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História Play for me - Centuries


Escrita por: BellaCherry e plutoniana

Notas do Autor


Boa leitura 🌸

Capítulo 10 - Centuries


Fanfic / Fanfiction Play for me - Centuries

“Algumas lendas são contadas

Algumas se tornam pó e outras ouro

Mas você vai lembrar de mim,

Lembrar de mim por séculos”

 

Sasuke

Uma das coisas que aprendi com o tempo em que convivi com Karin é que ela nunca se dispõe a fazer alguma coisa se não tiver interessada em algo por trás. Por isso, quando disse que ia sair do balé e nós iríamos sair juntos, já imaginei que tinha algum objetivo por trás. Mas me mantive quieto sobre isso. 

Enquanto espero na calçada em frente à agência da minha mãe, me encosto num poste decorativo, começo a pensar no quanto é estranho nós estarmos saindo e Juugo não estar conosco. 

A ansiedade e o desconforto fazem meu estômago apertar. Minha mãe tem razão ao dizer que é melhor não pensar muito sobre isso. 

Ainda é cedo mas já está muito frio. Eu fiquei tanto tempo trancado na clínica que acabei esquecendo como era o frio de Moscou. Meu corpo precisa se acostumar novamente com a temperatura. 

O carro de Suigetsu surge na esquina e espero ele parar perto de mim para me mover. Porém quando abro a porta de trás, vejo Sakura sentada ali. 

— Oi. — ela diz com um sorriso. 

— Oi. — respondo ainda surpreso enquanto entro no carro e fecho logo a porta. 

— Oi pra você também. — Suigetsu ironiza o fato de eu nem ter olhado para ele e Karin nos bancos da frente. 

— Você já teve mais modos, Sasuke. — Karin brinca mexendo no celular. 

Sakura ri da nossa interação. 

— O que houve? Fugiu da academia? — pergunto à ela. 

— Como assim? Só vim passear um pouco. — ela dá de ombros. 

— E é permitido alguém da sua classe andar com gentalha como nós? — brinco e ela soca meu braço de brincadeira. 

— Era pra você ter entrado na outra rua. Vamos dar uma volta maior agora. — Karin começa a brigar com Suigetsu, o que não é grande surpresa, já que eles estão sempre brigando. 

— Você trabalha naquele prédio? — Sakura pergunta, querendo puxar papo enquanto o casal começa a brigar nos bancos da frente.

— Não, minha mãe que trabalha lá. — respondo tranquilamente. 

— Ah, que empresa legal. Deixa os filhos visitarem os pais durante o horário de trabalho. — Sakura comenta sorridente. 

Não sei muito bem se entendi o que ela quis dizer. Depois de um tempo me toco de que ela acha que minha mãe é uma simples funcionária. Eu até poderia explicar melhor mas ela muda o foco da conversa então deixo pra lá. 

— O que você faz da vida? 

— Hm? — fico confuso. 

— Faculdade? Trabalho? Você disse que tinha largado a música. 

— Hã… no momento estou… num período sabático. — respondo de uma forma que ela não ache que sou um vagabundo desocupado. Se eu disser a ela que sou ex-viciado, certeza de que ela nunca mais vai me dirigir a palavra. — Estou decidindo o que fazer da minha vida. 

— Ah, sim. E como está fazendo isso? — ela pergunta, ingenuamente interessada. 

— Eu… — não sei o que responder. E Karin acaba me salvando de forma involuntária. 

— Caralho, até que enfim. — ela rosna irritada tirando o cinto enquanto Suigetsu estaciona na frente de uma loja de música. 

— Ei, que palhaçada é essa? — me irrito vendo o tal lugar que ela queria sair comigo. 

— Quero comprar um baixo. Sai logo do carro. — ela ordena de forma bastante imperativa. 

— O que deu nela? — Sakura parece surpresa com a forma agressiva que Karin fala comigo. 

Eu saio do carro e Karin me encara firme, com as mãos na cintura. 

— Entra na loja, Sasuke. Ou vou fazer um escândalo daqueles e você vai perder esse seu flerte com a Sakura. — ela diz entredentes enquanto Sakura sai do carro sem entender nada. 

— Sabia que você estava armando alguma coisa. — resmungo, puto da vida. 

