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História Please Dry My Eyes - Lie


Escrita por: LayToko

Capítulo 36 - Lie


Fanfic / Fanfiction Please Dry My Eyes - Lie

“Me diga,

Com o seu sorriso doce.

Me diga,

Me diga como se estivesse sussurrando em meus ouvidos.

Não seja como uma presa,

Seja suave como uma serpente,

Mesmo que eu queira fugir.

Vá para longe de mim,

Vá embora, por favor.

Vá embora.

Algo, por favor,

Me salve.

É interminável,

Mesmo se eu tentar fugir,

Eu caí em uma mentira.

Pego em uma mentira,

Por favor, encontre minha inocência.

Eu não consigo sair de dentro dessa mentira.

Por favor, devolva o meu sorriso.

Pego em uma mentira.

Me liberte desse inferno,

Eu não consigo escapar desse sofrimento.

Por favor, salve o eu que está sendo punido.

...

Eu ainda sou o mesmo,

O mesmo que sempre fui.

O mesmo eu de antes ainda está aqui.

Uma mentira que cresce mais e mais

E está ameaçando me engolir. ”

 

Enquanto Taehyung entrava e saia do estúdio, Hoseok o observava com tédio. Sentia-se extremamente cansado e não era só pela péssima noite de sono que havia tido ou por sua rotina, estava cansado do cinismo do mais novo.

Suspirou, olhando para as coisas do cantor, deixadas em cima de sua mesa. O Jung levantou e caminhou até lá, pegando um dos papeis e se concentrando no que estava escrito.

 

“O mundo é um complexo,

No qual buscamos por amor.

Eu também era como muitas dessas pessoas,

Eu não acreditava em amor verdadeiro,

Apenas falava, sem muito sentido,

O quanto eu queria amar alguém.

Mas eu me encontrei, um novo eu.

Também estou confuso sobre qual é o meu verdadeiro ‘eu’,

Eu conheci você e notei que sou um livro,

Ou você virou a página?

De qualquer modo, eu quero ser o melhor homem que puder pra você.

Isso, provavelmente, é natural,

Porque você é o meu mundo.

Eu me tornaria o que você queria,

Eu jurei pra mim mesmo.

O mundo é complexo,

Mas estou procurando o amor.

Eu estou bem com o meu falso eu,

Se isso fizer você me abraçar.

Você é o meu começo e fim,

Você vai acabar comigo? ”

 

Hoseok suspirou e puxou outra folha.

 

“Talvez eu seja a sua verdade e a sua mentira,

Ou, talvez, o seu amor e o seu ódio.

Talvez eu seja seu amigo e inimigo,

O seu céu e inferno.

E, algumas vezes, seu orgulho e humilhação.

Eu nunca poderei tirar a minha máscara,

Pois o eu por trás dessa máscara não é o cara que você conhece.

Mais uma vez, hoje eu acordo, me visto e coloco minha máscara,

Pra que eu possa me tornar o cara que você ama.

Esse eu merece o seu amor?

Eu sempre tento me tornar o melhor pra você,

Eu espero que você nunca conheça esse meu lado. ”

 

– Hoseok? – O Jung sentiu o mais novo lhe abraçar por trás. – O que você tá vendo?

– Foi você que escreveu isso?

– Sim. – Respondeu Taehyung, depois de hesitar por algum tempo. – O que você achou?

– Não sei exatamente. – O Kim observou Hoseok amassar o papel involuntariamente.

– Hobi...

– Eu preciso ir. – O estudante sorriu forçadamente, soltando-se do mais novo e pegando sua mochila. – Não posso me atrasar.

– Tudo bem, eu te levo.

– Não precisa.

– Hobi! – Taehyung lhe lançou um olhar pidão, Hoseok suspirou. Odiava aquilo, pois sabia que os dois estavam cientes que havia algo errado ali, mas ninguém tocava no assunto.

– Tá bom, Tae.

O mais novo pegou suas coisas e acompanhou o namorado, lhe observando com receio. Taehyung sabia que já era tarde demais para ele, tudo que lhe restava era escolher como contaria a verdade a Hoseok, era nisso que pensava constantemente, imaginando as inúmeras possibilidades do que poderia vir a acontecer depois.

