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História Paraíso Sombrio - Brincando com fogo


Escrita por: biasensei

Notas do Autor


Yo, minna! Tudo bem com vocês?

Desculpem pela demora!
Prometo que as coisas estão perto de se estabilizarem, e então poderei voltar a postar mais capítulos por semana, como eu fazia antigamente.

Ah, tem algo que eu gostaria de dividir com vocês...
Quando comecei a postar fics aqui, fiquei feliz por ver que muitas pessoas começaram a escrever suas estórias inspiradas no que eu produzi. Sentia orgulho por servir de exemplo e inspiração.
Porém, alguns leitores me alertaram para alguns usuários que estavam plagiando minhas estórias... e honestamente, eu fiquei muito triste ao perceber que era verdade.
Esses usuários não estão adicionados ao meu perfil como amigos, então eu nem sei como eles ficaram sabendo desta fic, mas enfim...
Afinal, do que adianta me empenhar e me esforçar para escrever algo bom, se alguém vier simplesmente copiar o que faço? Estive muito desanimada nessa última semana, e quase não consigo escrever nada de tão chateada.
Mas os mesmos leitores que me avisaram sobre isso também me deram total apoio e incentivo para continuar. Pensei também em todos os leitores que acompanham fielmente essa fic e a outra, Laços, nos que comentam, indicam, favoritam o que escrevo... e cheguei a conclusão de que não posso me desanimar tendo tantas pessoas lindas sempre me deixando tão feliz por aqui, elogiando e acompanhando meu trabalho.
Por isso, estou voltando com força total! xD
E vou tratar de esquecer esse aborrecimento, pois só estava me fazendo mal pensar nisso.

Peço que me desculpem por esse capitulo um tanto fraco, mas ele foi necessário.

Espero que gostem!

Boa leitura, e nos vemos nas notas finais!

Capítulo 11 - Brincando com fogo


 

 

 

 

 

 

 

Naquela manhã, Hinata despertou confusa. Esfregou os olhos perolados, bocejando, sem reconhecer o ambiente ao seu redor. Ela ergueu o corpo, sobressaltada, percebendo que não estava em seu quarto.

Olhou para os rastros de destruição do quarto de Naruto, percebendo que os cacos de vidro que se espalhavam pelo chão na noite anterior não estavam mais lá, assim como outras coisas quebradas. Os móveis que haviam sido arremessados estavam no lugar, destruídos, quebrados, mas não atrapalhavam mais a passagem. Depois de observar atentamente o estado do ambiente, os olhos perolados da garota se arregalaram.

Passara a noite com Naruto, no quarto dele.

Obviamente, nada havia acontecido, mas aquela situação lhe incomodava e constrangia. Ela afundou a cabeça no travesseiro, corada, praguejando mentalmente pelo que julgava ter sido uma atitude perigosa e estúpida. Ninguém sabia lidar com Naruto, por que achou que ela saberia? Por que deixara ele adormecer em seus braços, por que havia passado boa parte da madrugada acariciando os cabelos dele, sussurrando palavras de conforto, na esperança de que ele se sentisse melhor?

Hinata ergueu a cabeça do travesseiro, percebendo que deitar-se novamente naquela cama havia sido um erro. Seus sentidos se inundaram com o cheiro de Naruto, o perfume masculino terrivelmente tentador. Ela levantou rapidamente, querendo afastar aqueles pensamentos, e esquecer aquela noite. Ele provavelmente já deveria ter esquecido também. Afinal, a Hyuuga conhecia o suficiente de Naruto para saber que ele, assim como ela, não era dado a demonstrações de afeto e sentimentalismo. O loiro era um tanto insensível, e Hinata também. Talvez por isso ambos conseguissem conviver com suas cicatrizes de forma tão silenciosa e banal.

Ela andou até a porta, tentando não fazer nenhum barulho. Saindo dali, andando pelo corredor dos quartos em busca de sua própria porta, sentiu um cheiro de... ovos. E bacon. E café.

Hinata estreitou os olhos, desconfiada, e caminhou em direção à cozinha. Parou na porta, observando Naruto ao pé do fogão, sem camisa, com uma calça de moleton preta... cozinhando.

