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História Savior angel - Gaze that trembles the soul


Escrita por: Joisilly

Notas do Autor


[Sendo reescrita (somente a questão da escrita, não a história)]

Capítulo 1 - Gaze that trembles the soul


A brisa gélida da noite junto com alguns finos respingos de chuva atingiram a face do garoto e circudaram seu corpo, fazendo-o estremecer. Apertou fortemente os próprios braços em um abraço firme numa falha tentativa de se aquecer ao menos um pouco.

Havia saído cedo de casa e o dia estava ensolarado, não imaginava que cairia toda aquela tormenta. Agora seu corpo exposto, sem nenhum tecido suficiente para aquecê-lo, tremia ao experimentar toda a algidez do período chuvoso o congelar.

Por sorte a tempestade diminuíra e somente uma chuva de vento ainda se fazia presente. Talvez se esperasse mais um pouco ela cessaria, isto é, se não voltasse com toda força.

— Luffy? – Num suspiro de susto, virou-se ao sentir um toque suave em seu ombro, sorrindo ao ver uma garota de curtos cabelos verde ao seu lado. — Você já está indo?

— Estou sim, só esperando para ver se a chuva vai parar. – Tornou a mirar as gotas que caíam sequencialmente, esfregando as mãos uma na outra. — Não posso pegar um resfriado por agora.

— Realmente um resfriado não seria nada bom... Mas não precisa se cobrar tanto, eu sei que você vai conseguir recuperar o tempo perdido. – Um sorriso de incentivo pintou nos lábios rosados. — E de toda forma estamos aqui para ajudá-lo se precisar.

— Eu sei, e agradeço por isso, Camie. Só que eu também sei que preciso correr atrás do prejuízo com minhas próprias pernas, não posso apenas depender de vocês.

— Não fale como se fosse algo terrível de se fazer, nos amamos ajudar você, mesmo que seja bastante trabalhoso as vezes. – O garoto sorriu diante o comentário da amiga e ela,  por sua vez, não pôde deixar de sentir o peito aquecer por isso, ainda que o tamanho daquele sorriso não se igualasse aos que ele já dera. – Eu fico feliz que você esteja realmente bem, Luffy.

— Eu também estou feliz em estar de volta. – Embora soubesse que no fundo não havia voltado a ser realmente como era – e possivelmente nunca mais o faria –, ele sabia que grande parte do que um dia já foi ainda estava ali, o acompanhando; ele ainda era, mesmo que em partes, o Luffy.

— Oh, já ia me esquecendo. – A garota retirou um pequeno guarda chuva da mochila e estendeu em sua direção.

— Não, eu não quero que tome chuva.

— Não se preocupe, eu vou de carona. – Apontou para um carro parado um pouco mais afastado. — Se a viagem pra minha cidade não fosse longa poderíamos te dar uma carona também, mas a minha amiga está com pressa.

— Tá tudo bem, eu me viro com o guarda chuva, obrigado. – Disse sincero e Camie o abraçou, despedindo-se enfim.

Com o objeto em posse, Luffy suspirou aliviado por poder ir para casa finalmente; ainda tinha muito trabalho a fazer e precisava se concentrar. Era até estranho pensar em como sua vida mudara em tão pouco tempo. De repente foi obrigado a assumir responsabilidades e amadurecer – mesmo que ainda agisse como criança algumas vezes – de uma forma que jamais imaginou que precisaria.

Sozinho em seu caminho de volta para casa, todo o ambiente ao seu redor levava-o a um momento de introspecção; apenas os sons da chuva que voltava a cair com mais força e dos seus passos soavam em seu ouvido enquanto as ruas escuras e vazias davam um ar mórbido ao momento, tranzendo lembranças trágicas e traumatizantes que invadiam sua mente. O vazio incômodo e torturante ainda insistia em permanecer em seu peito e os olhos marejavam em saudades dolorosas.

— Luffy, corre! – A voz de Ace atingiu seus ouvidos, fazendo com que seus sentidos voltassem a distinguir a realidade onde estavam. — Agora! E não para por nada, só corre!

Seu corpo finalmente respondeu aos comandos de seu cérebro quando seu irmão puxou seu braço e os dois correram escada a cima, o desespero tomando conta de ambos enquanto seus corações sangravam despedaçados.

