O homem gigantesco ria e rodava Daniel no ar como se ele fosse uma criança pequena, Daniel também era só sorrisos e risadas nos braços do pai.
Joui se aproximou dos dois ruivos e antes de falar qualquer coisa foi também abraçado e recebeu vários beijinhos na testa e bochecha.
- meus filhos!!!!
A voz era grossa e profunda, os cabelos longos voavam com o vento e aquele homem tinha um ar muito doce e Gentil, ele passava conforto e segurança por algum motivo.
Carregando Daniel igual a um bebê Aron o levou de volta a sua cadeira e o colocou lá com muito cuidado, todos agora percebiam o quão ele e Daniel ram parecidos, mas ao mesmo tempo bem diferentes, os cabelos de Aron eram vermelhos como sangue e bem ondulados, uma mistura de 3A e 2C enquanto Daniel tinha o cabelo 2B, os olhos verdes era escuros como uma mata fechada um verde terroso e profundo sem muito brilho, enquanto os de Daniel pareciam pedras preciosas com um verde claro e bem vivo, as barbas também eram cuidadas de um jeito diferente, enquanto Daniel tinha uma barba cheia e bem aparada seu pai tinha uma barba grande mas igualmente bem cuidada, a maior diferença era com toda certeza as roupas, Aron parecia muito um elfo saído de alguma campanha de RPG ou conto medieval, se tivesse as orelhas pontudas seria a imagem perfeita, ele também carregava alguns instrumentos estranhos em suas costas então ficava parecendo um bardo talvez? Era algo muito difícil de explicar, parecia que ele não pertencia aquela época.
Aron se ergue novamente e ele era com toda certeza a pessoa mais alta ali, inclusive maior que Brulio uns 2 centímetros, os braços dele eram muito musculosos e ele claramente tinha força, em resumo, ele era um homão da porra.
Aron parecia muito feliz trazendo Daniel em sua cadeira e Joui vinha ao seu lado com um sorriso lindo no rosto, eles eram muito fofos.
- Gente esse é o meu pai! Aron Paul Hartmann
Todo mundo olhou pra cima vendo o gigante simpático com um sorriso lindo, é uma dúvida bastante grande apareceu na cabeça de todo mundo: "será que ele ainda sabe falar português?" E a resposta era sim.
- Olá a todos!!!
Mas com um sotaque muito pesado.
Aron parecia uma grande usina hidroelétrica, barulhento, grande e cheio de energia.
Hector se aproximou e estendeu a mão de forma seria e Aron encarou a mão dele pronto para pegar até ouvir ele o cumprimentar.
- Muito prazer senhor Hartmann eu me chamo Hector Realitas Veritatis Verissimo... é uma Hon- Urg!
Aron fechou um abraço em Hector o erguendo do chão e o apertando com muita força enquanto ria e até um beijo na bochecha do magnata ele deu, foi tão do nada que até Hector ficou vermelho com a atitude.
- MUITO OBRIGADA!
Aron colocou Hector no chão mas o abraçou novamente desse vez pelo pescoço com um pouco menos de forma e encostando a testa em seu ombro.
- muito obrigada por achar os livros da minha família, obrigada por estar protegendo meu Daniel... obrigada...
Hector arregalou os olhos e lentamente abraçou Aron de volta fechando os olhos e encostando a cabeça na de Aron, com um singelo sorriso.
- Não a de que futuro amigo...
Se soltaram e Aron foi cumprimentar o resto das pessoas.
- Muito prazer senhor Hartmann eu me chamo Gonzalez.
Aron arregalou os olhos e deu uns passos pra trás parecendo bem assustado e olhando ao redor, Gon não entendeu nada.
- você... é perigoso rapaz...
Ninguém entendeu nada.
- Senhor?
- Você pode ser pequeno, mas eu reconheço um predador quando vejo, moro em uma floresta, entre enfrentar um urso e você, prefiro 100 ursos...no entanto você também parece bem gentil... é esquisito...
