História Pai de Primeira Viagem - 11

 — Como é? – Soo In exclamou num tom mais alto, recebendo a atenção dos demais que estavam ali. — Alguém chama o porteiro, não sei! – correu até Hoseok que ainda estava parado em frente a porta da escada de incêndio.

O mais velho não a parou, apenas deixou que ela passasse e eu fiz um sinal para que ele a seguisse. Soo In não podia correr, nem se estressar. Se algo acontecesse com o bebê eu mataria Jung Hoseok. Jung foi até Choi e Jimin fez o mesmo.

Olhei ao meu redor na intenção de enrolar Namjoon por mais alguns minutos ali embaixo e acalmá-lo, porém ele não estava mais ali. Olhei para Yoongi que se aproximava de mim com TaeHyung e joguei os braços no ar.

— Cadê ele? Ele estava aqui há um segundo! – eu estava estressado. Nada estava saindo do jeito que deveria e aquilo me deixava nervoso.

Eu sempre apliquei na minha vida zero falhas e, quando eu falhava, acabava com todo o meu humor. Óbvio, eu não aplico a gravidez indesejada de Soon In nisso, — até porque foi um acidente não planejado — mas sempre que eu planejava algo e dava errado, eu me sentia a pessoa mais inútil da vida.

— Pessoal, já chamei os bombeiros. Vai dar tudo certo. – Namjoon finalmente apareceu correndo em nossa direção. — Eles vão chegar em dois minutos.

— O que? – a voz de TaeHyung saiu fina. — Namjoon, não precisava ter chamado os bombeiros! – agora foi a vez de Tae se desesperar.

— Como não? Vai deixar a sua casa pegar fogo? – o mais velho franziu o cenho confuso e, antes que nós pudesse respondê-lo, o porteiro apareceu com dois seguranças e o corpo de bombeiros.

— TaeHyung, já avisamos aos seus pais sobre o incêndio. Eles estão vindo o mais rápido possível. – o homem gorducho pareceu aliviado ao ver Kim bem, porém eu não podia dizer o mesmo do meu amigo.

— Droga… – colocou as mãos na cintura. — Os meus pais vão me matar.

O homem puxou TaeHyung para a escada de incêndio e os bombeiros o seguiram, onde Yoongi, Namjoon e eu fizemos o mesmo. Subimos os dez andares correndo e eu nem me cansei pela euforia. Ao chegarmos no andar de Tae, Hoseok, Soo In e Jimin estavam parados em frente a porta e, ao verem aquele mar de gente, arregalaram os olhos e abriram a boca.

— Quem chamou esse tanto de gente? – foi a única coisa que o Soo In conseguiu perguntar.

— Crianças, por favor saíam da frente. – um dos bombeiros pediu ao terminar de subir o degrau.

— Espera, isso foi tudo um mal entendido. – Jimin riu fraco, porém não conseguiu convencer ninguém ali. — Tá legal… Soo In, é com você. – deu um passo para trás e puxou minha namorada para frente.

— Foi um falso alarme. Acabamos queimando o almoço no forno e a fumaça fez o alarme apitar. – a morena parecia convicta no que dizia e por um segundo eu realmente achei que era verdade. — Nos desesperamos porque eu estou grávida e os meninos ficaram preocupados.

Um silêncio se formou ali por uns minutos e eu realmente achei que eles fossem acreditar naquela desculpa e irem embora. Mas eu esqueci que aquilo dali era a minha vida e meus amigos, e nada era tão fácil assim. Um estrondo se fez presente no apartamento de Kim e os bombeiros empurraram os três para que saíssem de frente da porta e a arrombaram.

Todos nós, em exceção a Namjoon, entramos correndo gritando atrás deles que já jogavam água pelo local sem ao menos conferir se havia realmente a existência de fogo. Ao perceberem que não havia nada de errado ali, desligaram as mangueiras e baixaram os extintores, olhando confusos para a sala que agora estava toda molhada.

A decoração que havíamos feito estava toda caída, os balões estourados e, em um silêncio ensurdecedor, Jimin e Hoseok estouraram os lanças confetes que caíram todo nos bombeiros e eles olharam para trás.

— Surpresa… – nós começamos num tom alto, porém conforme víamos as caras feias abaixamos a voz. — Namjoon hyung. – cocei a nuca.

— Parabéns! – Jin apareceu na cozinha num pulo segurando o bolo ainda na forma, onde ele ainda não havia crescido. — É… O que foi que eu perdi? – seu olhar perdido foi engraçado e eu tenho certeza que riria se o clima ali não estivesse tão constrangedor.

— Puxa pessoal, sério mesmo, eu nem sei como agradecer por essa surpresa. – Namjoon sorriu antes de dar uma mordida em seu pedaço de bolo.

— Se não fosse pelo Hoseok não teria essa dor de cabeça toda. – disse de boca cheia e Soo In limpou o canto da minha boca que sujou de chocolate. — Mas no final deu tudo certo.

— Sim. Eu consegui convencer os meus pais a saírem do carro e voltarem para a casa de praia. – TaeHyung se jogou ao lado de Jin no chão. — Eu tenho um dia para limpar essa bagunça e amanhã mesmo vão consertar a porta quebrada. – olhamos diretamente para a porta que estava aberta e, por sorte, os únicos dois vizinhos de andar de Tae eram um casal de idosos.

— Eu vou dormir aqui e te ajudar a limpar essa bagunça. É o mínimo que posso fazer. – olhei para o loiro que sorriu de canto.

— Nós também vamos. – Hoseok disse se referindo a ele, Jimin e Yoongi. — Só preciso de uma roupa emprestada. – nós rimos e continuamos a comer nosso bolo.

Quando deu sete horas, Jin, Namjoon e Soo In tiveram que ir embora. Jin e Namjoon até ficariam, porém Namjoon ia jantar fora com os pais que decidiram de última hora ir a um rodízio de pizza e Jin tinha marcado de jogar basquete bem cedo com os seus amigos.

— Quando chegar avisa, tá bom? – perguntei ao dar um selinho em Soo In.

— Tá bem. – ela sorriu. — Não durma muito tarde. – deu uma leve beliscada em minha costela e eu esquivei meu corpo para o lado, o que a fez rir.

Fiquei esperando que Soo In e os meninos entrassem no elevador e, assim que eles o fizeram, eu entrei de volta no apartamento. Meus amigos já estavam limpando as coisas e então, para não ficar de fora, peguei uma vassoura que estava ao lado da porta para começar a varrer.