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História Rise of the Queen - Atingida e perdida.


Escrita por: Inu-sama

Notas do Autor


Yoo!
Essa é minha 15ª fic do Projeto Escrita Criativa, segunda do Nível 3. A música dessa rodada foi de Indila, “S.O.S”.
Como disse nas notas da história anterior, os versos que escolhi da música estão destacados em negrito ao longo do texto.

Desejo a todos uma boa leitura ♥

Capítulo 1 - Atingida e perdida.


Acordei completamente desnorteada, com a garganta seca e a língua com uma estranha sensação pastosa. Me sentia zonza e com dor por todo o corpo, como se tivesse levado uma surra. Com um pouco de dificuldade, consegui me levantar e constatei que estava caída no chão; no entanto, isso era o menos alarmante, o que me preocupava é que eu estava em um lugar desconhecido.

Parecia uma cabana simples, sem mobília. Pela iluminação que entrava pelas frestas das janelas, ainda estava de dia. Não sabia quanto tempo havia se passado desde antes de eu desmaiar, e foi aí que me recordei dos últimos momentos em que eu estava acordada.

Um homem invadiu o apartamento enquanto eu brincava com meu filho. Foi tudo muito rápido, em um instante ele pressionava algum tecido com cheiro forte no meu rosto e minha visão começou a ficar embaçada. Tentei resistir, mas a força do desconhecido somado à substância anestésica era demais até para mim. Os últimos sons que ouvi vieram do meu filho, Blake, que chorava sem parar. Ele ainda era um bebê, mas mesmo sem entender o que acontecia ali chorava em extremo desespero.

Dali em diante não lembrava de mais nada, era tudo um breu em minha mente até eu acordar. Levantei silenciosamente, receosa de que não estivesse sozinha, e comecei a vasculhar o local à procura de algo que pudesse me ajudar, mas não havia sinal de nada. Nem de inimigos ou de pistas de onde eu poderia estar, muito menos do meu filho. Mas eu não poderia permanecer ali, seja lá quem tivesse feito isso comigo poderia voltar a qualquer instante.

Só havia uma saída pela porta da entrada, e já esperava que ela estivesse trancada ou que vigias estivessem do lado de fora. Para minha surpresa, eu estava duplamente errada. A porta abriu com facilidade, revelando o que parecia ser uma pequena clareira em uma floresta. Sem pensar duas vezes, corri. Corri como se minha vida dependesse disso, por mais que não soubesse para onde estava indo, não podia me dar ao luxo de ficar ali esperando por respostas.

Ignorei o protesto dos músculos e dos pulmões o máximo que pude, e quando enfim diminuí o ritmo, cheguei a uma rodovia deserta. Sem sinal de pessoas ou de placas, sentei à beira da estrada para me recompor um pouco e decidir em que direção iria. Com sorte, talvez eu até conseguisse uma carona até a cidade mais próxima.

Era uma situação desesperadora, sem dúvidas, mas a preocupação com Blake me fazia tentar pensar com clareza. Me perguntava se ele estava bem, onde ele estava, se ele também havia sido pego. O pensamento de alguém machucando meu filho me enchia de preocupação e raiva, e não pude evitar que lágrimas brotassem em meus olhos. Por deus, eu só queria que ele estivesse bem e a salvo. Se nada tivesse acontecido com Livius e Damon, esperava que pelo menos eles pudessem cuidar dele.

Quando sequei os olhos e criei coragem para seguir o caminho, notei um pedaço de papel despontando do bolso da minha calça. Não recordava de ter posto nada ali, e quando peguei o papel para ver do que se tratava, descobri ser um bilhete escrito à mão. Reconhecia bem aquela caligrafia, e isso foi o bastante para fazer meu sangue gelar. Mas a mensagem escrita ali era um motivo bem maior para preocupação.

 

Você foi avisada, ignorou, e agora pagará por isso.

                                                                           -L

 

Tive que reler a mensagem várias vezes para me assegurar de que era realmente aquilo que estava escrito. Virei o papel à procura de mais alguma coisa, mas o verso estava em branco.

