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História Se Eu Ficar - Capítulo XIV - Como tudo Deve Ser...


Escrita por: IsobelCostles

Notas do Autor


Genteeee, eu não morri, não!!! haushuahsuahsu

Caramba, como eu estava com saudade de escrever e postar por aqui, nossaaaa...
A vida anda corrida demais e o pior, eu ando sem tempo de tudooo. Peço desculpas por deixar vocês por tanto tempo. Sério, não era intenção da tia aqui... kkkkk

Para adoçar um pouco a boquinha de vocês, vou postar um capítulo hoje e outro amanhã... Se tudo der certo na terça postarei mais!!

Bjinhos

Capítulo 14 - Capítulo XIV - Como tudo Deve Ser...


Fanfic / Fanfiction Se Eu Ficar - Capítulo XIV - Como tudo Deve Ser...

POV - Sakura

Eram quase cinco da manhã e enquanto eu bebericava o fumegante café em mãos, observava, como de costume, a neve caindo contra a vidraça da varanda. A minha mente, apesar de cansada, não conseguia parar de pensar na conversa de dois dias atrás com Sasuke. Já são oito anos desde que o meu coração bateu tão forte, apenas pelo som de uma voz. E merda, isso era  assustador…

Pensar naquele homem sempre foi assustador.

Eu sei que não gosto de romantizar intensidade, mas era difícil não sentir as minhas pernas bambas ao lembrar da sua voz rouca ou do perfume seco e amadeirado. Era como se tudo nele fosse convidativo… E isso era um inferno. Porque apesar das desculpas e do sentimento à flor da pele, ainda tínhamos ressentimentos. E em madrugadas como essa, eu sentia cada pedacinho do meu corpo pedindo ajuda, sem ter exatamente o que fazer. 

_ Me diz que você não passou a noite nessa varanda?! - A loira apareceu na porta, enrolada em uma manta, como um lindo rocambole de creme. 

_ Não passei, eu perdi o sono há alguns minutos… - Menti da forma mais banal possível. _ E você?! Não me diga que eu te acordei?!

_ Claro que não, eu tenho um sono pesado e você sabe disso… - Respondeu se sentando ao meu lado no sofá. 

_ E então?! - Olhei de soslaio.

_ Eu tô com saudade… - Disse com a voz branda, como quem espera um julgamento. _ Tipo, muita saudade dele.

_ Bom, se serve de consolo, eu também… - Balbuciei, me encolhendo junto a ela debaixo da manta. _ Na verdade, eu quero jogar todos os meus sentimentos de lado, agarrar o Sasuke e beijar como uma adolescente idiota faria.

_ Acho que somos duas adolescentes idiotas… - Riu com escárnio. 

_ Não, somos duas mulheres apaixonadas e orgulhosas… - Balancei a cabeça com indignação. _ Droga, isso vai acabar nos matando. 

_ Acho que esse cigarro é o que vai acabar te matando… - Fez uma careta ao encostar a cabeça no meu ombro. 

_ Eu não lembro de você reclamando do Shikamaru. - Rebati, ouvindo ela bufar. 

_ Não conseguia, porque infelizmente era charmoso… - Gargalhou. 

_ Realmente, você é uma adolescente idiota… - Revirei os olhos, fingindo desprezo. 

_ E sabe o que mais?! Eu até recebi um convite dele para tal festa de Natal na cafeteria… - Franziu o cenho. _ Estava pensando em recusar, mas soube que a ideia foi sua.

_ A festa foi ideia do Naruto e como o Sr. Sarutobi é igual a um tio para o Shikamaru, eu coloquei ele para pedir emprestado o lugar. - Afirmei, rindo. _ Bom saber que deu certo. 

_ É, agora temos uma festa de Natal para ir… - Disse a contragosto.

_ Nada disso, você vai me ajudar a organizar o lugar… - Exclamei, vendo a expressão carrancuda da loira. 

_ Odeio você! - Olhou-me com tédio.

_ Eu sei que não odeia… - Murmurei com carinho. 

 

POV - Deidara

Era uma daquelas manhãs em que eu poderia facilmente atravessar a cidade atrás de alguém que me cedesse sexo, drogas e um abrigo. Sei que parece extremamente destrutivo, mas eu tenho uma tendência a não me fazer bem nesses breves momentos em que tudo se encontrava desmoronando em minha vida. 

Houve um tempo em que eu não questionaria nenhum desses pensamentos, apenas cederia. Pegaria as chaves do carro e desapareceria do mundo real por pelo menos uma semana… Era fácil. Mas hoje não. Hoje, eu vou terminar de vestir o meu sobretudo, calçar as botinas de couro e me encontrar com a Sakura.