-Bom dia. – ela ouviu o loiro dizer, sem sequer se virar para vê-la.

A morena deu um pulo de susto. Mesmo tentando não fazer barulho, ele a havia percebido ali.

-O... O que está fazendo? – ela perguntou, a voz carregada de incredulidade.

Ainda sem se virar, ele respondeu com outra pergunta.

-Dormiu bem?

Hinata desviou os olhos das costas de Naruto. Não queria falar sobre a noite que passara em seu quarto. Para ela, aquilo era desagradável e desesperador. Pedia aos céus que ele não fizesse nenhuma piadinha irônica sobre aquele assunto.

-O que está fazendo? – ela insistiu.

A Hyuuga viu os ombros nus de Naruto contraírem-se – ele devia ter dado um pesado suspiro.

-O que você acha? Estou fazendo o café da manhã.

Os olhos perolados novamente se estreitaram, sua expressão chocada.

-Por quê? – questionou ela.

Naruto se virou, trazendo a frigideira até a mesa, depositando os ovos em um prato. Hinata então olhou para a mesa, e viu que estava farta, repleta de comida: Pão, suco, frutas, queijo, presunto e várias outras coisas. Olhou para os lados, procurando por Ino. Não era possível que ele tivesse feito aquilo sozinho.

-Não é obvio? Para que possamos comer.  – respondeu ele, sem encará-la.

-O que você quer com isso? – ela perguntou, incrédula.

-Como assim? – falou ele, parando com a frigideira na mão, finalmente encarando Hinata.

-Se dependesse de você, eu já teria morrido de fome. – falou, sua expressão acusadora.

O loiro exibiu à Hinata um sorriso torto e irônico, e virou-se para colocar a panela na pia.

A garota então voltou seus olhos para a mesa novamente, procurando por alguma garrafa de bebida alcoólica, mas não achou nada.

Caminhou até a pia, onde Naruto estava, puxando-o pelo braço, para que ele se virasse para ela. Aproximou o rosto do dele, chegando bem perto dos lábios de Naruto. Os olhos azuis do rapaz se arregalaram de surpresa.

-O que está fazendo? Resolveu brincar um pouquinho? – perguntou, sorrindo, passando a mão pela cintura de Hinata.

Ela então deu vários passos para trás, avaliando o loiro à sua frente.

-Você não está cheirando à bebida. Não está embriagado. – falou, ainda incrédula.

Ele revirou os olhos, e sua expressão agora era irritada.

-Você vai mesmo me fazer dizer isso, não vai? – perguntou, enfezado.

-Isso o quê? – ela questionou, confusa.

Ele novamente respirou pesadamente, andando para a mesa.

-Vamos comer, Hinata.

-Tem veneno nessa comida, não tem? – ela perguntou, arfando. – Você vai se livrar de mim, não vai?

-Você não pode estar falando sério. – falou ele, encarando Hinata. – Você é mesmo pirada, garota.

-Eu não vou comer isso aí. – avisou, olhando para o loiro, que já estava sentado.

Ele esfregou as mãos no rosto, impaciente. Fechou os olhos, tentando conter sua irritação.

-Estou tentando agradecer por você ter ido até meu quarto essa noite.

Ela arregalou os olhos, surpresa.

-Ah. – foi tudo o que conseguiu dizer.

Os dois se encararam por um minuto, até que Naruto desviou seus olhos dos dela, e começou a se servir.

-Eu teria oferecido sexo, mas você é muito chata, provavelmente teria saído correndo, como sempre faz. – ele divagou.

-Um simples “obrigado” teria bastado.

Naruto novamente fixou seus olhos nos dela, encarando-a.

-Não sou do tipo que sai agradecendo pelas coisas.

-Eu já percebi. – ela disse, encarando-o seriamente.

-Enfim... vamos esquecer isso, tá legal? – pediu Naruto, visivelmente incomodado com aquela situação.

-Por favor. – incentivou Hinata, encerrando o assunto.  Ainda bem que ele estava tão ansioso para esquecer aquilo quanto ela. – Onde está Ino? E os outros?

-Ino deixou um bilhete dizendo que iria para casa. Sai está... organizando o enterro do corpo de Sasori.

