[Subaru: Está preparado para nossa aula de hoje~?]
[Félix: Eu não chamaria de aula Subaru-kyun, porque estou aqui para escutar sobre suas teorias. E tudo porque Lady Crusch-Sama pediu para Ferris-Chan disponibilizar um pouco do seu tempo para aprender sobre suas habilidades, Nya~]
[Subaru: Que maldade, Ferris-Chan~~~!!!]
Gritando e fazendo uma pose segurando o peito, no lugar onde está seu coração, fingindo ter recebido uma ataque invisível poderoso. Tal ato o fez se inclinar para trás, quase caindo sobre a mesa atrás de si na sua sala pessoal.
Félix não desgostava realmente de Subaru.
O jovem tinha sido recrutado á cerca de um mês e meio por Crusch, quando ouviram falar das suas habilidades por algo chamado “pólvora” que servia como armas para defesa dos comerciantes nas estradas infestadas de Mabeasts com grande eficiência. Ele facilmente concordou entrar no Acampamento ao conhecer a duquesa. E o cavaleiro dela, Félix, não gostou muito de como o rapaz de olhos assustadores parecia reagir com a sua Lady.
Mas fora isso, ele fazia seu trabalho.
E ele fazia nessa sala, ou laboratório pessoal de Subaru, construído para que ele pudesse continuar a produção de seus equipamentos para apoio das forças militares de Crusch. Uma área construída dentro das áreas da propriedade Karsten, perto da Mansão principal. E geralmente Wilhelm tinha o trabalho de ajudá-lo e vigiá-lo para manter segurança sobre ele, e dele quanto ás suas criações que se mostravam perigosas.
Só que dessa vez o assunto era outro.
[Subaru: Eu percebi que muitas pessoas não parecem entender sobre átomos, moléculas e micróbios nesse mundo. Alguns até acham que algumas doenças são maldições, acredita?!]
[Félix: Algumas... doenças...? Subaru-Kyun, você fica falando que nosso mundo é formado por pequenas coisinhas invisíveis, mas isso parece tão... difícil, não acha, nya~?]
[Subaru: Bom, não está tão longe de verdade de se acreditar. De onde eu venho, as primeiras pessoas que apresentaram tais teorias também foram consideradas malucas. Mas outras até os consideraram magos! Só que isso nada haver tem com magia, ou coisas do tipo, mas ciência.]
Ele então pegou da sua mesa, onde tinha um objeto coberto, um pouco de areia.
[Subaru: Você consegue ver isso, né? A areia, bem de perto, parece ser um monte de pedrinhas bem pequenas. Mas e se eu dissesse que essas pedrinhas podem ser quebradas em partes ainda menores... até chegarmos em algo tão pequeno que nem seus olhos de gato conseguiriam ver?]
[Félix: Hm... Então, tudo no mundo é feito dessas partes invisíveis?]
[Subaru: Exatamente! Essas partes minúsculas são chamadas de átomos. São como os tijolos que constroem tudo: a madeira desse banco, a água que você bebe, o próprio ar que você respira.]
[Félix: Nyaa~? Mas como sabemos que essas coisinhas existem se ninguém pode vê-las?]
Subaru suspirou, tentando encontrar uma forma de explicar e instigar o rapa-gato a continuar no assunto antes de apresentar sua cartada final, em cima da mesa. Ele abriu um pequeno sorriso, tendo uma idéia de como poderia dar uma explicação mais leve.
[Subaru: Ok, vamos tentar assim. Pensa em um cheiro forte, como o de uma flor ou de uma poção de cura. Você consegue sentir de longe, né?
[Félix: Sim... mesmo sem tocar, nya~]
[Subaru: Isso acontece porque pequenas partes invisíveis do cheiro viajam pelo ar até seu nariz. Essas partes são feitas de átomos que escapam da flor ou da poção. Eles são tão pequenos que podem se misturar no ar e chegar até você sem que você os veja!]
Os olhos de Félix pareceram se arregalar um pouco com aquilo.
[Félix: Ohh... Então, até os cheiros são feitos dessas coisinhas minúsculas?
[Subaru: Isso mesmo! E os átomos não vêm sozinhos. Eles se juntam para formar coisas maiores, chamadas moléculas. Tipo, um átomo sozinho pode ser uma letrinha, mas várias letras juntas formam palavras e frases. É assim que o mundo funciona.]
[Félix: Hm... E como isso ajuda na medicina, Subaru-kyun?]
Subaru sorriu. Agora as coisas ficariam mais interessantes.
[Subaru: Porque muitas doenças não são causadas por maldições, mas por pequenas criaturas vivas chamadas micróbios. E, adivinha? Eles também são feitos de átomos. Se entendermos como eles funcionam, podemos encontrar formas melhores de impedir doenças... sem precisar de magia!]
