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História Powerful - O noivado


Escrita por: RocMo

Notas do Autor


Olar, migonces

Primeiramente fora Tem... Brincadeirinha rs...

Primeiramente queria agradecer a todos os comentários e favoritos dessa fic. Isso me motivo a tentar escrever uma estória bem legal para vocês.

Bom, finalmente o primeiro capítulo com Mina e Chaeyoung jovens, a partir de agora as coisas vão começar a esquentar hehehe

Os capítulos também ficarão maiores, esse mesmo tá bem grandão.

Sem mais delongas: boa leitura <3

Capítulo 4 - O noivado


 

Japão, 1940.

Dez anos haviam se passado desde que Chaeyoung chegara à casa da família Myoui. Dez anos que sua vida sofrera a mais brutal das mudanças. Há dez anos vivia na mesma casa que o assassino de sua família, e agora, parte de todo aquele medo que ela sentia de Haru quando ainda era criança havia se transformado em ódio. Não foram poucas as vezes que ela sonhou com uma vingança contra aquele homem horrível e também contra Kimi, que não era melhor que o marido. A mulher nunca havia pisado na Coreia, nem puxado o gatilho contra seus pais e avó, mas era igualmente horrível a Haru na forma de ver o povo coreano, e na forma como tratava Chaeyoung, muitas vezes infligindo-lhe castigos descomunais quando ela ainda era criança por pequenos erros, ou por achar que seu trabalho não estava sendo bom o suficiente.

Chaeyoung também já não possuía mais a pureza de sua infância e nem seus cabelos longos. Agora ela tinha uma expressão séria, seus cabelos curtos e suas roupas eram sempre muito largas e pouco femininas, ordens de Kimi, que não queria que a garota “atiçasse” Inbok e houvesse algum “problema” para os Myoui, ou seja, ela tentava evitar um envolvimento sexual entre seus empregados para que Chaeyoung não engravidasse.

Chaeyoung pouco se importava com aquilo, na verdade vaidade era um luxo que ela não tinha a menor condição de possuir, e a última de suas preocupações era se envolver com Inbok, a quem ela via como um irmão mais velho, assim como Somi havia assumido uma posição materna em sua vida.

Mas o casal Myoui tentava ao menos agir decentemente quando sua filha Mina estava em casa e próxima. Mina era basicamente uma princesa aos olhos deles. Havia crescido como uma estudante exemplar, além de possuir grande talento para o ballet. Há anos ela fazia parte da maior companhia de dança de Osaka e agora iria se preparar para sua primeira grande apresentação como Solista em “O lago dos cisnes”. Kimi havia tido uma crise de choro de tão emocionada que ficou quando Mina lhe contou a novidade, já que ela havia sido a Primeira Bailarina nessa peça, quando ainda era noiva de Haru.

Haru também havia ascendido nos anos que se passaram. Agora ele era General, e um dos mais respeitados de todo o Exército do Sol Nascente por todos os seus atos heróicos na Segunda Grande Guerra Sino-Japonesa. Chaeyoung tremia só de pensar nisso, e de como reverenciavam um assassino frio como aquele homem.

Mas um outro grande acontecimento para a família Myoui estava para acontecer naquela noite de sábado: o noivado de Mina.

Mina namorava o jovem Kita Yoshiro há quase quatro anos. Eles haviam se conhecido na escola, quando ainda eram adolescentes, e logo engataram um namoro. Assim como os Myoui, a família Kita era influente e poderosa. Kita Tatsuya, o pai de Yoshiro, era um empresário do ramo automobilístico e por isso, rapidamente, o relacionamento dos dois foi aprovado pelos Myoui e as duas famílias se tornaram próximas e Yoshiro até mesmo decidiu entrar para o Exército, seguindo os passos de seu futuro sogro, o que deixou Haru ainda mais satisfeito, já que ele não teve a felicidade de ter um filho homem para seguir seus passos e também porquê um casal formado por uma bailarina e um soldado lembravam os próprios pais da jovem, e não deixava de ser uma doce e não intencional alusão a uma das peças mais clássicas do ballet: A bailarina e o soldado de chumbo.

