História Quando comecei a te ver com outros olhos? - Tola, impulsiva e imprudente

Luto ou continuo a fugir?

Yang, Ruby, Weiss e Neptune receberam o pedido de ajuda, agora o que me resta é aguardá-los, ou arriscar enfrentar Roman? Dois contra dois, afinal, estou contando tanto a máquina quanto quem está a controlá-la.

Por enquanto, apenas metade se fez presente: A loira e o moreno de cabelos cianos, montados em uma moto amarela tendo degradê com a cor vermelha na parte oposta dos controles. A Bumblebee da Yang.

Ganharíamos? Perderíamos? Se for contar a potência daquilo e a rigidez, teríamos sérios problemas e a derrota poderia vir a ser nossa.

“Preciso logo tomar alguma decisão ou muitos vão correr o risco de morte ou se ferirem gravemente.” Culpa pressionava-me.

Rezava para que os dois conseguissem desviar dos veículos arremessados ao lado e alto pelo batalhóide com seus braços e pernas na tentativa de pará-los. Roman queria atrasá-los, pois ficaria quatro contra dois, vantagem numérica nossa, e com a força de todos que convoquei, ganharíamos.

O jogo viraria.

Na medida em que pulava de carro em carro, fugia, escutava barulhos de projéteis sendo arrojados e colidindo com metal. Ousei olhar para trás, via brilhos saindo de trás do grande robô. Teorizava que Neptune, Yang ou outra entidade estivesse causando aquilo, tendo temeridade em enfrentar uma ameaça tão bem armada e protegida. Todavia como resposta, o controlador da máquina sequer deu atenção.

Não conseguia saber ao certo quem estava atirando, pois o batalhóide estava na frente, além dos carros. Todos esses fatores impediam minha visão.

Ao pular pra cima de um caminhão e dar uma rápida cambalhota para pousar decentemente, notei que um garoto de certas madeixas azuladas saltava com sua arma transformada em lança para cima do robô. Ao ver somente uma pequena fagulha disso, desacreditada fiquei de pé e continuava a ver a cena, confirmando mesmo minha suspeita.

― Neptune, aguenta ai! ― Sun diz no veículo do lado, enquanto o Vasilias ficava de pé naquela coisa bélica.

E logo a máquina se chacoalhava, fazendo o de cabelos cor safira quase cair, entretanto segurava-se fortemente no cabo da lança, resistindo.

Se eu atirasse, atingiria-o, então optei por esperar o momento certo de agir. Porém o loiro juntava suas mãos, e delas eram produzidas luzes douradas, criando como se fossem clones um pouco transparentes dele mesmo. Criou-se dois.

Semblance? Possivelmente.

Eles avançavam saltando o teto dos carros, alvejando a máquina nos perseguindo. Colidiram contra ela e desapareceram, causando apenas um diminuto balanço nela, ou até nenhum efeito.

Seguidamente, o dono deles girava seu bastão e partia para um ataque direto, mas no trajeto do salto que deu, seu amigo foi lançado contra ele, tirando os dois de cena sendo lançados para fora da rodovia.

“Maldição, menos dois.”

― Blake, já estou posicionada! ― Um timbre feminino soava próximo a mim.

Reconhecia a dona daquela voz, e logo, ela apresentava-se no ambiente saltando da pista acima caindo de pé com maestria. Girou e sua arma reluziu pelas luzes dos carros que batiam nela e a iluminação ambiente, além de ser feita de metal. Fincou-a no chão, criando um caminho escorregadio largo coberto de gelo pelo pavimento em direção ao robô, que logo ao entrar em contato com aquilo, teria a infelicidade de perder seu equilíbrio.

Desci de cima do caminhão com um simples pulo indo de encontro com a superfície cinza, previa que o batalhóide cairia para fora da pista. Seria uma bela oportunidade de darmos nosso ataque. Desembainhava minha katana preparando-me para o confronto que viria.

