1. Spirit Fanfics >
  2. Save Me (BTS) >
  3. Butterfly.

História Save Me (BTS) - Butterfly.


Escrita por: gothwtch

Notas do Autor


Hey, amores ~ cá está o segundo capítulo.

Como eu disse antes, vou adicionar muitas coisas na fanfic, até por que não tem como eu fazer uma história bem contada se não tiver mais elementos, certo? E digamos que essas partes serão como pontes para interpretações e cenas futuras. Lembrando que: isso é apenas uma fanfic baseada nas teorias que os MV's do BTS trazem para a gente. E tais teorias tem mil e uma interpretações, portanto trarei aquilo que entendi/interpretei.

Novamente vou frisar algo importante: a fanfic vai ser um pouco pesada e cada personagem tem um passado e uma vida diferente e cheias de demônios para lutar. Quanto a linha temporal: quando tratar-se de algo do passado, deixarei explícito colocando datas, também fictícias, e avisarei aqui nas notas.

Esses primeiros capítulos são o "presente" dos personagens. Eles são adolescentes ainda, vale lembrar, e na coreia tem todo um sistema diferente quanto a habilitações (sei que carro é dezoito, mas moto é dezesseis. Decidi padronizar com dezesseis, para deixar o Seokjin já com a picape, como mostrado nos mv's). Nos próximos capítulos, possivelmente eu entre um pouco no passado de alguns personagens, assim como talvez eu explore um pouco a mente de cada um.

Caso a linha temporal fique confusa, o que acredito que vá acontecer [mas me esforçarei para deixar tudo o mais claro possível], fiquem a vontade para me perguntar e até mesmo sugerir mudanças.


Beijos e boa leitura!

Ah, e as indicações de trilha sonora, é claro! Algumas vezes vou repetir músicas, ok? Estou me baseando muito nos sentimentos que cada música deles nos trás e até mesmo na letra. As músicas da vez: Hold me tight [https://www.youtube.com/watch?v=SX9zIOVClrk] e Butterfly [https://www.youtube.com/watch?v=NjVPkEORHRY]


Até o próximo capítulo!

Capítulo 2 - Butterfly.


As ondas quebravam suavemente próximas à areia da praia, trazendo a espuma marinha, enquanto o som das gaivotas predominava no local. Estavam na parte baixa da praia, olhando para as águas cristalinas que pareciam uma imensidão azul conforme afastava-se do litoral. Apesar de estar sol, o clima ainda era um pouco frio por conta do início da primavera — razão pela qual o grupo estava usando jaquetas para esquentar um pouco seus corpos. Olhavam para o horizonte, cada qual pensando em seus próprios problemas e em como lidariam com eles no futuro.

Park Jimin era o que mais tinha medo do que estaria por vim. Os olhos do garoto estavam perdidos em um ponto qualquer, vidrados em seu interior, lutando silenciosamente contra seus medos e seus traumas vivenciados. Era como se aquele maldito dia sempre o perseguisse e não importava o quanto ele tentava, o cheiro do sangue e o som do disparo da arma nunca desapareciam de seu ser. E o pior era o fato de seus pais não o apoiarem e apenas terem vergonha do que ele se tornou — um garoto que facilmente tinha convulsões e crises de ansiedade. As vezes ele os escutava conversando sobre interna-lo em um hospital e o deixar lá, para tentar se livrar do problema.

Sem perceber, o garoto deixou uma lágrima escorrer por sua face um tanto pálida. Apenas quando sentiu o gosto salgado em seus lábios, Jimin levou a mão ao rosto e o limpou rapidamente. Jung Hoseok o observava, de longe. Abaixou um pouco a cabeça e sentiu vontade de segurar a mão do amigo e o levar para longe dessa maldita vida, para protege-lo desse mundo cruel. Segundos após tais pensamentos, riu baixo consigo mesmo de forma triste. Quem ele queria enganar? Jimin precisava de alguém forte ao seu lado, para ser seu porto seguro de fato. E o que Hoseok poderia oferecer? Era só um viciado em remédios e os tomava compulsivamente quando ninguém estava por perto. Cerrou os punhos e odiou-se, em segredo.