Declarou com animação e orgulho, estufando o peito. Sentindo que estava caminhando para realmente explicar aquilo o que queria para o cavaleiro de vestido azul que observava-o entre indiferença, com um pouco de interesse no assunto. A conversa continuando a prosseguir-se.
Ferris ainda estava processando a ideia de que tudo no mundo era feito de partes minúsculas invisíveis. Subaru podia ver as orelhas dele se mexendo levemente, como se tentassem captar alguma verdade escondida no vento.
[Félix: Certo, Subaru-kyun... Se tudo é feito dessas coisinhas chamadas átomos, como elas formam coisas diferentes?]
Subaru sorriu. Isso significava que Ferris estava começando a aceitar a idéia. Ele então puxou um copo de água levemente suja.
[Subaru: Vamos pegar a água como exemplo. Você sabe que pode congelá-la e transformá-la em gelo, ou aquecê-la até virar vapor, certo?]
[Félix: Sim, sim. Magia de fogo faz isso o tempo todo.]
[Subaru: Exato. Mas por que a água ainda continua sendo "água", mesmo quando muda de forma?]
[Félix: Nyaa~... Porque ainda é a mesma coisa?]
[Subaru: Sim! E isso acontece porque a água é feita de moléculas. Pensa assim: os átomos são como peças de um quebra-cabeça. Sozinhos, eles não fazem muita coisa, mas quando se juntam do jeito certo, formam moléculas. A água, por exemplo, é feita de moléculas que combinam dois átomos de hidrogênio com um átomo de oxigênio.]
Ferris piscou, tentando visualizar a explicação.
[Félix: Então... a água é como um grupo de pequenos seres invisíveis se segurando?]
[Subaru: Mais ou menos! Eles não são vivos, mas se conectam como se fossem. E o jeito que os átomos se juntam muda completamente o que eles formam. Por exemplo, se mudarmos a quantidade de átomos e a forma como eles se ligam, podemos ter coisas completamente diferentes, como o ar que respiramos ou o ferro que usamos para forjar espadas.]
Franzindo a testa, Félix deu claros sinais de estar ficando cada vez mais interessado nas palavras do garoto de cabelos negros. Subaru continuava com seu sorriso confiante e estava se tornando cada vez maior como mais animado pela perspectiva de continuar explicando sobre seus conhecimentos de seu mundo.
[Félix: Isso explicaria muita coisa... Mas o que isso tem haver com doenças?]
[Subaru: Por causa das verdadeiras culpadas das doenças, criaturas minúsculas que você não consegue ver: os micróbios?]
[Félix: Como insetos?]
[Subaru: Sim! Só que muito, muito menores. Eles são tão pequenos que, se juntássemos milhares deles, ainda seriam menores que um grão de areia. Mas, mesmo assim, alguns podem entrar no nosso corpo e nos deixar doentes.]
[Félix: E como você sabe disso, Subaru-kyun? Você já viu um desses micróbios?]
Cruzando os braços, o rapaz-gato deu um olhar cético para Subaru.
[Subaru: Planejo chegar nesse ponto logo, logo. Calma. Nós usávamos microscópios de onde eu venho para vermos, mas logo chegamos nessa parte. ——Voltando ao nosso assunto. Quando você se corta, por que você limpa o ferimento?]
[Félix: Para evitar infecção, claro.]
[Subaru: Exato. Mas o que causa a infecção?]
[Félix: ——!?]
[Subaru: Se não existe uma maldição ou um veneno visível, então o que está causando a infecção? Algo invisível deve estar entrando no seu corpo e atacando ele, certo?]
Ferris abriu a boca para responder, mas parou no meio do caminho. Subaru sorriu.
O cavaleiro ficou em silêncio por um momento, sua cauda balançando lentamente. Então, ele suspirou e cruzou os braços.
[Félix: Nyaa~... Isso faz sentido.
Ainda digerindo a explicação de Subaru sobre micróbios, cruzando os braços e balançando a cauda lentamente. Seu olhar ainda carregava um pouco de ceticismo, apesar da lógica dos argumentos de Subaru.
[Félix: Nyaa~, tudo bem, Subaru-kyun... Sua ideia de "seres minúsculos que causam doenças" faz sentido, mas como posso acreditar nisso se não consigo ver nada? Você mesmo disse que no seu mundo usam um... micro...scope?]
[Subaru: Bom, eu já imaginava que você diria isso. Então, TADÁ!]
Subaru sorriu, exatamente esperando essa dúvida. Com um brilho nos olhos, ele puxou um pequeno objeto coberto por um pano na sua mesa que já estava lá desde o inicio, mas Félix acabou não dando tanta importância.