“Precisamos atrasar Roman e neutralizar, depois entregar a policia.” Esquematizava. Decidi finalmente que não fugiria, não permitiria mais inocentes acabarem em situações complicadas e de risco.

Dito e feito, o robô desestabilizou-se, indo para o acostamento, e pela tamanha força acabou por desativá-lo. Com ele fora da rodovia movimentada, logo corri para a cerca inoperante assim como Weiss, e num salto, descemos e caímos de pé à frente de nosso inimigo a poucos metros de distância.

Para minha surpresa, todas as meninas, minhas amigas do time estavam reunidas naquele local, responderam ao meu pedido de ajuda a tempos atrás.

Dei um discreto sorriso, dizendo mentalmente “Vocês vieram!”. A empolgação e adrenalina aos poucos se alastravam por meu corpo, e logo, alvejava a máquina que estavam de pé recém recuperada da queda com olhar fixo e minha arma firme em minhas mãos.

Agora, ele é a caça, e nós, as caçadoras.

Ele começou a andar em nossa direção, insinuando e desejando ter o primeiro ataque, mas antes disso, a voz de Ruby soou convocando um combo:

― Freezer Burn!

Dava um salto para trás me retirando, assim como Ruby que preferiu dar um tiro a sua frente pegando impulso para sair mais rápido, deixando Weiss e Yang para darem sua performance, já que tal nome significa que as duas terão um golpe em conjunto, sinergia.

Lembrava-me dos treinos que fizemos anteriormente a pedido da Rose para formarmos combinações de golpes, e assim irmos melhor em combates e ter sintonia, evitar que uma interferisse nas ações da outra e etc. Isso não faz muito tempo, praticamos faz uns... Umas cinco semanas atrás?

 Com a Schnee congelando o chão, Xiao Long pula a fim de intensificar seu soco com a gravidade, transformando todo aquele gelo em fumaça, vapor que nos encobertaria além da pouca luminosidade do local, nos dando maior vantagem por termos treinado bastante tais movimentos e situações, e também por eu conseguir enxergar um pouco melhor com pouca claridade.

Dispersamo-nos, corríamos distante do robô para evitarmos sermos pegas ou vistas, além de ouvidas.     

Ele começou a nos procurar com feixes vermelhos visando detectar qualquer movimentação suspeita ou o que fosse. Seus braços que mais pareciam revolveres poderosos estavam engatilhados e prontos, seus pés mecânicos faziam barulho colidindo com o pavimento denunciando seu paradeiro naquela densa nevoa produzida.

Uma dessas luzes chegou bem perto de mim, tive que recuar indo para o lado oposto, que também tinha outra se aproximando muito rápido de mim. Fui obrigada a pular dele, fiz para trás, já que estava na direção oposta que meu corpo estava virado, e o outro a frente que passava pelo meio na altura da minha cabeça foi evitado, abaixei.

Em meu braço sentia pinicadas, alfinetadas. Passei a mão sobre os antebraços e parecia piorar, parecia que algo perfurava. Olhei então, vi pequenas partículas reluzentes.

Seria suor? Alergia? Fragmentos de pedra, metal ou vidro?

“Não há tempo, não posso parar!” Decidi ignorar e suportar aquela sensação.

Yang, que estava logo atrás de mim decide golpear o chão na frente do robô, chamando a atenção.

“Ousada, gosta de provocar.” Suspirava vendo aquela ação impulsiva e desafiadora, também arriscada.

Weiss passava do lado oposto a mim, a loira dava meia volta e acabava indo de encontro comigo, estando na frente do batalhóide nós duas.

O que pude ver vagamente era que ele disparou, e naquele momento desviar era bem complicado. Com o tiro, Yang foi arremessada para longe pelo impacto, já a mim, ganhei embalo para continuar a correr sem problemas.

Com a distração feita, Ruby surge na direção de onde o tiro foi feito e rapidamente desfere um golpe com a lâmina de sua Crescent Rose, produzindo faíscas no choque contra os metais, mas víamos que não surtiu efeito algum.