Eu e Karin entramos primeiro na loja enquanto Suigetsu veste seu casaco e Sakura olha pra ele sem entender nada do que está acontecendo. 

Sakura

 

Ainda estava incomodada pela audácia de Sasori ao me beijar no rosto, mas a ansiedade por saber que logo veria Sasuke substitui qualquer chateação, afinal seria a primeira vez que veria ele depois de descobrir que ele não estava namorando com a Uzumaki. Isso estava me deixando com um frio na barriga e minhas mãos estavam começando a ficar suadas, Karin cantarolava alguma canção baixinha  enquanto seu pé batia impaciente pela demora de Suigetsu. Corei ao lembrar da cena deles transando no vestiário aquele dia.

Tivemos que esperar quinze minutos até ele aparecer com seu carro que eu não fazia idéia de qual marca era, só sabia dizer que era na cor preta o veículo.

— Finalmente, Suigetsu. — Karin abre a porta do carona, ao mesmo tempo que pragueja com seu namorado que sorri ao ver a Uzumaki irritada.

— Oh, a princesa também vai conosco? — ele me manda uma piscadela. — O Sasuke também vai, sabia? É por isso que ela está indo?

— Cala a boca, Sui. 

Eles discutem sobre mim como se eu não estivesse ali. Me acomodo mais ao banco enquanto entramos no trânsito caótico devido ao começo de uma chuvinha de neve.

Passamos por umas ruas até paramos em frente ao um prédio enorme. Fico sem fôlego pela arquitetura belíssima do prédio.

Suigetsu vai com o carro mais a frente e lá está Sasuke. Percebo que está incomodado com algo. Sinto a ansiedade aumentar ao observá-lo se aproximando.

Quando abre a porta seus olhos ônix me encaram. Posso notar seu rosto melhor constatando sua pequena covinha na bochecha esquerda e isso me faz imaginar coisas que minha mente traiçoeira prega em minha cabeça.

— Oi. — sorrio para ele.

— Oi. — sua voz rouca preenche o carro. Pela proximidade, posso sentir seu hálito bater em meu rosto. Sinto cheiro de menta e isso me agrada profundamente.

Seguimos o caminho e sinto meu rosto adquirir mais de 50 tons de vermelho pela provocação de Suigetsu. Não seguro ao dar um sorrisinho baixo ao perceber que Sasuke também havia ficado desconcertado.

Depois de puxar assuntos aleatórios com ele, fico pasma ao ver o quão agressiva Karin estava ao falar com Sasuke. Desisto de entender e saio do carro. Suigetsu veste seu casaco devido ao vento gelado que estava nos castigando, ele meneia a cabeça para que eu o siga. Confesso que estou confusa com o clima que se estabeleceu entre nós.

— Não se assuste, princesa. — Suigetsu chama minha atenção. — Eles sempre foram assim, e Karin… bom, você conhece o jeito tempestuoso dela.

— Porque me chama de princesa em vez de usar meu nome? — pergunto curiosa enquanto vou para onde estão os teclados expostos.

— Princesa combina com todo esse seu jeitinho. — ele sorri enquanto passa os dedos pelas teclas.

— Hm… certo. — não resisto sorrindo para ele enquanto uso minha mão esquerda para fazer a base da nota dó enquanto com a direita fazia a tríade.

— Não é que a princesa sabe tocar também? — ele me olha surpreso. — Pensei que seu talento fosse apenas para a dança.

— Um talento só não seria suficiente para Mebuki Haruno. — respondo lembrando das aulas que tive de teclado. — Suigetsu?

— Sim? — sigo seu olhar para Karin que estava a ponto de pular no pescoço de Sasuke por algo que eu não fazia a ideia do que poderia ser.

— Porque ele parou de tocar? — olho para Sasuke reparando o quão lindo aquele garoto é. — Digo o porquê dele parou realmente de tocar.

Confesso que a resposta vazia que ele havia me dado no carro não me convenceu. Se a música era importante para ele como a dança era para mim, não sei o quão grave foi para ele ter parado pois eu não me imaginaria sem a dança. E pelas tatuagens em seu corpo que mostrava seu amor pela música, eu não conseguia entender por mais que me esforçasse.

Suigetsu me olha enquanto estava em seu conflito interno se me contava ou não, tendo em vista que já havia abrido e fechado a boca umas duas vezes. Troco meus dedos para a tríade de sol, quando ele começa a falar.