No carro, os dois permaneciam calados, evitavam se olhar, nenhuma música tocava mais. A desconfiança do mais velho e a agonia do mais novo eram tudo que havia restado para lhes servir de maior companheira. Aquilo apertava o coração de Hoseok, ter chegado em uma situação como aquela depois de dez meses juntos. Em Taehyung, doía ainda mais, afinal, o sentimento de culpa já havia se tornado seu fiel amigo.

Os dois continuavam se vendo, pois ainda era evidente que se gostavam. Para Taehyung, cada reencontro era sua última chance de contar a verdade. Para Hoseok, poderia ser o grande dia para o qual nunca se sentiria preparado.

O cantor estacionou o carro e segurou o braço do mais velho.

– Hobi. – Hoseok lhe encarou, esperando que continuasse. – Boa... sorte.

– Em quê? – O estudante franziu o cenho. – É só o meu trabalho, o que eu faço todo dia.

– Eu sei, eu só... – Taehyung não sabia o que falar.

– Obrigado. – O mais velho se aproximou, dando um beijo na bochecha do Kim. – Até mais, Tae.

– Me liga se precisar de algo, tá?

– Tá.

Taehyung observou o mais velho se afastar e só depois de algum tempo foi capaz de ligar seu carro novamente e ir embora, pensando se algum dia teria que ir embora de vez da vida de Hoseok. Sentiu seus olhos se encherem de lágrimas.

 

Qualquer um que olhasse para Hoseok notaria que o garoto não estava em seus melhores dias, sua expressão era sempre triste e cansada, totalmente diferente do Jung tão sorridente de sempre, mas ele não era do tipo que falava muito sobre os próprios problemas, então, guardava tudo para si.

O estagiário olhou para a tela do computador e suspirou, a última coisa que queria era fazer seu trabalho naquele dia, seu pensamento se mantinha firme na letra que Taehyung havia escrito e no que ela poderia significar, mas não tinha outra opção que não fosse se concentrar no que deveria fazer naquele momento.

Depois de algum tempo, já cansado e frustrado por estar fazendo algo sem o mínimo interesse, aproveitou a ausência de seu chefe e pegou seu celular, mandando uma mensagem para a melhor amiga.

HobiHobi: Desculpe não estar falando muito com você, Jennie, eu realmente estou sem disponibilidade. Muitas coisas têm acontecido comigo, eu não sei como lidar com tudo isso, meu relacionamento não está mais me fazendo tão bem assim e eu não sei o que fazer pra resolver isso, afinal, eu ainda gosto muito do Tae, eu amo ele, mas ele não me conta seja lá o que for que esconde, então eu não sei se isso é algo recíproco, só tenho medo de sair cada vez mais machucado disso tudo.

Você também não tem conversado muito comigo, não sei o que está acontecendo com você, também deve estar cheia de problemas e eu não queria te encher com os meus, desculpe por isso. Manda um oi quando puder, por favor.

Te amo, Noona.

Hoseok continuou encarando a tela do celular por um longo tempo, esperando algum sinal de vida da melhor amiga, mas ela estava realmente distante e não queria condená-la por isso, Jennie devia ter seus motivos.

Como sempre, seu chefe entrou na sala sem o mínimo aviso, assustando-o e fazendo com que ele fingisse se concentrar em seu trabalho. O homem caminhou até seu local e permaneceu lá, enquanto Hoseok se concentrava em suas próprias tarefas. Depois de algum tempo, o Jung se assustou com a aproximação repentina de Kwon.

– Hoseok...

– Sim, senhor. – O garoto estranhou o tom de voz do mais velho.

– Vai estar livre no fim de semana? – O Jung tentou não revirar os olhos, trabalho no fim de semana era a última coisa da qual ele precisava.

– Na verdade... não vou. – Mentiu.

– Nem na noite de sábado?

– Ah, é, talvez. – Hoseok não era bom em manter mentiras.

– Eu estava pensando, acho que podemos ir a algum lugar.

– Ah, o pessoal do nosso departamento todo?

