História Sinceramente, Matt. - XXXIX

Ele não teve muitas namoradas. Das que teve, apenas duas delas mereciam seu amor incondicional e incontestável. Uma o deixou. A outra o fez involuntariamente.

Matthew White poderia estar em Oxford, estudando para se tornar bem sucedido. Mas ele estava de volta aos Estados Unidos, em uma cidadezinha minúscula, para ajudar nas buscas por sua namorada com nome de música.

Clare o ligara chorando naquele dia.

"Ela sumiu, não sei quando nem como, mas ela sumiu!", dissera ela. No dia seguinte Matthew estava no aeroporto, inquieto por fora e por dentro. Num jornal que ele comprou para tentar se aquietar, a foto mais bonita de Arabella. Ela estava sorrindo para a câmera dele, num dia bonito, num último encontro. A legenda dava o número de Clare, sua tia.

"Você viu essa garota?", perguntava o jornal.

No momento em que desembarcou os amigos e família da sua namorada o esperavam.

- Você conseguiu alguma informação? - perguntou o ruivo à tia de sua Arabella. Ela negou.

- Ainda não dá para acreditar. - sussurra Catherine. Matthew olha para ela.

- Não temos muitas opções quanto à isso.

Um mês. O estúdio na rua Leo, 57, parecia vazio exceto por Matthew, que se tornara quase um fantasma em sua própria casa. Sem informações, muita bebida alcoólica.

Dois meses. Ligações da Inglaterra, sua família o contactando. Na vigésima vez que o telefone tocou, Matthew o jogou na parede e queimou os restos.

Três meses. Uma ligação anônima que Clare recebeu. Matthew foi para lá imediatamente e agradeceu à existência dos telefones fixos.

- Disseram-nos que ele viu uma menina com heterocromia andando abandonada pela neve na fronteira do estado, Matthew. Ela está em uma cidadezinha por lá.

Matthew White decidiu que mandar o mundo ir à merda e dirigir horas sem parar até certo endereço era tudo que ele podia fazer.

E o fez.