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História Querido Kyungsoo - Capítulo 4


Escrita por: YOUGOT7JAMS

Notas do Autor


Olá, olá, olá! Tudo bem? ❤️
Acho que fui muito maldosa em fazê-los esperar tanto por esse capítulo. Não costumo demorar tanto assim para atualizar (e olha que foram só 12 dias!), então espero que me perdoem. E também espero que não tenham perdido o interesse em ler Querido Kyungsoo. Ler tantas mensagens cheias de carinho ao longo desses dias salvaram a minha semana. Sério, vocês são incríveis e merecem todo o amor do mundo!

Desabafo: A capinha do capítulo está cada vez menor, já que os gifs tornam tudo muito pesado ~cry
Dica: Fiz uma playlist com as músicas que foram/serão citadas na história. Vou deixar o link nas notas finais :)

Boa leitura! ~

Capítulo 4 - Capítulo 4


Fanfic / Fanfiction Querido Kyungsoo - Capítulo 4

Distrito de Dong-gu, Busan — 18.10.1989

Querido Kyungsoo,

Estou curioso sobre Poirot. E, agora, acho que entendo por que você gosta tanto desse gênero literário. Talvez você tenha imaginado que me faria roer todas as unhas. Mas é pior do que eu pensei que fosse. Cheguei a anotar o nome de todos os possíveis suspeitos desse caso, cada um com uma teoria diferente para ter assassinado o americano.

Amanhã, quem sabe, eu consiga lhe mostrar todas essas ideias malucas. E espero que saiba. Não vou perdoá-lo caso tenha lido o final sem mim.

Também pretendo contar sobre Sehun, ou o que sei sobre ele. Há coisas que preciso dizer sobre aquele garoto de cabelos descoloridos que usava roupas rasgadas. Sobre o jovem que, apesar de morar tão perto, sempre me pareceu tão distante. E sobre essa distância que planejo quebrar, aos poucos, à medida que passo a conhecê-lo.

Mas... você é parte disso também, Kyungsoo. E quero que você esteja ao meu lado quando as coisas começarem a clarear.

Vamos conhecer Sehun. Juntos.

 

『▪▪▪』

 

Estico meu braço para que Taemin consiga alcançar a minha mão. Seus dedos pequeninos ainda estão melados pelo sorvete, mas eu não me importo, do mesmo jeito que ele não se importa com a minha roupa suja de graxa. É difícil acompanhar sua caminhada. Quando acho que finalmente estabelecemos um ritmo saudável, ele começa a andar em um ziguezague aleatório, balançando a mão que segura a minha.

A oficina já está fechada quando voltamos, mas sei que meu pai não está em casa. Ele nunca está.

Quem nos recebe na casa vizinha é a sra. Lee, que agora carrega o sobrenome de seu marido, Oh. Ela está apreensiva, apoiada na porta de entrada, os cabelos desgrenhados ainda com os bobes presos ao emaranhado de fios escuros. O vestido de estampa florido não cobre as marcas roxas em seus braços.

Taemin corre até a mulher e se agarra à sua perna, as mãozinhas puxando acidentalmente o tecido de malha.

— Pelo amor de Deus, meu filho! — ela diz, preocupada, e a sua voz está um tanto chorosa. — Onde é que você estava?

O garotinho se encolhe, provavelmente se sentindo culpado pela aflição da mãe. Ele não diz nada, apenas continua abraçado à perna da mulher mais velha. Sou eu que explico, numa voz baixa e temerosa:

— Eu prometi levá-lo para tomar sorvete, ahjumma.

Ela coloca a mão na cabeça do filho, que começa a soluçar, sem saber direito por que está chorando. As crianças parecem sentir quando algo está errado.

— Não acha que está pagando sorvetes demais? — ela pergunta. Sua expressão é tão séria que imediatamente desisto do plano de visitar o quarto de Sehun.

— Talvez eu não precisasse levá-lo para tomar sorvete, se a situação fosse outra.

A verdade, de certa forma, é libertadora. E eu não preciso sequer pensar duas vezes antes que as palavras escapem.

A senhora continua apoiada contra a porta fechada, acariciando os cabelos de Taemin, que dá as últimas fungadas e seca os olhos úmidos no vestido colorido. Não fui a pessoa mais educada do mundo para tratar sobre aquele assunto, e temo que ela fique magoada. No entanto, quando meu olhar alcança seu rosto, vejo um pequeno sorriso de agradecimento.