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Nos últimos dias, Chaeyoung, Inbok e Somi estavam trabalhando feito loucos, já que o jantar que celebraria o noivado de Mina seria na casa dos Myoui. Tudo tinha que estar mais do que perfeito para Kimi não achar nenhum defeito e depois castigar os seus empregados. Chaeyoung estava muito mais irritada que o normal naqueles dias, pois ela detestava Yoshiro, aliás, toda a família Kita, e todos os japoneses, sem exceção. Para ela, os japoneses não passavam de uma raça abominável que deveria ser varrida do planeta, pois só serviam para causar mal a outros povos e países.

Aguentar os Myoui já era uma tortura, mas aguentar os Myoui e os Kita juntos era pior do que a própria morte.

E como sempre, ela fora incumbida de ajudar Mina se arrumar para a cerimônia. Ainda na parte da tarde, ela foi até o quarto da jovem, lugar que ela limpava e invejava há dez anos.

Ela bateu na porta, e entrou ao ouvir a voz de Mina lhe dando permissão para entrar e foi só colocar o pé para dentro daquele quarto que ela ficou paralisada e sem palavras ao ver a garota. A japonesa estava extremamente linda, com um kimono vermelho bordado com flores douradas. Seus cabelos negros estavam soltos e sobre os seus ombros. Mina sorriu no mesmo instante que viu Chaeyoung. Desde criança ela nutria uma afeição muito grande pela coreana.

“Oi, Mariko.”

“Oi, dona Mina.” Chaeyoung a cumprimentou, ainda meio abobada com tanta beleza.

“Já disse que não precisa dessas formalidades para falar comigo, somos amigas.” Mina respondeu, enquanto se virou para o espelho. Chaeyoung abaixou a cabeça, sentindo-se nervosa com a presença de Mina. Que ela era linda, não era nenhuma novidade, mas com aquele kimono ela estava ainda mais bonita do que o normal.

“Está bem, d... Mina, eu vou tentar me lembrar disso da próxima vez.” Chaeyoung disse, ainda de cabeça baixa.

“Mariko, eu sei que você tem muito o que fazer, está tudo uma correria esses dias, e eu peço desculpas por te atrasar, mas é que eu gosto tanto de como você penteia meu cabelo, que eu pedi para minha mãe deixar você fazer isso hoje.” Mina se explicou, de forma bastante humilde, coisa que nenhuma outra pessoa em sua família faria.

“Não precisa se desculpar, eu estou aqui para isso mesmo.” Chaeyoung respondeu, preferindo mil vezes ficar ali na companhia de Mina do que na de Kimi.

Mina então sentou-se na frente de sua penteadeira e Chaeyoung aproximou-se dela, pegando a escova de cabelo em cima da penteadeira, e começando a ajeitar o penteado de Mina.

Os cabelos da jovem japonesa eram macios, sedosos e brilhantes e além de tudo exalavam um sutil perfume de Camélia, a flor que Mina mais gostava. No jardim da família Myoui haviam três arvores de Camélia: uma vermelha, uma rosa e outra branca. Inbok fazia um ótimo trabalho cultivando as árvores e as flores na casa dos Myoui.

“Eu sempre gostei desse seu colar, desde a primeira vez que vi.” Chaeyoung foi pega de surpresa pelas palavras de Mina, referindo-se ao colar que ela ganhara de sua mãe, minutos antes dela morrer, e que tinha como pingente um pequeno tigre esculpido em madeira. “Tem algum significado especial?”

“É, foi um presente da minha mãe.” Chaeyoung respondeu, sem jeito e um tanto nervosa. Apesar de tanto tempo ter se passado, era ainda muito difícil para ela falar de sua família, especialmente com Mina. “O tigre é o animal que representa o povo da Coreia... Minha avó sempre contava histórias de tigre para mim, quando eu ainda era muito pequena.”

“Nossa, que bonito, eu não fazia ideia.” Mina respondeu de forma simpática, mas havia notado que a outra garota ficara visivelmente desconsertada com sua pergunta. “Imagino que deve ser muito difícil falar de sua família, vamos falar de outra coisa.”

