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História Sete Finais - 53 - Sessão 2


Escrita por: caploom

Capítulo 53 - 53 - Sessão 2


Fanfic / Fanfiction Sete Finais - 53 - Sessão 2

Ontem é historia e amanhã é um mistério

— Mirrors


Seul, Capital da Coréia do Sul

Soyoon andou mais um pouco para chegar no portão de casa, com as mãos cheias de coisas e uma bela atadura enrolada na mão esquerda.

Depois que conseguiu conversar tudo o que queria com Jungkook, os dois finalmente finalizaram os cartazes, mas os mesmos tiveram que ficar com Soyoon, essa que ainda tinha que trabalhar ao sair da mansão.

A gerente do trabalho de Yoon não levou em conta a condição da mão queimada da mesma e disse que ela podia trabalhar sem problemas, então Soyoon teve que concordar, já que sua queimadura não havia sido de segundo ou terceiro grau.

Ela passou pela porta de casa e se curvou em direção seus pais com a expressão cansada. Yura se levantou do sofá indo até a filha e a enchendo de beijos.

— Que bom que chegou mais cedo hoje, filha! Sua vó e eu fizemos seu bolo preferido, aquele bolo com gelatina e marshamallow de cereja. — Yura contou, tirando as coisas das mãos de sua filha mais velha. — O que foi isso na sua mão?

— Por culpa sua a mamãe não fez meu bolo preferido de novo, Soyoon. — Nesook reclamou. — Espero que você coma tudo e tenha dor de barriga.

Soyoon olhou cansada para Nesook e foi até sua vó, pedindo bênção.

— Obrigada por me receber tão bem todos os dias, Nesook. — Yoon retrucou irônica.

— Responda a pergunta da sua mãe, Soyoon. O que foi na sua mão? — seu pai perguntou, tirando os olhos do papel de prêmios que lia.

— Me queimei sem querer, mas foi razoável. Vou subir e dormir, estou cansada e tenho escola amanhã. Prometo comer bastante do bolo antes de sair e levar um pedaço para a escola. — Yoon falou baixo e olhou pela última vez para seus pais antes de sair sem dizer mais nada.

Enquanto a jovem subia para o quarto já se livrando da bolsa no ombro, percebeu que não foi boa o suficiente em esconder o quanto estava mexida com algo em especial. Ninguém saberia que tudo isso era por estar chateada com sua mãe, mas no fundo de si ela estava ciente e se sentia mal. Sabia que era horrível se sentir traída por sua mãe que a tratava como uma princesa, mas também lhe doía pensar que havia algo de muito errado acontecendo.

Antes de ir para o quarto, ela teve de passar no banheiro para lavar a mão direita e pelo menos as pontas dos dedos de sua mão esquerda, já que odiava a sensação de sua mão suja e seca. Já até sentia a falta de ar lhe invadir graças a falta de umidade na mão.

Yoon abriu a porta do quarto com cuidado para não machucar ainda mais a mão e sorriu fechado para Jessy, que escrevia em um caderno bem feminino.

— A princesinha da casa machucou a mão? — Jessy questionou brincalhona e Soyoon jogou os ombros para trás, exausta.

— Quase isso. Fui fazer um trabalho da escola e uma menina moradora da casa da minha dupla derrubou chá quente em mim. Tive que enrolar isso pra pasta d'água não sair. — Yoon explicou colocando as coisas no chão e se jogando na cama.

— Você não parece muito bem e acho que não é por causa da mão. — Jessy comentou voltando a escrever.

— Faz parte da vida não estar bem todos os dias. —

Yoon respondeu e pegou seu aparelho celular checando algumas mensagens.

Haviam 15 mensagens de 5 conversas, mas ela quase não tinha disposição para responder.


→ Você veio aqui em casa e não me viu? Eu vou matar o Jungkook se ele tiver te assediado ou te tratado mal!

- De: Pink Lous


Soyoon deu risada lendo a mensagem de Louise e lhe respondeu com certa dificuldade.


← Não bata nele dessa vez. Ele não merece. Até amanhã! √√


Voltou a ler as outras mensagens com calma e franziu o cenho sentindo sua vista doer. Ela abriu uma das gavetas do criado mudo simples e tirou de lá um óculos ao qual raramente usava pois se sentia horrível com ele, por mais que precisasse.