— Obrigada, Jongin-ah — ela diz, meneando a cabeça e tocando a maçaneta. É a primeira vez que ela agradece, e isso me comove. — Obrigada por cuidar do meu filho.

Eu me despeço com uma reverência e me afasto, de ré, até estar com meus tênis surrados perdidos entre a grama que começa a crescer.

— Qualquer dia desses... — ela começa a falar, antes que eu me vire para ir embora. — Será que você aceitaria tomar um café com a gente? Não... Não hoje, sabe, mas...

Sua voz diminui drasticamente, e sou obrigado a chegar mais perto para ouvi-la. Aceito o convite com um sorriso no rosto, mas não é só por causa de Sehun. Porém, parte da minha felicidade morre com suas últimas palavras, porque entendo o que ela quer dizer.

Hoje seu marido está em casa, e talvez já esteja no sofá, bebendo sua terceira garrafa de soju.

Hoje é um dos dias ruins.

 

― ◆ ―

 

Bastou um telefonema de Chanyeol para que eu juntasse alguns pacotes de doces, um sanduíche meia-boca e meu pijama favorito. Coloquei tudo isso — e algumas coisas mais, como escova de dentes e uma cueca extra — numa mochila pequena com o desenho de um super-herói que eu nem gosto mais. Quando se tratava de encontrar o Park no meio da noite, era preciso estar prevenido.

Certa vez, eu e o grandalhão resolvemos que assaltar um supermercado era uma boa ideia. Aproveitamos a falta de supervisão naquela noite para roubar dois pacotes de balas. Era a nossa marca preferida daqueles docinhos coloridos, e acabamos levando o fruto da nossa malandragem até uma ponte perto dali. Por fim, devolvemos as embalagens no dia seguinte, sem que eu tivesse sentido sequer o sabor. “Só pela adrenalina”, foi o que Chanyeol me disse. E ele teve que pagar mesmo assim, porque o seu pacote já estava na metade.

Minha mochila pende em um dos ombros enquanto caminho pelas ruas escuras de Busan. As pilhas da minha lanterna já estão fracas. Tudo que consigo ver são alguns palmos à minha frente, já que a luz sequer alcança as casas da vizinhança. É só quando chego àquela rua sem saída que vejo os pontos luminosos. Eu conto um, dois, três... São quatro, ao todo, e isso significa que o clube de teatro não está completo. Algum de nós não veio.

Os quatro rapazes agitam as lanternas, iluminando meu percurso até que eu possa alcançá-los. As luzes piscam, dançam e se misturam. Corro os passos restantes, sendo recebido com socos nas costas. É como uma tradição. O último a chegar sempre leva alguns tapas dos demais.

— Pena que a Bomi não veio — lamenta Zitao, acertando o punho na minha lombar. — Ela é quem bate mais forte.

Alguns socos são inofensivos, outros não; mas tudo acaba rápido, apesar de ainda sentir a dor, mesmo leve, de um ou outro impacto.

— Por que ela não veio? — pergunto, estranhando a ausência da garota. Sei o quanto nossos encontros fortuitos madrugada afora são importantes para ela. Bomi não faltaria por um motivo qualquer. — Aconteceu alguma coisa?

Junmyeon balança a cabeça. Chanyeol dá de ombros, tentando não esboçar reação alguma. Eles sabem.

— Não deve ser nada grave.

— É, ela virá na terça-feira. Com certeza.

Sei que alguma coisa está errada, mas não deixo que isso afete o resto da noite. Posso arrancar isso deles depois.

Tao carrega entre os braços, da maneira mais atrapalhada possível, uma sacola grande repleta de materiais de papelaria. Não tenho ideia do que ele planeja. Baekhyun, por sua vez, é bastante óbvio. A caixa cheia de garrafas de soju aos seus pés indica o quanto ele está disposto a cumprir o seu desafio. O Kim está vestido como um engomadinho, mas não tenho certeza se é pela missão semanal de frequentar a igreja. Para ser sincero, ele sempre se veste assim. Chanyeol usa uma camiseta que não disfarça em nada as novas curvas em seu peito. Tenho certeza que sua irmã, Yoora, vai caçoar dele pelo resto da vida por pedir-lhe um sutiã emprestado.