“Não, está tudo bem, é que esse colar é muito importante para mim. Eu não tenho nenhuma foto da minha família, é a única lembrança que me restou deles.” Chaeyoung respirou fundo e engoliu o choro. Mina não fazia ideia de que seu pai era o responsável pela morte da família de Chaeyoung e isso era muito claro.

“Eu sinto muito, Mariko.” Mina disse com pesar. Ela crescera rodeada de atenção e amor, além de todo o conforto material que seus pais puderam lhe proporcionar, e sentia muito ver que pessoas como Mariko não haviam tido a mesma sorte que ela.

Chaeyoung não disse nada, apenas imaginou como Mina reagiria se soubesse quem era seu pai na verdade. Que aquele homem tão amoroso com ela se transformava num monstro impiedoso em terras estrangeiras, capaz de matar quem quer que fosse, desde adolescentes até cidadãos idosos e enfermos. Seria uma decepção colossal para a jovem e dava até medo de pensar qual poderia ser sua reação.

“Eu estou muito nervosa.” Mina disse, suspirando fundo. Seu sorriso tímido entregava todo a sua apreensão.

“Você está muito bonita, Mina, não há motivos para ficar nervosa. Tenho certeza que todos irão gostar da cerimônia, e você terá uma noite maravilhosa.” Chaeyoung falou, tentando acalmar a outra moça, mas também sendo sincera.

Tudo bem, ela odiava os japoneses, mas Mina, apesar de também ser japonesa, era diferente,isso ela tinha que admitir. Mina nunca maltratou Chaeyoung ou Somi, ou mesmo Inbok, muito pelo contário, ela os tratava com respeito e humanidade. Desde criança Mina demonstara possuir uma bondade que seus pais não possuíam. Chaeyoung achou que ela mudaria e viraria um espelho de Haru e Kimi ao se tornar uma adulta, mas estava enganada, Mina continuou tendo a mesma doçura de quando ainda era uma menina e talvez por isso, Chaeyoung se sentia incapaz de odiá-la, mesmo sabendo que ela era a filha do homem que destruiu sua família. E também por isso ela se sentia incapaz de jogar na cara de Mina toda a verdade sobre as coisas que Haru fez contra sua família, e contra os filhos e o marido de Somi. Seria uma decepção muito grande para a jovem, e Chaeyoung sabia que ela não merecia esse sofrimento, mesmo que para isso fosse necessário crer na mentira de que seu pai era um homem nobre e bom.

“Você é muito gentil, Mariko.” Mina sorriu ao agradecer e virou-se para olhar para Chaeyoung, que sentiu seu coração bater acelerado, o que a deixou assustada. “Você sempre foi muito gentil, mesmo quando você não falava quase nada de japonês, eu sempre pude perceber pelos seus olhos que você era uma menina muito boazinha.”

Chaeyoung sentiu suas bochechas arderem e suas pernas e mãos começarem a ficar trêmulas, mas não era aquele “tremer ruim” que ela sentia quando era criança e via Haru, mas sim, um estremecer de um nervoso bom? Ela não sabia explicar o que estava sentindo, muito menos pensar no que responder, então ela apenas forçou um sorriso nervoso, pois além de não saber o que dizer, ela nem mesmo conseguiu agradecer.

O sorriso de Mina era tão lindo e tão doce. Ela exalava graciosidade. Seus olhos eram maravilhosos e continham uma pureza que Chaeyoung nunca conseguiu ver em mais ninguém.

Nos minutos seguintes o silêncio reinou absoluto no quarto. Chaeyoung tentou manter todos os seus pensamentos concentrados no que estava fazendo e focando principalmente em esconder o nervosismo que sentia.

Assim que ela terminou o penteado, Mina se levantou e virou-se para ela, e mais uma vez aquele sorriso tão lindo quebrou a jovem coreana.

“Você está muito, muito bonita, Mina.” Chaeyoung falou cada palavra de forma tão calma, que saiu quase pausado, como uma criança recém alfabetizada lendo uma carta.

“Muito obrigada, Mariko, foi muita gentileza sua vir me ajudar.” Mina lhe disse, ainda com aquele sorriso tão belo.

“Não precisa me agradecer, é só o meu trabalho.” Chaeyoung respondeu, e então caminhou em direção a porta. “Eu preciso ir, há muita coisa para fazer na cozinha.”

