- Encontro?
- Isso mesmo, enquanto o Alex não volta a gente aproveita e se conhece melhor.
A garota ficou novamente vermelha e Arthur começou a ficar meio confuso, ela balançava um pouco pra frente e pra trás de forma fofa e parecia um pouco nervosa perto dele.
- Pode ser...pra onde você quer ir?
- Vamos só passear um pouco pela paulista, Jajá a boate vai abrir.
Encaixando as mãos e se espreguiçando enquanto sorria Ale se aproximou toda saltitante do gaúcho que achava o máximo o sistema do noivo, em anos como psicólogo era a primeira vez que via um sistema tão organizando, os médicos que trabalharam com Alex deviam ser com toda certeza os melhores e conhecendo Christopher como conhecia (é conhecia pouco) não duvidava nada que ele moveu o céus e a terra pelo filho.
Desceram as escadas sem serem notados e e Ale saltou os dois últimos degraus respirando fundo e abrindo um lindo sorriso na direção do gaúcho.
- o Dia tá muito lindo hoje.
Além de fascinado com essa personalidade do noivo Arthur também estava babando de empolgação, ver mais um lado ou melhor pedaço de Alex era empolgante e dispertava sua curiosidade.
Subiram a Oscar Freire conversando e rindo Ale tinha um jeito doce e se mexia muito assim como também era super expressiva, talvez ainda mais expressiva que Alex.
- cuidado
O motoqueiro passou rasgando do lado da calçada fazendo Arthur segurar a mão de Ale e a puxar um pouco pra trás.
- O farol tá aberto pra nós ainda que irres-
Arthur encarava o rosto bonito ficando vermelho e vermelho começou a sentir a mão ficar molhada mas o suor na era dele junto também com um leve tremiliqui, olhou novamente para a garota e o suspiro que ela deu foi adorável.
- Ale?
Puxando a mão e colocando atrás da cabeça de forma desajeitada rindo mais desajeitado ainda e Arthur começou a pensar demais.
- Você tá assim tão nervosa por estar comigo? Nós vamos nos casar, tem que se acostumar...
- É verdade nós vamos nos casar....eu vou casar...eu vou casar com o cara mais bonito que eu já vi na vida, meu deus! se o senhor existe me mata agora por que ele é tão bonito e fofo????
- Eita, calma.
Colocando as mãos na cabeça e falando tão rápido que Arthur mal pegou as últimas 5 palavras da frase a garota foi ficando mais vermelha e então saiu correndo na direção oposta de Arthur.
- Mais o que tá acontecendo???
Sem muito escolha Arthur correu atrás dela a vendo se enfiar no parque Paulista e parar apoiada numa árvore com a mão no coração e puxando o ar em total desespero.
- Como o Alex consegui olhar pra ele? Ele parece um príncipe de tão bonito!
Colocou as mãos no rosto tentando se esconder de alguma forma, o coração batia na boca e não conseguia respirar direito, sentia as bochechas queimando e o suor descendo na testa, não conseguia conceber o fato de que finalmente tinha alguém amando elus, não era só o Alex que recebia aquele amor, ela também e isso era assustador e a deixava feliz ao mesmo tempo.
- Alê?
- Aí..oi nanico...
- o que tá acontecendo? Você não quer sair comigo?
- NÃO! QUER DIZER QUERO! QUER DIZER....eu não sei o que eu tô fazendo...
Se sentou no banco toda sem jeito segurando a barra da blusa e olhando pra Arthur com cara de cachorro pidão.
- Eu sou bom em ler as pessoas, mas não quero fazer isso com vocês.
- Muito fofo da sua parte doutor Cevero.
- você tá brava comigo? Eu fiz ou falei algo que te deixou desconfortável?
- Não! De jeito nenhum, você é perfeito...
E novamente a timidez se abateu na garota e Arthur se sentou ao seu lado e segurou a mão dela novamente ouvindo ela prender a respiração.
- Eu não sou perfeito, mas muito obrigado mesmo assim.
- COMO ASSIM NÃO É PERFEITO???
A indignação na voz era muito clara, olhou pra ela sorrindo doce a segurou com ainda mais firmeza e viu o Pânico nascendo na expressão do rosto bonito.
- Eu não sou inteligente, nem muito bonito, sinceramente algumas vezes não sei o porquê vocês gostam de mim.
- Você é perfeito sim, perfeito pra nós...mas nós não somos as pessoas certas pra você.
Sussurrou a última frase e Arthur novamente não conseguiu ouvir o que ela dizia, levou uma mão ao rosto dela e argueu levemente enquanto se aproximava e encostava os lábios nós alheios, isso se provou ser um erro porque Ale teve uma crise de desespero voltando pra dentro do sistema deixando o corpo sozinho.
- Ale?? Meu deus! Alex? Ricardo? Matias? Porra! Deglorificada?? Essa não...
O sistema e um termo usado para descrever como funciona uma pessoa com DID, cada pessoa possui um sistema diferente e único, alguns possuem representações para o subconsciente onde os alters vivem outros não, e essa representação pode ser qualquer coisa, uma casa, um castelo, uma praia, e por assim vai, Alex tinha um parque de diversões abandonado, os brinquedos funcionam eles podem estar enferrujados e fazem barulhos terríveis mais funcionam na medida do possível.
Ale voltou e estava tão vermelha quanto seu cabelo cacheado, olhou os dois homens negros abraçados chorando e Matias veio correndo abanando o rabo para a receber enquanto o corpo desfigurado e em semi decomposição e com a boca fechada com um pedaço de fita crepe de uma menina flutuava em círculos em volta deles segurando uma das muitas pelúcias de vaquinha que tinham começado a aparecer no sistema nós últimos meses.
- VOCÊ DEIXOU NOSSO CORPO SOZINHO???
- DESCULPA RICARDO ELE É DEMAIS PRA MIM!!!
- Ele é demais mesmo...
Alex tinha os olhos vermelhos de tanto chorar e Ricardo não estava longe disso, deglorificada ainda voava em círculos em volta do host e dos outros alters.
- Vocês tem certeza de que isso é o melhor a ser feito?
