você acha da pose do Hércules? 

    Jeon vira de costas, contrai os glúteos e flexiona os bíceps na altura da cabeça. Minhas interrogações não paravam de brotar e preencher o espaço ao redor.

    — Está esperando o quê? Um apito para me retratar?

    — Você nunca gostou de ser desenhado por mim, Jeon!

    — Agora gosto. Agiliza aí, vai!

    — Qual a erva que você fumou? — caçoo sua dualidade hilária.

    — Posso querer que minha melhor amiga super, ultra, mega, blaster, power talentosa faça um mero desenho do melhor amigo dela, que por acaso é um gostosão do caralho?

    O dia estava rendendo boas risadas e minhas energias estavam tão altas que meu campo energético devia passar do máximo já visto pela radiestesia.

    Paro de contestar, pegando a caneta e colocando a mão na massa.

 

[...]

 

13:23, quarta-feira, Busan

 

    — Terminou?

    — Estou acabando e... Acabei!

    Jeon se aproxima, dando uma abaixada atrás de mim para ver o monitor. Ao não dizer nada, fico nervosa, temendo que não tenha gostado. Era apenas o esboço, porque se fosse colorir teríamos que passar a noite inteira naquela sala.

    — O traçado tá ruim, eu sei. Quando tiver mais tempo eu conserto.

    — Não, não, eu curti. 

    Seu dedo indica as boxes do desenho e olho pra ele, os dentes de coelho sapeca alertando sobre sua mente insanamente pornográfica.

    — Ficou curiosa quanto ao que tem por baixo dela? 

    A pergunta era mais uma provocação gratuita e eu, sendo quem já fui, não tinha perdido todas as minhas experiências. Peguei a borracha e apaguei a primeira camada do desenho, revelando glúteos contraídos invejáveis e a ponta de o que seria uma ereção. Jeon mordeu o lábio inferior, dando uns tremeliques que podiam ser risos contidos.

    — Fez um hentai meu, Minah!? Eu quero saber quantos desses você tem meus?

    — Não, não quer — sorrio, a alegria boba me contaminando como um vírus.

    Dualidade. Sua risada morre, ele usa o olhar irado como máscara. Detrás de mim, sua mão com uma pulseira corrente prendem na minha blusa e, num único movimento, os botões voam. A corrente entorta minha nuca pra trás, botando pressão no meu malar. Não sei explicar o gosto achocolatado que sua língua assumia. Um cacau bélga importado e preservado nos seus lábios.

    Ergo-me e viro pra ele, aprofundando o beijo. Sou colocada no seu colo e ele caminha comigo garrada nele como uma macaquinha. A varanda. Ela é um mini pátio para inspiração, tendo um espaço panorâmico para todo o campus. Sou posta em cima do largo parapeito, o beijo insensato podendo ser apreciado por qualquer um que decidisse olhar para cima.

    Um chupão no meu pescoço, um aperto no meu seio direito, grunhidos no meu ouvido. Acariciava suas costas nuas sem nenhum padrão. Seus toques, longe de aguados ou sem uma essência por trás, traziam meu pior lado — sedento encaixaria melhor.

    — Irresistível... Você é irresistível... Eu preciso de você... Minha maçãnzinha suculenta... Preciso te ter... 

    Ouvir aquilo me ascendeu, a última vela em um castelo em ruínas. O manteria aquecido, afastaria as criaturas da noite, iluminaria o caminho para não tropeçar nos escombros. Seria seu fogo ardente, protetora e amante na escuridão.

    — Preciso que me tenha... Me faça sua, Jeon...

    Sumira o propósito do uso de calcinhas já que todas eram retiradas. Minha saia estava na barriga e seu amiguinho queria espiar pra fora da cueca. Espalmado, toco sua região sensível, arrastando o tecido ali e ouvindo seus gemidos fofos. 

    — Seu pau é meu, Jeon. Sou a única que pode fazer ele gozar bem gostoso — sensualizo, acariciando lá embaixo e colocando uma de suas mãos no meu peito.

    — É... Porra... É sim... Sua boceta é única...

    Finalmente o falo está pra fora, o pré-gozo na glande vermelha. Lambi os lábios, mas a felação não era o que ele queria. Ao invés disso, abriu minhas pernas indo direto ao ponto. Teria caído os três andares se meus peitos não fossem ótimos para se segurar. 

    Sei que digo toda vez, mas toda vez ele parece maior e mais faminto, engolindo meu interior — sua refeição diária. 

    — Gosta quando eu te tomo sem avisar? Invadir você e roubar seu prazer sem você saber, hein!?

    — Gossssto!!!

    Só conseguia gemer, aproveitando cada baque eletrizante. O arfar dele esquentava minha orelha e formigava, uma das melhores sensações. Teve um momento que jurei ir na lua e voltar, tendo que morder o ombro dele para não gritar.

    — Pode morder... Morde, minha linda. É demais pra você, huh? É demais para você aguentar — sua voz assumiu um tom melismático, típico de puberdade.

    Quando eu e Jeon fizemos sexo pela primeira vez, digo quando perdemos a virgindade com pessoas que achávamos que nos amavam — que depois descobrimos que eram como somos hoje, entusiastas do novo — foi uma decepção que só. Buscamos contar um para o outro, nada de papai e mamãe. Desabafamos com quem sabíamos que iria nos escutar sem julgar. Surgiu ali a amizade colorida. Quando queríamos fazer algo pervertido com o novo ou nova pretendente, éramos nós os objetos de estudos. A intimidade que tínhamos era nossa e só nossa, e pior que nós mesmos não a entendíamos. A verdade é que ela foi crescendo de só uma coisinha carnal para uma carestia infinita. O mundo não podia mais existir se Ram Minah e Jeon Jungkook não se amassem e eles, pelo bem da humanidade, se amavam arduamente.

    A porta da varandinha rangeu. Fomos pegos.

    — Que bonito... Pelo visto os celulares que dei aos dois não servem de nada!

    A voz raivosa de Park foi capaz de brochar Jeon e de me secar. O riquinho estava com seu aparelho celular no ouvido, chamando por nós e guardando no bolso quando conseguiu a atenção de nós dois. Carregava uma expressão de repugnância e aquilo quase me fez chorar. Eu simplesmente o decepcionei, ou seja, devia ser castigada divinamente por isso.

    Tentei cobrir meu corpo, o que sem botões se provou difícil e Jeon me desceu, subindo a cueca e passando direto por Park para buscar suas vestimentas no lado de dentro. Dei uma corridinha para entrar também e tipo duas pestinhas sendo pegas fazendo coisas improprias pelo pai, eu e Jeon ficamos um do lado do outro, eu com os braços cruzados e ele tentando fechar o zíper da calça sem sucesso. 

    — Vocês... Não me olhem como se tivesse interrompido — o que foi exatamente o que fez. — Tive de vir atrás dos dois, pois os ships que dei são só de enfeite.

    Ele suspira, aliviando as rugas da testa e continuando mais calmo.

    — Irei visitar meu pai amanhã e os dois virão comigo — determina, deixando nós dois que nem patinhos fora d’água. 

    Jeon retorna o tremelique, rindo depois a alturas. Eu me junto a ele e Park não parece gostar nadica de nada das risadas.


Notas Finais




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