Ele puxou o pano, revelando um microscópio rudimentar feito de latão e vidro polido, semelhante aos primeiros modelos que existiram no mundo real. Era um objeto pequeno, com uma base de madeira, um tubo cilíndrico e uma lente na ponta.
Ferris piscou algumas vezes, encarando aquilo com desconfiança.
[Félix: Isso é... um brinquedo estranho?]
[Subaru: Não é um brinquedo, gênio! Isso é um microscópio. Eu passei os últimos dias convencendo um artesão e um joalheiro a criarem esse vidro especial com a curvatura certa. Ainda não está perfeito, mas deve servir para você ver os micróbios com seus próprios olhos.]
[Félix: Então... como funciona essa coisa, nya~?]
Perguntou se aproximando para olhar mais de perto. Subaru então pegou o copo de água levemente suja que segurava, despejando em uma pequena lâmina de vidro.
[Subaru: Primeiro, precisamos de uma amostra. Eu peguei um pouco de água nas favelas da Capital para dar um exemplo mais profundo, onde tinha até bastante sujeira acumulada. Se minha teoria estiver certa, deve estar cheia de micróbios. ——Certo, agora olhe por aqui e me diga o que vê.]
Deslizando a lâmina sobre a lente do microscópio. Depois, ajustou o foco com cuidado para uma boa observação.
Ferris hesitou por um momento, mas depois inclinou-se e colocou o olho na lente.
Por um instante, tudo parecia embaçado, mas então...
Seus olhos se arregalaram.
[Félix: O-Oque...? Subaru-kyun... o que são essas coisas?!]
Ele piscou várias vezes, como se tentasse confirmar se estava mesmo vendo aquilo. Criaturas minúsculas, invisíveis a olho nu, movendo-se na água. Algumas se contorciam em formas estranhas, outras pareciam se mover com pequenos filamentos.
Subaru cruzou os braços, satisfeito.
[Subaru: Micróbios. Os seres invisíveis que eu estava falando.]
[Félix: Então... isso quer dizer que... sempre que bebemos água que não é purificada, podemos estar engolindo essas coisinhas?!]
[Subaru: Exato! E algumas delas podem ser inofensivas, mas outras podem ser as culpadas por febres, doenças estomacais e muitas coisas que vocês chamam de "maldições".]
Ferris ainda estava debruçado sobre o microscópio, os olhos arregalados observando as minúsculas criaturas se movendo na água. Ele piscava, olhava para Subaru, depois para o frasco, e voltava a encarar a lente como se estivesse tentando entender um novo mundo que sempre esteve ali, mas nunca tinha visto.
[Félix: Subaru-kyun… isso é assustador. Essas coisinhas estão vivas! E a gente bebe elas?!]
[Subaru: Sim, mas calma. Seu corpo não é tão indefeso quanto parece.]
[Félix: Como assim?]
Subaru se sentou em um banquinho de madeira próximo e fez um gesto para que Ferris prestasse atenção.
[Subaru: Ok, imagine que seu corpo é um reino. Vamos chamar de… "Reino Ferris". Agora, como todo reino, ele tem habitantes, certo?]
[Félix: Hmph… gosto de onde isso tá indo, nyan.]
[Subaru: Ótimo! Mas um reino não é só feito de cidadãos felizes. Ele precisa de soldados para protegê-lo de invasores, certo?]
[Félix: Nyaa, certo…]
[Subaru: Então, no seu corpo, esses soldados são as células do seu sistema imunológico! Elas patrulham o corpo inteiro, prontas para lutar contra qualquer invasor perigoso.]
Ferris inclinou a cabeça, interessado.
[Félix: E os invasores seriam… esses micróbios?]
[Subaru: Exatamente! Alguns micróbios são inofensivos e até ajudam o corpo, mas outros… bem, são como bandidos tentando saquear o Reino Ferris.]
[Félix: Huh.]
[Subaru: Quando um micróbio perigoso entra no seu corpo — pelo ar, comida ou até um corte na pele — ele tenta se multiplicar, igual a um exército inimigo acampando dentro das muralhas do castelo.]
O cavaleiro franziu a testa, claramente desconfortável com a idéia.
[Félix: Isso… soa nojento.]
[Subaru: Pois é, mas é aí que entram os seus soldados! Seu corpo tem várias defesas. Primeiro, tem as barreiras naturais, como a pele e a saliva. A pele impede que os invasores entrem, e a saliva tem substâncias que matam alguns micróbios.]
[Félix: E se eles conseguirem passar por isso?]
[Subaru: Então o seu sistema imunológico entra em ação. Existem células especiais no seu sangue que identificam os invasores e começam a atacá-los. Algumas "comem" os micróbios, outras produzem armas chamadas anticorpos, que são como flechas envenenadas específicas para cada tipo de inimigo.]
[Félix: Então é por isso que nem toda doença é uma maldição?]