Deglorificada parou no ar e Matias latiu e uivou triste todos olhavam para Ricardo com tanta dor, principalmente Alex, e era tão doloroso ter que fazer aqui.
- Se nós amamos ele, acho que é a única solução que podemos tomar...pelo Thiago, pelo Joui e pelo nosso irmão, e principalmente pelo homem que nos amamos, o Arthur não merece ficar preso a uma disfunção ambulante como nós quando ele pode ser feliz de verdade com uma das pessoas que nos amamos, eu vou voltar gente...vejo vocês nós meus sonhos.
Arthur encarava o corpo do noivo totalmente apavorado já tinha chamado todos eles e estava quase fazendo outra vez quando o corpo abriu os olhos e se virou pra ele sorrindo triste, era impossível não reconhecer na hora o seu grande amor.
- Alex!!! Meu deus eu quase morri do coração, a Ale só voltou pra dentro do sistema.
- Oi Arthur, tá tudo bem, ela não esperava ser beijada do nada, foi o primeiro beijo dela...
- minha nossa...eu preciso pedir desculpas...
- Acho que ela não volta tão cedo pra superfície.
Rui pelo nariz encarando Arthur com todo o amor que tinha, memorizando cada traço contando cada fio de barba vendo cada marca de carne cicatrizada nas cicatrizes e guardando cada detalhe no seu coração e na sua mente.
- Eu te amo Arthur Cevero...
Arthur encarou o negro e finalmente se lembrando finalmente o porquê de estarem ali, a culpa veio bem forte e devastadora quase tão poderosa que parecia dor física.
- Alex me perdoa, eu não soube como reagir ao Thiago...eu nunca trairia você! Eu te amo!
-......
- Vai pegar meu beijo de volta igual fez com o Joui?
-.... não dessa vez.....
- O Thiago e seu ex babá deve ser estranho mesmo ter que beijar ele...
- Arthur...eu te amo...e é por isso...que eu não posso mais ficar com você...
A frase chegou devagar aos ouvidos do guitarrista mas o Pânico veio avassalador, segurou Alex pelos braços o olhando confuso e desesperado.
- Alex??
- Eu entrei na sua vida sem permissão, quando já tinham três pessoas no seu coração e na sua cabeça, eu fui egoísta...você deveria estar com um deles, não comigo.
- Não fala besteira...quem te se ofereceu pra você fui eu!
- E eu não deveria ter aceitado, eu fui guloso...você é a coisa mais doce que eu já provei.... sinto que nunca enjooaria de você.
- Então por que quer me deixar? Se você quiser eu saio da ordem, eu nunca mais falo com o Thiago só não me deixa!
- Eu não posso fazer isso com você meu Rei...quer dizer Arthur... isso não deveria estar no meu dedo.
Alex tirou o anel de noivado se segurando para não chorar, e colocou dentro do bolso da jaqueta do gaúcho só queria poder ficar com seu amor mas sentia que estava arruinando a vida de Thiago e Cesar se continuasse com aquilo.
- Não por favor... Alex...
- Eu não posso arruinar a sua chance real de ser feliz.
- Você é minha única chance real de ser feliz!
Respirou fundo se levantando com uma terrível dor de cabeça e tontura por causa da troca toda feita errado e na preça, olhava aqueles olhos bicolores o encarando tristes mais sabia que logo os três patetas começariam o jogo deles outra vez e Arthur esqueceria até que foram noivos um dia e seria realmente feliz com um dos três.
- Obrigado por ter me amado ao menos um pouco... nunca vou me esquecer disso...
- Eu amo você! Alex não faz isso comi-
Deu um soco considerável no estômago do ex o fazendo se curvar e embora a preocupação batesse forte usou essa deixa para sair correndo de volta para a boate, Arthur viu Alex correndo como se fugisse da morte, tinha a mão no estômago tentando muito se ficar bem para sair correndo atrás do mais novo mas tudo que conseguia fazer era sentir dor...mas não era dor física.
Alex subiu as escadas confuso, assustado e triste, não quis nem subir de elevador puxou o ar e se olhou no celular fingindo um sorriso se concentrando e tentando muito seriamente lembrar das aulas de atuação que teve na infância, girou a maçaneta e entrou no lugar, Gonzalez e Joui estavam no bar conversando com Daniel, o trisal ajudava Cesar em alguma coisa envolvendo a mesa de DJ enquanto Liz conversava com os patriarcas animada com alguma coisa, olhou pro lado e Thiago aparecia da escada com a cara inchada e olhos vermelhos, os castanhos mogno de Thiago se encontraram com o chocolate de Alex e o mais novo correu na sua direção totalmente preocupado.
- Thi...
- Garotinho... olha Alex sobre mais cedo a cul-
- Você tava chorando?
Ele era tão grande... quando mesmo que aquele menininho tão magro e pitico que dormia entre ele o Cesar tão facilmente tinha se tornado esse homem tão lindo e inteligente? Sentiu as duas mãos grandes segurando se rosto de forma carinhosa e fofa os olhos percorriam seu rosto em busca de respostas, e então percebeu uma coisa...ele estava sem aliança...sentiu um amargo subir na boca e arregalou os olhos colocando uma das mãos no pulso do mais novo.
- Alex...cadê o Arthur?
- Deve tar vindo por aí, mas por que você tava chorando?
- Não foi nada de mais...e como assim vindo por aí? Cadê sua aliança?
- eu devolvi....
- Você o que??
O mundo de Thiago deu voltas de mais pro seu gosto, podia ver a tristeza no olhar de Alex e engoliu a saliva, estava com medo do que poderia ter acontecido.
- Eu não deveria estar com o Arthur... tinha que ser um de vocês três...me desculpa Thiago, prometo não me meter mais, se ele escolher você, promete que vai fazer ele feliz? Eu amei muito ele.
Estava em choque, sentia o estômago embrulhado e as lágrimas queriam cair outra vez porém por motivos diferentes.
- Alex?
- Eu sei que você pode fazer ele feliz, mais feliz do que um dia eu poderia sonhar em fazer.