— Karin já te contou sobre nossa história princesa? — ele suspira fundo, paro de tocar para dar atenção ao que ele fala. — Quando começamos a usar drogas era para ser algo casual, apenas para nos tirar do tédio. Idiota de nossa parte, confesso. Para mim sempre foi esse o objetivo, mas Juugo e Sasuke começaram a ver nas seringas uma válvula de escape. Karin nunca aprovou isso mais sempre esteve por perto cuidando de nós.

Eu o encaro séria e em choque, tendo em vista que agora tudo fazia sentindo. Sasuke era o amigo que estava em reabilitação que Karin sempre mencionava e eu nunca prestei tanta atenção.

— Fui eu que achei Juugo morto. Ele morreu com seu próprio vômito. — ele faz uma pausa, muito sério. Suigetsu nunca fica sério desse jeito. — Eu nunca me senti tão sem reação em toda minha vida. Karin não estava na cidade e eu liguei mais de 30 vezes para Sasuke. Quando ele recebeu a notícia, surtou. Juugo era mais do que apenas um amigo para nós, era como um irmão sabe? — o Hozuki estava com o olhar vazio, acredito que as lembranças doíam nele. — Sasuke perdeu o controle depois disso. Ele não nos ouvia pois se culpava por não ter conseguido fazer nada para terem parado antes dessa merda toda. Karin achou ele tendo uma overdose depois de ter consumido de tudo um pouco. Quase o perdemos também.

Eu não sei o que pensar. É uma história impactante e triste. Muito triste para que eu conseguisse digerir sem sentir o estomago revirar. Suigetsu me olha esperando que eu fale algo, mas as palavras simplesmente fugiram de minha boca.

— Sabe princesa, notei que algo está acontecendo entre vocês dois. — ele toca meu ombro. — Espero que saber disso não mude nada.

Meu celular começa a tocar. Tiro da bolsa, bufando ao ver “Mamãe” piscando no visor.

— Eu preciso atender, já volto. — saio da loja me preparando para o sermão que vem a seguir.

Sasuke

A loja é como qualquer outra loja de música atual. Aconchegante. Uma pinta meio vintage. Uma diversidade enorme de instrumentos que a maioria dos leigos nem sabe pronunciar o nome. O que mais me incomoda é como eu me sinto confortável nesse lugar. É como se nada tivesse mudado, embora isso não seja verdade. 

Karin observa os baixos pendurados sobre uma parede, ao lado das guitarras. 

— Caramba, compare a quantidade de guitarras com os baixos. Sempre menos favorecidos. — ela resmunga irritada com a diversidade enorme de modelos de guitarras e apenas oito modelos de baixos. 

— Certas coisas nunca mudam. — respondo com acidez. 

Ela me encara, revirando os olhos. 

— Não seja dramático, nem tudo tem a ver com você. — ela responde. 

— Até parece que isso não é uma armadilha sua para me fazer voltar a tocar. — me irrito ainda mais, falando de forma contida e baixa para que Sakura e Suigetsu que estão conversando tranquilamente ali perto enquanto examinam alguns teclados não nos escutem brigando. — Acha que eu estou chapado pra não perceber suas artimanhas? 

— Você deveria fumar um pouco de maconha mesmo. Precisa relaxar, cara. — Karin ralhou baixinho também. 

Reviro os olhos, observando o modo como Sakura experimenta algumas teclas do teclado e ri de algo que Suigetsu diz. Pelo menos eles não estão querendo voar no pescoço um do outro como eu estou com Karin. 

— O que acha desse aqui? — ela pergunta puxando um fanned vermelho da parede. 

Permaneço calado porque sei que isso faz parte do joguinho dela. 

— Tudo bem, deixa eu ir ali contar que você é o meu amigo drogado que ficou numa clínica nos últimos anos. — ela diz virando-se na direção de Sakura. 

— É machista dizer que você é uma vaca? — rosno. 

Ela sorri, vitoriosa. 

Suspiro irritado e olho melhor para o baixo que ela está segurando. 

— As cordas têm comprimentos diferente e os trastes são tortos. — digo. 

— E… — ela incentiva a terminar. 

— Se você quer uma afinação perfeita, então pega logo esse e vamos embora. — respiro fundo. 