-O mestre do...

-Sim. – interrompeu Naruto, sem querer ouvir o nome do amigo. - Sakura se levantou cedo e foi ao hospital, disse que precisava trabalhar. – disse, lembrando-se da expressão desolada da rosada. – E Deidara... – interrompeu-se.

-Aquele loiro, não é? – perguntou, vendo Naruto assentir. – O que tem ele?

-Tenho a impressão de que ele está aprontando alguma coisa, por baixo dos panos.

-Mas ele não é um aliado? – perguntou ela.

-Deidara é... complicado. Ele age de acordo com os próprios instintos, com o próprio senso de justiça. Assim como os feiticeiros, ele é um renegado da ORDEM. Mas ele é um bom amigo. Só é um pouco... irresponsável e... imprevisível.

Hinata não entendeu muito bem o que ele quis dizer, mas não iria insistir no assunto. Tinha algo que queria discutir com o loiro, e sabia que aquele não era o melhor momento para isso. Mas sabia também que se esperasse, poderia perder a coragem.

-Naruto... eu estava pensando... já que as coisas estão esclarecidas por aqui... eu poderia... voltar à escola. – sugeriu, baixo.

-Não. – falou ele, simplesmente, começando a comer e dando aquele assunto por encerrado.

-Como assim, “não”?! – indignou-se ela – Eu não vou fugir ou coisa parecida! Só quero voltar a estudar! É meu último ano, Naruto... – reclamou.

Ele parou de comer.

-Achei que você não se importasse com essas coisas. – disse o loiro.

-Não me importava mesmo. – ela respondeu sem pensar.

-E o que fez você mudar de ideia? – questionou ele.

Hinata pigarreou, desviando os olhos dos dele, sem saber como responder àquela pergunta.

O que havia mudado? O que a fizera ter vontade de desfrutar a vida lá fora?

O que estava acontecendo com ela?

-Não... não sei... mas acho que seria bom sair um pouco daqui. A escola é algo importante, não posso perder o ano... e... seria bom poder ver Tenten... queria saber como ela está.

Naruto soltou uma risada alta ao ouvir o nome da amiga de Hinata.

-O que foi? – ela perguntou, confusa.

-Ah... nada não. – respondeu ele, descarado. – Vou pensar nisso, está bem?

-No que você ainda tem que pensar? Você não é meu dono! – estressou-se Hinata.

Naruto estreitou os olhos para ela.

-Não estou mantendo você aqui porque é divertido te ter por perto. Estou cumprindo ordens, Hinata, você já sabe disso. Já tenho coisas demais na cabeça agora. Podemos discutir isso depois? – ele pediu.

Hinata se encolheu com aquele tom de voz baixo. Parecia ainda mais ameaçador do que quando ele estava estressado e impaciente, e gritava aos quatro cantos, fazendo escândalo.

Ela também sabia que Naruto estava lidando com muitos problemas naquele momento, e resolveu respeitar a situação.

-Tudo bem... mas pense no assunto, tá legal? Por favor.

Ele apenas suspirou, e voltou a comer. Hinata também começou a comer, ainda divagando mentalmente sobre a possibilidade de aquela comida estar envenenada. Não conseguia imaginar que Naruto tivesse feito aquilo apenas por agradecimento. Já ficara com fome vezes suficientes para saber que ele não estava muito preocupado em cuidar dela.

Foi quando Sai e Deidara entraram na casa, sem sequer bater na porta da frente, ou pedir licença. Deidara sentou-se no sofá, esparramando-se confortavelmente, e Sai foi em direção à cozinha.

Naruto sequer levantou o rosto para olha-lo, como se já esperasse pela presença do amigo ali.

-O enterro será essa tarde, Naruto. Já está tudo arranjado.

Naruto apenas assentiu, ainda de cabeça baixa, mastigando, concentrando-se na comida à sua frente.

-Você teve noticias do Ga...

-Não. – respondeu o loiro, de boca cheia.

Sai percebeu que ele não queria se estender naquela conversa.

-Estou indo para casa. – falou o moreno, tirando o celular do bolso. – Passei a manhã ligando para Ino, mas ela não atende... – divagou, verificando se a loira havia retornado alguma de suas mensagens.

