História Strange Side Of Destiny - Smile Now

                                      Jeon Jungkook

Por momentos de cegueira, senti-me tão bravo a ponto de fazer uma loucura. O meu sangue fervia como se fosse água. A dor enquanto eu andava era evidente demais para esconder. O meu peito batia descontrolado, acompanhando o ritmo do meu coração. Os meus braços tremeram, quando eu empurrava a porta que era a do quarto correto. Hesitei um pouco, pensando no que eu iria fazer. Mas, os meus pensamentos eram tão bloqueados e obscuros por mais que eu tentasse afasta-los.

Tremendo-me, já com os pensamentos do que poderia acontecer... abri a porta, já com um texto e um grito em mente.

Minhas palavras foram silenciadas. Nada saiu ou se atreveria a sair de meus lábios. O choque de ver Taehyung deitado naquela cama, concentrando-se em seu celular, era a coisa mais feliz que poderia ter me acontecido. Seus cabelos, como sempre. Sua franja colorida, cobrindo seus olhos. Sua boca entreaberta pelo que estava distraído, e seus dedos agilmente tocando a tela do aparelho. Seus olhos vidrados não prestavam atenção em mim. Não tinha ninguém ao seu lado me impedindo de correr até ele. Congelei completamente, afinal, o choque era realmente como outra queda. Eu não tive sequer tempo de chorar; ainda sim, eu via os enfaixados em sua cabeça, pernas descobertas e num dos braços. Estava realmente machucado. Aquilo realmente tinha-o feito de vítima...

No momento em que eu estava decidindo sobre como eu iria agir, o moreno havia abaixado o seu celular o suficiente para me ver, parecendo desacreditado tanto quanto eu. Taehyung... quanto tempo.

- Jungkook? – Disse rouco. Seus olhos vaguearam todos os cantos antes de se levantar. Suas pernas estavam em um estado terrível, totalmente cheias de bandagens. Nisso, ele desequilibrara-se.

- Taehyung! – Envolvi-o em meus braços. Ele tremia, como eu nunca havia visto. Suas pernas realmente pareciam não ter funcionado naquele momento. Ele agarrou-se a minha camisa, colocando sua cabeça em meu peito. Nossos corações estavam loucos e em uma sintonia própria. – O que houve...?

- Kyu morreu, Jeongguk. – Disse. – Eu vi. Estava dirigindo em alta velocidade... Ele bateu. O impacto fora forte demais para ele. A escuridão tomou-me... e eu não consigo sentir minhas pernas... – Com seus braços longos, apertou-me contra si. Retribui esse aperto, não importando como a minha barriga doía. Eu podia ver suas costas respirando rapidamente enquanto chorava.

- Sh... Está tudo bem, Tae. Está tudo... – No embalo, eu sinto os lábios de Taehyung alcançar os meus, em um beijo desesperado. Nisso, eu fiz algum esforço para fazer-nos em uma posição confortável. Estávamos no chão ainda, afinal. O beijo tornara-se calmo, e minha língua acariciava a do moreno, que correspondia. Tremíamos tanto que as emoções se misturavam. Acariciei seus cabelos durante todo o beijo, parando-o para lhe dar alguns selinhos, logo terminando com um sorriso. – Venha. – Com mais algum esforço, consegui-o ergue-lo e o pus na cama. Ele realmente não estava conseguindo manter-se de pé. Sentei ao seu lado na cama. O mais velho estava com a sua cabeça baixa, como em um arrependimento silencioso.

- Taehyung... Está tudo bem? – Pergunto, acariciando sua bochecha direita. Quando o vi levantar o olhar, percebi que chorava tão arduamente quanto podia. Soluçando, lagrimas grossas escorriam de seus olhos como uma tempestade em mar aberto. Meu sentimento por si só fazia aumentar, e eu o aninhei em meus braços novamente. A sensação de tê-lo de volta era melhor que tudo que eu podia descrever... senti tanta falta dele, céus.

- Eu te amo, Jeongguk. Me desculpe. – Taehyung dizia, entre soluços. Acariciei suas costas. – Me desculpe por ser um idiota babaca. Me desculpa por deixar as coisas fora do lugar. Me aceite de volta, mesmo que minhas promessas não valham nada. Deixe meus erros serem tortos como sempre. Mas, por favor, cuide de mim, porquê eu não sei mais viver sem ti. – Coberto de mais lágrimas, eu só podia mantê-lo quietinho em meu abraço. Eu estava borbulhante por dentro, de saber que eu estava sendo correspondido. O medo de ser um sonho ainda se afirmava presente.