— Hm… acho que seria bom testar um pouco. — ela pega os fones cuidadosamente enrolados e pendurados num gancho na parede e conecta ao baixo. Silencioso e extremamente irritado, fico apenas observando enquanto ela toca as cordas e fica escutando os sons pelo fone. 

Sakura e Suigetsu estão conversando de forma séria agora. Me pergunto qual é o assunto, quando Karin chama minha atenção de novo. 

— Sei lá, parece perfeito demais. Acho que prefiro algo mais realista. — ela diz desconectando o fone e colocando aquele modelo de volta na parede, pegando desta vez um fretless azul escuro. 

Olho na direção de uma atendente que está nos observando “discretamente” atrás de uma prateleira, olhando na minha direção. Não parece interessada na Karin e nem na minha aparência, então me pergunto o porquê dela estar me espiando daquele jeito. 

— É, acho que eu gosto mesmo é dos sons originais. Esses daqui parecem já estar mixados. — Karin resmunga recolocando o troço de volta na parede e pegando um modelo original do baixo elétrico. Ela nem se dá ao trabalho de colocar os fones e já toca algumas cordas. 

Ela sorri quando vê que estou prestando atenção nos movimentos dela. 

— Não era você que não estava interessado mais em música? 

— E não estou. — respondo irritado e me afasto para sentar no puff perto da janela. 

Checo meu celular e vejo que Itachi encontrou e enviou suas fotos antigas de quando estudava em São Petersburgo. 

Não consigo parar de pensar na merda da faculdade e no modo animado como minha mãe fala sobre isso. Ela quer muito me encorajar a fazer outras coisas. 

Karin está experimentando o baixo clássico enquanto escuta seus sons pelo fone quando me vê pensativo. Ela se aproxima de novo.

— Ei, não precisa ficar tão pra baixo só porque eu articulei para virmos parar aqui. — ela comenta tentando usar o bom humor. 

— Não é isso. Estou pensando na faculdade. — respondi virando meu rosto na direção dela. — Minha mãe quer muito que eu vá. 

— Olha, sua mãe queria muito também que você fosse um musicista renomado. — ela retruca dando de ombros. — Não é que ela queira decidir sua vida, Sasuke. Ela só quer que você tenha um futuro a que possa se agarrar. 

Ali perto, Sakura encara surpresa a tela de seu celular e fala com Suigetsu alguma coisa antes de sair da loja para atender uma ligação no estacionamento. Ele se aproxima de nós. 

— O que tá pegando? — ele indaga vendo que estamos sérios. 

— O dilema do futuro do Sasuke. 

— Ah. — ele relaxa, agindo como se fosse normal. Parece que algo o está incomodando, mas sabe disfarçar bem.

— Ei, nem todo mundo está com a vida resolvida como você. — argumento irritado.

— Só porque ele virou escritor acha que a vida dele se resolveu? Ele é viciado, pelo amor de Deus. — Karin se revolta.

Suigetsu fica quieto porque sabe que qualquer coisa que disser será usada contra ele. Esperto. 

Depois de um minuto em silêncio, ele se pronuncia. 

— Sabe… antigamente você encontrava as respostas para todas essas questões pessoais em músicas. — ele comenta com um sorriso de canto e olha pra Karin. Pelo olhar dela, captou a ideia dele. 

— Do que você está falando? — pergunto nervoso vendo o modo cúmplice como eles se olham. 

— Você não lembra de como tudo se resolvia no nosso grupo depois que você pegava um violão e começava a tocar uma música aleatória mas que de repente parecia um conselho fenomenal? — Karin ri lembrando disso. 

— Eu só tocava a primeira música que vinha na minha cabeça. — retruco desconfortável com as lembranças e do modo nostálgico que elas estão agora. 

— Vamos fazer o mesmo agora e ver se dá certo. — Suigetsu se anima. Pela cara de Karin, não está muito a fim de cantar na frente de qualquer pessoa dessa loja que possa escutá-la. Mas pelo visto está determinada a me fazer voltar a tocar aos poucos. 

— Tudo bem, estou indo embora. — anuncio já me preparando para levantar mas Suigetsu puxa o começo da música. 