– Não, Hoseok. Eu e você. – Aquilo realmente foi um choque para o mais novo.

– Ah..., mas por que isso?

– Bom... você sabe.

– Não, eu não sei. – O Jung estava começando a perder sua paciência.

– Hoseok, eu sei que você é gay...

– Mas o que isso...

– Você não tem nenhum interesse em um aumento ou...

– Em troca de sair com você? – Hoseok não resistiu, arregalando seus olhos e levantando de seu lugar.

– Tudo bem, não precisamos sair, caso você não queira. – O homem se aproximou ainda mais, apoiando seus braços, um de cada lado, na parede onde o Jung estava encostado. – Podemos ficar aqui mesmo.

– Eu... eu... tenho namorado, senhor. – Hoseok parecia prestes a desmaiar.

– Não precisa inventar desculpas como essa, Hoseok.

– É verdade.

– Não importa, então, não é como se nós fossemos ter algo sério também. – Seu chefe sorriu e Hoseok sentiu vontade de vomitar. Continuou imóvel, pensando no que deveria fazer, enquanto o homem se aproximava mais, deslizando sua mão até a bunda do Jung, ao mesmo tempo em que seus lábios tocavam seu pescoço.

Foi tudo muito rápido, Hoseok acertou os testículos do mais velho com seu joelho, empurrando o homem para longe e fazendo com que ele quase caísse no chão. Se apressou em pegar suas coisas, enquanto sentia todo seu corpo tremer, precisava sair dali o quanto antes.

– Jung Hoseok! – Ouviu o grito do homem e se arrepiou. – Se você sair por essa porta, está demitido!

– Eu não me importo! – O Jung gritou de volta. – É melhor do que ficar perto de alguém como você.

– Não adianta contar isso pra ninguém, ninguém vai acreditar em você! – O mais novo apenas ignorou seus gritos, pegou suas coisas e destrancou a porta da sala, saindo apressadamente. – Hoseok! Jung Hoseok!

O estudante correu até o lado de fora da empresa, depois correu o quanto pode para longe dali, de repente, suas lágrimas já haviam se juntado ao seu suor e não sabia mais onde estava. Ainda com suas mãos trêmulas, pegou seu celular e ligou para a primeira pessoa que lembrou.

– Alô?

– Taehyung? Você tá ocupado? O que tá fazendo agora? Você pode sair? Acha que pode vir até aqui? – As palavras de Hoseok saiam atropeladas demais.

– Hoseok, calma, calma. Você tá aonde? Eu vou aí, tá? Só me manda o endereço.

– Tá, mas tenta vir rápido, por favor. – Hoseok encerrou a ligação, mandando sua localização para o mais novo.

As pernas de Hoseok não conseguiam ficar paradas nem mesmo por um segundo, ele andava de um lado para o outro, mil coisas passavam por sua cabeça. Tinha medo de que seu chefe viesse atrás dele, afinal, o homem tinha todas as suas informações pessoais, mas achou que talvez aquilo fosse radical demais. No máximo, ele seria despedido, o que não era bom também, mas o Jung não teria mais condições de trabalhar no mesmo local que aquele maldito chefe.

Seus olhos se mantinham fixos nos automóveis e, ainda de longe, avistou o carro preto de Taehyung, correndo para diminuir ainda mais o tempo de espera. Nem mesmo esperou o cantor estacionar direito e já estava no interior do carro, com sua cabeça apoiada no porta luvas e uma respiração ofegante.

– Hobi... – Taehyung não obteve nenhuma resposta, então, apenas deu a partida, acariciando as costas de Hoseok vez ou outra. Depois de algum tempo, decidiu que devia informar algo para o mais velho. – Eu vou te levar pro meu apartamento, tudo bem? É mais perto.

– Tudo bem. – Hoseok continuou do mesmo jeito que estava, preocupando o mais novo.

Chegaram ao apartamento que Taehyung dividia com o irmão mais velho e Hoseok entrou em silêncio, em seguida, foi guiado até a cama do mais novo, que o fez se deitar ali, enquanto tirava seus sapatos.

– Eu vou buscar uma água pra você, tá bom? – Informou Taehyung.