Ninguém entendeu absolutamente nada e Gon menos ainda, Aron se aproximou um pouquinho e olhou dentro dos olhos de Gonzalez apreensivo e ficando pensativo.
- Você tem um filhote...ele vai ser mais perigoso que você...
Thiago se aproximou e Aron voltou sua atenção para o rapaz mais bonito entre todos ali e então novamente para Gonzalez e sorriu de forma meiga.
- Vocês são um lindo casal, me convidem para o casamento, vou adorar participar.
Thiago e Gon se olharam em espanto enquanto Daniel vinha e segurava a mão do pai que olhou para baixo vendo o filho fazer não com a cabeça, Aron arregalou os olhos e ficou meio triste mais entendeu o pedido do filho, chega de mediunidade por hoje.
- Pai esse é o Thiago, ele e a Liz que me chamaram pra ordem.
- Liz?
E a morena apareceu e Aron olhou para os dois e os abraçou com muita força e carinho e então os soltando e fazendo um carinho singelo na cabeça de ambos.
- obrigada por serem amigos do meu Filho...eu sei que ele pode ser um pouco ranzinza as vezes.
- Papa!!!
Liz e Thiago riram, Aron achou ambos boas pessoas e ficou feliz pelo filho ter bons amigos.
Cesar se aproximou e Aron fechou a cara, tudo no seu corpo gritava "perigo" olhando pra Cesar, mas o rapaz parecia bem tranquilo e em paz em sua presença, na realidade parecia empolgado, logo o senso de alerta foi passando, ele não parecia querer o seu mal.
- Olá senhor Hartmann eu sou o Cesar, e esse é meu irmãozinho Alexander, é um prazer conhecer o senhor.
- Oiiii! Pode me chamar de Alex.
"Meus Deuses..."
Aron já tinha visto muita coisa nessa vida, mas nada se comparava com aqueles olhos vermelhos, a pele negra também parecia mármore de tão perfeita, que rapaz mais lindo, e que ar meigo e gentil, embora ele também parecia perigoso.
"Pera aí...esse é???"
Aron abriu um sorriso de milhões e abraçou Alex por alguns segundos e então fez carinho em sua cabeça de forma muito meiga.
- então você é o meu genro? É muito mais bonito do que o Daniel me descreveu.
Um silêncio terrivelmente desconfortável se fez presente.
- eeeeeeee.... então....senhor Hartmann...eu não....o Daniel é eu....
E como um cachorro raivoso Arthur apareceu encarando Aron de forma tão intensa que foi ficando desconfortável, enquanto isso Daniel era um pimentão e escondia o rosto com o cabelo e as mãos.
- Alexander é meu marido Seu Aron...
Aron inclinou a cabeça e olhou para Arthur um pouco confuso.
- vocês tem um relacionamento aberto?
Arthur e Alex disseram não com a cabeça, Aron ficou levemente vermelhinho e murmurou um "desculpa" bem baixinho e se virando com tudo pra trás e gritando a plenos pulmões.
- MEU FILHO VOCÊ É IDIOTA???
- PAPA!!!!
- VOCÊ ERA APAIXONADO POR ELE!!! E DEIXOU ELE ESCAPAR!!! UM HOMEM DESSE NÃO APARECE A CADA ESQUINA NÃO DANIEL!!!
- PAPA POR FAVOR!!!
E derepente virou uma gritaria em alemão muito confusa, mas era óbvio que Daniel estava levando a bronca da vida dele, Aron gesticulava de forma dramática e apontava para Alex e depois pra Arthur enquanto Daniel tentava se justificar sem sucesso, no fim da bronca Aron jogou o cabelo pra trás e voltou para os açúcarados.
- Vocês são um lindo casal....
Ambos sorriram e se deram as mãos.
- eu desejo toda felicidade a união de vocês, e Alex...meu filho e um idiota sinto muito por tudo que ele te fez passar e fico feliz que tenha encontrado seu marido.