Sentiu os lábios grossos na sua testa e o polegar fazer carinho na sua bochecha quando Alex se afastou parecia querer chorar enquanto Thiago ficou lá estatíco vendo Alex se direcionar ao bar.
- Que porra é essa Alex?
Sem se importar muito com as reclamações de Daniel o mais novo pegou uma garrafa de vodka fechada e arrancou o lacre bebendo direto do gargalo como se fosse água, as lágrimas desciam pela queimação que a bebida causava...ou seria por outro motivo? Meia garrafa de uma vez chamou a atenção de todos que agora olhavam o mais novo preocupados.
- Joui...você é muito fofo, me desculpa ter te jogado pra cima do meu irmão...eu só queria que você fosse feliz, mas agora você pode tentar outra vez com o Arthur! Isso não é incrível? Sabia que ele ia ter escolhido você se eu não tivesse me oferecido pra dançar com ele? Era pra ser você namorando ele...me desculpa Joui....me desculpa...
- Alex-senpai? Do que você tá falando?
- Eu terminei com o Arthur... agora você tem uma chance com ele outra vez Joui, me desculpa por antes Joui, se ele te escolher faz ele feliz por mim?
Outro grande gole na bebida e agora os outros membros se aproximavam, Gonzalez começou a mandar um mundo de mensagem para Arthur mas ele não respondia.
- Alex....o que tá acontecendo?
- Não se preocupa Daniel, eu não vou voltar a tentar de beijar do nada, eu sei que você não tá pronto para um relacionamento ainda e eu sinceramente não quero voltar a ser capacho de ninguém.
E mais um gole e mais da metade da garrafa já tinha ido.
- Baby...what happened?
- Eu fiz o que vocês queriam...eu terminei com o homem que eu amo...eu amo tanto ele...tá doendo muito big brother...it hurts a lot.
- you What????
- I broke up with him, for you, for Thi and for Joui, I know that one of you will make him very happy
- Alexander WTF???
- I love him so much...But i love you guys too...so I want the people I love to be together.
Christopher ouviu isso e olhou para Brulio que estava totalmente perdido os olhos do mais novo se encontraram com o dele e um sorriso triste nasceu nós lábios grossos do negro.
- Seu Brulio mesmo eu não sendo mais o seu genro eu posso continuar comendo os doces que o senhor faz?
Inocente de mais...Alex era um bom menino, gentil e educado e nunca tinha visto seu Arthur tão feliz e empolgado, ainda não estava entendendo o que estava acontecendo mais não gostava nenhum pouco.
- Claro que pode pia.
Alex sorriu lindo na sua direção bem na hora que Arthur entrava no salão ofegante e desesperado, os olhos dos dois se encontraram e um silêncio sepulcral se fez presente, e então mais uma vez Alex saiu correndo do recinto mas dessa vez foi seguido por Arthur.
- ALEX POR FAVOR ABRE A PORTA!
Batendo na porta de um dos quartos desesperadamente as lágrimas descendo tentando arrombar o pobre pedaço de madeira de todo o jeito possível, do outro lado da porta Alex sentado no chão chorando enquanto mexia no celular.
- MAIS QUE PORRA TA ACONTECENDO?
Cesar demandou a plenos pulmões sem saber como se controlar, aquilo era apenas confuso de mais, ao longe Chris falava no telefone.
- Hector, cancela a campanha que o Alex ia participar até segunda ordem.
- Assim do nada? O que aconteceu?
- Não fasso ideia meu amigo...
- Ok eu do meu jeito...mas você sabe que tem um preço.
- Quanto você quer dessa vez?
- Não tô muito interessado em dinheiro no momento...mas tem um bom tempo que nós não jantamos juntos.
- Eu tenho um namorado...
- Pode trazer ele se quiser, nunca me importei em dividir
- Veríssimo!
- Você já foi mais divertido, não consigo nem 7 minutos no paraíso?
-....3
- 5!
- Ok, só dá seu jeito aí.
- Com prazer, agora mais do que nunca.
Revirou os olhos e ouviu o amigo terminar de dar risada e desligaram o telefone ao mesmo tempo, olhou pra Brulio e se sentiu meio mal, mesmo sabendo que seria só mais um serviço como outro qualquer, Hector Realitas Veritats Veríssimo era um dos seus amigos mais antigos e a família dele controla a ordem a gerações, por isso todos são senhores Veríssimo.
Era possível ouvir os gritos de Arthur e as batidas na porta e ninguém estava entendendo nada, o celular de Joui apitou duas vezes e então uma grande onda de notificações começou, olhou o aparelho e fez uma cara confusa.
- O Alex-senpai cancelou a performance dele comigo...espera...ele também cancelou a com o Arthur e a de nós três juntos!
Todo mundo começou a mexer no celular e entrar no perfil do casulinha vendo os preços dele caindo absurdamente e seções sendo marcadas para a noite inteira.
- E sério que porra tá acontecendo, ontem mesmo eles tavam se lambendo na hora do almoço!
- Fui eu...eu beijei o Arthur sem permissão...eles devem ter brigado...vocês sabem como o Alex pode ser emocionado.
Cesar ficou em silêncio e veio andando na direção do melhor amigo estava sério e parecia triste, derrepente um grande barulho foi ouvindo pelo salão.
O rosto do dançarino ardia e a marca vermelha perfeita dos dedinhos de Cesar no seu rosto deixou o resto do grupo confuso.
- Thiago...ele pediu pra gente parar, e você não ouviu... AGORA O MEU IRMÃO TA PENSANDO MERDA POR CAUSA DISSO.
- Eu só queria um beijo, não era pro Alex ver.
- O Thiagão em que mundo você acha que ia dar certo meu querido?
- Era só um beijo gente.
Arthur ficou batendo na porta até a boate abrir, as mãos sangraram de tanto forçar a entrada e quando os convidados começaram a chegar ele teve que colocar a máscara e trabalhar normalmente, ou o mais normalmente que conseguiu.
Alex evitou Arthur por toda aquela noite e agora estava no seu quarto com no mínimo 30 homens o encarando acorrentado nu e de joelhos.