“Fique a vontade.” Mina respondeu, dando permissão para ela deixar o quarto rapidamente, sem olhar para trás.

Assim que estava no corredor, ela levou a mão ao peito, sentindo seu coração bater acelerado, como se ela tivesse corrido alguns quilômetros. Não podia entender que diabos estava lhe acontecendo e aquilo estava lhe deixando assustada.

“Está fazendo o quê parada aí?” A voz de Kimi quebrou o silêncio e assustou Chaeyoung. A mulher acabara de sair do seu quarto e a jovem que estava tão confusa em seus próprios pensamentos sequer ouviu o barulho da porta se abrindo. “Tem muito o que fazer na cozinha, não vou tolerar atrasos.”

Kimi continuava com a mesma postura impecável de sua juventude, pouca coisa havia mudado nela com o passar dos anos. Apenas algumas rugas surgiram em seu rosto e seu cabelo estava mais curto, mas ela ainda continuava uma bela mulher, era uma pena que sua beleza se continha apenas no exterior.

“Sim, senhora, eu já estou indo.” Chaeyoung respondeu de cabeça baixa. Ela sempre evitava olhar diretamente para os rostos de Kimi e Haru e seguiu para a cozinha.

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Chaeyoung chegou na cozinha e encontrou Somi completamente atarefada com o preparo de  um jantar, que apesar de ser para poucas pessoas, seria bem requintado, e óbvio que Kimi iria querer surpreender os ricaços da família Kita.

Somi já não tinha mais o mesmo vigor de antigamente, a idade e o trabalho pesado que ela enfrentou nos últimos anos haviam deteriorado muito sua saúde e condição física, mas mesmo assim ela dedicava-se ao máximo para que tudo saísse da melhor maneira possível e Kimi e Haru não tivessem nenhum motivo para humilhar a ela, Chaeyoung e seu filho Inbok.

Agora a maior parte de seus fios de cabelos eram brancos, e suas mãos calejadas e enrugadas, assim como o seu rosto, marcado por uma vida de muito sofrimento que lhe fazia parecer ter bem mais idade do que ela realmente tinha.

“Eu vim o mais rápido que pude, Somi unnie.” Chaeyoung disse, logo tratando de começar a lavar os legumes que seriam cozidos.

“Não se preocupe, eu dou conta, estou velha mas não inválida.” Somi respondeu, concentrada em cortar os peixes que logo virariam sushi.

Inbok chegou ali, carregando uma caixa de pêssegos que ele mesmo havia colhido dos pessegueiros do jardim. O rapaz era alto e viril, seus cabelos estavam maiores e meio bagunçados, ele pouco lembrava aquele garoto franzino que Chaeyoung conheceu há dez anos, com exceção nos momentos que ele sorria, pois aí parecia que o tempo não havia passado para ele.

“Aqui estão os melhores pêssegos que haviam no jardim, como ordenou o General.” Ele disse, em um tom ácido e debochado enquanto colocava a caixa em cima da mesa. “Precisa de ajuda, mãe?”

“Ajude Chaeyoung com os legumes, Inbok, eu dou conta disso sozinha.” A mulher respondeu, concentrada em seu trabalho.

“A senhora como sempre sendo teimosa, né, mãe? Ele disse. “Chaeyoung e eu não somos mais crianças para a senhora tentar nos poupar do trabalho pesado.” 

“Inbok oppa está certo, Somi unnie, a senhora não precisa fazer tantas coisas, nós podemos fazer no seu lugar.” Chaeyoung argumentou em favor do rapaz. Somi riu.

“Inbok não sabe cozinhar e os seus pratos deixam Kimi de cabelo em pé.” A mulher respondeu calmamente para a moça “Podem deixar que eu ainda tenho muita força nos meus braços e pernas.”

Inbok e Chaeyoung se entreolharam, não havia como convencer Somi a deixar de cumprir com suas obrigações, ela era teimosa e não havia no mundo argumento capaz de convencê-la.

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Logo que caiu a noite a família Kita chegou a residência dos Myoui e foram recebidos por Haru, que os aguardava na sala.

Seus cabelos agora estavam embranquecendo, assim como a barba que ela deixara crescer.