— Some legends are told, some turn to dust or to gold, but you will remember me. — paraliso no mesmo instante quando percebo que música é. É a nossa música. A música do nosso grupo. A nossa maldita música. Algo parece estalar dentro de Karin porque de repente ela perde a vergonha e começa a cantar junto, inclusive acompanhando com algumas notas do baixo, agora já sem o fone. — Remember me for centuries and just one mistake, is all it will take. We'll go down in history, remember me for centuries. 

— Você só podem zoando. —  murmuro baixinho para os dois já se balançando no ritmo da música e fazendo caretas para entrar no clima descontraído. Suigetsu está agindo como se estivesse no palco, está usando o celular como microfone. Eu me seguro para não rir dos dois palhaços. Ainda bem que Sakura não está aqui para ver essa loucura ou provavelmente iria querer se enfiar num buraco. 

— Mummified my teenage dreams. No, it's nothing wrong with me. The kids are all wrong — a voz de Karin é bonita. Sempre foi, e eu nunca entendi o porquê de ela não gostar que desconhecidos a escutassem. Suigetsu também não é tão ruim assim. — The story's all off. Heavy metal broke my heart. — os dois estão fazendo uma performance teatral, como se fossem mesmo estrelas de uma banda. É muito divertido de se ver. Juugo estaria rindo como se não houvesse amanhã desse show. 

Olho pela janela, vendo Sakura ainda conversando no telefone. Me pergunto o que ela acharia desse circo. Mas nós já temos uma plateia. Duas atendentes, inclusive a que estava me espiando estão em pé ali perto, nos olhando e se divertindo com a cena. Um grupo de adolescentes que estavam olhando as guitarras também estão nos olhando e curtindo. 

— The bruises on your thighs like my fingerprints, and this is supposed to match, the darkness that you felt. I never meant for you to fix yourself. — o solo do baixo de Karin e Suigetsu batendo palmas são as únicas coisas que ditam o ritmo da música.

Quando eles tocam o refrão novamente, as atendentes batem palmas no mesmo ritmo de Suigetsu e começam a cantar também. Os adolescentes estão cantando e se balançando junto também. Um deles que estavam testando uma guitarra começa a tocar as notas com ela, ajudando no ritmo de Karin e a fazendo sorrir em agradecimento pra ele por cobrir as notas que o baixo não alcança. 

— And I can't stop 'til the whole world knows my name. 'Cause I was only born inside my dreams. Until you die for me, as long as there is a light, my shadow's over you. — tirando eu mesmo, está todo mundo na loja dançando e cantando a música. Tento imaginar o que os Fall out boy pensariam vendo um bando de russos se juntando para cantar uma das músicas do álbum deles que faz homenagem aos americanos. Isso me faz rir ainda mais. — We've been here forever, and here's the frozen proof. I could scream forever. We are the poisoned youth. 

Algumas pessoas que estavam no segundo andar da loja e escutaram a cantoria no andar de baixo foram para o vidro nos observar e agora estão cantando e dançando junto do nosso som. 

De repente eu me lembro de um dos principais motivos pelos quais eu amava a música. É essa conexão. 

É uma ligação tão forte que faz vários desconhecidos se juntarem numa loja e tocarem e cantarem juntos. Mesmo quem não conhece a música está se remexendo ao ritmo também. Era esse tipo de ambiente que eu amava. Era onde eu queria viver por toda a minha vida. 

Sempre achei que a música fosse um objeto que ligava as pessoas umas às outras, e vendo essa cena, tenho certeza. 

É algo contagiante demais. Eu permaneço sentado, mas não posso evitar de bater palmas no mesmo ritmo de todos e cantar o refrão para finalizar a música. 

— Some legends are told, some turn to dust or to gold, but you will remember me, remember me for centuries. And just one mistake, is all it will take. We'll go down in history, remember me for centuries. — Nem Karin nem Suigetsu ficam eufóricos quando me junto à cantoria, então provavelmente já tinham calculado isso. São raposas velhas que conhecem meus limites. — We'll go down in history, remember me for centuries. 

Todo mundo bate palmas mas não a ninguém específico. Apesar de Karin e Suigetsu terem puxado, todos participaram do show coletivo. Nossas palmas são para todos nós. 

— Belo show. — digo para Karin e Suigetsu. 

— Foi em sua homenagem. — Suigetsu responde. 