- Tem certeza que é seguro meu jovem?
- Não se preocupem senhores, eu dou total permissão para usarem meu corpo como quiserem.
- Se você diz.
- Podem começar.
Chicotadas, cortes, socos, pauladas, queimaduras, espetadas, cuspe na cara, mãos passeando por todas as partes do seu corpo...mas não sentia nada...estava vazio por dentro.
-...ele já foi?
Cesar segurou o grito na garganta e Chris correu em direção ao filho o rastro de sangue pela escada o rosto com um corte na bochecha o pescoço queimado o abdômen totalmente rasgado as costas marcadas com vergões de fora a fora.
- my dear boy!
- baby!
Fraco e bêbado Alex colapsou no braço do pai, e acordando um pouco depois dentro do carro com uma discussão entre seu irmão e seu pai.
- pai vamo pro hospital logo!
- Tô tentando Cesar!
- stop screaming....
Os dois olharam pra trás e Alex se sentava confuso no banco de trás, cutucava alguns ferimento e puxava pedaços de pele pra fora como se não fosse nada.
- Meu Filho o que deu na tua cabeça pra atender todos os clientes de uma única vez.
- Eu precisava sentir algo...
- Sentir o que garoto?
- Sentir uma dor pior que essa.
Sem entender muito bem Christopher levou o filho para o médico que o afastou de qualquer atividade por quase 30 dias.
A boate sem Alex era estranha, parecia sem vida e sem graça, olhava os cantos e as portas esperando Alex aparecer em algum, mas tudo que recebia era uma dor no peito e tristeza.
O telhado tinha virado seu refúgio junto com o pai, Alex tinha o bloqueado e aparentemente não abria a porta do apartamento nem pro pai nem pro irmão e também não estava falando com ninguém, vez ou outra mandava um emoji pra Daniel para que soubessem que ele estava bem pelo menos.
Soltou o trago do cigarro e procurou o endereço sem pensar duas vezes, se Alex não queria ficar com ele não tinha motivos para estar desse jeito.
- Arthur-san?
- e aí Joui...
Vindo atrás do asiático o restante do trio apareceu e todos pareciam preocupados com o guitarrista.
- Meu Irmão te deu alguma novidade?
- Ele me bloqueou Cesar...
- Eu tenho certeza que ele só tá fazendo birra, ele sempre foi dramático.
- Não é birra Thiago...eu sei quando o Alex tá de birra.
Thiago deu uns passos pra trás encarando o gaúcho que no momento parecia a pessoas mais puta do universo, Cesar aproveitou a distração e segurou a mão de Joui o fazendo quase infartar.
- Cesar-kun???
- Que foi?
- Sua mão...
- Sua pele e macia só queria sentir um pouco.
E soltou como se nada tivesse acontecido deixando o asiático perplexo e confuso para caramba.
- Hunf...
- Que foi Arthur?
- Vocês devem tá felizes...
- Felizes?
- Finalmente conseguiram fazer eu e o amor da minha vida terminarmos.
- Não temos nada com isso não Arthur, se vocês terminaram por algum outro motivo.
- Pode até ser, mas eu sei que vocês estão felizes...
Só agora o trio percebia que Arthur estava um pouco bêbado e o cigarro de origem duvidosa mostravam que talvez o gaúcho não estivesse no seu normal.
- Eu sou tão idiota assim por ter escolhido o cara bobinho e gentil que ninguém olha ao invés do garanhão, do indiferente e do carente que me viam como uma boneca inflável, um buraco pra transar, um pedaço de carne? Tudo bem que o Alex me beijou de surpresa, mas ele se corrigiu imediatamente e na época era só pra ter certeza de que eu ficaria bem sozinho...nossa como ele e tonto...e eu amo tanto ele.
- Arthur?
- Vocês já sentiram que finalmente você tinha as respostas pra tudo? Mais aí alguém vem e tira isso de você? E assim que eu me sinto sem o Alex, se eu soubesse que isso ia acontecer, nunca tinha deixado o Thiago me beijar meses atrás, não tinha feito nada com o Cesar na casa de máscaras e não deixaria rolar o que rolou, não teria me defendido do Joui e teria deixando ele me matar.
Os três escutavam em silêncio enquanto as lágrimas do gaúcho desciam quietas enquanto tratava o cigarro sem olhar pra trás, sentia falta de Alex ali com ele olhando as nuvens e jogando conversa fora.
- Filhão?
Brulio olhou por todo o apartamento mas não tinha sinais de Arthur por nenhum lugar passou pelo quarto do seu menino e viu o notebook aberto numa página do Google maps, leu o endereço e saiu correndo em direção a saída do prédio.
Guarulhos não era lá muito bonito, podia ver o Porque dos Assombrados estarem ali, caminhou lentamente pelas ruas se fazendo ser visto por qualquer pessoa que passasse na rua.
- Me achem...me achem...venham me matar...por favor venham me matar... não vale a pena viver sem ele.
- ARTHUR!
- pai....
Pela cara do mais novo ele estava bem bêbado e tinha chorado bastante, nunca tinha visto seu filho daquele jeito e isso quebrava o seu coração, envolveu o rapaz em um abraço apertado e com um pouco de dificuldade conseguiu levar o rapaz pra casa.
Seu apartamento estava uma zona, algo que não era comum, os braços tinham profundas marcas de cortes com curativos e entre um gole de whisky e outro de vodka tratava um cigarro que Arthur tinha esquecido na sua casa e tomava um dos seus remédios.
Se levantou para ir ao banheiro, olhou o potinho só com a sua escova de dente e se sentiu tão sozinho, as coisas eram tão mais fácies antes, apanhava de Daniel era usado como brinquedo sexual da Liz, não tinha que se preocupar com mais nada, mas agora tinha provado do amor e do carinho de Arthur e não queria mais absolutamente nada na sua vida.
Olhou no espelho e sentiu osco da figura refletida nele, se sentia mais repugnante do que a mais nojenta criatura carniceira.
- Olha pra você, ninguém te ama, nem nunca vai amar.
- Eu sei...