- Eu também te amo. Você sabe que eu nunca deixei de cuidar de você. Agora, chega de hospitais, está bem? Já temos uma ficha completa aqui. – Ele deu uma pequena risada. – Eu vou cuidar de você daqui para a frente. Isso é novo, mas, desde que eu possa ser feliz com você, não me importo de ter de lidar com seus erros tão perfeitos. – Em um novo sorriso, percebo que T. ainda se desmanchava em lagrimas, só que dessa vez de felicidade. Ainda assim, sei que ele se sentia culpado pela morte daquela pessoa. Sabemos que mesmo sendo inimigo ou qualquer outra pessoa, mortes nunca são legais, sempre doem em alguém.

- Pare de chorar, Tae. – Pedi, mas o mais velho só conseguia isso. – Vamos voltar para casa em breve... – Eu disse, ele assentiu. Ainda chorava. Era realmente difícil depois de tanta coisa que passara. Respirei fundo, começando uma nova canção de um dos nossos filmes.

- Não tenha medo, pare de chorar. Me dê a mão, venha cá... vou proteger-te de todo mal... não há razão pra chorar. – Já deitado ao seu lado, lhe ninava como se fosse um bebê. Mas meu, de mais ninguém. A respiração dele já estava ficando melhor. Eu acariciava a extensão de suas coxas. - No seu olhar eu posso ver, a força pra lutar e pra vencer... O amor nos une para sempre; não há razão pra chorar.

A calma presente no ar era tudo que ele precisava agora, e eu tinha noção disso. Conforme ele parecia mais calmo, eu fazia questão de cantar mais baixo, onde só eu e ele podíamos ouvir. - Pois no meu coração, você vai sempre estar. O meu amor contigo vai seguir. No meu coração, aonde quer que eu vá; você vai sempre estar aqui.

Taehyung entrelaçara nossos dedos. O calor que estávamos criando em volta de nós era o suficiente para acabar com todo aquele frio que sentíamos.

Por que não podem ver o nosso amor?

Por que o medo, por que a dor?

Se as diferenças não nos separam

Ninguém vai nos separar

Os olhos fechados em um sono calmo, eu podia sentir-me completo. Naquela noite, eu desabei ao seu lado com toda certeza que não seriamos perturbados no dia seguinte.

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Durante o tempo que passara, as coisas que eu descobri foram simplesmente que; Confundiram Taehyung com Kyu. Quem morreu na verdade fora Kyu, com o impacto da batida, e por estar desprotegido, o mesmo não resistira. Na hora de verificar as identidades, rolou este pequeno erro. Enfim, Taehyung havia perdido o movimento das pernas (Não completamente, mas pelo fato de alguns ferros terem perfurado áreas sensíveis do local, ele perdera o movimento, podendo recuperar em um tempo indeterminado. Os nossos hyungs recomeçaram a vir quando eu mandei uma mensagem para Suga, avisando, e descobri num telefonema que ele tinha ajudado Taehyung e a mim com toda essa história. Eu não poderia estar mais feliz, de verdade.

No meu coração

Eu sei, você vai sempre estar

Eu juro que o meu amor contigo vai seguir

No meu coração

Aonde quer que eu vá

Você vai sempre estar

Aqui

O tempo em que passamos (ambos internados) fora o bastante para todos se conhecerem bem. Os hyungs contavam as histórias dos dias em que eu chegava afobado por conta de T., e eu devolvia com histórias de infância da maioria deles, que brigavam comigo por eu contar isso para eles. No fim, no último dia em que estivemos no hospital; dividimos um sanduiche de atum, e vimos um especial de todos os filmes do Tarzan. Eu ainda cantava a música para ele, que descansava sua cabeça em meu colo. Éramos oficialmente namorados, e eu estava feliz por ter ocupado a posição que inconscientemente eu já desejava.

- Canta um pouco, Guk... – Pediu manhoso. Não me aguentei, então, cedi-o.

- Aqui, para sempre... meu amor, vai contigo, sempre contigo. Basta fechar os olhos, é só fechar os olhos. Quando fechar olhos, vou estar aqui.

Se as diferenças não nos separam

Ninguém vai nos separar.