→ Mercles deu conta do celular dele.

- De: Maníaco Mentiroso


← Investiguei as fotos, vou apagá-las, te entregar o celular e então, Seokjin, você terá de dar um jeito de devolver o celular para ele sem que ele perceba. Ah, e, terei que te acompanhar em mais algumas lutas. Depois nos falamos, eu tenho outro plano. √√


Investigar as imagens que haviam no celular de Mercles sem que precisasse ao menos tentar tirar a senha do aparelho foi fácil e qualquer um poderia fazer algo do tipo. Soyoon apenas conectou o celular em um cabo junto ao seu computador e teve acesso à galeria do garoto.

Não foi surpresa para ela quando viu diversas fotos de Jin lutando, era quase óbvio para ela que ele fazia aquilo mas não fazia ideia de que Seonin era na verdade Seokjin, um dos herdeiros mais ricos da Coréia.

Ela também decidira que não tentaria ver as conversas e ligações de Mercles — afinal, já estava claro que ele trabalhava para Jenned —, iria mais fundo de forma que matasse dois monstros em uma cacetada só. Se Seokjin queria sua ajuda, teria que confiar nela.


→ Aconteceu algo? Você parecia estranha na escola hoje.

- De: Maníaco Problemático

→ Não posso ficar com outras, mas você pode ficar tão perto de outro garotos? (ᵕ≀ ̠ᵕ )

- De: Maníaco Problemático


← Eu não converso com eles com intenção de beijá-los e ir para cama com eles, Taehyung... Ah, e eu estou bem. Espero que você também esteja. √√


Ela o respondeu mas percebeu que o mesmo não estava online, assim como os outros também não.

Haviam mais algumas mensagens acumuladas, mas ela estava tão cansada que não se deu ao trabalho de responder, virou para o lado e fechou os olhos, quase sem se importar que estava com uma roupa desconfortável, com óculos no rosto e sem tomar banho.

30 minutos se passaram, e quando a menina sentia que estava entrando em seu sono profundo, sentiu seu celular vibrar perto de seu rosto, fazendo-a dar um pulo com o coração quase saindo pela boca.

A luz do quarto estava desligada e Oh Jessy já dormia. Soyoon resmungou em alerta por conta do susto e desbloqueou o celular arrumando o óculos, sentindo os olhos irritados pela luz forte.


→ Taehyung acabou de desmaiar na boate. Achei que deveria saber. Tenta falar com ele depois, meu primo vai ficar feliz.

- De: Maníaco Mentiroso


Soyoon franziu o cenho se sentando na cama com os pés para fora da mesma sem entender direito a mensagem de Seokjin.


← O que aconteceu com o Taehyung? Ele está bem? √√


Ela ficou parada esperando a resposta que demorava, mas depois levantou da cama passando a mão pelo rosto, foi até o banheiro com o celular na mão e começou a tirar a roupa para tomar um banho.

O problema era que a resposta de Jin não chegava e ela estava ansiosa para saber o que estava acontecendo.

Yoon apertou o celular na mão depois de pegá-lo de novo e sem esperar mais, chamou pelo número de Taehyung, esperando que fosse atendida.

Um alívio repentino tomou conta dela quando ouviu que havia alguém do outro lado da linha.


[— Alô, Taehyung? Você está bem?] — perguntou de uma vez, um pouco mais baixo.

[— Soyoon? Eu estou bem.] — suspirou. [— Que voz é essa?]

[— Eu pensei que havia acontecido alguma coisa. Você não está mais na boate?]


Taehyung parou um pouco mais relaxado, e com a respiração profunda respondeu:


[— Não, estou dentro do meu carro. Como você sabe que eu estava em uma boate?]

[— Eu estava na casa do Jungkook fazendo um trabalho... Então soube que era um encontro da Sete Elite.] — ela explicou olhando para a pia branca do banheiro.

[— Você estava com o Jungkook? Então foi por isso que ele não apareceu?]

[— Eu estava com ele, mas...]


A ligação foi cortada no instante em que Taehyung desligou na cara de Soyoon. Soyoon entreabriu a boca levemente, sem acreditar na crise de ciúmes do menino.