- Que bom que sabe, você pelo menos reconhece que não vale nada, papai teve pena de você, quando ele se enjoar de você e rua...
- Eu sei...
- Pelo menos você tem um pau grande, de fome não morre, só serve pra fuder mesmo, a Liz estava mais do que certa de te deixar naquele época.
- Eu sei...
- Sério que chances você acha que tinha competindo com o Thiago? Todo mundo ama o Thiago! E você é só um muleque irritante.
Piscou algumas vezes e olhou no espelho novamente agora não era mais seu reflexo que aparecia.
- Resto de aborto/não tenho filhos
- Eu não pedi pra nascer...
As metades dos pais biológicos lhe encarando com desgosto, sentiu uma lágrima escorrendo estava apavorado e sozinho.
- Ninguém te ama/te conheço muleque?
- Daddy...
- E por sua culpa que eu tô morrendo/você vai arruinar me casamento.
- Cesar... socorro....
- Ele não ama você!/Ele não ama você!
- Cesar...
- Ele nunca amou você/ele nunca amou você
- Arthur...
Silêncio....e então risadas.
- Acha mesmo que um cara como ele ia ficar com um doente mental igual a você?
Agora a figura de Elisse estava do seu lado sussurrando em seu ouvido com aquela voz doce e bonita carregada de maldade, não conseguia parar de chorar.
Saiu do banheiro e foi em direção ao seu quarto revirando as gavetas e pegando uma pistola automática que tinha, apontava a arma para ilusão e tremia chorando.
- Ta apontando pro lugar errado, como sempre um Inútil.
Olhou novamente para a alucinação que agora tinha a parecia de Arthur lhe sorrindo, então várias mãos apareciam e começavam a tirar suas roupas mostrando seu corpo perfeito.
- Não preciso de tu, ninguém precisa.
Alex olhou a arma e colocou no queixo, fechou os olhos e respirou fundo puxando o gatinho até a metade do caminho.
Sentiu sua consciência ser puxada pra dentro do sistema e observou a deglorificada guardar a arma e ir em direção ao banheiro e enfiar os seus dedos guela a baixo projetando vômito pra dentro da privada, não tinha quase nada no estômago alem de álcool e muitos remédios dele e para tirar a dor, não conseguia comer direito a no mínimo uma semana, viu a sua personalidade obcessora cuidando do seu corpo e forçando comida pra dentro, ficou passeando pelo seu sistema evitando encontrar Ale, Ricardo e Matias, foi nos brinquedos olhou os prêmios, andou por horas, talvez dias dentro do próprio sistema sentia que os alters estavam controlando o corpo mas o cérebro já estava cansado de estar no automático e provavelmente o host deveria assumir o controle novamente em breve.
Na parte mais afastada do sistema ficava a casa dos espelhos a casa da deglorificada na sua mente, onde tudo de ruim estava encapsulado, entrou e além de ser bombardeado por memórias horríveis percebeu algo que não estava ali antes.
- Aí Arthur...
Num canto da casa dos espelhos uma grande pilha de vaquinhas de pelúcia tapavam um grande espelho, pegou uma pelúcia e sentiu o cheiro e era exatamente o cheiro de Arthur, pós barba e cigarro, abraçou o brinquedo de forma dolorosa, estava na hora de voltar para a superfície duvidava que os alters estivessem conseguindo lidar com as coisas por tanto tempo, deu um último cheiro na vaquinha e a abraçou balançando de um lado pro outro igual uma criança com um brinquedo novo, colocou colocou o brinquedo onde achou e viu a deglorificada entrando no recinto e o encarando cansanda.
- Obrigado por ter salvo a gente.
O monstro apenas continuou flutuando em direção a pilha de vaquinhas onde se aconchegou no meio delas fechando os olhos monstruosos aproveitando o perfume e a macieis.
- Você também ama ele...eu sei disso...mas ele tá melhor sem a gente.
Alex foi refazendo seu caminho passando pelos brinquedos e vendo só agora que todos tinham vaquinhas perto Arthur estava em cada parte da sua cabeça, ouviu um latido vindo de longe e Matias abanava o rabinho com uma vaquinha na boca, Alex não conseguiu evitar um sorriso.
- Eu sei...eu sei...mas eu não quero que ele olhe pra trás e pense nas possibilidades, eu amo ele de mais pra entrar no caminho dele.
Continuou caminhando piscou algumas vezes e estava de volta ao controle do seu corpo tinha uma tigela de cereal na sua frente e dois bilhetes.
Bilhete Ale:
"Eu não sei cozinhar então isso é o máximo que posso fazer por nós, ser o host e muito difícil como você consegue?
Acho que alguém ligou pra nós mas não sei mexer no celular direito acho que fiz merda, Desculpa, vejo você nos seus sonhos"
Bilhete Ricardo:
"Não seja imprudente desse jeito Alexander, se você morrer todos nós morremos, mas assima de tudo pense em como nossa família vai ficar.
Da play na TV, te vejo nos seus sonhos"
Pegou a tigela e deu play ouvindo a música da abertura de Power Rangers tocando e sorriu colocando uma colher de cereal na boca, ouviu umas batidas na porta mais ainda estava meio cansado achou que era em algum vizinho e então ouviu um estrondo.
- Que porra vocês tão fazendo mano???
- foi mal Alex a gente achou que você tava apanhando sei lá.
- o que você tá fazendo essa é a pior temporada de Power Rangers.
- A não Daniel! Você não veio na minha casa falar mal dos meus Power Rangers!
- Desculpa, Desculpa eu me exedi.
Thiago foi o primeiro a notar o estado do corpo de Alex entrando devagar e o segurando pelos braços o olhando com dor.
- Que foi Thi? Eita...
O abraço protetor era bem vindo, encostou o queixo no ombro do mais velho sentindo o perfume dele, olhou pra porta e lá estava com os olhos cheios de lágrimas e lindo como sempre.
- Cesar...
O cabeludo foi até o Irmão e o abraçou com toda a força do mundo, Joui entrou por último ficando triste de imediato, o apartamento de Alex sempre foi limpo e organizado, mas no momento era uma grande bagunça.