-Ela deve estar aborrecida por você ser tão idiota. – falou Naruto, tomando um gole do suco. Encarou o líquido no copo com certo desgosto. Não era tão bom sem algum álcool misturado.

Hinata encarou Naruto de boca aberta, enquanto Sai tinha a mesma reação.

-Como é? – perguntou o moreno.

-É isso mesmo que você ouviu. – disse Naruto, levantando-se da cadeira. Aquela refeição apenas o aborrecera.

-Por que está me dizendo isso? – Sai questionou, confuso.

Naruto se virou para ele, a expressão irritada.

-Como se já não bastasse todos os problemas que estamos enfrentando, ainda preciso me preocupar com meus amigos escondendo as coisas de mim, Sai?

-Naruto! – ralhou Hinata.

Mas o loiro não deu atenção à ela.

-Será que você tem uma ideia tão errada de mim a ponto de esconder quem você é? – questionou Naruto.

-Sinto muito não ter falado nada antes. Mas... já tive muitos problemas com isso. As pessoas...

-As pessoas são um bando de imbecis! Nós somos sua família! Seus amigos!

-Eu sei... mas...

-Se sabe, devia ter nos contado antes. Devia ter confiado em nós.

Sai não iria contar ao loiro que Ino já sabia de tudo, desde o começo. Não queria deixa-lo ainda mais nervoso, e preferiu deixar as coisas como estavam.

-Sinto muito não ter contado. – repetiu Sai.

Naruto suspirou pesadamente. Caminhou na direção de Sai, colocando a mão sobre o ombro do amigo, encarando-o.

-Somos seus amigos. Sua família. Seu apoio. Não esconda nada de nós novamente, nem finja ser o que você não é. Estamos ao seu lado.

-Eu sei. Obrigado.

O loiro abraçou o amigo, mas o gesto não durou muito. Ele logo soltou Sai, desviando-se do olhar de Hinata.

-Agora chega dessa baboseira. Cadê o maluco do Deidara?

-QUE ÉÉÉÉ?! – gritou Deidara, do sofá.

Naruto revirou os olhos, e caminhou até a sala. Hinata se levantou, mas não se aproximou muito. Ficou na porta, em pé, observando os três rapazes. Deidara lançou-lhe um olhar estranho, reconhecendo-a da noite anterior. Lembrou-se do “leve” soco que levara de Naruto por chegar perto dela... e desviou os olhos da garota.

O Uzumaki caminhou até a adega, pegou uma garrafa e dois copos de vidro. Voltou para a sala, sentando-se no outro sofá, de frente para Deidara, servindo a bebida nos dois copos, em cima da mesinha de centro.

Estendeu a bebida ao amigo, que aceitou de bom grado, com um sorriso nos lábios. O olhar sádico de Naruto o instigava a imaginar o que ele estaria tramando. Deidara sabia do que Naruto era capaz quando se irritava, e estava louco para se meter em confusão. Seria como nos velhos tempos, quando eles tocavam o terror nas cidades por onde passavam. Aquele tempo havia passado para ambos, mas nada impedia de relembrar aquela época de loucuras por um único dia.

-Deidara – começou Naruto, bebendo um gole. – Sei que você está tramando alguma coisa contra a galera da Akatsuki. Me coloca nessa.

-Uuuhhh... – debochou Deidara. – Vai querer ir contra os seus amiguinhos? Tem certeza?

-Não quero ir contra eles. Quer tirá-los de lá. – falou Naruto, tomando outro gole da bebida.

Hinata observava aquela conversa com o coração apertado. O que Naruto pretendia?

Deidara sorriu.

-Tudo bem. Mas você não vai gostar de saber das coisas que eu descobri até agora. – avisou.

Naruto apenas sorriu com escárnio.

-Desembucha, Deidara.  – falou, exibindo um olhar carregado de fúria.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Shikamaru caminhava pelo salão da Igreja a passos apressados. A expressão cabisbaixa que ele exibia revelava àqueles que o observavam que o Padre Nara não estava para conversa. Sem ser incomodado, ele se dirigiu até o local onde imaginava que encontraria Temari.