— E aí, estão com coragem para entrar na água? — questionou Namjoon, olhando para os garotos.

— Nem um pouco. — Resmungou Yoongi.

— Se estivesse um pouco mais quente, talvez. — Jungkook comentou, olhando para o mar.

Notando que ninguém atrever-se-ia a mergulhar na água salgada, o grupo se afastou um pouco e caminharam, juntos, até a parte mais alta da praia, indo para um muro que estava a frente da caminhonete de Seokjin. O garoto aspirante a cinéfilo era o mais velho deles, com dezessete anos — em seguida vinha Yoongi, apenas alguns meses mais novo. Jungkook, o mais novo, possuía apenas quinze anos e todos o viam como um irmão mais novo que precisava de proteção. 

Namjoon e Jin foram até a picape de cor escura e pegaram uma caixa térmica; dentro dela havia algumas bebidas. O mais velho voltou para o automóvel e buscou alguns salgadinhos e lanches, passando a distribuir para os amigos enquanto Namjoon entregava as bebidas; claramente apenas Yoongi iria usufruir das bebidas alcoólicas ali. Ele era o único que bebia do grupo e começou a ter esse gosto mais cedo do que seus pais gostariam devido ao seus sentimentos turbulentos e problemas em casa — tanto que seu pai, quando descobriu, ficou furioso e chegou a deslocar, sem querer, o ombro do filho em meio a uma briga que tiveram. O loiro estava decidido a largar tudo, até mesmo sua paixão por música e pelo piano, mas Jungkook sempre esteve ao seu lado e não deixou que tudo fosse por água abaixo.

— Hyung, qual o gosto disso? — questionou Jungkook que estava ao lado de Yoongi.

— Vai descobrir quando tiver idade suficiente para isso. E não, não vou oferecer e nem deixar você beber. — O loiro olhou para o mais novo e sorriu ao ver a expressão emburrada dele. — Não seja como eu.

— Droga. — O Jeon grunhiu, claramente aborrecido.

Enquanto comiam e bebiam, Seokjin registrava os momentos. Em certo momento, puxou Namjoon, tirou uma selfie e a polaroid logo foi impressa. Estava um pouco escura, como era normal uma impressão ficar quando recém tirada, mas Jin notou algo estranho: apenas Namjoon estava na foto. Franziu o cenho e ignorou, achando ser apenas por conta de algum problema com sua máquina.

Passaram a observar as famílias, casais e outras pessoas chegando na praia naquele domingo agradável. Cada olhar dos garotos possuíam um pesar diferente. Jungkook sentiu as lágrimas subirem, porém as afastou e se levantou, indo para dentro da caminhonete de Jin e se jogando no banco traseiro. Taehyung abaixou a cabeça e suspirou, pesadamente, recordando-se de sua infância feliz com sua mãe e irmã. Namjoon sorria, desejando conseguir ajudar sua família da melhor forma possível. Jimin apenas tentava ignorar as crianças felizes enquanto Hoseok fixava seu olhar nelas, invejando-as. Jin, por sua vez, observava as pessoas ali e imaginava se elas de fato eram felizes ou tinham que fingir, assim como ele fazia.

Yoongi ao notar que Jungkook tinha se afastado do grupo, foi atrás dele. Encontrou-o deitado no banco traseiro da picape, com o braço no rosto escondendo os olhos. Notou, também, algumas lágrimas escorrerem por seu rosto e aquilo o preocupou. O pianista sabia que o Jeon tinha alguns problemas em casa, devido ao seu meio irmão e seu padrasto, mas não tinha tanta certeza de como a situação andava. Houve um tempo que Jungkook dissera que tinha melhorado, mas tudo indicava que era apenas um fingimento dele ou as coisas voltaram a piorar.

— Jungkook? — Yoongi tocou no braço do mais novo. — O que aconteceu?