~◈~

Dia seguinte –

Yoon, sentada em uma das mesas do refeitório ao lado de Louise e Nya, ouvia atentamente cada palavra dita com raiva por Jeon Louise, essa que xingava Arni com todas as suas forças fazendo Nya e Soyoon terem que ouvi-la sem parar.

A menina de cabelo rosado que enfiava o garfo com força em uma comida "fitness", não sabia se continuava a xingar seu guarda pessoal ou se comia a comida a qual julgava horrível.

— Louise, você vai engasgar... — Nya comentou com o olhar indignado sobre a mais velha.

— Vocês acreditam que aquele Noruega intrometido foi falar pra minha tia que eu arranjei confusão no bar?!

— Mas, Louise, você está desde cedo reclamando dele. — Nya falou novamente. Soyoon, ainda parada sem abrir sua lancheira com o bolo a qual sua mãe e sua avó haviam feito, continuou ouvindo a amiga soltar palavras sujas sem dó.

— Eu ainda vou arranjar um meio de tirar aquele cara do meu pé! — bateu na mesa com uma expressão matadora. — Olha só, Nya, eu não sei por quanto tempo mais você e o Lee Jung vão continuar fingindo que não se gostam, mas se for pra ficarem se encarando feito dois idiotas, eu sugiro que a senhorita vá até lá falar com ele.

— Eu não estou olhando para o Lee Jung! — Nya retrucou com cisma, mexendo na franja lisa na testa.

— Você estava. — Yoon falou pela primeira vez, movendo a cabeça.

— Olha só, eu gostei do Jung por algum tempo, mas eu não quero mais um garoto que está se envolvendo com drogas e tatuando quase o branco do olho. — Min avisou convicta. — Eu dei todas as chances do mundo pra ele, mas ele não soube dar o devido valor.

— Dar chances é necessário, às vezes. É necessário saber se as pessoas podem mudar... — Soyoon murmurou olhando em direção à entrada do refeitório, vendo Taehyung entrar e logo ser rodeado por várias pessoas loucas pela atenção dele.

— O Taehyung não vai ganhar essa aposta. — Louise afirmou soltando um riso.

Foi extremamente engraçado o dia em que Soyoon contou à ela o quanto Taehyung havia a perturbado e tudo o que a Sete Elite havia feito, a menina teve que ser convencida a não querer matar o próprio primo e atear fogo na escola. Jeon Louise afirmou também que se empenharia em fazer uma lista de diversos garotos que ela conhecia para que Soyoon conhecesse alguém especial.

— Você nem devia ter feito essa aposta, sabe, você pode passar um fim de semana com meu irmão Yoongi, seria muito mais divertido. — Nya contou sorrindo, deixando de olhar para seu ex-amor tatuado.

— Se o Yoongi for tão bom pra Soyoon como o Jung foi pra você, pode esquecer, Nya. — Louise retrucou. — O Yoongi é mais mimado que o Hoseok e o Jimin juntos.

— Por que vocês estão falando sobre a minha vida como se eu não estivesse aqui? — Soyoon perguntou estalando os dedos.

— Eu quero o melhor pra você. O melhor pra você é meu irmão.

— O Yoongi só quer minha amizade. Foi o que ele disse. — Soyoon retrucou.

— Meu irmão disse o quê?! — Nya perguntou pasma, com as mãos na boca.

— Isso. — Yoon afirmou. — Mas não quero mais falar sobre qualquer outra coisa relacionada a mim.

O silêncio se tornou presente no momento em que Soyoon abaixou a cabeça.

Após o silêncio instalado, Yoon só voltou a levantar a cabeça quando se deu que a agitação continuava presente na entrada do local. Era o herdeiro Kim Taehyung que ainda estava no mesmo local de antes, sem deixar de ser enaltecido pelas pessoas. Naquele instante, ele era o único da Sete Elite presente no lugar.

— Queria entender como eles sempre conseguem ser rodeados por pessoas e não se incomodam com isso. — Soyoon comentou baixo, respirando fundo sem tirar os olhos de todas as pessoas ao redor do herdeiro.

— Todos nós nascemos nesse meio, somos acostumados com isso e com a falta de privacidade desde que nascemos, unnie. — Nya respondeu Soyoon, mordendo seu crepe de queijo.