Enquanto caminhamos até a pequena casinha onde fica a sede daquele clube de idiotas, agitamos nossas lanternas no ar, vendo o efeito que todas as nossas luzes podem criar. Juntos, somos como uma lanterna com pilhas que nunca enfraquecem. Desde que possamos permanecer lado a lado, nosso brilho nunca se apagará.

— Quais são nossos planos pra hoje? — questiono, tocando o ombro do garoto mais alto. — Chanyeol hyung não me disse nada.

Uma gargalhada nervosa escapa de Baekhyun, e o grandalhão bagunça seus cabelos, num gesto que quer dizer “não se preocupe”.

— Não é óbvio? Vamos embebedar o Byun — diz Tao, parecendo muito entusiasmado. — E, claro, construir o Monte Everest também.

O Park aponta a lanterna para mim e começa a andar de costas na rua mal iluminada, seus seios falsos balançando de um jeito engraçado.

— Se estiver com ciúmes, princesinha, podemos fazer um interrogatório amigável e arrancar de você algumas mentiras.

Quando chegamos à entrada da casa, ele tira do bolso seu kit especial para destrancar fechaduras. Ele não precisa de muito. Apenas uma haste côncava e uma alavanca tensionadora. Não se parece em nada com aquelas cenas de filmes hollywoodianos, onde o protagonista consegue abrir a porta com um clipes em questão de segundos. É uma tarefa que leva algum tempo, mas que ressalta todo o talento de um profissional como Chanyeol. Acho que nunca entenderei como a coisa funciona, mesmo que ele já tenha tentado me explicar milhares de vezes. “A alavanca é para aplicar pressão, Jongin”, ele dizia. “É ela que faz o cilindro girar.”

O fato é que funcionava. O garoto podia abrir qualquer porta trancada.

Ouvimos um clic assim que ele consegue, após um tempo posicionando estrategicamente as duas ferramentas juntas, destrancar a porta do clube de teatro. Não é a primeira vez que invadimos a propriedade, e nem será a última.

— Girafa vai nos matar — comenta Junmyeon. Para variar, ele é sempre o mais medroso entre nós.

No fundo, sei que o professor Lee vai nos perdoar. Talvez ele peça para fazermos faxina na casa por uma semana, como da última vez, para compensar as telhas que quebraremos ao inventarmos de subir no telhado — de novo — ou alguma coisa pior. Nossos dois professores, Kwang Soo e Bo Young, sabem o que o clube de teatro representa para cada um de nós. Somos apenas alguns jovens cretinos que se apoiam uns nos outros. E isso, de certa forma, é incrível.

Tudo está escuro e silencioso assim que entramos. Silencioso, claro, até nossas vozes ecoarem no lado de dentro, e nossas lanternas dissiparem a escuridão. Quando Baekhyun acende a luz, a primeira coisa que vejo é Zitao depositando sobre a mesa a sacola imensa que trouxe. Não demora muito até que os dois se encarreguem de construir o Monte Everest, com todos aqueles papéis coloridos, tecidos, tintas e papelão.

A sala vira uma bagunça de recortes, pincéis e cola. A escultura improvisada ganha vida em tons acinzentados e brancos, mas a magia de verdade acontece quando o Byun começa a jogar para cima farelos de isopor. É quase como se estivesse realmente nevando. O garoto é um gênio, e não é para menos. Afinal, ele sempre fica responsável por colorir e decorar os nossos cenários. Baekhyun é nosso Picasso.

O chão agora está respingado de branco, e há flocos de neve falsos por toda parte. Tao, o chinês, aparentemente se esqueceu de trazer jornal para cobrir o piso. Eles usaram papelão para sustentar a escultura, mas isso não evitou que sujassem a sala.

Eu me sento com as costas apoiadas na parede de tijolos, onde fica o pôster de Grease, um dos meus filmes americanos favoritos. Chanyeol e eu ficamos lado a lado, as pernas meio dobradas e meio esparramadas sobre o carpete claro. Juntos, esvaziamos três garrafas de soju. Divido o baralho ao meio e entrego metade ao grandalhão, para que possamos misturar as cartas.

— Acho que vou chamar a Bomi para sair — ele conta, esperando um incentivo ou qualquer outra coisa, porque me olha buscando uma resposta.

A minha primeira reação é rir da sua cara. A segunda, um pouco mais amigável, é tocar seu ombro, tentando de algum modo reconfortá-lo.

— Não, hyung. Você não vai.

— E por que não?