Sentia o corpo trêmulo, o sangue e os corpos no chão ainda permaneciam gravado em sua mente como uma tatuagem que nunca iria se apagar ou parar de doer.

Apertou a mão do irmão mais uma vez, ele precisava saber que ele ainda estava ali, saber que ele ainda tinha alguém, saber que eles ainda estavam vivos.

O som de novos disparos lhe atordoou e pela primeira vez sentiu o medo aflorar seu coração e o consumir totalmente.

Fechou os olhos com força e cerrou os punhos. Ele não podia deixar-se consumir por aquelas lembranças novamente ou seria seu fim. Já havia lutado muito consigo mesmo para poder sobreviver e superar, e agora estava minimamente bem. Não permitiria perder-se mais uma vez, não quando havia finalmente voltado a ter sua estabilidade mental e sentimental. Precisava cuidar para mantê-las, mesmo que ainda se sentisse entorpecido por dentro.

Não se importava com isso, ele não havia desistido e ainda lutaria, só precisava encontrar um jeito de acordar seu interior adormecido, ainda que aquela mancha negra em seu arco-íris não fosse sumir, e ele até preferia assim, pois ele não se arrependia de tê-la adquirido.

Suspirou pesarosamente ao ter de entrar em outra esquina. Estava quase em casa, mas teria que passar próximo a um beco. Já havia perdido a conta de quantas vezes quase foi assaltado ao passar perto dele.

Tudo estaria como sempre, um beco frio e escuro que exalava o cheiro de perigo e que ele deveria evitar, não queria reagir – como ele sabia que faria – a algum assalto e receber outro tiro, no entanto seus olhos captaram quando uma enorme mancha negra despencou dos céus em uma alta velocidade. Acompanhou a trajetória da queda até ver o objeto que fitava desaparecer entre os prédios que formavam aquele beco que não deveria se aproximar.

Como a muito não acontecia, sentiu seu interior vibrar com a curiosidade que o dominou e quase se sentiu como o garoto curioso que sempre fora. Porém, algo que ele nunca deixara de ser era impulsivo. Não pensou duas vezes antes de correr até o local que imaginava que o vira cair.

O local estava escuro pela ausência do brilho da lua, mas um poste com uma luz precária iluminava pobremente o ambiente. O cheiro também era ruim graças as caçambas de lixo abertas e os que estavam espalhados pelo chão, somando ao cheiro de cigarro e urina.

Focou sua visão no que havia no chão. Parecia um corpo e era grande, mas havia algo escuro ao redor semelhante a... Penas? Um líquido que julgou ser sangue estava ao redor da criatura. Engoliu em seco. Se aquilo era uma pessoa, dado a altura de onde havia caído, possivelmente estava morta. Além do mais, de onde havia caído?

Buscou seu celular na mochila para ligar a lanterna e ter uma melhor visão, mas o som de uma arma sendo destravada o fez parar os movimentos. Voltou o olhar para cima vendo um homem grande de cabelos negros, óculos e cavanhaque e costeletas peculiares apontar uma arma em sua direção.

– Passa tudo que tiver de valor. - A voz grave ecoou pelo beco quase vazio.

– Eu só estou com o celular, não tenho dinheiro. - O menor estendeu o celular ao homem que ainda apontava a arma em sua direção.

O homem estendeu a mão livre para pegar o objeto e Luffy aproveitou a guarda baixa para soltar o guarda chuva e segurar o pulso da mão que continha a arma, a desviando de si e o puxou em sua direção logo em seguida. Levantou o joelho acertando a face do homem que ficou desnorteado alguns instantes e torceu o pulso com mais força fazendo a arma cair no chão e a chutou para longe.

O homem não tardou em recuperar seus sentidos e socou a cara do garoto com a mão livre. Puxou o pulso com força se livrando do aperto do outro e avançou em sua direção.

– Tá achando que é a porra de um super herói, por acaso? - Tentou socar o garoto mais uma vez, porém ele desviou com certa agilidade.

Luffy cerrou os punhos mais uma vez conseguindo atingi-lo, quase o levando ao chão. Aproveitou a posição que o homem estava para chutá-lo com força, mas só percebeu seu erro quando o homem que foi jogado contra a parede pegou a arma no chão com um sorriso. Ele havia se deixado atingir de propósito.