Os açúcarados sorriram e Aron virou a cabeça de forma dramática para trás puto da vida encarando Daniel.
- em casa a gente vai bater um papo Daniel.
Alex riu e olhou para Arthur que ainda estava com ciuminho e o abraçou e lhe deu um beijinho na bochecha, isso derreteu o coração do gaúcho e então voltou a olhar para Aron.
- A Agatha vai adorar conhecer o senhor.
- Agatha?
- é a nossa filha.
Arthur respondeu e Aron ficou muito sério e meio triste, respirou fundo e olhou para Daniel declarando a todos os pulmões.
- Daniel eu quero netos!!!
Mia soltou uma risadinha de desespero, se fosse a alguns dias atrás estaria se voluntariando mas agora graças a bronca da Liz estava mais pé no chão com suas expectativas, Daniel no entanto estava cada vez mais vermelho.
- papa por favor...
Aron se acalmou e olhou novamente para os açúcarados mas se espantou vendo dois gigantes atrás deles, um em particular fez sua boca salivar.
- uau...você é muito bonito...
Aquele homem era perigoso pra caralho, mas ao mesmo tempo atraente demais pra ser ignorado, olhou pra Cesar e a sensação de medo era a mesma, corria perigo perto daquela homem mas ao mesmo tempo queria ser envolvido por ele, aquele homem era mais perigoso do que imaginavam, talvez nem ele soubesse do que era capaz.
- obrigado.
Os olhos de Aron ainda eram muito bons, reconhecia aquele homem gostoso de algum lugar.
Chris estava acostumado com as pessoas o secando de alguma forma, tava bem óbvio que Aron tinha criado uma quedinha por ele porém no momento o alemão parecia estar procurando algo em específico.
- Você me lembra alguém.
Chris exclamou e sorriu.
- provavelmente a minha mãe.
- sua mãe?
- Sim Apple Cohen, ela era uma atriz e modelo muito famosa, uma das primeiras famme fatale do cinema e da televisão, eu sou a cara dela.
- Cohen?
- Sim eu me chamo Christopher Cohen.
- Cohen... Cohen....esse nome não me é estranho... Cohen...
Chris olhou para Aron que parecia revirar suas memórias e então abriu um sorriso muito grande e empolgado.
- Youssef Cohen! Seu pai não é?
Christopher travou no lugar fazendo sim com a cabeça.
- Eu sabia! Ele foi um grande artista plástico, estilista, e fotógrafo, você parece muito com ele.
- pa...reço???
- sim! O nariz e o formato dos olhos, ele era ruivo também então de primeira você pode sim se parecer muito com sua mãe, mas também tem muito do seu pai.
Aquilo fez Chris sorrir muito doce e honestamente, mas Aron não tinha muita noção das coisas e começou a olhar Chris de cima baixo várias vezes curioso.
- seu pai era minúsculo e sua mãe um poste...como é que eles fizeram você? Como é que funcionou isso?
Chris riu.
- olha não sei como eles fizeram mais fizeram afinal eu tô aqui.
- é que bom que está.
Isso era claramente um flerte, o jeito que Aron estava olhando pra Chris era bem descarado mesmo o americano não se importando nem um pouco com isso, no entanto...
Chris sentiu braços musculosos o envolvendo por trás e olhou pra cima vendo o namorado com os olhos bem molhados e levemente vermelhinho de frustração.
- Brulio?
Aron olhou o outro bonitão e notou na hora que eles tinham algo, bem, ele tava solteiro a muito tempo então um ménage não parecia má ideia, principalmente com dois homens tão bonitos.
- e quem seria você?
- Brulio Cevero.
- você também é muito bonito...
- obrigado.
Aron se aproximou um pouco dos maçã caramelada e Chris sentiu o aparto ficar mais forte e olhou novamente pro namorado encucado.