Felizmente, ela sempre parecia adivinhar os meus pensamentos e ligou antes das sete, avisando que me buscaria em casa para treinarmos. Mesmo com as aulas em recesso por conta das festividades, os salões da UTokyo sempre ficavam disponíveis aos alunos que precisam ou gostariam de melhorar suas aptidões. 

_ Você está muito quieto, o que aconteceu, ein?! - Ela perguntou me olhando e rapidamente voltando a sua atenção ao trânsito.

_ Nada, acho que esse clima frio me deixou meio melancólico… - Respondi sorrindo e ela logo percebeu que era mentira. 

_ Tá certo, eu não vou forçar… - Bufou. _ Mas você pode conversar comigo quando se sentir pronto.

_ Eu vou… - Afirmei cabisbaixo, observando o teto do carro e tentando segurar as lágrimas. 

_ Nossa, os meninos te contaram que vamos fazer uma festa de Natal?! - Exclamou animada, apenas para que eu não me sentisse pior. 

_ Não, mas você pode me contar se quiser… - Murmurei, engolindo o choro e voltando a atenção para tudo o que a rósea tagarelava, agradecendo a cada segundo por ela existir. 

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Depois que ela estacionou, descemos e seguimos para o salão principal do primeiro prédio. Normalmente era o mais aquecido e poucos alunos escolhiam ele, por dividir parede com a galera do atletismo, fazendo certo barulho incômodo para quem gostava de dançar apenas aos sons suaves de alguma música… Ou do puro silêncio. 

_ Tem alguma música em especial? - Perguntei, escolhendo a playlist, enquanto observava Sakura de maneira charmosa colocar os seus meiões. 

_ Que cara é essa?! - Se levantou do chão, arqueando uma das sobrancelhas de forma curiosa. 

_ Eu juro que se não fosse gay, nós iríamos nos casar… - Brinquei, segurando em sua mão e girando-a sobre os calcanhares. 

_ Talvez devêssemos… - Ela gargalhou, soltando sua mão e impulsionando o corpo a girar mais algumas vezes, porém agora, sobre a ponta dos pés.

_ Ainda não me respondeu sobre a música! - Exclamei, vendo-a se afastar. 

_ Eu amo as suas playlists. - Parou os movimentos, abrindo os olhos e estendendo a mão na minha direção. _ Só dá play e vem…

Sakura sempre parecia se tornar outra pessoa quando estava prestes a dançar, mesmo que fosse em apenas um treino ou em alguma festa idiota, ela fechava seus olhos por alguns segundos antes e ao abrir, sua aura era completamente diferente… Quase como magia… Ou dupla personalidade… Acredite no que quiser. 

Os professores diziam que ela foi feita para a dança. Era como uma marionete, tendo os finos e delicados cordéis dentro de si, atados na alma. Tudo nela bailava, antes mesmo de qualquer música tocar. 

Inspirei profundamente, apertei o play e segui em sua direção. No pequeno aparelho disposto ao chão, começou a tocar “Superficial Love - Ruth B.”. Por segundos, ela me olhou com aquele típico sorriso de quem conhece como uma letra influencia os passos...  E eu tive certeza que qualquer vacilo meu, seria apagado pela sua eficiência. 

Então, eu não tinha medo. Dançamos a manhã inteira e quando a tarde chegou, eu sentia que a felicidade que ela me submetia passar durante aquelas horas, eletrizou o meu corpo por completo. Percorrendo cada átomo existente. Era real, palpável. A felicidade de estar ali, dentre todas as definições que eu poderia tentar dizer, a sensação de eternidade certamente se fazia a melhor delas. A eternidade dançava comigo, me guiava e de olhos fechados, eu não tinha medo algum. Não havia como recusar. Muito menos temer. 

Enquanto as horas passavam, foram aparecendo alguns alunos. Talvez pela curiosidade ou só pela energia gostosa que a nossa sintonia transmitia. Em contraste com as músicas, ela e eu, éramos um. Enquanto as suas mãos tocavam o meu corpo com as notas suaves, as minhas erguiam o seu corpo do chão com batidas mais pesadas e a letra se perpetuava ao tentar demonstrar que mesmo ao amar muito, os personagens ainda se sentiam perdidos quanto o sentimento do outro. 

Para finalizar, eu joguei ela para o alto, capturando-a no ar e a segurando com o rosto incrivelmente próximo ao meu. Ao fundo, a música foi cortada, atraindo completamente a nossa atenção ao público que se dividia em comentários, assobios e palmas. Corados e ofegantes, nós agradecemos, brincamos com alguns colegas e oferecemos a pista para que outro casal pudesse dançar. 