A frente dele um pouco distanciada recarregava sua foice-rifle e logo prosseguia.

― Checkmating! ― a líder clamava mais uma vez.

Preparava-me, agachando para ganhar impulso, com a bainha de minha arma na minha mão esquerda, e a katana, na direita. Logo, Weiss avançava, e seguidamente também ia. Desferia fortes golpes na perna direita do batalhóide e juntamente usava minha semblance para ser mais ligeira, enquanto isso, a Schnee acertava pontos importantes do lado esquerdo a fim de encontrar alguma fraqueza, mas a única reação que vimos era ele recuando. A alva atingia precisamente uma peça especial no braço dele, emitindo som de choque elétrico, possivelmente danificou. Vantagem nossa.

Depois disso, decidimos nos afastar para o próximo golpe nesse combo, mas infelizmente fui interferida com uma pisada dele mirada em mim, que felizmente consegui desviar a tempo atingindo somente o chão.

Mísseis foram disparados em nossa direção, mal conseguia contar, entretanto conseguimos desviar com sequências de saltos mortais (ou backflip) habilmente.

Ainda no ar, Weiss teve o infortúnio de receber um tiro direto, todavia protegeu-se com sua rapieira e glifo, todavia foi empurrada sem dó para trás pelo impacto.

Fora do chão, Weiss consegue lançar um grande glifo abaixo de mim, aprimorando-me em velocidade e força.

Até brilhava um pouco.

Uma saraivada de outros mísseis foi disparada, e minha defesa foi séries de ataques no ar que o rasgavam tanto pela katana quanto por sua bainha, produzindo um arco de energia que atingia os projéteis, cortando todos ao meio. Após finalizar, todos explodiram atrás de minhas costas ao alto.

Ofegava levemente e relaxava não me movendo para recuperar forças, mas logo correndo na direção do robô passando por mim Rose chama:

― Ladybug! ― Dava um tiro ganhando impulso.

E num avanço, eu e ela acertamos as pernas dele, cada uma alvejava uma, assim trocando de lado várias vezes rotacionando, até que ele suspende momentaneamente nossos golpes desferindo um tiro carregado na líder. Porém, em um pulo rápido e ágil com a ajuda de seu semblance, encontrou-se comigo na parte costeira dele. Com o impulso que ganhamos, avançamos e separávamos seu braço esquerdo do corpo, que logo sucumbia caindo no chão produzindo algumas fagulhas e faíscas. No robô, piscava levemente aquela parte, curtos elétricos eram facilmente vistos, mas isso não era suficiente para acabar com ele.

― Precisamos continuar. ― digo séria, tomando distância da máquina. Viro-me e passo a vê-la, me surpreendendo com uma coisa...

Sem notar, Yang retorna brutalmente e fortemente, indo de encontro com o cockpit do batalhóide em um salto socando incontáveis vezes juntamente de sua Amber Célica, assim, atirando juntamente e fortalecendo cada golpe.

A resposta dele foi apenas impulsionar-se para trás, fazendo tanto ele quanto ela colidirem contra colunas que ali estavam. Foram umas duas, e na terceira, ela acabou não suportando e logo caia, e ele, se recompunha, afastava-se e retribuía com um poderoso soco.

Meu coração apertava com aquela cena, até esquecia-me de meu cansaço e dores nos antebraços. Vê-la naquela situação, se machucando tanto o enfrentando sozinha me fazia tanto xingá-la tanto preocupar com demasia.

“Tola, impulsiva e imprudente... Por que quer fazer tudo sozinha?!”

Ela caiu no chão sem dificuldade alguma, aquilo de certa forma atingia-me. Vê-la naquele estado, apanhando isoladamente afligia-me, questionava muito do porquê não agi junto com ela.

― Yang?! ― a chamo visivelmente transtornada dando alguns passos a frente.

“Suas provocações e falta de cautela te causam prejuízos...”