- um casal muito bonito, posso fazer parte?
Chris caiu na risada e Brulio fechou a cara, Aron achou ele muito fofinho com aquela atitude birrenta mas não queria causar problemas para o casal.
Aron se apresentou para todos os membros da boate abraçando e falando alto, ele só estava muito feliz de seu filho ter pessoas boas ao seu redor.
Chegou a vez de Ivan e o loiro estava tão nervoso e ansioso, tudo em Aron parecia mais intenso e vivo do que imaginou que séria.
- muito prazer mestre Aron eu sou Ivan Jarbas.
Aron sorriu um pouco.
- lindo nome rapaz.
- o que?
- seu nome e lindo...
- acho que ninguém nunca elogiou meu nome antes.
- tudo junto significa "o nobre perdão de Deus" é um nome forte e significativo, combina com o dono.
Aron fez carinho na cabeça de Ivan e olhou para os três rapazes com muito carinho em particular para Joui e Ivan, ele estava tão feliz do filho não estar sozinho.
Aron puxou papo com Chris dentro da boate por gostar da arte do pai dele, também era um artista então tinha dúvidas genuínas.
- se você quiser uma avaliação boa do seus quadros eu conheço um excelente homem.
- Sério?
- Sim Montel Florence, muito dedicado e minucioso no trabalho dele...
- meus quadros não são tão valiosos para um crítico de arte avaliar.
- se Daniel puxou seu talento seus quadros deveriam valer milhões.
- agradeço imensamente o elogio.
Chris sorriu.
- CESAR!!!
- AI CARALHO! QUE FOI VELHO???
- meus deuses meu ouvindo.
- tu se acostuma...
Brulio bebeu um gole de cerveja e parecia muito irritado por algum motivo, Aron se sentiu mal por estar fazendo ele se sentir desconfortável.
Cesar veio até a mesa que os 3 gigantes estavam e parecia de saco cheio antes mesmo do pai falar alguma coisa.
- que foi???
- educação???
Chris olhou bem bravo pra Cesar que descruzou os braços e olhou para o pai um pouquinho arrependido.
- Senhor.
Chris sorriu.
- Meu filho você ainda fala com Amelie Florence?
Cesar ficou um pouco vermelho e Chris segurou um pouco a risada.
- falo, a gente joga Wind Rift juntos as vezes.
- pergunte pra ela se o Montel tem um tempo para avaliar um quadro.
- tá bem.
Cesar pegou o celular e mandou algumas mensagens e sorriu pro pai e para Aron um pouco empolgado.
- ela falou que é só mandar o quadro.
Chris olhou pra Aron que ainda estava pensativo em relação a apresentar sua arte para alguém tão importante e famoso, porém Chris parecia empolgado em ajudar, acabou concordando.
Brulio se levantou da mesa depois de terminar sua cerveja, agradecia os esforços do namorado em fazer ele participar da conversa mas honestamente estava puto até não querer mais.
- Vou fumar!
- ok...
Chris viu o namorado se afastando e se sentiu meio estranho, Aron se sentiu tão culpado! Se sentia uma formiguinha de tão insignificante.
- Desculpe....
- o que? Way?
- Acho que seu namorada está com ciúmes de mim...acho melhor falar com ele.
Aron se levantou e foi conversar com Hector e Balu um pouquinho.
- aí Sweetheart....
Chris subiu no telhado atrás do namorado e o encontrou ele tragando um cigarro e olhando para o horizonte um pouco perdido.
- Sweetheart?
Brulio olhou pro lado oposto de Chris e tragou o cigarro ainda bravo, já Chris achou uma gracinha ele todo bravinho mas também ficou muito magoado com isso.
- Brulio...
E o gaúcho se virou mais ainda na direção oposta, isso fez Chris ficar muito bravo e magoado.
- ok..vou te deixar sozinho.