Gesticulo de modo lento, balançando a garrafa verde no ar, quase derrubando a bebida no processo. Não estou bêbado ainda, mas essa é uma conversa onde não me atreveria a entrar, se estivéssemos nas condições habituais. As pessoas normalmente não falam sobre isso.

— Por que não chama para sair a pessoa em quem está realmente interessado? — pergunto, dando um empurrão leve em seu ombro.

Chanyeol abre a boca, surpreso. E eu não aponto para ninguém em especial, mas sua primeira reação é olhar para o garoto baixinho apoiado no sofá, com o rosto sujo de tinta e a mão ocupada em segurar o pincel. Perto dele, a sua primeira garrafa da bebida alcóolica está pela metade. Sua cabeça se vira em nossa direção como se soubesse que está sendo observado, e ele dá um sorriso pequeno e satisfeito, dando os últimos retoques em seu Monte Everest.

O Park fica em silêncio e abaixa a cabeça, voltando a se concentrar no baralho em suas mãos. Na minha visão, sei que aquela é a confirmação de que precisava. O assunto está prestes a morrer ali. E, acredite, em circunstâncias normais, eu o deixaria de lado. No entanto, quando a falta de diálogo me incomoda, eu chuto sua perna comprida sem muita força.

— Ei — chamo. — Está tudo bem gostar de garotos, Chanyeol.

Ele tira os olhos das cartas, deixando-as de lado.

— Eu não... Eu não gosto dele.

— Tudo bem, hyung, não vou discutir com um cara de sutiã. Vou fingir que não sei nada sobre os olhares secretos e seus sorrisos de garotinha virgem, mas queria que soubesse que você não precisa se sentir mal por isso — digo, passando para ele minha garrafa. O grandalhão bebe os últimos goles de uma só vez, secando a boca com as costas da mão. — Isso não é errado, sabe. Não é errado querer protegê-lo só porque ele é baixinho ou parece frágil. É normal que você queira segurar a sua mão, ou admirá-lo à distância. Ou até mesmo sentir os fios macios do cabelo dele em seus dedos...

Ele larga a garrafa de soju no carpete, encostando a cabeça na parede.

— Jongin, agora estou confuso — ele brinca, forçando um sorriso. — Estamos falando de mim ou de você?

Touché.

Eu sorrio, esticando as pernas.

E, então, nós abrimos uma nova garrafa.

 

― ◆ ―

 

A tinta está seca.

Tentamos impedir que Junmyeon faça uma dança ridícula em volta de uma cadeira solitária, mas ele não nos dá atenção, e passa vergonha assim mesmo. Ele vai se arrepender no dia seguinte, quando estiver sóbrio.

Zitao sobe no falso Monte Everest, fazendo uma pose engraçada. Baekhyun consegue fotografá-lo com uma Polaroid antes que a escultura desabe, e nós explodimos em risadas infinitas.

Na foto, à caneta preta, ele escreve:

“Missão cumprida.”

 

― ◆ ―

 

Meu quarto é uma bagunça de pôsteres de filmes, fitas-cassete e fotografias presas por pregadores num varal sobre a escrivaninha. Eu mesmo o fiz, usando barbante e alguns pregos. A imagem de Tao sobre o Monte Everest agora está pendurada em uma das extremidades, ao lado de uma foto minha e de Bomi, ainda vestidos com o figurino da peça de Dançando na Chuva que fizemos. Ela mesma escreveu, numa caligrafia perfeita: “ O dia em que Kim Jongin parou a cidade de Busan – 18.02.1989”.

Foi no começo do ano, quando o país ainda estava fervilhando após os Jogos Olímpicos de Verão de 1988.

Agora, recostado em dois travesseiros sobre a minha cama, enrolo o indicador no fio do telefone vermelho. Estou tão nervoso para telefonar para Kyungsoo que nem percebo a ponta do meu dedo ficando roxa pela pressão. Respiro fundo, e com alguma coragem, disco o número anotado às pressas na minha lista de compras.

É a mãe dele que atende. Ela fica um pouco confusa quando tento explicar quem sou, já que estou impossibilitado de mentir, e não sei se amigo é exatamente o termo correto entre nós dois ainda. Somos apenas conhecidos, ou desconhecidos. Algo entre as duas coisas.

Por fim, ela grita para o filho, dizendo que há um colega seu no telefone.

Eu recolho as pernas para perto do corpo, fechando os olhos numa oração silenciosa, esperando por segundos que parecem horas.