— Nada.

A resposta foi imediata e dura, repleta de angústia. Por mais que Min Yoongi não fosse a pessoa mais carinhosa e afetiva da face da terra, ele sabia muito bem quando alguém um deles estava a ponto de ter um colapso; tanto que era ele o responsável, muitas das vezes, de avisar quando algo estava incomodando algum dos meninos do grupo. Ele perdera a conta de quantas vezes chamou Namjoon para falar sobre Taehyung e o quanto ele falava para Jimin que Hoseok parecia um pouco abatido ou vice-versa. Quanto a Jungkook, Yoongi sabia tudo o que o mais novo pensava apenas pela linguagem corporal dele. Caso ele estivesse com a postura muito ereta, isso indicava medo ou um “estado de alerta”; se ele estivesse desviando o olhar com frequência, indicava desconforto ou vergonha; se a postura dele estivesse relaxada, indicava que ele estava feliz e despreocupado.

— Eu te conheço bem, você sabe. O que aconteceu? — questionou novamente, a voz um pouco mais suave.

Suspirando, Jungkook se levantou e ficou de costas para Yoongi. Lentamente desceu da caminhonete pelo outro lado e não precisou dizer nada para o mais velho, em questão de segundos ele já estava ao seu lado.

— Olha. — Sussurrou o Jeon e puxou um pouco a camisa para cima.

Na região da costela, um pouco acima da cintura do garoto, havia uma marca de mais ou menos do tamanho de um limão. Estava mudando a coloração de um amarelado para roxo, indicando ser algo recente. Yoongi observava aquilo com raiva no olhar e uma expressão preocupada. Então, além de negligenciarem Jungkook, seus pais também deixavam o meio irmão abusar dele. Trincando os dentes, o loiro fechou as mãos com tamanha força que seus dedos estalaram.

— Hyung! — Jungkook tocou no braço do mais velho, olhando-o com apreensão. — Eu estou bem, não dói... Quer dizer, não dói tanto. Eu estou bem, sério.

— Bem o caralho, Jungkook! — Yoongi gritou, fazendo o resto do grupo se alarmar. — Isso é inaceitável. Não tem como engolir isso e fingir que nada tá acontecendo!

— O que tá acontecendo? — Jin perguntou, correndo até onde estavam.

Jungkook abaixou a cabeça e se forçou a não chorar novamente. Dessa vez as lágrimas seriam por conta do fato de deixar Yoongi preocupado e ele não gostava de ver o loiro daquela forma. Desde quando o pianista aparecera com o ombro todo ferrado e dizia que iria desistir de tudo, Jungkook prometeu a si mesmo que sempre o faria feliz enquanto estivesse por perto, nunca o faria ficar preocupado e, por isso,  sempre dissera que estava se cuidando enquanto não podiam juntos.

— Nada, só... — Jungkook começou, porém foi impedido.

— Eu vou matar aquele desgraçado. Eu juro por tudo o que é mais sagrado. — A voz de Min Yoongi era repleta de ódio e seu corpo tremia dos pés a cabeça.

Nesse tempo, os outros quatro garotos já estavam os rodeando com uma cara confusa, tentando entender o que estava acontecendo. Yoongi não falou mais nada, apenas respirava fundo, tentando controlar sua ira enquanto Jungkook permanecia de cabeça baixa. Alguns segundos depois, o mais novo levantou novamente sua camisa e mostrou a marca.

— Nem fodendo. — Taehyung sentiu as pernas bambearem e apenas não caiu pois Namjoon o segurou.

Taehyung sabia muito bem o que era ser abusado. Vivia com seu pai alcoólatra que sempre o batia por motivo algum. Recordou-se do dia que o desgraçado voltou para casa em que morava com sua irmã — ele estava feliz, afinal, fazia muito tempo que não o via após o divórcio. Contudo, após correr até o homem, pensando em dar-lhe um abraço, tudo o que recebeu foi uma bofetada no rosto. E desde então, era o saco de pancadas favorito do alcoólatra. Porém, Taehyung não reclamava. Era até bom ele ser o alvo, assim sua irmã poderia ser salva. Na visão dele, era como se fosse uma muralha que protegesse sua irmã indefesa.