— Não sei se me acostumaria com uma vida assim. — Yoon retrucou, mas na verdade pensava se comia o bolo naquele momento ou depois.

— Se você se envolver com qualquer um da Sete Elite, sua vida vai acabar se tornando no que a vida deles é. Sabe, é meio que uma lei, as mulheres dos poderosos passam a ser as poderosas sem privacidade e bajuladas por todo mundo. — Louise disse.

— Não é como se eu planejasse casar com um deles. — Soyoon começou a dar risada. — Você foi longe dessa vez, Louise. É loucura pensar desse jeito.

— Por que seria?

— Porque até ontem todos eles me odiavam, e tudo o que eu estou tendo com eles me parece passageiro. Eu não quero ser chata, mas pra mim, pensar assim não é pensar negativo, é ser firme comigo mesma. Todos eles têm personalidades que não combinam com a minha.

— É extremamente difícil que a Yoon possa ter algo com qualquer herdeiro do Clã Kim — falou Nya. —, mas é certo pensar que ela pode muito bem ter um ótimo futuro com o Yoongi.

— Esquece o Yoongi. Soyoon não deve ficar com alguém da Sete Elite!

— Estão falando como se a Sete Elite estivesse enfileirada em minha frente pedindo para que eu escolhesse um deles. — Soyoon continuou rindo. — Meninas, me iludir achando que o Park Jimin era um príncipe encantado e que o Min Yoongi queria algo comigo foi o suficiente até aqui. Não vamos enfiar minhocas na cabeça.

— Você é muito fria, Soyoon. — Louise exclamou rapidamente.

— Não serei cega. Estou apta a encontrar alguém que me faça bem, me trate bem e me queira. Não é como se eu não quisesse encontrar alguém. Todos nós queremos alguém um dia. — Soyoon explicou.

— Você está certa, unnie. — Nya concordou timidamente. — Louise, vamos ao banheiro comigo, eu não aguento mais os olhares do Lee Jung e Yoon não vai querer sair daqui agora. Hoje ela parece muito desanimada para fazer qualquer outra coisa que não seja ficar sentada esperando o momento certo para comer.

Min Nya arrancou alguns risos da rosada e da morena, enquanto se levantava tomando a mão pálida de Louise a puxando para fora, em direção ao banheiro, deixando Yun sozinha.

Taehyung adentrou totalmente o refeitório sem o blazer azul marinho do uniforme no corpo, apenas com o queixo elevado e a blusa meio amarrotada por escolha própria. Logo a maioria pessoas começaram a sorrir para o número 5 esperando que ele ao menos os retribuísse com um olhar, mas o herdeiro não estava preocupado.

Era inovador, depois de anos seguidos a Sete Elite não entrar totalmente junta no refeitório para comerem, e o único presente por enquanto ser o número 5.

Taehyung, que ainda andava ignorando quem o olhava, virou o rosto para o lado apenas quando se deu conta de que passava perto da mesa de Yun Soyoon.

Taehyung engoliu una boa parcela de saliva, como se junto estivesse engolindo um pouco de nervosismo juntado. Não era segredo pelo menos para ele mesmo que estava desapontado com a garota, foi simples para ele se sentir chateado e extremamente incomodado ao ficar sabendo que a jovem Yun havia passado um dia inteiro na casa de Jeon Jungkook. A onda de ciúmes que o herdeiro Kim mais velho sentia o fez até mesmo decidir ignorar Soyoon o dia inteiro e tentar nem mesmo ter que esbarrar em Jungkook.

Ele não conseguia pensar em outra coisa além do que podia ter acontecido entre Yun e Jeon. Taehyung sabia que Soyoon não se entregaria para Jungkook, mas só de pensar que o herdeiro Jeon passara o dia todo olhando para sua Rapunzel ou ao menos tentando tocá-la, sentia uma vontade enorme de quebrar todos os dentes do número 7.

Diante da decisão de ignorar a bolsista, Taehyung apenas passou perto das bandejas onde se encontravam comidas, pegou uma pera, olhou por uma última vez para Yun, fechando a cara ao reparar que ela também o fitava e saiu do refeitório de uma vez, ainda ignorando quem o bajulava sem intervalos.