[Subaru: Exato! Algumas são só batalhas que seu corpo está travando. Se você souber como ajudar seu exército — tipo descansando, comendo bem e mantendo tudo limpo—ele tem muito mais chance de vencer.]
Conforme mais explicações recebia, mais Félix estava começando a compreender o ponto de vista de Subaru. E estava até aceitando aquilo. Fazendo sentido, mas ainda tinha outras dúvidas sobre pontos de interesse para compreender melhor.
[Félix: Então… esse tal de "sistema imunológico" é como a guarda real do Reino Ferris, nyan?]
[Subaru: Exatamente! Mas a guarda real do seu corpo é bem mais complexa do que soldados comuns. O sistema imunológico é uma rede de defesa superavançada, espalhada por todo o corpo. Ele não tem apenas um tipo de soldado, mas várias unidades especiais, cada uma com uma função específica.]
[Félix: Tipo o quê?]
[Subaru: Subaru apontou para a própria mão, como se estivesse contando os soldados invisíveis.]
[Félix: Ok, então temos os macrófagos — que são basicamente os guerreiros de linha de frente. Eles patrulham o corpo inteiro e, quando encontram um invasor, engolem ele como um monstro gigante. Eles são tipo cavaleiros devoradores de inimigos. Mas, além de lutar, eles também avisam o resto do exército que uma invasão começou.
[Félix: Hmm… e depois?]
[Subaru: Aí temos os linfócitos T, que são como generais da guerra. Eles analisam o inimigo e dão ordens para o resto do sistema imunológico sobre como lutar.]
[Félix: Então eles são os estrategistas?]
[Subaru: Exato! E tem os linfócitos B, que são tipo os artilheiros. Eles criam anticorpos, que são como flechas mágicas superprecisas, feitas especialmente para derrotar cada tipo de inimigo.]
Ferris bateu no próprio queixo com o dedo, pensativo.
[Félix: Então… se eu ficar doente e meu corpo vencer a batalha, significa que ele já sabe como derrotar aquele inimigo caso ele volte?]
[Subaru: Bingo! É assim que a imunidade funciona. O corpo "lembra" como venceu da última vez, então, se o mesmo inimigo aparecer de novo, ele pode derrotá-lo bem mais rápido.]
[Félix: Mas então, por que às vezes ficamos tão fracos quando estamos doentes? Eu já vi pessoas ficarem tão cansadas que mal conseguiam se mexer.]
Subaru suspirou, recostando-se na mesa.
[Subaru: Isso acontece porque, durante a batalha, seu corpo está gastando MUITA energia para produzir mais soldados, mais anticorpos e manter a temperatura alta para dificultar a vida dos micróbios. É como se o reino estivesse colocando todos os seus recursos na guerra, e por isso as outras funções, como força e disposição, ficam de lado.]
[Félix: Então… o calor é um tipo de arma contra os micróbios?
[Subaru: Sim! A febre é o corpo tentando cozinhar os invasores. Muitos micróbios não suportam temperaturas altas, então o corpo aumenta o calor para dificultar a sobrevivência deles. Mas se a febre ficar muito alta por muito tempo, pode acabar prejudicando o próprio corpo.]
[Félix: E quando alguém fica doente muitas vezes seguidas? Tipo, uma pessoa fraca que pega uma doença atrás da outra?]
Ferris então se lembrou de uma figura bastante conhecida para si, Joshua. O irmão mais novo de Julius que ficava constantemente doente.
Subaru assentiu.
[Subaru: Isso significa que o sistema imunológico dela está sobrecarregado. Se você mandar seus soldados para lutar sem descanso, sem comida e sem reforços, eles vão acabar enfraquecendo. A mesma coisa acontece com o corpo. Se alguém não se alimenta bem, não dorme o suficiente ou está muito estressado, o sistema imunológico fica mais fraco, e os inimigos aproveitam a chance para atacar. ——Alimentação, higiene, descanso… tudo isso fortalece seu exército interno e impede que os inimigos tomem conta.]
Listando na última parte, ele levantou três dedos para contagem do que ele considerava importante para segurança do corpo humano; Subaru manteve seu sorriso animado e confiante no termino de sua explicação, olhando seu companheiro.
Ferris por sua vez estava massageando suas têmporas, pensativo. Analisando tudo o que ele tinha aprendido naquela única conversa longa entre eles, sua cabeça começando a sentir leves dores pelas informações, pensando mais a respeito.
Ele realmente desgostava do interesse de Subaru em sua Lady como suas invenções perigosas que causavam estragos e mortes... mas não estava desgostando das informações que pudessem ajudá-lo a salvar vidas.
Se ele tinha liberdade para tal, Félix ficaria feliz de trabalhar com Subaru com o propósito de ajudar os outros.
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