História Out of Town Girl - Trust me

Victória Franchescci’s P.O.V.

Li e reli a mesma frase milhares de vezes, ainda sem acreditar naquilo. Fui no perfil para ver se era a conta verificada, e realmente era. Meu estômago embrulhou por completo, sentia ância e nem imaginava o por quê. Cliquei na caixinha para responder, e lentamente fui escrevendo a frase: “sou eu, pelo menos foi o que pensei na hora. Como descobriu meu Twitter e por que quer saber?”. Posso parecer grossa, mas estava em choque e escrevi a frase como se Alfredo fosse apenas mais uma pessoa na minha vida que logo não teria mais importância alguma para mim.

Saí do Twitter, bloqueei o celular e me cobri. Precisava pensar um pouco em tudo que estava acontecendo, minha vida depois do show virou uma confusão. Todos na escola me conheciam, Alfredo Flores e Tay James me seguiam e Alfredo acabara de mandar uma DM para mim. Parece louco, não? Mas não mais louco do que estava prestes a acontecer.

Acordei às 18h com minha mãe me chamando para ajudá-la com o jantar. Não reparei que tinha adormecido, mas ao que tudo indicava sim. Falei que logo levantaria para ajudá-la, ela assentiu e se retirou do quarto. Peguei meu celular e tinham duas novas DMs aguardando para serem lidas. Cliquei: uma era apenas para ler a fanfic e a outra era de Alfredo; apaguei a primeira e foquei na de Alfredo.

“As Beliebers são ninjas, esqueceu? Haha, brincando apenas. Mas elas nos ajudaram a encontrar-te; desde o Meet Justin não para de falar de você, ele quer te ver novamente. Há algum meio de contato melhor que o Twitter?”

Enquanto lia a DM meus olhos ardiam. Não sei se de sono ou se das lágrimas que logo caíram. “Justin não para de falar de você, ele quer te ver novamente”, “ele quer te ver novamente”. Justin Drew Bieber quer me ver novamente! Parece cena de filme, mas era a pura realidade, não acreditava de forma alguma que aquilo poderia estar realmente acontecendo. Tinha medo de ser apenas mais uma brincadeira, algum hacker, mas a minha esperança ainda gritava mais alto que a sanidade.

“Não, não esqueci, somos ninjas mesmo haha. Tem meu e-mail, pode ser? [email protected]. Se precisarem de algum contato melhor, me avisem.”

Enviei a mensagem e saí do quarto para a cozinha, ajudar minha mãe. Não sabia se a melhor opção seria contar a ela, provavelmente ela entraria em pânico e começaria a gritar comigo, dizendo que são apenas pedófilos querendo me conhecer para depois de estuprar. Sim, minha mãe é um tanto exagerada, mas não a culpo, é apenas preocupação.

- Mãe... – a chamei, ela apenas me olhou esperando que eu continuasse. – Lembra da carta que fiz ao Justin?

- Lembro, aquela bonitinha, né? – Ela perguntou com um sorriso de canto.

- Sim, essa mesma. Bom, o pessoal da equipe do Justin conseguiu entrar em contato comigo – ela parou de fazer o que fazia e me olhou –, não sei como descobriram meu Twitter, mas hoje à tarde quando entrei tinha uma DM do Alfredo para mim.

- O que é DM e quem é Alfredo? – Ela parecia desconfiada, mas até o final da conversa espero ter a confiança dela.

- DM é uma direct message, ou seja, ele manda para mim uma mensagem na qual apenas eu posso ver. E o Alfredo é o produtor, diretor do Justin, ele fica com a parte de mídia, entende? – Ela assentiu e eu continuei: - Enfim, ele disse que Justin queria me ver novamente, que não para de falar de mim para a equipe e pediu algum contato meu, onde pudéssemos conversar melhor. Eu passei meu e-mail a ele, assim que você saiu do quarto.

- Victória, você acreditou nisso? Minha filha, são pessoas famosas, eles não querem saber nada. Esse Justin só achou você bonita, não quer nada sério contigo.

- Mas mãe, quem disse que eu quero? Eu só preciso vê-lo novamente, agradecê-lo, naquela carta não tinha tudo que eu gostaria de ter falado – falei com uma voz mais aguda do que de costume; essa é minha voz de quando tento convencer minha mãe.

- Eu sei. Olha, eu tenho medo que ele não seja quem você pensa que ele é, tenho medo que esse “Alfredo” – ela fez aspas – não seja quem diz que é, não seja o verdadeiro Alfredo, por assim dizer. Tome cuidado, não sabemos o que tem por trás de uma tela de computador.

- Confie em mim, mãe, só te peço isso. Por favor, confie em mim – falei calma e serena.

- Tudo bem. Mas se acontecer alguma coisa, venha correndo me falar, temos que ficar de olho nesses famosos. Sabe como eles são... – ela disse me fazendo rir. Minha mãe é uma figura, ela gosta de Justin, mas sabe que a fama sempre faz mal para o artista, seja ele quem for.

Terminamos o jantar, jantamos e fomos para a sala ver TV. Estava deitada em seu colo, conversando com ela sobre assuntos aleatórios.

- Quando a Gabi vem nos visitar? – Gabi é minha irmã. Ela está morando no interior, fazendo medicina. Há uma cidade, à 5h de São Paulo, onde a medicina é forte e a faculdade boa.

- Não sei. Ainda estamos em Novembro, ela deve vir lá para o final do mês. – Ela disse suspirando.

- Sinto falta dela... – suspirei também.

- Eu também, minha filha, eu também... – adormeci em seu colo, com suas mãos mexendo em meu cabelo.

Victória Franchescci’s P.O.V.