_ Eu sempre me impressiono com vocês dois… - Naruto disse, se jogando no chão ao nosso lado. 

_ Achei que não fosse vir hoje… - Sakura falou, virando a garrafinha na boca, deixando que a água matasse a sua sede. 

_ E eu não ia, mas aconteceu algumas coisas e eu precisava distrair um pouco a minha cabeça. - Bufou alto ao se deitar no chão, usando a minha mochila como travesseiro.

_ É isso. Parece que todo mundo aqui está fugindo de alguma coisa… - Disse observando as feições se contraírem. _ Ou alguém… 

_ Não me olha assim, não… - A rósea franziu o rosto, indignada. _ Eu realmente estou fugindo e vocês sabem muito bem disso. 

_ E você, Sr. Uzumaki?! - Perguntei ao loiro tagarela que engoliu seco o seu silêncio. _ Realmente não quer nos contar?!

_ Mas e você?! Está fugindo exatamente de quem?! - Sakura revidou de forma rápida, deixando-me perdidamente frustrado. 

_ Não me diga que é de um certo professor?! - Naruto arqueou as sobrancelhas com presunção. 

_ Não tem graça… - Disse, revirando os olhos com tédio. _ Até porque eu não preciso fugir de alguém que finge que eu não existo. 

_ Ora, você feriu o coraçãozinho dele… - Naruto exclamou rindo e eu o chutei com força. 

_ Vai se fuder!! - Esbravejei alto, enquanto o outro tentava recuperar o fôlego.

 

POV - Sakura

Antes que eu pudesse descer a porrada nos dois pela grande imaturidade, vi uma sombra se forma ao meu lado e olhei para cima , onde uma pequena garota de cabelos negros e olhos nublados nos encarava.

_ Ah, desculpa incomodar vocês… - Murmurou, corando-se por completo. 

_ Hinata?! - Naruto ergueu-se do chão, perdendo um pouco a estabilidade ao se levantar tão rápido. _ Aconteceu alguma coisa?!

_ Não, nada… - Ela puxou uma jaqueta da mochila, como naqueles filmes de colegiais estadunidenses. _ Só queria te entregar a sua  jaqueta. Desculpa não ter feito isso antes, mas estava difícil conciliar horários para vir nesse prédio. 

_ Não, tudo bem… - O loiro ficou tão vermelho quanto o tecido que tinha em mãos. _ Deixa eu te apresentar alguns amigos. Esses são Deidara e Sakura do curso de dança…

_ Ah, é um prazer, Hinata!! - Falei, me levantando e esticando a mão na direção da garota que a segurou timidamente. 

_ Realmente, é muito bom conhecer alguém da turma de música. - Deidara seguiu os meus passos, a cumprimentando e se afastando de forma educada. 

_ Ah, eu digo o mesmo… - Cerrou os lábios em um pequeno sorriso. _ O Naruto fala muito de vocês, é bom conhecer os amigos dele. 

_ Sério?! Ele anda falando os nossos podres por aí?! - Deidara arqueou uma das sobrancelhas, fazendo a pequena garota soltar uma fofa e engraçada gargalhada. 

_ Bom, eu acho que já chega de perturbar a Hinata… - Naruto se enfiou na conversa, quase como se não quisesse que ela nos conhecesse. _ Você não tem treino de piano agora, Hina?!

_ Ah, é verdade… - Falou, arregalando os olhos e se afastando. _ Eu realmente preciso ir, mas podemos conversar mais qualquer dia desses.

_ Claro, vai ser ótimo! - Falei, retribuindo o seu singelo “tchauzinho” com a mão. 

Depois que Hinata se foi, o loiro fingiu estar ocupado demais ao mexer no cadarço do Tênis, até que o olhar de Deidara lhe causasse incômodo o bastante para um confronto… 

_ Vai realmente ficar me encarando?! - Indagou em uma postura tediosa.

_ Desde quando?! - Deidara perguntou, maliciosamente. 

_ Desde quando o que, idiota?! - Naruto rebateu fingindo inocência.

_ Ah, deixa ele, Deidara… - Dei um leve tapa na barriga do loiro, fazendo-o arfar e rir. 

_ Vai me dizer que você não está curiosa?! - Perguntou, cruzando os braços e me encarando, enquanto Naruto organizava as coisas para partirmos. 

_ É claro que não… - Respondi, vendo Deidara revirar os olhos. _ Já que não consigo cuidar da minha, eu prometi não me meter na vida amorosa de ninguém…

_ Como você é mentirosa… - Disse, rindo debochadamente. 