Yun Soyoon, já sozinha no refeitório, distante dos olhares de Taehyung, agora era mira do olhar fulminante de Haikkya e Maleusel. A ruiva e a morena olhavam para Yun deixando claro o quanto não se sentiam satisfeitas com a respiração da outra. Soyoon até mesmo estranhou o fato de Han não estar pendurada no pescoço de Seokjin, mas não estava preocupada de verdade. A única coisa a qual tinha a ver com Seokjin e que era do interesse de Yoon, era Jenned, as lutas e tudo o que estava em jogo, fora isso, nada mais interessava Yun Soyoon em questão ao herdeiro Kim do meio.

Voltando a abaixar a cabeça, dessa vez para abrir a lancheira onde estava seu bolo, Soyoon ignorou os olhares de ódio direcionados à si e se concentrou em conseguir comer.

Mas toda a paz da garota foi tirada de si segundos depois ao ver em cima de sua mesa, uma mão masculina espalmada na intenção de chamar sua atenção.

Soyoon subiu o olhar aos poucos pelos dedos longos, passando pelo braço também longo e coberto pelo blazer do uniforme.

Antes que ela visse quem era enquanto a pessoa estava em pé, o garoto se sentou na cadeira em frente, ficando de cara para a morena.

Era Jung Hoseok, com um sorriso em um misto irreconhecível de sentimentos no rosto.

— Está precisando do que agora? — Soyoon foi direta, aconchegado o corpo para trás, olhando para o menino de cabelos castanhos.

Hoseok não disse nada de primeira, apenas colocou em cima da mesa um prato preenchido por um grande pedaço de bolo bem recheado e bem feito. Parecia delicioso.

— Primeiro, eu sinto que devo me desculpar. — ele falou.

— Tem que ser aqui no meio do refeitório? — Yoon perguntou.

— Você vai aceitar minhas desculpas ou não? Eu até trouxe um pedaço de bolo pra você.

— Isso é pra reforçar a ideia de que você me acha gorda?

Hoseok revirou os olhos.

— Olha só, gatinha, você tem que me desculpar e não chutar minha canela como fez antes. — ele respondeu. — Ela está doendo até hoje.

— Pelo o que exatamente você está se desculpando? — ela perguntou olhando para o pedaço de bolo de chocolate descoberto em sua frente.

— Por ter... — ele coçou a garganta. — Apertado sua bunda.

Yoon levou a ponta do dedo ao queixo analisando cada centímetro do rosto bem desenhado do número 6.

— Ah, então você está se promovendo de "Apertador de bundas alheias" para "Apertador de bundas alheias arrependido"? — ela questionou direta.

Hoseok levantou uma sobrancelha revirando os olhos.

— Eu não sou apertador de bundas alheias. — se defendeu. — E você ficou mais ofendida por eu ter te chamado de gorda. Admita.

— Não vou me irritar ao lembrar disso porque você foi sincero pelo menos. — ela citou.

— Fui sincero?

— É. Foi sincero me chamando de gorda sem se importar.

Hoseok deu risada, se curvando e colocando os cotovelos em cima da mesa.

— Não tem espelho em casa? Você não é gorda. — ele falou rapidamente. — A prova disso é que preciso de você pra uma coisa muito importante.

— Ah claro. É claro que precisa de mim, ou então nunca teria vindo me pedir desculpas ou me trazido esse pedaço de bolo. — Yoon concluiu negando com a cabeça.

— É sério, eu estou quase em apuros! — disse ele rapidamente.

— O que é? — ela respirou fundo.

— Okay, escuta. Há dois meses atrás inscrevi meu grupo de dança em uma competição de dança patrocinada pela Cro Gold, que é uma grande empresa de talentos. Na época em que me inscrevi, a competição era em grupo, mas recentemente recebi uma notícia dizendo que a competição passou a ser em dupla, e de forma justa, escolhi minha namorada Yeda para ser minha dupla. — ele deu uma pausa na explicação rápida. — Estava tudo ensaiado e a competição será daqui a pouquíssimo tempo. O problema é que a Yeda anda muito doente e o médico dela a proibiu de fazer esforço por causa de um osso recém fraturado. Mesmo que ainda tenhamos um tempo até a competição, teríamos que continuar ensaiando mas a Yeda não será capaz disso.