Haru cumprimentou primeiro Tatsuya, seu amigo de longa data, um homem baixo, gordo e calvo, sua esposa Nori, uma mulher de cabelo curto e que usava óculos, a filha mais nova do casal, Ryoko, de quinze anos,  uma moça de cabelos longos e expressão de poucos amigos e o filho mais velho e seu futuro genro, Yoshiro, que tinha vinte anos, assim como Mina. Yoshiro também era baixo, quase dez centímetros menor que Haru, cabelos penteados com gel para trás e usava óculos como sua mãe. Haru o via quase como um filho.

“Ansioso para a grande noite, filho?” Haru perguntou, após dar um forte abraço no rapaz, que estava visivelmente nervoso.

Yoshiro havia se encantado por Mina desde a primeira vez que a viu. Ela era tão linda, educada e gentil que era quase impossível não se apaixonar por ela. Quando ela dançava, então, parecia até um anjo. Ele sabia que muitos outros garotos da escola também tinham olhos para ela, e agradecia aos céus todos os dias por ter conseguido ser o que conquistou seu coração.

“Muito.” Ele respondeu sorrindo, apesar do nervosismo, a felicidade também reinava em seu coração. “Estou me sentindo o homem mais sortudo do mundo.”

“E você é.” Haru concordou. “Minha filha é tudo o que eu tenho de mais precioso nesse mundo, e eu confio em você para cuidar dela com todo o amor do mundo, assim como eu cuidei.”

“Eu prometo não decepcioná-lo, General.” Yoshiro respondeu com firmeza.

“Você sabe que é bom mesmo não pisar na bola com um General.” Haru brincou sorrindo com o rapaz e os dois riram.

Então Mina e Kimi chegaram na sala, para o deleite de seus respectivos companheiros.

Haru ficou encantado ao ver como sua filha estava bela naquele kimono vermelho, e tanto lembrava Kimi no dia que eles selaram seu compromisso para a vida. Sua emoção era tão grande, que ele até sentiu um nó na garganta. Passava um filme em sua cabeça: ele se lembrou do dia que a sua filha nasceu, que ele chorou feito uma criança quando a pegou no colo pela primeira vez, e às vezes ele até se ressentia por perder momentos importantes da vida dela por estar longe de casa, como o primeiro dia de aula, o primeiro dia no ballet e até mesmo algumas apresentações de dança, mas era como ele podia dar tudo o que ela precisava, todo o conforto que ele sempre quis quando era menino e nunca teve. Haru não teve chance de ser outra coisa na vida se não um soldado. Vindo de família pobre, precisou lutar para sobreviver e poder proporcionar para sua filha coisas que ele só imaginava em sua própria infância.

Mina sorria nervosa, mas ainda assim, seu sorriso era deslumbrante. Yoshiro estava quase boquiaberto olhando para a namorada, tamanho era seu encantamento.

“Você está tão linda, minha filha.” Haru disse, ao se aproximar de Mina e lhe dando um forte abraço, lutando bravamente para segurar a emoção. “Eu te amo, Mina, eu sei o quanto essa noite é importante para você, e eu lhe prometo que será a melhor noite da sua vida.”

“Eu também te amo, papai.” Mina agradeceu, emocionada, diferente de Haru, ela não tinha barreiras sociais para demonstrar suas emoções. “O senhor é o melhor pai do mundo.”

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Após o jantar ser servido, o grande momento da noite chegou: Yoshiro entregou o anel de noivado à Mina, e surpreendeu a todos ao entregar um anel de ouro em formato de flor de cerejeira ou Sakura, como era conhecida no Japão. Uma joia realmente bonita e rara.

“Nossa, é o anel mais bonito que já vi em toda a minha vida, Yoshiro.” Mina disse para o rapaz, enquanto ele colocava a joia em seu anelar direito e depois beijou a sua mão carinhosamente.

“Com esse anel eu selo meu compromisso com você, meu amor, prometo aqui diante de nossas famílias que serei o melhor marido que você poderia ter e dedicarei todos os dias da minha vida a sua felicidade.” Yoshiro falou e em seguida beijou Mina.

Estava selado ali o compromisso entre as famílias Myoui e Kita.