– Não precisa. – Hoseok esticou seu braço, convidando o cantor a se aproximar. – Fica aqui.

– Tudo bem. – O Kim sorriu como se tivesse ganhado algo muito importante, ganhar a permissão do Jung para ficar próximo a ele era como ganhar o dia. Tirou os próprios tênis e deitou, sentindo o mais velho se aproximar e encostar a cabeça em seu peito. – Você quer alguma coisa?

– Não.

– Quer conversar ou... melhor deixar pra depois? – Perguntou o mais novo, depois de hesitar por algum tempo.

– Estou desempregado. – Suspirou o mais velho.

– Te demitiram? – Tae observou o olhar cansado do Jung.

– Eu que me demiti, na verdade. Eu acho.

– Como assim?

– Aquele imbecil do meu chefe me convidou pra sair com ele e...

– O quê!? – Taehyung lhe interrompeu, surpreso.

– E eu neguei, então ele pegou na minha bunda e tentou me beijar, mas...

– Eu não acredito nisso! Eu não vou deixar... – O cantor tentou levantar, mas foi impedido por Hoseok.

– E o que você pretende fazer? Ir lá e dizer que é meu namorado? Por favor, Taehyung. – Depois das palavras do Jung, o Kim tentou manter sua calma, por mais difícil que fosse.

– Não acredito que ele fez isso, pensei que ele te odiasse, quer dizer, ele passou todo esse tempo parecendo odiar você com todas as vezes que ficava implicando, até com você e o Jin hyung, como a vez que ele chamou vocês de casalzinho, eu não entendo por...

– Eu te contei isso? – Hoseok olhou com estranheza para o mais novo, pois ele realmente não lembrava de ter lhe contado aquilo, até porque era algo que tinha acontecido antes mesmo dos dois começarem a namorar.

– Claro... – Não havia firmeza na voz de Taehyung. – Afinal, como mais eu saberia?

– Tem razão. – O Jung suspirou, depois ergueu seu rosto, depositando um beijo no pescoço do mais novo e lhe apertando em seus braços, sentindo seu cheiro tão agradável. – Obrigado por tudo, Tae.

– Não me agradeça, Hobi. Apenas descanse.

Hoseok murmurou, concordando com o namorado, queria mesmo tirar um descanso e esquecer daquilo. Porém, o que mais lhe atormentava, não era apenas ter sido assediado por seu chefe, mas a realidade de que teria que arrumar logo um novo emprego para sobreviver.

Fora isso ainda, o que lhe atormentava mais era o retrato na estante do namorado, onde Taehyung ainda criança sorria ao lado de uma garotinha de cabelos compridos.

 

No mesmo dia, Hoseok recebeu a confirmação de que havia sido despedido, estava oficialmente desempregado. No dia seguinte, faltou à aula e saiu em busca de um novo emprego, não precisava ser um estágio, qualquer serviço de meio período já ajudaria.

Claro que ele preferia ficar em casa e chorar até não poder mais, afinal, muitas coisas estavam acontecendo e não eram coisas boas, sentia-se exausto demais com tudo e só queria um descanso para sentir sua tristeza em paz, mas Hoseok não poderia se dar a esse luxo, seus vinte e um anos, seu aluguel e seus gatos de estimação lhe lembravam que ele não tinha tempo para se lamentar, que essa seria sua vida a partir de agora e tinha que aceitar aquilo.

Hoseok caminhava pelas ruas e suspirava ao olhar cada loja, em alguns momentos pensou que devia comprar algo de presente para Jennie e lhe mandar, ela já havia lhe dado seu endereço uma vez, mas era de quando ainda estava na Coréia do Sul. Depois de caminhar por algum tempo, colocou a mão em seu bolso, tentando lembrar de quanto dinheiro tinha trazido, concluiu que era o necessário para um suco e entrou numa lanchonete que parecia barata.

Fez o seu pedido e se concentrou em olhar para a rua, observando os carros e pessoas que passavam, tentando se distrair com qualquer coisa que não o fizesse se lembrar de seus próprios problemas. Assustou-se quando sentiu um toque em seu ombro, virou-se na mesma hora e encarou o garoto de boné e máscara. Observou enquanto ele sentava a sua frente e sorria, depois de descobrir seu rosto.