— Acho que não preciso perguntar onde entro nisso. — Soyoon o interrompeu, interpretando as palavras do herdeiro número 6.

— Pensei que se colocasse uma garota do mesmo tamanho e peso aproximado que o da Yeda, seria menos complicado pra recuperar todos os ensaios perdidos por causa da fratura dela. Temos outra garotas no nosso grupo de dança, é claro, mas você, a novata, é a única com o mesmo tamanho e peso pra conseguir resultados nas danças em pouco tempo. — ele terminou de explicar movendo as mãos conforme as palavras.

— Jung Hoseok, eu nem mesmo comecei a ensaiar com seu grupo de dança ainda. Há muitas outras meninas com muito mais afinidade com seu estilo de dança. Seria mais fácil pra qualquer outra pegar os passos trabalhando com alguém que conhece bem. — Yoon falou calma.

— Eu entendo o que você tá dizendo, mas tenta me entender também. Você é perfeita pra ser uma boa intérprete da Yeda. Vocês são parecidas_!

— Você quer me fazer de cosplay da sua namorada, é isso. — ela afirmou.

— Não tem outro jeito de dizer isso. — ele deu de ombros. — Seu incentivo pode ser que o prêmio será de dez milhões de won•, como eu não preciso desse dinheiro, deixo você ficar com ele e o troféu fica comigo. Eu só preciso ganhar por causa do troféu.

— Espera... Você me dá o prêmio em dinheiro? — Soyoon deu risada. — Eu sei que você não precisa desse dinheiro, mas por qual motivo faz tanta questão do troféu?

— Minha mãe me apoia na dança, ela me apoia em qualquer coisa que eu faça. Mas eu sei que ela só me apoia agora porque sou jovem, logo, quando ela passar a me ver como um homem, vou passar a ter certas responsabilidades pesadas em minhas costas. Enquanto isso não acontece, quero juntar o máximo de troféus e medalhas que conseguir graças à minha dança, Yun Soyoon. — ele explicou baixo, olhando para o rosto da menina. — Meu pai está na Espanha com o meu avô. Ontem eles me ligaram dizendo que no meio do ano meu pai quer me apresentar à Corte como o grande neto do Duque Conselheiro Real, o rei pode solicitar minha estádia na Espanha por um tempo como gratidão pela minha família e eu terei que ficar. Enquanto isso estiver acontecendo, terei que esquecer da dança. Imagina, um descendente do Duque Conselheiro dançando por aí pra ganhar troféus...

— Já entendi. Você quer aproveitar antes que tenha que oficialmente representar o sangue azul da sua família. — Yoon afirmou sem desgrudar os olhos do menino.

— Por aí.

Soyoon ficou parada em silêncio, pedindo mentalmente que as pessoas parassem de olhar em direção à mesa em que ela e Hoseok estavam sentados, mesmo estando ciente de que quase todos os olhavam.

— Certo. Eu aceito dançar nessa competição com Vossa Alteza Real. — Yoon respondeu baixo em total tom de divertimento ao se referir ao menino. — Desde que eu realmente consiga dinheiro com isso.

— Pode confiar. — ele balançou a cabeça.

— Mas você pode ficar com metade do dinheiro e eu com a outra metade. Não vou me sentir bem ficando com tudo.

— Olha só, Yun Soyoon, eu já vou ficar com o troféu, e esse esse dinheiro vai apenas se perder na minha fortuna. — ele respondeu pacientemente. — Começamos a ensaiar amanhã.

— Está bem. Amanhã. — ela soltou um riso pelo nariz. — Quanto à esse pedaço de bolo que você me trouxe, sugiro que o leve para sua namorada, Jung Hoseok, eu já tenho um não acho que precise de outro pedaço. E quando for dá-lo à sua namorada, sugiro também que preste mais atenção no cabelo dela. O dela é mais claro, enquanto o meu é da cor de chocolate. É impossível que me confunda com ela novamente.

Soyoon colocou o bolo perto do garoto sorrindo e ele sorriu de volta, sem desviar o contato visual da menina em sua frente.

— Temos que começar logo com a preparação do evento, bolsista. — Soyoon deu um pulo quase caindo da cadeira ao ouvir a voz alta e mandona de Park Jimin ao seu lado. — A coordenadora dos eventos, Nadira, está querendo ver resultados.