Balancei os ombros despreocupada, puxando a mochila do chão e seguindo com Naruto para a saída. Segundos depois, Deidara nos alcançou e mesmo com a sua cara emburrada, fingimos que estava tudo bem e continuamos a conversa sem darmos tanta importância aos dramas do loiro. 

Enquanto descíamos as escadas, conversávamos sobre a festa. Naruto queria algo espalhafatoso e caro, até parecia que tínhamos dinheiro sobrando… Nós, um bando de universitários que trabalham meio expediente para comer. 

_ Você parece uma criança falando… - Deidara disse depois de algum tempo, olhando para a feição despreocupada do loiro. 

_ E você uma tia de cinquenta anos… - Rebateu. _ Tapeçaria?! Lustre?! É uma festa, não um baile da terceira idade.

_ Ah, você não tem curvatura moderna para falar sobre os meus gostos… - Torceu os lábios como tal sempre fazia quando contrariado.

_ Acho que os dois estão vislumbrando algo fora da estrutura do lugar e do nosso orçamento. - Disse rindo da situação. _ Fora que a função de decorar ficou pra mim. Então, vão se preocupar apenas em comprar as coisas que eu colocar na lista, por favor.

_ Ei, Sakura… - Ouvi uma voz chamando e ao me virar dei de cara com Hidan em seu majestoso sobretudo preto. 

_ Ah, era só o que faltava… - Deidara murmurou baixo, mas não o bastante para que todos, inclusive Hidan o escutasse.

_ Professor?! Você ainda está por aqui?! - Perguntei, olhando de relance para Deidara que cerrou os lábios em uma linha fina, dando de ombros e fingindo não se importar. 

_ É, infelizmente, eu tive alguns problemas que precisavam ser resolvidos antes do Natal… - Falou com a voz em um tom cansado, como se estivesse sobrecarregado com os afazeres profissionais. 

_ Entendo… - Olhei o mesmo sem conseguir mostrar uma expressão válida o bastante. _ Bom, mas aconteceu alguma coisa com as minhas notas?! 

_ Não, nada disso. É que eu preciso te entregar uma coisa… - Hidan disse, puxando de dentro da pasta alguns papéis e me entregando. _ São formulários de uma bolsa para que seja a minha monitora no próximo ano.

_ Co… Como assim?! - Arregalei os olhos, lendo os papéis e vi que era uma bolsa da própria universidade. _ E… Eu não sabia que cediam bolsas para alunos finalistas.

_ Bom, eles não cedem… - Falou dando um sorriso de canto. _ Mas eu preciso de uma monitora e não encontrei ninguém que se encaixasse tão bem nos requisitos do que você. 

_ Nossa, eu… Eu realmente não sei como te agradecer. - Falei abrindo o sorriso e por um segundo pensei em abraçá-lo, mas Deidara ficaria por pelo menos uma semana sem olhar na minha cara. 

_ Eu só espero que não te atrapalhe com o trabalho, muito menos no rendimento em suas próximas disciplinas. - Falou, ajeitando a postura de forma menos casual. 

_ Não, não vai mesmo!! - Exclamei, mostrando os papéis ao Naruto, enquanto Deidara estava a cinco degraus à nossa frente. 

_ Bom, eu fico feliz que tenha aceitado… - Falou gentilmente, subindo de costa alguns degraus. _ Nos vemos nos próximo ano, meninos… 

Por segundos, seus olhos se perduraram aos do loiro que engoliu seco o sentimento da despedida. Era nítido que ambos queriam uma interação melhor do que o silêncio e a apatia, mas o orgulho de um e o profissionalismo do outro tornava tudo amargo demais… Frio demais. 

Sutilmente, Hidan deu de ombros e subiu as escadas em passos certeiros. Deidara o seguiu com os olhos até que sumisse do seu cirúrgico campo de visão. Deixando o fardo pesado que era aquele sentimento de “quase” se perpetuar… 

_ Droga, eu até queria ficar feliz com a notícia que acabei de receber, mas é impossível, vendo você com essa cara… - Falei me aproximando do loiro que me encarou por segundos em uma expressão devastadora. 

_ Desculpa… - Falou, largando a mochila no chão e passando por mim, subindo as escadas. _ Pode levar a minha mochila para a sua casa…

_ Olha, eu juro que não estava esperando por isso… - Naruto se aproximou rindo ao pegar a mochila do outro no chão. 

_ É, eu menos… - Soltei o ar pelo nariz e segui descendo as escadas. 

_ Pelo menos agora nós podemos ir embora!! - Naruto exclamou aliviado, seguindo-me para fora da universidade.

 



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