– Oi, Hoseok!

– Yugyeom? – O Jung se sentia confuso com a presença do mais novo ali. – O que está fazendo aqui?

– Essa lanchonete não é muito frequentada, eu posso ficar de boa aqui. – Sorriu o garoto. – E você?

– Preciso de um emprego, fui demitido. – Disse o mais velho, indo direto ao ponto.

– Ah, eu sinto muito.

– Tudo bem. – Hoseok soltou um sorriso forçado.

– Mas... fora isso, tá tudo bem com você? – Antes que o estudante pudesse responder, o garçom trouxe seu pedido, anotando o de Yugyeom depois.

– Ah, mais ou menos. – Ainda era estranho para o mais velho estar conversando tão normalmente com um de seus idols favoritos. – Mas... eu só preciso saber lidar com as coisas.

– É, temos que pensar sempre nas coisas boas. – O sorriso do cantor era um dos mais lindos que Hoseok já havia visto. – Tudo bem entre você e o Tae, certo?

– Ah... sim. – Mentiu o Jung, sentindo um leve incômodo com a pergunta.

– Isso me deixa feliz, sabe. – Yugyeom parecia pensativo. – Lembro do quanto ele sempre gostou de você e fico feliz que tenham conseguido ficarem juntos.

– Sempre? – Uma ponta de confusão assombrou o mais velho.

– Ah, sim. Você não deve saber, mas o Tae já vivia falando de você quando a gente namorava. – O mais novo dizia as palavras com muita simplicidade, não havia nenhuma maldade nelas, mas para o Jung aquilo estava sendo revelador demais.

– Mas... não nos conhecemos há tanto tempo assim. – Hoseok não conseguiu segurar seus pensamentos.

– Ah, mas já se conheciam nessa época, conversavam e tudo. Taehyung vivia me contando sobre as coisas que você gostava e fazia, na verdade, ele só falava de você. Hoseok pra cá, Hoseok pra lá.

– O que ele falava exatamente? – Uma risada forçada surgiu no rosto do Jung.

– Ah, por exemplo, quando você se mudou pra Seul com seus gatos, ele ficou empolgado, já que você parecia não ter uma boa relação com seu pai, eu acho. Ele não costumava falar muito de vocês pros irmãos dele, então acho que ele acabava falando demais pra mim.

– Irmãos?

– Sim, o Namjoon hyung e a irmã mais nova dele.

– Ah, sim.... Claro. – Hoseok evitava olhar para o mais novo, agradecendo mentalmente ao garçom que trazia seu pedido.

– Ele também me contou de quando você fez amizade com aquele garoto, o namorado do Namjoon hyung.

– Seokjin hyung.

– Isso! – Yugyeom sorriu inocentemente, mais uma vez. – Desculpe por saber de todas essas coisas sobre você.

– O quê? Isso não é culpa sua. – Hoseok estava com medo de seu sorriso forçado se tornar muito evidente para o cantor. – Desculpe, Yugyeom, mas... eu preciso ir agora.

– Ah... – O mais novo pareceu ficar triste. – Tudo bem.

– Obrigado pela companhia e pela conversa. – O Jung tirou seu dinheiro e colocou na mesa. – Paga isso pra mim, por favor.

– Tá bom.

– Desculpe, tchau.

– Tchau! – Gritou Yugyeom, enquanto observava Hoseok sair correndo.

 

Jennie morava em Seul, mas quando Hoseok se mudou para lá, na mesma época a garota se mudou para o Japão, impossibilitando o encontro dois.

Por que Taehyung havia se importado tanto com ele? Por que Hoseok nunca se perguntou se aquilo parecia realmente normal para um fã qualquer? O cantor não estaria se arriscando demais se envolvendo com um fã que ele mal conhecia?

Taehyung o esperou acordar depois do desmaio, ficou lá durante todo aquele tempo, mas será que era só por ser um cara legal mesmo? Depois disso, apareceu oferecendo uma carona, logo depois de Hoseok dizer a Jennie que estava acabando de sair do trabalho, parecia muita coincidência pensando agora.