O telefonema que recebera logo cedo o incomodava e enchia de pesar. Outro mestre havia sido morto sem que ele pudesse avançar nas investigações sobre esses acontecimentos. As coisas estavam de cabeça para baixo, e ele detestava aquela sensação de impotência.

Chegou até a sacristia, onde viu Temari sentada na cadeira, com os pés displicentemente apoiados na mesa, a segunda garrafa de vinho vazia no chão. A posição fazia com que as roupas de freira ficassem encolhidas em suas coxas, mostrando as pernas nuas. Ela tinha uma expressão tranquila, de quem aproveitava a calmaria de uma manhã bonita.

Shikamaru detestava ser a pessoa que acabaria com aquela tranquilidade. Mas alguém precisava dar a noticia, afinal.

-Temari... – começou, fechando a porta atrás de si.

Ela se virou para ele, e sorriu, embriagada.

-Trouxe outra garrafa, Nara?

-Você vai falir a Igreja... – ele reclamou, baixinho, sem saber como tocar em um assunto tão delicado.

A loira estava prestes a rebater aquilo, quando notou algo na expressão de Shikamaru. Uma certa tristeza, uma certa cautela. Ela tirou as pernas de cima da mesa, e se virou para ele.

-Que cara é essa? Alguém descobriu que o Padre Nara vive tentando passar a mão na irmã Temari? – brincou, exibindo ao amigo um sorriso malicioso.

-Quê? Que história é essa? Você não anda dizendo isso pras pessoas, não, né?

-Relaxa, Padre Nara... por que você não bebe um vinho também? – perguntou ela, ainda sorrindo. – Senta aqui comigo. – chamou, maliciosa.

Shikamaru suspirou. Temari ficava ainda mais perigosa quando estava bêbada.

-Na verdade, Temari... tem algo que eu gostaria de falar com você.

Ela estreitou os olhos para o outro, incomodada com a expressão que ele lhe exibia.

-Pela sua cara, imagino que não sejam boas noticias. O que aconteceu? Descobriu mais alguma pista?

Shikamaru pigarreou. Tinha medo de como ela reagiria ao que estava prestes a contar.

-Não. Mas... Sai me ligou, mais cedo.

-O artista plástico? Aquele que vive grudado na loirinha das plantas?

-Já falei pra você um milhão de vezes: não coloque apelidos nos meus amigos. Que saco. – repreendeu ele, alisando a testa. – Mas sim... foi ele mesmo. Ligou para dar uma noticia.

Temari ficou em silêncio, esperando que o outro falasse. Mas Shikamaru ficou mudo, encarando a loira, hesitando. Ela começou a perder a paciência.

-Desembucha, Nara! O que aquele branquelo queria?

Shikamaru suspirou pesadamente.

-Ele disse que Sasori morreu. – anunciou.

 

Os olhos de Temari se arregalaram com aquela noticia. Fitou Shikamaru com uma expressão de incredulidade, sem conseguir dizer nada.

Seu mestre. A pessoa que lhe resgatara. Que lhe dera uma família, irmãos, casa e afeto. Que lhe dera um lar.

-Sinto muito, Temari. – falou Shikamaru, baixinho, encostado na porta fechada.

Ela piscou, sentindo os olhos arderem. Tinha a sensação de que algumas lágrimas se acumulavam ali, mas não deixaria que elas caíssem. Não choraria por aquele homem que a resgatara de sua vida miserável, que a transformara em alguém melhor do que ela julgava capaz de ser.

-Sente pelo quê? Não há nada a lamentar. Não vejo aquele homem há anos. – falou Temari, pigarreando.

Shikamaru revirou os olhos, caminhando até ela. Praguejava mentalmente pelo que estava prestes a fazer, mas entendia que havia certos momentos onde se fazia necessário deixar a cautela de lado e se dedicar à tarefa de cuidar dos amigos. E apesar de tudo o que havia acontecido no passado, apesar de não confiar nem um pouco em Temari, apesar de saber que ela era a criatura mais perigosa que ele conhecia... ela ainda era sua amiga.