— Será que você pode parar de chegar do nada?! — Yoon perguntou levando a mão ao peito.

— Você só sabe reclamar. E pode falar direito comigo, eu não estou de bom humor. Olhar pra você acaba comigo. — Jimin retrucou, sem nem mesmo dar atenção à presença de Hoseok, ainda sentado na mesa, também assustado com a presença repentina do número 1.

— Se olhar pra mim te faz tão mal assim, devia ter mandado alguém vir me chamar. — ela virou o rosto sem querer fitá-lo.

— Vamos de uma vez. Eu não tenho o dia todo, bolsista.

— Eu ainda não comi e estamos no intervalo. Podemos fazer isso quando o sinal bater. — ela respondeu começando a abrir o recipiente onde estava seu bolo feito por suas ascendentes.

— Você ganha alguma coisa pra me irritar em tão pouco tempo, menina? Levanta logo e vamos começar com os preparativos desse evento.

— Se você está com tanta pressa, deveria pedir os papéis com os planejamentos pro Lee Swon e começar com a ajuda dos outros. — falou ela e Jimin continuou parado em pé, fumaçando em raiva. — Se você não sabe onde ele está, pode perguntar pro irmão dele, Lee Jung, que está sentado logo ali.

— Eu acabei de dizer que não estou com paciência, levanta logo! — ele pegou nos ombros de Soyoon de uma vez a puxando para cima e a forçando a ficar de pé. — Vamos terminar logo com isso. Quanto mais rápido terminarmos, mais rápido estaremos livres um do outro.

— Eu sei disse, Park Jimin. Mas eu realmente preciso comer, é só isso. Por favor, depois eu te encontro. Pode me esperar por pelo menos um pouco?

— Eu não vou gastar meu tempo esperando por você. — falou ele, ainda segurando os ombros da menina.

Hoseok assistia tudo percebendo no quanto a discussão estava se tornando alta, e na quantidade de pessoas que já olhavam para os dois como se tudo o que ocorria fosse uma cena de novela. Hoseok realmente torcia para que Min Yoongi não entrasse no refeitório.

— Por que você gosta de tornar tudo tão difícil? Você parece sentir prazer em brigar e ser bruto, número 1!

— Não tenho motivos para ser educado com você, bolsista. — respondeu ele.

— Por que você me odeia? — ela murmurou tirando uma das mãos dele de seus ombros.

— Eu não te odeio. Odiar é um sentimento muito forte pra ser direcionado à você. Prefiro nem dar atenção à sua existência, mas tenho que fazer isso por causa da droga desse evento, então vamos terminar ele logo! — ainda mais rude, ele foi mais que direto puxando com força a mão direita de Yoon, fazendo ela gritar de dor na mesma hora por causa de sua queimadura recente.

Jimin olhou para baixo vendo a mão enfaixada da menina e umedeceu os lábios, desviando o olhar.

— E infelizmente você está me ensinando a te odiar. — ela respondeu acariciando a atadura, tentando amenizar o ardor na mão.

— Eu não ligo pra isso. — ele deu de ombros a soltando completamente e cruzando os braços.

— Quer saber? Vamos de uma vez. Agora quem quer acabar logo com isso sou eu. — ela cedeu se virando para guardar seu lanche de volta na bolsa. Por reflexo olhou no rosto de Hoseok e percebeu a expressão tensa dele ao saber que o refeitório inteiro assistia a discussão sem cabimento de duas pessoas que até um dia antes agiam como se nem se conhecessem.

— É fácil pra você falar isso? — Jimin voltou a provocar. — Não era você a louca por mim? Ainda bem que não fui burro o suficiente de pensar que você ama mesmo à mim. É óbvio que que você sempre amou o meu dinheiro, já que quando se aproximou dos meus amigos, esqueceu que já teve interesse em mim.

— Eu não admito que você abra a boca pra falar sobre o que eu senti ou não! Foi você quem fez pouco do que eu sentia! Foi você que me provou que a burra fui eu ao pensar que poderia um dia tentar ficar com você. Eu não admito que você diga que eu não te amei. Eu amei pelo menos a droga do garoto que eu pensei que você fosse! Eu inventei você por tempos. Eu inventei o garoto que eu queria pra mim e coloquei ele em você. Mas eu não vou te culpar por um erro meu, Park Jimin.