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O jantar já estava quase acabando, e Inbok estava do lado de fora da casa, sentado próximo de seu quartinho, que Haru construiu logo que ele fez quinze anos e passou a ser “perigoso” para Chaeyoung e também para Mina.

“Ei, o que você queria falar comigo?” Chaeyoung perguntou, chegando ali de surpresa, e assustando o rapaz.

“Caramba, Chaeyoung, quer me matar do coração, é?” Ele falou, enquanto os dois riam. “Eu tenho uma coisa aqui para você.”

Inbok tirou do bolso da calça um pedaço de pano e o abriu, revelando dois pêssegos.

“Eu disse que tinha separado os melhores pêssegos para aquele jantar ridículo, mas não era verdade, os dois melhores eu separei para você.” Ele disse sorrindo, surpreendendo Chaeyoung. Desde a primeira vez que Inbok presenteara a menina com aqueles biscoitos de manteiga, em seu segundo dia na casa dos Myoui, ele não havia mais perdido esse hábito. Sempre que ele conseguia algo de comer, dividia com Chaeyoung, às vezes até deixava de comer para dar para ela, atos que sempre deixavam a jovem muito agradecida.

“Inbok oppa, você é sempre tão gentil comigo, muito obrigada.” Ela disse pegando os pêssegos. “Mas dessa vez faço questão de dividir com você.” Ela estendeu a mão e entregou um pêssego para o rapaz.

“Não precisa, Chaeyoung, são seus.” Ele disse, sem-graça.

“Não, eu faço questão, não vai fazer essa desfeita para mim, não é?” Chaeyoung brincou, se fingindo de ofendida, então Inbok aceitou a sua oferta, e os dois sentaram no chão, um ao lado do outro e começaram a comer juntos.

“Imagino como aquele desgraçado deve se sentir comemorando o fato da filha dele poder formar uma família, enquanto ele destruiu as dos outros.” Inbok comentou, olhando com ódio em direção a casa. “Não sei como ele consegue dormir sem ouvir os gritos das pessoas que ele matou.” Inbok não conseguia passar um dia sem pensar em seu pai e irmãos mortos. “Eu odeio eles. Todos eles.”

“Eu sempre penso que nós nunca vamos poder fazer isso, não digo de um jantar cheio de comida ruim e frescura, mas poder sair daqui, ir para um lugar diferente, onde seríamos vistos como pessoas, não apenas uns animais que só servem para trabalhar sem nem direito a uma vida própria, a um futuro.” Chaeyoung comentou, com grande ressentimento. Haru não somente havia destruído sua família no passado, mas também destruiu todas as chances de começar uma nova vida no futuro.

“Chaeyoung, eu prometo para você, pela alma do meu pai e dos meus irmãos, que nem que seja a última coisa que eu faça, eu vou tirar você e a minha mãe daqui.” Inbok lhe disse, olhando fixamente em seus olhos. “Eles estão firmando um compromisso lá, e eu firmo outro aqui com você. Não vamos morrer aqui, eu juro.” Chaeyoung abriu um pequeno sorriso. “Vamos ser felizes um dia, isso tudo vai ser só uma lembrança que ficou num passado muito distante.”

As palavras de Inbok eram firmes e Chaeyoung podia afirmar que ele tentaria realmente cumprir aquela promessa. Ele mais do que ninguém, se sentia profundamente incomodado com toda aquela situação em que se encontrava.

“Inbok oppa, eu agradeço pelo pêssego, mas eu preciso voltar lá para dentro, se dona Kimi ou o General me virem aqui, eu vou ter problemas sérios.” Ela disse, se levantando. Inbok se levantou também. “Boa noite, oppa.”

Chaeyoung se virou para voltar para casa.

“Espere Chaeyoung.” Inbok disse ao segurar levemente no braço da garota, e assim que ela se virou o rapaz inesperadamente a beijou nos lábios.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Aaaaaaaah Kimi estava errada! Chaeyoung é linda de qualquer jeito e Inbok oppa não iria resistir rs.

Deixem seus comentários, só não xinguem a autora, porquê essa fic é Michaeng, eu juro hahaha

Até o próximo e boa semana a todos! <3


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