- Alex-Kun...
Todo mundo virou pra Joui que parecia verdadeiramente triste, Cesar olhou pro asiático e para o irmãozinho e aprovava muito essa amizade.
- Vem maninho...vamo pra casa do pai, não quero te deixar sozinho.
No carro de Liz Cesar observava com cuidado cada mini detalhes do seu Alex, ele tinha perdido peso estava visivelmente fraco e parecia não dormir a dias, o cabelo está grandinho e tinha um leve sinal de barba, Alex odiava ter barba e cabelo muito grande só era mais um sinal de que ele não estava bem.
Gonzalez abriu a porta e quase pulou de alegria vendo os irmãos cohen, principalmente Alex, que foi posto no seu antigo quarto e como um passe de mágica dormiu depois de muitos dias.
Agora Gonzalez ia colocar suas garras pra fora, Arthur fez muito por ele, isso seria o mínimo.
- montón de inconsecuentes! burros! ¡cruel!
Ninguém falava espanhol, mas todos sabiam que estavam sendo xingados pelo latino baixinho.
- Que foi Gonzalez.
- Vocês são burros e cruéis...onde já se viu, destruíram um relacionamento só pra poder transar com o doutor, não são muito melhores que a minha ex.
Os três patetas se olharam meio sem jeito enquanto Gonzalez pegava um terço e ia para a igreja, antes de sair entretanto.
- Acho que seria bom você se confessar Thiago, quer vir comigo?
O mais velho olhou o policial e então foi até ele em direção ao térreo.
Cesar saiu do quarto com cuidado dando de cara com Joui parado na frente da porta olhando preocupado.
- Ele tá bem?
- não...mas eu vou fazer ficar...
Cesar sorriu e Joui quis se jogar da cobertura não estava entendendo absolutamente nada do que estava acontecendo com ele, só sabia que Cesar começava a deixá-lo nervoso por totais 0 motivos.
Fofo, Joui era fofo, com aquela altura toda e com aquele rosto lindo e gentil era impossível resistir a vontade de corromper ele, mas assima de tudo, Joui merecia enxergar que valia mais do que uma foda e queria mostrar isso pra ele.
Segurou a mão do asiático, os dedos dele eram quentinhos e encaixavam certinhos na sua mão, deu um passo pra frente e segurou o mais novo pela cintura ficando na ponta do pé dando um beijinho na bochecha do dançarino, Joui prendeu a respiração e sentiu o coração acelerar.
- Obrigado por se preocupar com ele.
- N-Não e nada!
- e sério Joui... Obrigada
Cesar soltou Joui e voltou pra dentro do quarto do seu irmão onde ficou o resto do dia, Liz deu carona para os irmãos Hartmann irem pra casa.
Alex acordou com um jazz tocando ao longe reconheceu o som do piano mesmo que estivesse a quilômetros de distância.
Ficou parado olhando seu pai e seu irmão num dueto lindo de Jazz sorrindo um para o outro a voz de Cesar cantando era tão gostosa e mansinha, perdeu as contas de quantas vezes pediu pra ele cantar para ele dormir, o pai também não era nada mal mas a idade já chegava às cordas vocais mas a música era linda " Louis & Ella - dream a little dream of me"
Subiu para o seu quarto novamente abrindo o guarda roupa pegando o violino velho e se posicionando, umideceu os lábios e puxou as primeiras notas tão tristes quanto ele no momento.
- Daddy...are you listening to this?
- Alexander Is playing the violin?
- He's right... the violin sounds so sad
"autumn leaves" um clássico triste e lindo e uma das primeiras músicas que aprendeu a tocar, essa música lembrava seu primeiro encontro com seu irmão mais velho, e estava precisando dele agora.
Ouviu palmas e olhou seu pai e seu irmão olhando pra ele mais aliviados mas tinha uma pulga atrás da orelha nós últimos dias.
- Father...did you...regretted adopting me?
Christopher respirou fundo e parecia triste até um pouco ofendido na realidade.
- I regret a lot in this life my son, you are not, and it will never be one of those regrets, you are one of my greatest pride.
Christopher fez o prato favorito de Alex e mesmo que o Casula tivesse tentado fugir da comida ele não conseguiu resistir ao molho de tomate caseiro que o pai fazia sempre perfeito, receita da sua avó Apple, e falando nela a torta de maçã que era sua marca garantida também foi servida com uma grande bola de sorvete de creme, Gonzalez chegou meio tarde mas ainda jantou com os cohens, Alex como sempre muito observador notou algumas marcas pequenas no pescoço dele, mas não sabia se elas estavam ali mais cedo ou não.
Arthur estava uma bagunça, chorava todas as noites e estava bêbado a pelo menos 20 dias seguidos, inclusive Brulio teve que arrastar o rapazote pro hospital afim de tomar um soro já que ele estava se recusando a comer, agora na volta do lugar o rapaz se jogou na cama e sentiu as lágrimas descerem, olhou pro lado e viu o perfume de Alex que tinha comprado só pra sentir o cheiro dele, vestia uma camiseta velha que ele tinha esquecido no apartamento, sentia tanta saudade que doía.
- Aí Arthur.... por que tu não tenta convencer o cabeça dura do teu namorado de que você não quer nada com o outro 3
- Eu já tentei pai, ele me bloqueou e não tá indo pra boate, eu liguei umas 80 vezes e ele desligou todas, eu não faço ideia do que fazer mais, eu devia ter socado o Thiago bem no rosto pra ele ver.
- pelo pouco que eu conheço do Alex ele só quer te ver feliz, mesmo que não seja com ele.
- Eu não vou ser feliz sem ele...
Brulio fez carinho no cabelo do filho é saiu do quarto mandando uma mensagem pra Christopher perguntando sobre Alex, e a resposta foi até que bastante agradável, ficou feliz pelo garoto.
Alex acordou confuso novamente mas tinha certeza que tinha dormido na sua cama mas agora estava na cama do pai junto a Cesar, ouvia um barulho vindo do banheiro e uma potes caindo, som que fez seu irmão despertar confuso, com só um olho aberto e com uma cara bem amaçada, o dia tava feio e a previsão era de tempestade no período da tarde.