E num gesto inesperado, Shikamaru abraçou a loira, que ainda estava sentada na cadeira. Ela permaneceu imóvel, sem conseguir esboçar nenhuma reação. Não verteria lágrima alguma. Prometera a seu antigo mestre que não choraria mais. Que não se deixaria abater pelo sofrimento.

-Seu mestre não iria gostar de saber que você faz tão pouco caso da morte dele. – falou o Nara.

-Eu não... – ela tentou argumentar.

-Cale a boca e chore, idiota. – sussurrou ele, apertando o abraço.

-Eu... não posso... chorar... – começou ela, a voz trêmula, as lágrimas finalmente caindo sem que ela pudesse evitar.

-Não vou contar pra ninguém que a temida e insensível Temari tem sentimentos. – ele fez graça, sorrindo um pouco.

-Promete? – ela riu também, a voz falhando.

Ele assentiu.

-Prometo.

Diante dessa afirmativa, Temari não pôde mais controlar a tristeza que a invadiu. As lágrimas que agora rolavam livres e fartas mancharam a roupa do Padre Nara, enquanto ele acariciava os cabelos loiros da amiga.

Em meio aos soluços, a lembrança de seus “irmãos”, com quem conviveu após ser resgatada por Sasori, invadiu sua mente.

Onde andariam Gaara e Kankuro?

 

 

 

 

 

 

 

A tarde caia sobre a cidade, e a luz rosada que coloria o céu entrava pelas janelas da casa de Naruto, fazendo as garrafas de bebida da adega cintilarem com uma cor estranha. Os pequenos raios refletidos pelos vidros iluminavam a pele de Hinata, que esperava pelo loiro, sentada no sofá. O vestido preto que usava revelava que a ocasião para a qual se preparava não era muito alegre. Eles estavam sozinhos em casa, e aquela situação ainda a deixava desconfortável. Ainda mais pelo fato de que sentia, pouco a pouco, que Naruto estava prestes a perder o controle.

Ela lamentava que ele estivesse passando por um momento de tanta tensão e tristeza. E sabia que ele estava ainda mais transtornado pelas revelações que Deidara fizera naquela manhã. Sentia que Naruto não estava conseguindo lidar direito com aquela situação, e que iria explodir a qualquer momento. E tinha medo de que ela fosse envolvida nos destroços que aquela explosão causaria.

 

 

“-Há fortes indícios de que a ORDEM esteja envolvida nesses assassinatos, Naruto. – Deidara contou, sério.

-Não pode ser... Por que eles fariam isso? Os mestres servem a ORDEM, trabalham pra ela. Eles nos resgataram, nos acolheram. Não há motivos para que eles matem seus próprios membros. – argumentava Naruto, sem querer acreditar no que o outro dizia.

-Não, cara. A ORDEM não resgatou vocês. Seus mestres que fizeram isso. E você também está se esquecendo de que a maioria dos que foram assassinados estavam envolvidos em uma tentativa de mudar os princípios nos quais a ORDEM se fundamenta.

-Por que é que você tá falando desse jeito tão complicado? – irritou-se Naruto.

-NÃO TENHO CULPA DE VOCÊ SER BURRO, HUM! – estressou-se Deidara.

Sai revirou os olhos. Deidara se irritava com uma facilidade impressionante.

-Estou dizendo que a ORDEM é cheia de falcatruas e corrupção, Naruto! – explicou – Você sabe muito bem que eles fazem qualquer coisa pra conseguir o que querem... e os mestres não estavam gostando disso. Eles queriam utilizar os nossos dons para o bem da humanidade. Você sabe disso!

-Eu sei! Ouvi até rumores de que alguns mestres estavam tentando derrubar o comando da ORDEM, para tentar mudar as coisas, mas... mesmo assim...

-Sasori estava envolvido nisso, eu sei. Yahiko também. Isso nos leva a crer que a ORDEM está envolvida...

-E onde a Akatsuki entra nisso? – interrompeu Naruto, sem querer acreditar no que Deidara dizia. Não podia simplesmente aceitar que tudo aquilo em que acreditava estava prestes a cair por terra.

-A Akatsuki... bem...

-O quê?! – apressou Naruto. – Para de enrolar e fala logo!

-VÊ SE VOCÊ SE ACALMA, CARA! HUM!