– Eu bem que ouvi falar de um pirralho que tem surrado o pessoal da área, mas hoje foi seu dia de azar. - O homem se levantou sem dificuldade se aproximando do jovem e puxou o ferrolho da arma apontando em sua direção. – Vou estourar sua cabeça para te ensinar a não mexer com quem não deve.

Novamente sentiu a sensação frustrante de impotência. A cena em que se encontrava o fazia ter um déjà vu enquanto a aflição lhe tomava.

Não há mesmo como fugir da morte, ele morreria agora em um beco escuro por um bala que atravessaria seu crânio, como deveria ter sido desde o começo. Se manteve parado esperando pelo fim. Ele não era burro, poderia ser impulsivo, mas sabia que não havia nada a ser feito, a arma estava em sua direção e qualquer movimento seu resultaria no mesmo. Talvez não tenha sido uma boa ideia entrar naquele beco sabendo o que poderia encontrar, mas não se arrependia. Ele tinha que viver sem arrependimentos afinal.

Esperou pelo o som do tiro e a dor, mas eles não vieram. Diferente do que pensava viu sangue sair da boca do homem que mantinha os olhos arregalados. Um gemido em misto de dor e surpresa saiu dos lábios ensanguentados e Luffy focou melhor sua visão, vendo uma mão atravessar o corpo do homem. A arma caiu no chão e logo em seguida o corpo não tardou em cair também, desfalecido.

Os lábios do garoto se abriram em surpresa com a visão à sua frente. Após o corpo do homem com quem lutara cair, pôde ver outro homem que estava atrás dele. Seus olhos percorrerem pelo corpo com as roupas rasgadas e manchadas de sangue, a pela pálida e o que parecia ser tatuagens, embora a ausência de luz o impossibilitasse vê-las bem.

Não tardou a compreender que fora ele quem havia matado o outro homem ao ver a mão ainda suspensa coberta de sangue até o antebraço.

Arfou em surpresa ao ver longas asas em suas costas que se arrastavam pelo chão. Admirou encantado a beleza das penas negras que pareciam cintilar com as gotas de chuva que ainda caíam e agora molhava ambos.

Levantou o olhar até a face do moreno à sua frente. Ele possuía olhos dourados, belos e brilhantes. O encarou profundamente e sua alma estremeceu com o olhar que ele lhe direcionou.

Como você pode ver dentro dos meus olhos, como se fossem portas abertas?

Não conseguiu desviar o olhar deles e nem queria tentar, se sentia sendo tragados por ele enquanto seu corpo estremecia, porém não era por medo, era algo diferente de tudo que já sentira, sentia algo se revirar em seu interior.

Conduzindo você até meu interior onde me tornei tão entorpecido

Os grandes olhos negros como duas pedras de ônix se conectavam perfeitamente com os olhos âmbar.

Parecia que havia uma aura mágica ao redor os envolvendo com suavidade ao mesmo tempo que uma chama brutal e agressiva incendiava ambos os olhares.

Eram como dois polos opostos, se atraindo mutuamente de forma tão natural quanto a existência.

Luffy ignorou toda a situação preocupante ao redor focando apenas e exclusivamente naquele olhar que estava o incendiando por dentro.

Acorde meu interior

Não queria cortar aquela conexão, mas foi impossível quando o corpo do homem cambaleou em sua direção. Não sentiu medo ou receio dele se aproximar mesmo que talvez devesse, apenas o esperou, porém antes que conseguisse dar mais um passo a bela face se desfez em uma careta de dor. Os olhos dourados gradativamente perderam o brilho e lentamente foram se fechando, logo o corpo caiu no chão desacordado.

Chame meu nome e me salve da escuridão


Notas Finais


Primeiro de tudo, eu gostaria de dar os créditos dessa capa incrível e linda que foi feita pela @MisterSanji_, ela ficou perfeita <3

E sobre a fic: apesar desse início meio sombrio, se é que posso chamar assim, a fic vai estar em um meio termo de fofo e sad

Ah, a parte em itálico é de "Bring Me To Life" de Evanescence

Enfim, obrigada por ler ♡


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