O grupo de adolescentes chega perto de nós para elogiar a performance de Karin no baixo, assim como outros solitários que estavam por ali e acabaram se juntando com a música. 

— Ei, você é o Sasuke Uchiha, não é? — a atendente que estava me espiando antes chega perto de mim eufórica. 

— Sou. 

— Eu assisti algumas das orquestras que você participou. Posso tirar uma selfie com você? — ela diz agindo igual uma fã de boyband. 

— Hã… eu…

— Tira logo a foto, Sasuke. — Karin resmunga. 

— Espera, você é o Sasuke Uchiha? — um dos adolescentes pergunta. — Nós estudamos no colégio que você estudou no segundo grau. Tem um monte de prêmios lá da época em que você estudou. — eles se apressam para tirar uma foto comigo também. 

Olho pra Karin e ela está sorrindo vitoriosa. Suigetsu está segurando o riso. Os malditos conseguiram exatamente o que queriam. 

Sakura entra na loja confusa ao ver as pessoas se amontoando para tirar uma foto comigo. Ela vai até o casal e pergunta o que aconteceu. 

Karin apenas dá de ombros. 

— Nada de importante. — ela diz com aquele sorriso convencido na cara. 

 

Sakura

 

Mamãe fala sem parar, toda tentativa para que eu possa responder, ela debate com seus gritos histéricos.

— Onde você está, Sakura Haruno? Yamato foi buscá-la e adivinha só! Você já tinha ido embora. — sua voz está descontrolada.

— Mamãe, eu…

— Eu o quê? Nem sua madrinha sabia onde você estava.

— Fiquei sabendo de uma loja que estava com uns figurinos para o espetáculo, quis dar uma olhada. — minto sabendo que se ela soubesse onde eu estava, era capaz de vir onde estou.

— Não quero saber, a filha do governador estará aqui mais tarde. — ela fala enquanto grita algo para a governanta. — Não ouse atrasar para seu compromisso com a Hyuuga.

— Agorinha estou indo embora, sei dos meus compromissos mamãe. — falo tentando manter a paciência. — Tenho que desligar. 

— Sakura, não ouse desligar…

Finalizo a chamada, desligando o celular em seguida para evitar que ela fique enchendo meu celular de ligações e mensagens.

Volto para dentro da loja, observando que tinha um aglomerado de pessoas ao redor de Sasuke.

— O que está acontecendo, Karin? — pergunto evitando olhar para o Hozuki.

— Nada de importante. — Karin balança os ombros, sorrindo convencida para mim.

— Hã, estamos prontos para ir embora? — olho para Sasuke que estava encarando um ponto vazio no canto da loja.

— Sim, já escolhi meu baixo. — ela aponta para o instrumento que estava na capa, enquanto Suigetsu passa a alça pelos ombros.

Fico com os pensamentos perdidos enquanto observava os pequenos flocos de neve se acumular por onde passávamos. Parece que eu estava dentro de uma bolha particular que não me permite interagir, nem mesmo as provocações de Suigetsu me fazem sair do torpor que eu estou. Me permiti olhar para Sasuke que encarava o vidro como se também estivesse em sua bolha particular.

Chegando perto de casa, tento me virar para falar com ele pois eu não fazia ideia de quando ia revê-lo novamente, mas não consegui. Precisava digerir o que eu havia descoberto sobre ele. Não é como se eu tivesse algo contra ele, ou não quisesse mais revê-lo, eu só precisava pensar um pouco. 

Pois cada um tinha seus demônios para enfrentar, até mesmo eu.


 

“E você é uma flor de cerejeira

Você está prestes a desabrochar

Está tão linda, mas se vai rápido demais”

 


Notas Finais


Sakura descobriu todo o passado do nosso querido Sasuke e agora o que ela vai fazer sobre isso? Comentários?
Letra cantada pelo trio é a mesma do titulo do capitulo, para entrar no clima sigam e ouçam as musicas da Play List feita especialmente para a Fanfic https://open.spotify.com/playlist/37NSpglqm8iRXagiXlowAO?si=eZmKrUuXTiuL1BPb2L8AzQ

Para quem gosta de um Sasuke numa pegada intensa tem esse meu outro neném com a @Solune, com um Sasuke Híbrido ( https://www.spiritfanfiction.com/historia/maktub-16373508 )
Até o proximo <3


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