Hinata trocou um olhar entediado com Sai. Aqueles dois loiros eram insuportáveis separados, juntos se tornavam impossíveis.

Deidara suspirou, tentando se acalmar.

-Tenho fortes razões pra achar que a Akatsuki está aliada aos membros da ORDEM que querem acabar com essa pequena revolta dos mestres. Acho que os tubarões estão mandando os peixinhos da Akatsuki pra executar a galera que está se impondo contra os métodos da ORDEM.

Naruto arregalou os olhos, surpreso, incrédulo.

-Não... você tem certeza disso?

-Certeza eu não tenho, Naruto. Tudo o que eu contei pra você agora é um grande tiro no escuro. Mas sempre temos a chance de acertar o alvo. Precisamos atirar, precisamos agir.

Naruto suspirou. Onde Sasuke havia se metido? Será que ele sabia daquela história?

Será que Deidara estava certo?”

 

 

 

 

 

 

Naruto entrou na sala, vestindo uma camisa preta simples, e uma calça jeans. Usava também um par de óculos escuros no rosto, escondendo os olhos. Pegou as chaves em cima da pequena estante, e tirou o celular do bolso, verificando se havia alguma ligação perdida.

-Está pronta? – ele perguntou, sem olhar para ela.

-Sim. – Hinata respondeu.

Ela estava certa. Sentia a aura negra emanando de Naruto sem que ele tivesse consciência disso. Ele estava perdendo o controle.

Hinata se levantou, caminhando até ele. Novamente não sabia muito bem o que fazer... sabia lidar com aquilo tanto quanto ele, e tinha medo de que ele de fato explodisse.

Algo lhe dizia que Naruto fora de si não era algo muito agradável de se ver.

-Tire os óculos, Naruto. – pediu ela, com sua expressão apática de sempre.

Ele ergueu a cabeça, encarando-a, confuso com aquele pedido.

-Como é?

-Estou dizendo para você tirar os óculos.

-Por quê?

Hinata suspirou, impaciente. Ergueu as mãos na direção do rosto de Naruto, querendo ela mesma tirar os óculos do rosto dele. Mas o loiro agarrou os pulsos da garota antes que ela pudesse tocar a armação.

-Você está brincando com fogo, Hinata. – avisou, sério.

-Eu sei. Mas não me importo.  – ela disse.

Ele a fitou por um minuto, ponderando sobre aquelas palavras.

“Afaste-se dela. Você está fora de si. Não corra riscos desnecessários.”, ele ouviu Kyuubi instruir. Surpreendeu-se por ela ter aparecido, já que ele a havia selado há alguns dias. Mas, estando tão abalado com tudo o que havia acontecido, ele não conseguia mantê-la distante por muito tempo.

Naruto estava de fato perdendo o controle. E não lhe importava que ela quisesse se arriscar por causa dele. A ideia de que ela estava disposta a se queimar por ele era, na verdade, tentadora.

Ele soltou os pulsos de Hinata, deixando-a livre para tirar os óculos escuros de seu rosto.

E quando ela o fez, pôde ver o brilho vermelho que coloria os olhos dele, as pupilas emolduradas pelo negror que ganhava espaço naquela expressão.

Ele exibiu um sorriso torto, esperando que ela tivesse a reação de sempre: ficasse apavorada e fugisse dele correndo.

Mas para sua surpresa, Hinata continuava a encará-lo com uma expressão inalterada.

-Onde pretende chegar com toda essa revolta? Qual é o problema?

Ele se surpreendeu ainda mais com aquelas perguntas.

-Você não sabe de tudo o que aconteceu? Não está vendo a única família que conheci sendo destruída? Não está vendo que tudo o que eu tenho está sendo tirado de mim? Não acha que esses são motivos suficientes para justificar a minha revolta?

-Não! Você deveria tentar se controlar... porque o que sobrou da sua família precisa de você, agora. E se você pretende mesmo trazer o Gaara de volta, vai precisar de uma estratégia melhor do que quebrar tudo e tentar me fazer ter medo. Entendeu?

Ele deu um passo para trás, encostando a cabeça na parede, passando as mãos no rosto. Não acreditava que estava levando um sermão de Hinata.