- Por que ele tem sempre que fazer tanto barulho?
- Da um desconto pra ele irmãozão, falando nisso porque eu tô na cama do pai?
- Você é levinho rapaz
- 22 anos na cara e ainda carregado como nenê.
- Você é meu nenê.
Sentiu carinho no rosto e sorriu pro irmão de forma tranquila, Cesar parecia um pouco cansado e pelo jeito ainda sonolento.
- Qual de vocês ele escolheu?
- o que?
- o Arthur, com quem ele tá?
- o que??? Ninguém!
- Talvez ele precise de mais tempo mesmo...
- Alex...eu não acho que ele vá escolher um de nós...
- Por que? Eu tô fazendo de tudo pra ele me odiar como ex.
- Acho que nos não temos chance, nunca tivemos, ele ama você.
- Mas e você? E o Joui e o Thiago?
- Ele disse umas coisas que são verdade, ele fez a melhor escolha.
- Você é a melhor escolha na minha opinião.
- Fofo...mas não, eu queria transar com o Arthur, não acho que nosso relacionamento passaria disso, e se for pra ser assim eu já tenho todo mundo na boate, o Joui e igual a você só que sem forças pra lutar, o que me preocupa.
- Na primeira vez que ele foi dormir lá em casa ele tentou transar comigo, eu fingi demência, mas isso também me preocupa por isso que eu queria que o Joui tivesse uma Relação saudável com alguém.
- Mas esse alguém não é o Arthur.
Cesar pareceu se perder nas próprias palavras, Joui ainda não estava preparado pra um relacionamento, tinha que fazer ele entender um pouco antes.
- Eu só queria entender o Thiago, acho que ele nunca se apaixonou.
- Também acho que não, mas ele e o Arthur não teriam um relacionamento saudável juntos.
- Eu só queria que ele pudesse ser feliz.
- não precisa abrir mão da sua felicidade pra fazer ele feliz irmãozinho.
- Eu não me perdoaria se o Arthur fosse o amor da vida dele e eu tivesse entrado no caminho.
- Ele não é, tenho certeza.
- Meninos banheiro.
O pai saiu tão bonito e bem arrumado que os irmãos se olharam surpresos, o terno cinza quadriculado com os suspensórios estavam toranto no seus músculos, mais um pouco e o tecido da camiseta rasgava.
- Vai aonde?
- Tenho uma reunião, vou só deixar vocês na boate, agora banheiro, os dois!
Os dois rapazes entraram e viram a banheira com espuma e um patinho flutuando, pelo visto o pai tinha tomado só uma ducha no chuveiro, o perfume dele estava forte no ar quase não dava pra respirar.
Faziam anos que não tomavam banho juntos na banheira e foi divertido, Alex se sentia seguro com o irmão.
Ambos encaravam o espelho agora, Alex com a toalha amarrada na cintura mostrava que mesmo tendo perdido uns kilos ainda era um tremendo gostoso enquanto Cesar de roupão observava bem seu rosto, a barba já estava muito grande era hora de dar uma diminuída, pegou a máquina de barbear do pai e não pensou duas vezes, Alex passava a espuma para tirar a sua e em 30 minutos, eram outras pessoas.
Alex ainda cortou o cabelo ficando bem consigo novamente, colocou o óculos e viu Cesar colocar os dele já que estava sem lentes de contato reservas, se vestiram cada um com um moletom velho do pai, Cesar um laranja neon e Alex um musgo.
O café estava servido e os meninos estavam felizes, um tempo com o pai era realmente o que precisava.
Gonzalez deu carona para os cohens e viu que Alex continuava grudado no pai igualzinho quando eram crianças, achava muito fofo isso, e Cesar era lindo num nível totalmente diferente do que vivia, agora sem barba e com aquele óculos marcando seu rosto fino mesmo sem maquiagem ele parecia uma garota, e o moletom não colaborava também.
- Vou levar o pai de vocês na estação já volto.
- Se comportem viu, Cesar cuida do seu irmão.
E assim o carro se foi, depois de tantos dias sem pisar na boate estava nervoso, foi recebido com abraços pelo trisal e Liz, Daniel ficou levemente vermelho vendo Alex novamente e Joui pulou nele como se sua vida dependesse de Alex o abraçando, Thiago veio todo tímido e ainda se sentia culpado pelo que fez, mesmo Alex não o culpando de absolutamente nada.
Era bom estar de volta, ouviu um trovão ao fundo e a chuva começando a cair forte pra k7, ouviu também a voz que tanto amava e reconheceria a milhares de quilômetros.
- Arthur....
- Chegamos na hora pia.
Alex olhou pela fresta da porta e Arthur estava mais magro assim como ele e tinha cortado a barba e o cabelo estava maior, tão lindo! Sentiu o coração acelerando pouco a pouco, as lágrimas queriam muito descer.
- Eu tenho que sair de perto dele.
Arthur entrou no recinto e viu Cesar de óculos e sem barba nenhuma, passou os olhos pelo salão e viu olhos chocolate o espiando pode de trás da porta.
"Alex, Alex, Alex, Alex, Alex"
Marchou em direção a porta puxando com tudo quase fazendo o mais novo cair nele, encarou o negro e o coração batia desesperado ele tá a ali a cinco centímetros de distância, cinco centímetros para um beijo, para morar naqueles braços quentes e sorriso gentil.
Não dava, simplesmente não dava para olhar pra ele assim de perto, a chuva caia forte agora um trovão se fez presente assustado o gaúcho dando a deixa para o mais novo sair correndo em direção ao telhado.
Sentia as gotas pesadas na roupa o medo de encarar o ex parceiro o consumia, tinha que fazer Arthur odiar ele mesmo que isso significasse ser a pessoa mais infeliz do universo.
- Alex!
Sentiu a mão ser segurada e novamente os olhos se encontraram, a saudades batendo forte no peito a água grudado no tecido e deixando os músculos expostos o fazia imaginar muitas coisas que não cabiam mais a ele.
- Alex por favor me escuta.