Depois, o mais novo havia lhe mandado uma mensagem, logo após salvar o próprio número no celular de Hoseok. Porém, o Jung usava uma senha em seu celular e Taehyung havia usado seu aparelho mesmo assim, sem nenhum problema. Jennie era a única a quem ele tinha contado sua senha.

Quando Hoseok pediu o autógrafo do cantor para a melhor amiga, Taehyung brincou sobre eles até mesmo puderem ir visitá-la. Será que ele já sabia que isso era impossível, já que ela morava no Japão, e por isso disse aquilo? E seria pura sorte o Kim não ter errado na maneira de escrever o nome “Jennie”, por mais que “Jenny” fosse o mais normal a se escrever?

Teve também a noite do jantar dos dois com Seokjin e Namjoon.

– Ah, meu Deus! Você tocou no meu celular, não posso mais tocar nele, vou criar uma espécie de altar onde eu possa colocá-lo.

– Você ainda me mata de rir, Hobi.

– Hobi? Você me chamou de Hobi? Como sabe que esse é meu apelido?

– O Jin te chama assim o tempo todo, você mesmo faz isso quando vai imitar ele, “ah, Hobi, vamos ouvir Rap Monster hoje”.

– E você lembra disso? Ah! Eu te venero, V!

 

Desculpa esfarrapada.

 

O convite para o jantar parecia demais agora, o convite para a festa também. Qual a probabilidade de isso realmente acontecer com um fã normal?

Jennie insistiu para que Hoseok fosse a festa, a insistência foi tanta que ela chegou a mandar um áudio pedindo ao Jung que fosse. Jennie sempre insistiu para que Hoseok desse uma chance para Taehyung, por mais louca que parecesse aquela ideia.

 

– Pensei que não viria, Hoseok. Você tá bem?

– Tô sim, por que não estaria?

 

Pensando melhor agora, as palavras de Taehyung soaram estranhas demais, afinal, Hoseok não havia lhe dado nenhum motivo para não ir na festa. Quem sabia sobre o beijo forçado de Gook Jisung, mais uma vez, era Jennie.

 

– Escolhi o nome dele junto com minha melhor amiga.

– Jennie, a do autógrafo?

– Sim!

– São amigos há tanto tempo assim?

– Fazem quase seis anos.

– Que legal!

 

Uma bela atuação.

 

“Na verdade, eu não posso falar só dele, eu também me sentia frustrado com nosso relacionamento as vezes, mas não sabia se devia terminar. Eu também estava pensando em outra pessoa enquanto estava com Yugyeom, mas parecia alguém tão impossível que talvez eu me conformasse em ficar só com ele mesmo. ”

 

A quem Taehyung estava se referindo quando falou pensar em alguém enquanto estava com Yugyeom? Seria Hoseok?

 

– Quem é essa garota? – Taehyung apontou para uma foto de uma menina de cabelos castanhos que sorria sentada em um balanço.

– Jennie, minha melhor amiga. Essa foi a única foto que ela já me mandou dela, mas ela tinha 18 anos, agora ela tem 21, já deve estar um pouquinho diferente.

– Ela é muito bonita.

– Sim, ela é.

 

Mais uma bela atuação.

 

TaeTaeAmorDaMinhaVida: Ah, eu precisava!

E

Falando nisso

Por acaso

Quando eu bebi

Eu fiz algo

“Anormal”?

HobiHobi: Ah, não, não! Você só cambaleou um pouco e eu te levei pra cama e você dormiu na mesma hora.

 

JennieNoona: E AÍ? COMO FOI? ME CONTA TUDO!

 

Parecia estranho Jennie perguntar sobre a festa logo depois de Taehyung ter perguntado.

 

JennieNoona: Hoseok, para de esquentar a cabeça com isso. Ele só devia tá almoçando com uma amiga, nada demais. Quanto ciúmes pra quem jura de pé junto que não tá caidinho pelo V.