Ouviu Kyuubi grunhir, rindo, debochada.

-Droga. Droga, droga, droga, droga, droga! Que diabos está acontecendo? – ele perguntou, mais para si mesmo do que para Hinata.

Ela tocou o rosto de Naruto, carinhosamente, tentando... sorrir para ele.

Naruto arregalou os olhos para aquela proximidade, ficando paralisado, surpreso.

-Não sei. Mas eu vou ajudar. Vou me esforçar para despertar o que quer que seja esse poder que você diz que eu tenho. Vou me tornar útil e vou ajudar você a recuperar sua família. Mas tente se acalmar, tá bom?

Naruto sentia as palavras de Hinata aquecerem seu coração de maneira estranha. Sentia um brilho no olhar perolado dela, que parecia ser... esperança.

Ele sorriu, o negror e o brilho vermelho desaparecendo pouco a pouco de seus olhos. As pupilas azuis a encararam. Ele ainda tremia, e ainda ameaçava perder o controle. Mas, devagar, também sentia-se encorajado pelas palavras dela.

Tirou a mão de Hinata do seu rosto, segurando-a, levando-a para fora da casa sem responder àquilo. Alí estava outra situação com a qual não conseguia lidar.

Ela deixou-se ser arrastada por ele, e quando o loiro soltou sua mão para abrir a porta do carro, ela entrou em silêncio. Naruto sentou-se no banco do motorista, sem ligar o carro. Fitou a paisagem à sua frente por um longo minuto, ainda em silêncio, enquanto Hinata fazia o mesmo.

E quando ele finalmente olhou para ela, pôde sorrir.

-Não se acostume a brincar com fogo... nem sempre você poderá sair ilesa. Eu já disse pra você não confiar tanto em mim. – avisou.

-E eu já disse pra parar de tentar me fazer ter medo de você.

Ele soltou uma gargalhada, tanto pelo tom sério de Hinata, quanto pela maneira como as mãos dela tremiam. Ela o fitava, indignada com aquela reação.

-Você é uma mulher estranha, Hyuuga... – falou, finalmente dando a partida, e acelerando rumo ao cemitério.

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Oi!
E aí? Gostaram?
Acho que mais coisas ficaram claras nesse capitulo... ou despertei ainda mais dúvidas em vocês? MUWAHAHAHAAHAH!

Agradeço imensamente aos meus fieis leitores... são vocês que motivam e inspiram essa autora a continuar escrevendo! É por vocês que eu prossigo! <3
Então não se esqueçam de comentar, dar suas opiniões, palpites, analisar, favoritar, encher o saco dos amigos pra que eles leiam esta fic, enfim... Vocês fazem a alegria dessa autora xD

Aos que me pediram para ler suas fics, estou me organizando! E não se preocupem, eu não me importo de ler fics originais, ou com casais diferentes. Se a estória for boa, é o que importa! Será um prazer dar a minha opinião na fic de voces xD

Abraços ao Rangerfire, meu fantasma favorito *0* Sua última assombração me emocionou muito, e você sabe disso! Vamos trabalhar naquele projeto dos vidros de ketchup com olheiras, kkkkkkkkkkkkkk
Beijocas pras lindas Hele e Iris _Uchiha... parabéns atrasado, meus amores! Carinho conterrâneo por vocês *0* porque cearenses são tops, baby ;) rsrsrsrsrs A autora do mau adora vocês xD

Abração pra Liis, Gatinha_Uchiha, pra lindona da LuHiuga e pro Lord_Draco! Sua fic tá um arraso, moço! *0*

E, como não poderia faltar, beijos e corações pra Suiren-san, amooooorrrrrrrr NaruHiniano, ou você posta capitulos dessa sua fic, ou eu vou pro Sul te espancar, ouviu? <3 Te amo! Obrigada por tudo!

Para os que não citei, não fiquem tristes... todos vocês, que me acompanham, comentam, me incentivam, moram no meu coração, sem exceção!

A ação NaruHiniana está chegando, gente! Logo, loguinho vocês sentirão a temperatura entre os dois protagonistas aumentar :3
Até o próximo!

Bjks!


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