— É claro que é simples me dizer que eu não tenho o direito de achar o que quiser de alguém como você. Mas pareceu sim muito fácil pra você agir como se nem soubesse meu nome uma semana depois de se aproximar dos meus amigos. Pouco tempo depois de ter dito que me amava desde que começou a estudar aqui. — Jimin deu dois passos ficando mais perto ainda da garota.

— Você esperava o que, Park Jimin?! Por que eu deixar de te amar fere tanto o seu ego assim? Você nunca esteve disposto a pelo menos ouvir o porquê de eu ter me apaixonado por você. Você só quer ter mais uma pessoa te amando porque você quer que as pessoas te amem. Você quer ter pessoas que te admirem independente de quem você é, mas esquece que nem todo mundo é igual. — ela respondeu firme, se segurando para não gastar toda a voz. — Eu não quero mais aceitar tudo o que vem de você como se isso fosse saudável pra mim. Eu posso ter me iludido facilmente, mas caí do pedestal tão mais rápido que fiz meu machucado entrar em estado de cicatrização mais depressa que o normal. Eu não vou continuar gostando de alguém que não está disposto a me amar.

— É claro. Eu nunca estaria disposto à pelo menos tentar te enxergar com outros olhos. — disse ele friamente.

— Isso não faz mais diferença pra mim. Eu sempre estive acostumada a não ser olhada por você. Eu só preciso que você pare de remexer no passado quando como se tivesse o poder de brincar com os sentimentos dos outros! — ela pediu rancorosa, com a voz trêmula.

— Você me deu esse poder quando foi estúpida o suficiente de dizer que gostava de mim e que tramou um planinho idiota com sua amiga pra ficar perto de mim. Você me deu direito o suficiente pra dizer e pensar o que quiser sobre você, Yun Soyoon.

— Se isso não faz diferença pra você, por que estamos discutindo sobre isso, Park Jimin? Você é igual a qualquer outra pessoa. — Soyoon quase riu, mas não foi capaz. Ela não estava satisfeita com aquilo. — Tenta ser um pouco menos podre que o resto.

— Você está se apegando à ideia de que é especial, bolsista, mas isso não vai durar por muito tempo.

— Eu nem comecei a me apegar à isso. Aqui dentro eu não sou nada, sei disso. Mas sei do meu valor quando posso retomar ao poder da minha própria vida. Eu só não posso permitir que você fale dos meus sentimentos na frente de todos como se eles não fossem nada. E você... você não seria nada se todos não te amassem, Jimin, eu te amei e você me chutou como se não precisasse de mim e hoje nem minha distante admiração você tem. Hoje eu não sou capaz nem de admirar sua forma de jogar basquete. — Yoon recuou um passo se apoiando na mesa, se sentindo estranha quando percebeu que Hoseok havia parado ao seu lado.

— Você é o nada da minha vida mais cheio de significado que eu já vi. — Jimin riu. — Por mais que diga que não, parece estar lutando pra ter atenção.

— Não se preocupa. Eu posso querer atenção, mas não a sua, Park Jimin.

Park Jimin travou os dentes superiores aos inferiores com força. Sua respiração profunda provava o quanto estava embravecido e nem ele mesmo entendia o porquê de tanta raiva. Era claro que ele queria gritar de volta o quanto a bolsista parecia patética naquele instante, mas ao vez que os olhos molhados dela não se davam ao direito de fazer uma lagrima sequer deslizar por seu rosto, se deu conta de que entendia o que ela estava dizendo. Ela estava sendo forte quando ele ainda era uma fraqueza profunda para ela. Yun Soyoon nunca estaria disposta a tirar sua própria armadura e jogá-la ao chão.

De repente, o lugar foi invadido por gritos altos e horrorizados, fazendo Soyoon desviar o olhar de Park enquanto o mesmo ainda a olhava sem dar atenção aos gritos que adentravam o local.

Três alunos mais jovens, de forma desesperada gritavam em alto e bom som:

— TEM UMA MENINA MORTA NO BANHEIRO DO QUARTO ANDAR!



Notas Finais


💮Quero comentários, ein, prometo responder💮

Xxcass ಠ⌣ಠ


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