HobiHobi: EU NÃO TO COM CIUMES! Eu só to comentando o acontecido, mas isso não tem a mínima importância pra mim, IMPORTÂNCIA NENHUMA! O TAEHYUNG FAZ O QUE QUISER COM A VIDA DELE AAAAA

JennieNoona: Ow, que fofo seus ciúmes, Hobi, Hobi!

 

A explicação de Jennie sobre a foto de Taehyung com uma garota em uma lanchonete, a insistência de que Hoseok gostava do cantor, a letra da música que o Kim estava compondo, a lembrança sobre seu chefe provocá-lo com o “casalzinho”, a garota que foi até o hospital e sobre a qual Hoseok não poderia saber e, por fim, as palavras de Yugyeom. Tudo parecia suspeito demais, evidente demais.

O Jung estava deitado em sua cama, encarando o teto, evitando olhar para os pôsteres que estampavam o rosto de seu cantor favorito há anos. Então, uma última lembrança veio a sua mente.

Quando Jimin o beijou, pensando que ele fosse Jungkook, e Taehyung soube daquilo sem que nem mesmo ele contasse, afinal, só contou para Jennie e Seokjin. Qual havia sido mesmo a desculpa do Kim? Ah, claro, Seokjin contou para Namjoon e ele acabou ouvindo.

Hoseok passou a mão por sua cama, procurando seu celular e o levando até o ouvindo, enquanto esperava que a ligação fosse atendida.

– Hobi?

– Hyung, tudo bem com você?

– Sim, tudo bem. – Seokjin percebeu a alteração na voz do mais novo, ele parecia ter chorado por muito tempo.

– Onde você tá?

– Eu tô chegando na casa da mãe do Namjoon, eles tem reunião de família hoje. Aconteceu alguma coisa?

– Mais ou menos. Você lembra de quando o Jimin me beijou?

– Sim. Nossa, isso faz tempo. – O jornalista estranhou a pergunta.

– Você contou aquilo pro Namjoon?

– Não... Espera. – Seokjin puxou as lembranças na memória. – Não, não contei. Ele que me perguntou se eu já sabia.

– E como ele soube?

– O Taehyung que contou pra ele.

– Ah, entendi.

– Por que a pergunta?

– Nada demais. O Taehyung também vai tá aí hoje, né? – Quis saber o Jung.

– Acho que sim.

– Ok.

Hoseok levantou, revirando todas as suas gavetas até encontrar o endereço que Jennie havia lhe dado há quatro anos atrás, coincidentemente ou não, o mesmo da mãe de Taehyung. Agora, já sabia tudo que precisava, sabia até demais.

 

Taehyung estava concentrado, arrumando as coisas do quarto onde havia crescido, quando sentiu o toque de sua vó em seu ombro, fazendo com que ele se assustasse.

– Vó! Você me assustou! – Disse, levando sua mão até seu peito.

– Nós temos visitas, Taehyungie. – Explicou ela.

– Seokjin hyung já chegou?

– Sim, mas não é dele que eu estou falando. – O Kim se sentiu confuso.

– De quem, então?

– Hoseok.

A expressão de Taehyung mudou completamente, ele sentiu seu coração acelerar, enquanto se perguntava o que havia feito o Jung ter ido até ali. Correu até a sala, onde avistou Hoseok olhando para os próprios pés, um tanto quanto sem jeito.

– Hoseok! – Taehyung lhe abraçou apertado, prevendo que não devia ter um bom motivo por trás da visita do mais velho.

– Tae! – A voz atrás de si fez com que todo o corpo do cantor ficasse tenso, enquanto sentia Hoseok lhe afastar cuidadosamente. Os olhos do Jung se mantinham fixos no lugar de onde o chamado havia vindo.

Taehyung reuniu toda sua coragem e se virou, encarando a expressão confusa da irmã mais nova e não podendo conter suas lágrimas. Havia, finalmente, sido descoberto. Da pior forma possível.

– O-oi. – Disse a garota, completamente sem jeito. Atrás dele, Seokjin observava a tudo com a pior das expressões. – Eu sou a irmã do Taehyung, me chamo...

– Jennie. – Hoseok completou sua fala. – É, eu sei.

E assim, Hoseok foi embora, deixando um Taehyung completamente destruído para trás.



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