— Você tem que denunciar eles, Kookie. — Jimin falou baixo, indo até o amigo e o abraçando.

— Eu não posso... — Jungkook choramingou, afastando as lágrimas.

Então, o grupo ficou em silêncio por um bom tempo. Não sabiam o que falar e tampouco o que fazer e isso estava deixando-os loucos. Por fim, Seokjin os chamou para dar uma volta e, após guardarem tudo, entraram na caminhonete. Jimin e Hoseok ficaram atrás, na caçamba, conversando sobre danças — era a paixão do mais velho. Ao lado de Jin, que dirigia, estava Namjoon e no banco de trás, Taehyung, Jungkook e Yoongi. Enquanto Taehyung tentava animar Jungkook com algumas brincadeiras, os dedos mindinhos do Jeon e do Min suavemente entrelaçavam-se.

— Para onde vamos? — questionou Taehyung.

— Sei lá. Querem ir pro bosque de novo? — rebateu Jin.

— Tanto faz. Tem o lago lá, a gente pode continuar a comer lá. Fazer um piquenique. — Olhando para Jungkook, Taehyung sorriu. — O cheiro das flores e de terra molhada é bem relaxante.

— Concordo. Vai ser bem legal. — Jungkook sorriu de volta, um pouco mais animado.

— Segurem-se, então. — Jin riu baixo e acelerou.

Namjoon aproveitou para colocar uma música no rádio e, então, passaram a cantarolar durante o trajeto todo fazendo Yoongi reclamar sem parar.

-x-

 

O lago era um lugar bem agradável, alguns patos nadavam por toda sua extensão e passarinhos cantavam uma melodia gostosa de ficar ouvindo. Se jogando na grama macia, Hoseok fechou os olhos e ficou balançando a cabeça conforme o ritmo do canto dos pássaros. Nem percebeu Jimin o observando com um sorriso cheio de admiração em seus lábios. O mais novo caminhou, então, até o garoto dançante e se sentou ao seu lado.

— Você deveria entrar numa escola de dança. Imagina conseguir ir à grandes eventos para dançar na frente de uma multidão. Deve ser muito bom — comentou enquanto observava a expressão de Hoseok se transformar em uma risada.

— Quem sabe... Eu gostaria muito disso. — respondeu e olhou para o outro, sorrindo.

— Pense nisso. Se precisar de apoio, sabe que eu sempre vou estar do seu lado. Certo? — Jimin olhou para o lago, ainda sorrindo. Era difícil não sorrir quando se estava perto de Hoseok.

— Eu sei. Você é como meu anjo da guarda, Jiminnie. — Ao dizer isso, o mais velho encostou a cabeça no ombro do outro.

Meio sem jeito, Jimin apenas deixou Hoseok apoiar-se em si. Passou a olhar para o grupo. Finalmente Yoongi estava mais calmo e Jungkook mais tranquilo; Namjoon e Taehyung estavam olhando os patos nadando e Jin estava... Jimin começou a procurar pelo mais velho, encontrando-o do outro lado com a câmera em frente ao rosto. Riu consigo mesmo e levantou o braço livre, acenando para o moreno. Hoseok fez o mesmo, assim que percebeu o ato de Jimin e ficou fazendo graça para o outro.

Jin adorava capturar esses momentos. Era tudo muito mágico e ele queria permanecer preso a eles, se fosse possível. Sem preocupações com a vida, com os problemas internos de cada um... apenas os sete juntos, felizes, rindo e se divertindo. Enquanto divagava sobre isso, notou que uma borboleta pousou em sua câmera e ficou a observando por um tempo. Alguns minutos depois, a mariposa voou ao redor de Seokjin e afastou-se dele. Para o rapaz aquilo foi uma benção divina e interpretou como o marco de uma fase boa para si e seus amigos.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...