Deu meia volta e voltou para o andar principal, quando chegou lá viu Aron mostrando o truque de curtir fogo que o Daniel fazia, eles realmente eram muito parecidos, pediu um rum e virou com num gole só frustrado e pensando:
"don't you want to see me? ok.. we can play like this"
Aron era pura animação e fofura com os herdeiros e seguranças, inclusive encarava Letícia a um tempinho.
- ei Russa bonita! Com que você trabalha? Sinto algo meu macabro ao seu redor.
Letícia sorriu, sempre de terninho rosa e roupas bem fofas e femininas quem imaginaria que uma mulher daquelas fosse uma das pessoas mais frias e cruéis do planeta.
- Eu trabalho com lordes demoníacos.
- e a muito tempo pelo visto.
- desde os 13 anos.
Aron olhou para Letícia com bastante afeto até, a loira ficou um pouco surpresa, não espera aquela reação.
- fico feliz que esteja perto de Daniel... muito obrigada.
Letícia sentiu o carinho e a tristeza que aquele pai transmitia, sentiu um pouco de inveja já que o seu era um verdadeiro merda.
- o senhor é um bom pai.
Aron ficou quieto e derepente muito triste abaixando a cabeça, a mudança de humor dele foi tão visível que Letícia se sentiu um pouco mal.
- infelizmente eu não sou tão bom assim...
Daniel ouviu o pai falando isso e seu coração doeu bastante, olhou para Arthur num pedido mudo de socorro e Arthur entendeu na hora que Daniel queria falar com ele e foi até o bar.
- o que foi Daniel? Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa? Quer conversar?
Arthur se ajoelhou e segurou a mão do ruivo com muito carinho, Daniel sorriu muito docemente mas seus olhos pediam socorro.
- não eu...meu pai...
- o que tem teu pai?
- você pode conversar com meu pai?
Estranhando aquele papo Arthur virou a cabeça igualzinho um cachorro e Daniel sorriu muito espontâneamente.
- quando você quer pode ser muito fofo Arthur.
Arthur não entendeu nada, mas Daniel continuou.
- meu pai acredita que é uma falha como pai...ele se culpa por tudo que dá errado na minha vida sendo que não é verdade e por mais que eu tente explicar as coisas pra ele, parece que eu tô falando com uma árvore! Por favor Arthur...você pode falar com ele? Ajudar ele como você me ajudou?
Arthur pareceu muito chocado com o pedido mas sorriu se sentindo lisonjeado por Daniel acreditar tanto assim em seu trabalho.
- Se ele quiser falar comigo, falarei com ele.
- Obrigado Arthur!!!
Enquanto isso Bruno estava ao lado do pai recebendo cafuné e atenção, mas tinha algo estranho no pai aquele dia.
- pops...Is there something bothering you?
(Nota: pops é um jeito de falar pai em inglês, seria o equivalente a paizinho)
- nothing to you worry about.
Bruno não engoliu muito aquela Desculpa não, porém achou melhor ficar quieto e na dele.
- inclusive Bruno....comprou o presente de aniversário do meu genro?
Walter adorava Vic inclusive queria apresentá-lo para seus acionistas, tinha um pouco de medo do pobre gaúcho se sentir intimidado ou pressionando, Valter ainda não sabia o quão duro Vic poderia ser.
- tô planejando um jantar romântico e um passeio.
- e presente?
Bruno ficou tão vermelho mas tão vermelho que Walter entendeu na hora qual era o presente e ficou tão vermelho quanto o filho completamente horrorizado.
- usa camisinha por favor.
- sim senhor.
Gregório se sentia esquisito sendo protegido daquele jeito por Mark, ele estava bem duvidoso em relação a amizade deles, porém verdade seja dita, Balu pelo menos parou de lhe infernizar.
Estavam conversando ele, Mark e Ivete quando Aron parou na frente dos 3 com um sorriso bem safado no rosto.
- eu deixaria qualquer um de vocês três acabarem comigo.
