História Out of Town Girl - He remembers everything about me

Victória Franchescci’s P.O.V.

Acordei no dia seguinte com o celular tocando “Good Time” da Carly Rae Jepsen com Owl City. Quando escutei a música pela primeira vez me apaixonei. O ritmo, a letra, a pegada, a voz da Carly em sintonia com a do Adam Young; tudo naquela música faz com que ela seja perfeita, e de verdade?, não há forma melhor de acordar, do que com essa música. Ela te deixa preparada para o que der e vier.

Vesti meu uniforme e fui para a sala, já dando uma olhada nas mensagens que chegaram durante a noite. Sentei à mesa e minha mãe colocava minha xícara com achocolatado à minha frente.

- Bom dia, mamãe – falei, deixando meu celular de lado.

- Bom dia, querida. – Ela sorriu. – Dormiu bem?

- Sim, e você? – Perguntei depois de dar um gole do meu leite.

- Também. – Deu uma pausa. – Seu pai ligou, ele disse que quer ver você este final de semana.

- Af, sério? Não quero vê-lo, mãe – falei com os ombros caídos e feição de choro.

- Eu sei, filha, não queria que você fosse também. Não gosto do seu pai tanto quanto você, mas ele não deixa ser seu pai – ela deu ênfase nas últimas duas palavras. – Mas se não quiser ir, a opção é sua; só te peço que ligue para ele avisando.

- Não quero falar com ele – fiz cara de tédio. Meu pai me largou com a minha mãe logo quando eu nasci, ele nunca deu explicações. E quando finalmente superei, ele voltou. Não gosto de falar com ele; sua voz me dá enjoo, sua cara (porque a criatura não é digna de ter um rosto) faz eu vomitar.

- Ligue para ele, Victória! Quero chegar do trabalho e saber que você já ligou para o seu pai! – Ela disse já brava. Claro que nada muito sério, mas brava mesmo assim.

- Tudo bem, dona Franchescci. Quando você chegar, já terei ligado para meu pai.

Ela assentiu, me deu um beijo e desejou uma boa aula para mim. Ela saiu e me deixou em casa. Todos os dias eu ia para a escola a pé, exceto quando chovia; porém, estamos quase no verão, então o tempo está bem quente. Peguei meu celular e finalmente pude mexer em paz. “Um novo e-mail”, constava na tela do meu iPhone. Não sou rica, tudo que tenho foi pelo meu suor; minha mãe só me dá moradia, comida e algumas roupas. Quando quero muito uma coisa, como um celular ou o Meet, eu tenho que ralar para ir atrás. Para isso, pego o dinheiro do meu pai. Ele nunca pagou pensão, nunca me deu presente algum, não apareceu na minha formatura,nem nos meus aniversários, o mínimo que ele pode fazer é pagar minhas coisas. Mas essa é a única relação que tenho com meu pai: financeira.

Abri meu e-mail e tinha um novo e-mail do Team Bieber, mais precisamente de Alfredo.

“Bom dia, Victória. Aqui é o Alfredo, tudo bem?

Sei que parece estranho isso, mas sou eu mesmo. Justin pediu para mim e para o Tay James (que estava no Meet também, você deve ter visto ele) irmos atrás de você. Estava ao lado de Justin quando ele leu sua carta, e cada vez o sorriso dele crescia mais e mais. Ele sabia de quem era a carta, até hoje lembra de como é seu rosto, seu cabelo, seus olhos, seu sorriso. Ele pedia cada vez mais para que encontrássemos você e quando vi você na minha timeline, entrei em pânico. Estava a sua foto do Meet com Justin, acho que alguém postou e logo fui perguntando quem era a garota na foto, no caso, você.

Logo achei seu Twitter e corri para mandar a DM, não aguentava mais Justin no meu ouvido falando que queria saber mais de você. Talvez, ele pedindo para irmos atrás seja melhor do que ele feliz, andando pelos cantos falando seu nome ou cantando ‘Out of Town Girl’, a música que ele considera ser a de vocês. Ele não sabe nada sobre você, apenas que é Belieber e que seu nome é Victória.

Então, vou te falar uma coisa e quero que aceite. Dentro de alguns dias, provavelmente neste final de semana, estarei indo ao Brasil novamente apenas para encontrar você. Justin continuará com a turnê, enquanto eu vou atrás de você. Provavelmente não confia em mim, mas abaixo tem o meu FaceTime, hoje à noite podemos conversar, só me responda neste e-mail falando se prefere desta forma. Se eu for para o Brasil neste fim de semana mesmo, nos encontramos na sua casa ou em qualquer parque de São Paulo, talvez no Ibirapuera, nunca fui lá. Podemos tomar um Guaraná e comer um brigadeiro, amo forte – mas você deve saber disso.

De qualquer forma, nos falamos hoje à noite – se quiser, é claro – e neste fim de semana, se Deus quiser, nos encontramos. Apenas vamos manter contato. Justin não sabe que estarei indo ao Brasil, apenas que terei que fazer uma viagem de urgência. Passe para mim seu endereço pelo FaceTime hoje à noite.

Beijos,

               Alfredo.

PS: eu gostei de você, Justin tem razão em estar atrás de você e para vê-lo feliz, posso ir até o inferno.”

Terminei de ler o e-mail e minha boca formava um grande e lindo ‘O’. Isso só poderia ser um sonho. É claro que Alfredo não saberia da minha existência, é claro que Justin não lembrava de mim, é claro que Justin não considera “Out of Town Girl” a nossa música. É óbvio que nada disso está acontecendo! Mas se isso é um sonho, espero nunca acordar e viver cada momento como se na próxima cena eu fosse acordar.

Victória Franchescci’s P.O.V.