Sem dúvidas o recado era de Livius, até o “L” cursivo que ele usava em sua assinatura estava ali. Mas o que significava isso? Ele vinha falando para tomar cuidado, sim, tinha até se tornado estranhamente protetor e impedia a todo custo que eu saísse de casa. Então era tudo uma mentira? A preocupação e os momentos que passamos juntos, não eram nada além de uma diversão que se tornou um empecilho que agora ele queria se livrar?

Amassei o papel com toda a força que pude, como se estivesse apertando o pescoço dele com minhas próprias mãos. O que mais me irritava nisso tudo é que eu estava certa de que nunca deveria me envolver com ele, mas fui burra e ingênua e acabei lhe dando uma chance. E agora não era só nós dois, também tinha Blake com quem me preocupar. Se Livius achava que iria se livrar de mim tão facilmente e que eu iria deixar o destino do meu filho nas mãos de um filho da puta, ele estava muitíssimo enganado.

Ele pode achar que não sou nada, mas sou uma pessoa que atinge seus objetivos quando são traçados, custe o que custar. Nem que levasse anos, iria sim reencontrar com meu filho e dar a esse desgraçado o gostinho do inferno que passei. Eu estou perdida, mas é só questão de tempo até me achar. Meus arrependimentos e toda a minha história funcionariam como combustível para a minha motivação, me dando forças para seguir em frente.

De repente, aquela longa estrada que parecia ir infinitamente até o horizonte, tornou-se apenas mais um dos inúmeros empecilhos que eu viria a enfrentar, e toda a sua extensão não me assustava mais. Eu me afundei no anonimato, evitando assim que Livius viesse até mim antes da hora certa, e foi uma das melhores decisões feitas por mim. Eu caí, tão fundo  que em temia que a luz do sol não chegasse até mim. De todas as que foram apontadas para mim, só uma arma  me aprisiona de verdade, e ele tinha sido covarde de tirar meu filho de mim.

Continuei andando sem noção das horas, minha única companhia era o sol escaldante que queimava incessantemente minha cabeça. Quando ele se tornou alaranjado indicando o fim da tarde, avistei uma construção à beira da estrada, e conforme fui me aproximando percebi que era um hotel. Por fora parecia um local deserto, então me surpreendi quando entrei e dei de cara com uma recepcionista de meia-idade.

Como não tinha dinheiro ou documento algum comigo, falei que fui assaltada e perguntei se poderia usar o banheiro, o que a senhora gentilmente permitiu. E tamanho foi o susto que levei com o estado do meu corpo. Havia alguns hematomas pelo meu corpo, incluindo meu rosto; talvez por isso eu estivesse toda dolorida. A pele que passou o dia exposta havia ficado morena devido ao sol, meu lábio estava ressecado e o cabelo, uma bagunça. A recepcionista, que descobri posteriormente ser a dona do hotel, me ofereceu uma muda de roupa, e agradeci mais uma vez antes de entrar debaixo do chuveiro.

Conforme a água gelada caía em mim, era como se minha alma estivesse sendo lavada enquanto a água levava pelo ralo a antiga Olivia Vincent. Então eu gritei, de raiva, mágoa, frustração, um completo misto de sentimentos. Você ouve minha voz ressoar? Espero que sim. Hoje você pode ter uma confortável noite de sono, mas não pense que isso irá durar para sempre.


Notas Finais


Link da música: https://youtu.be/m65jhGwtWrg
Link da letra: https://www.letras.mus.br/indila/sos/traducao.html

E aí, o que acharam? Essa história está relacionada com "Words Don't Come Easy" e "Rise of the King", outras histórias minhas do projeto. Lembrando que aqui nesse jornal está a ordem cronológica: https://spiritfanfics.com/jornais/meus-ocs-e-o-projeto-escrita-criativa-9560545
Por enquanto é só, espero que tenham gostado!

Até a próxima ♥


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