- Oi Arthur...
Era tão difícil não se curvar para beijar ele, era tão difícil não abraçar ele, era uma das coisas que mais sentia falta, e agora estava ali tão forte por causa da chuva molhado os dois.
- Alex, eu sei que você quer a felicidade das pessoas que ama, faz parte de você se sacrificar pelos outros, mas eu sou covarde, burro e egoísta, então eu só consigo pensar em você, eu só quero você.
- Mas...
- Você me deu todo esse tempo para que eu escolhece não foi? Mas a minha escolha sempre esteve feita, e ela e você.
- eu não posso ficar com você sabendo que alguém que eu amo também gosta de você.
- Eu sei, mas eu sou egoísta.
Puxou o negro pela gola e depois de um mês, beijar aquela boca era algo orgasmico, tudo no corpo um do outro gritava por "sim! E ele! Não escolham mais ninguém, vocês não precisam de mais ninguém"
- Eu te amo Alex, eu te amo
As gotas da chuva escorrendo pelo rosto aflito do motoqueiro era uma cena linda, sentiu os lábios juntos dos do outro novamente e aproveitou ainda aquele beijo será que conseguia ser egoísta a esse ponto?
Arthur sentiu o beijo realmente se torna um beijo a chuva caindo enquanto Liz e Joui apareciam junto ao trisal e foi impossível não sorrir para a cena tão romântica, mais então Liz lembrou que eles estavam em São Paulo.
- SAI DA CHUVA TÓXICA VOCES DÓIS!
E meio perdidos os dois saíram da chuva e foram para um quarto se secar, Joui levou roupas limpas pra ambos e Brulio apareceu do nada pra desejar um boa sorte pro filho.
- Eu não devia ter voltado, eu ainda não estou pronto pra ficar do seu lado.
- Alex, vamos voltar, eu não consigo pensar em uma vida sem você.
Alex cruzou as pernas e Arthur só faltou se jogar nele e pedir pra sentar, aquele homem era tão bonito e ele tão estranho, talvez se fosse mais alto ou mais forte Alex não teria o deixado assim fácil.
- Eu quero você Arthur eu amo você, eu não quero que no futuro você olhe pra trás e pense no que poderia ter sido da sua vida se tivesse escolhido um dos 3.
- o único arrependimento que eu teria é saber que eu não te amei o suficiente pra te fazer entender que você é o único pra mim.
Alex ficou vermelho e Arthur se jogou nele sorrindo e roubando outro beijo, agora entre as pernas do mais novo parecia que todos os problemas do mundo eram insegnificantes.
- Volta comigo, me dá uma chance! É tudo que eu peço.
Aqueles malditos olhos lindos e voz meiga com sotaque, como dizer não? Balançou a cabeça como sim e Arthur só faltou pular de alegria, se beijando para selar aquele compromisso mais uma vez, só faltava soltar fogo artifício, queria contar pra outros.
Enquanto isso Christopher tinha um homem bonito no seu colo se esfregando e gemendo com vontade, se Hector não fosse tão puta e desapegado talvez não estivesse ali.
O celular apitou 5 minutos e trocaram um beijo digno de filme pornô de baixo orçamento, sentiu o homem se levantar do seu colo e então pegar alguns papéis lhe entregando sorrindo e lhe dando uma piscadinha na sua direção chamou um Uber e viu a data nova para as fotos do filho e do genro, estava empolgado para saber o resultado.
Jun olhava os números na sua frente sem muito interesse ou força de vontade, tinha que conseguir um tempo logo para ir para o Brasil atrás do seu Irmãozinho.
- Jun-Sama?
Olhou a jovem universitária e sorriu falsamente pra ela, a podre garota que o pai tinha encontrado para se casar com ele, sem dúvidas muito bonita mas não fazia seu tipo.
- Youme-Dono, o que devo essa honra.
- Hidetaka-sama me mandou vir te ver, disse que preciso aprender um pouco sobre a empresa se quiser ajudar no futuro, e também me mandou lhe dar isso.
Ainda sorrindo falsamente o primogênito abriu o envelope que continuam uma carta e duas passagens de avião saindo de Tokyo para São Paulo no começo de Abril, olhou para o par de passagens e abriu a carta.
"Jun, eu realmente espero que esteja tratando Youme-Dono com o respeito que ela merece, e ela precisa entender de onde eu vim para fazer parte dessa família, por isso vai com você para o Brasil."
Estava frustrado, mas a jovem não tinha culpa, agradeceu e dispensou a bela mulher, mas em menos de 15 minutos outra linda mulher estava na sala.
A beleza da madrasta era amaldiçoada, Joui era igualzinho a ela, olhar pra ela lhe enxia de um misto confuso de sentimentos, odiava a mulher mesmo ela lhe tratando como um filho e sempre tentando deixar sua vida mais confortável na medida do possível, e ela era mãe de Joui...talvez ele e seu pai não fossem tão diferentes assim a final de contas afinal a madrasta era 12 anos mais nova que o pai e tinha dado a luz a Joui com 17 anos.
- Akemi-san, o que te traz aqui?
- Jun-Sama...por favor, por favor, não traga Joui-sama de volta para cá, seu pai...
- Akemi-san você sabe muito bem que obedecer o meu pai e sempre a melhor opção.
- Jun-Sama, eu sei que você não gosta de mim, mas eu gosto de você e sempre te protegerei, esse é o primeiro é o único favor que eu te peço, não traga Joui-sama de volta pro Japão ele nunca foi feliz aqui, eu imploro, como mãe dele e como a mulher que te criou, eu imploro.
A bela mulher de joelhos pedindo daquele jeito era algo triste de se ver, e realmente cogitou obedecer ao pedido mas era de Joui de que estavam falando, seu Joui, o amor da sua vida novamente no Japão ao alcance de seu toque todos os dias, era muito tentador para dizer não.
- Eu sinto muito Akemi-san...eu obedeço apenas o meu pai.
O motorista olhava a mulher usando as roupas chiques e o colar de pérolas no pescoço, ela era muito linda, mesmo chorando.
- Joui-chan...
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