Alô? — ele pergunta, desconfiado. Parece que, assim como eu, ele também é um garoto que não tem muitos amigos. Kyungsoo não parece ser do tipo que recebe muitas ligações.

Volto a brincar com o fio do telefone quando ouço sua voz, tão baixinha e suave. É um som agradável de se ouvir.

— Oi, aqui é o Jongin — digo, sorrindo com a minha própria idiotice. — Da estação de trem.

Oi, Jongin da estação de trem. Aqui é o Kyungsoo. O garoto dos romances policiais.

E, por um momento, eu não sei o que dizer. Nem sei ao certo por que decidi ligar. Tento inventar qualquer coisa para começar um assunto, antes que ele pense que a ligação caiu, mas só consigo pensar no quanto é bom ouvir a sua voz.

Eu me jogo contra a cama, meus cabelos castanhos se espalhando no colchão.

— Você não leu o livro sem mim, certo?

Isso depende — ele responde. — Ainda está interessado em investigar a morte do seu vizinho?

Digo que sim, contando-lhe sobre o que aconteceu quando levei Taemin para casa. Conto sobre o convite para tomar café, e também o quanto conhecer o quarto de Sehun poderá ser útil. Ele fica em silêncio enquanto narro sobre o incidente, e faço milhões de gestos para tentar explicar, mesmo que ele não possa me ver.

Tenho um dinheiro sobrando — ele diz baixinho, por fim. — Vou comprar todos os jornais que saíram na semana em que ele morreu. Acho que assim podemos conseguir algumas pistas. E você... Ainda quero que a gente leia o final daquele livro juntos.

— Isso quer dizer que vamos nos ver de novo, certo? — pergunto, passando as mãos pelos cabelos, deixando o telefone apoiado em meu pescoço. Kyungsoo apenas ri do outro lado da linha, mas não diz nada. — Bom, você sabe onde me encontrar.

Tudo fica em silêncio outra vez. No entanto, agora é diferente, porque a falta de diálogo não é mais tão incômoda. Fecho os olhos para prestar atenção na respiração baixinha, imaginando se o garoto também está ouvindo a minha. Ou ainda, se seu coração está batendo forte como o meu está.

Será que Kyungsoo também está deitado em sua cama? Ou sentado na beirada do sofá da sala, com o telefone sobre suas pernas? Me pergunto se ele também enrola os dedos no fio enquanto conversamos. Talvez ele esteja torcendo a barra da camiseta, como sei que ele faz quando está ansioso. Talvez não.

Jongin?

Volto a abrir os olhos, como se fosse ver o seu rosto assim que minha visão clareasse. E sua voz parece estar tão perto dali que, por um instante, não parece assim tão impossível que eu possa alcançá-lo.

Ontem foi... — ele começa a dizer, mas faz uma pausa. Ouço um chiado curto. E talvez seja apenas impressão minha, mas tenho quase certeza de que Kyungsoo está sorrindo. — Ontem foi divertido. Obrigado.

Estou tão distraído que nem percebo estar sorrindo de volta.

— Eu também me diverti muito, Kyungsoo dos romances policiais.

Então até amanhã, Jongin da estação de trem.

Algo em mim parece morrer quando ouço aquele som característico que encerra a ligação. Não se passam sequer alguns minutos antes que eu queira ouvir sua voz de novo. É um tu-tu-tu tão vazio que faz com que eu me sinta solitário. Então, levanto o corpo e me sento de pernas cruzadas, puxando a minha lista de compras já amassada.

E disco o número de Kyungsoo outra vez.


Notas Finais


Estaria Park Chanyeol apaixonado? E os membros do clube de teatro estão cumprindo seus desafios semanais, awn! Juro que até tentei ficar sem mentir como o Jongin, como um teste, mas perdi no primeiro dia. E vocês? Qual seria a missão mais difícil de cumprir?

▶ Links úteis (ou talvez nem tão úteis assim):

→ Playlist "Querido Kyungsoo" Spotify: http://spoti.fi/2j9LBjm
→ Playlist "Querido Kyungsoo" Youtube: http://bit.ly/2k1hiv6
→ Trailer da fanfic: http://bit.ly/2hsDhdo
→ Onde me encontrar: https://twitter.com/YOUGOT7JAMS


▶ Link bônus
→ Taemin quando era criança: http://bit.ly/2iCCB9X


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