Aron se aproximou mais e se curvou olhando bem pra Gregório quase babando, Mark de imediato puxou o gaúcho baixinho mais pro seu lado.
- você é muito fofo...
Esticou a mão para tocar em Gregório mas Mark segurou com firmeza, logicamente que o ruivo não ia perder essa oportunidade de jeito nenhum, puxou o Negro pra perto e envolveu a cintura dele com um dos braços musculosos.
- não precisa ter ciúmes, tem o suficiente de mim prós dois.
- Solta o Mark!
Gregório puxou Aron mas era como se uma formiga tentasse picar um elefante, o francês apreciava a ajuda mas honestamente com um homem daquele o agarrado ser salvo não parecia assim tão necessário.
Balu viu a cena e foi correndo até o local afastando Gregório dos dois gringos e segurou Aron com bastante força e fazendo "cara de mal".
Aron olhou para o mineiro e sorriu mas ainda mordendo o lábio inferior com um ar bastante sedutor até.
- você parece que me daria uma canseira um pouco maior, mas aceito o desafio.
- Desculpa bonitão, mas agora não....
Delicadamente Balu puxou Mark do agarrão de do ruivo, se o francês realmente quisesse se soltar teria se soltado.
Ivete olhava a cena no mínimo intrigada mas ainda parecia estar se divertindo bastante pelos motivos errados.
"Eles tão brigando ou flertando? De qualquer forma é engraçado"
Tristan Jhonny e Rubens observavam tudo de longe achando realmente muita graça de toda situação.
- se o Daniel me desse uma cantada dessa acho que eu já estava na coleira dele faz tempo.
- Tristan ele é bem mais novo que você, toma cuidado para não quebrar o coração.
- ele já quebrou.
- aí Tristan...
- tá tudo bem, acho que eu não vou conseguir nada com ele de todo jeito.
Rubens abraçou o amigo como forma de conforto e Tristan suspirou um pouco desapontado consigo mesmo, gostava tanto de Daniel, mas parecia cada vez mais difícil estar perto dele sem se magoar.
Hector estava bebendo quando Aron se sentou na sua frente muito feliz e bastante satisfeito com tudo que tinha visto.
- E bom finalmente te conhecer senhor Hartmann, posso ver de onde o Daniel puxou os bons genes.
- ele pode parecer comigo fisicamente mas a personalidade dele é igualzinha a da mãe.
Hector imaginou uma mulher com a grosseria crônica e olhar mortal de Daniel e ficou honestamente com medo, que bom que ele não sabia do futuro.
- senhor Hartmann porque não se casou novamente?
Aron se recostou na cadeira um pouco triste e meio alheio aos seus arredores.
- Eu não conseguiria... não seria justo com a pessoa se casar comigo sendo que mesmo depois de 27 anos eu ainda amo a Marcianne...
- eu sinto muito se o deixei desconfortável.
- não tem problema, está tudo bem, mas eu queria ter tido mais filhos.
- poderia ter tido...
- sim poderia, mas não conseguiria amar tanto quanto amo o Daniel.
- por ser filho da sua esposa.
Aron fez sim com a cabeça um pouco triste e continuou a falar.
- "o último Hartmann..."
- o que?
- eu era o último Hartmann....até meu Engel nascer, o clã deveria ter desaparecido com a minha mãe, mas ela teve a mim, então eu deveria ter sido o último...mas...aí veio o Daniel...quando a minha mulher disse que estava grávida eu fiquei tão feliz, eu nunca me imaginei sendo pai mas meu coração batia acelerado pra caramba...eu queria ter pelo menos 2 filhos.
- pode me dizer o por que?
Aron abaixou a cabeça um pouco triste.
- porque carregar o título de último é solitário demais...
Hector pareceu compreender um pouco a dor do novo amigo, carregar responsabilidades em nome da família era algo que ele entendia muito bem.
- como era sua mãe senhor Hartmann?
- minha mãe? Ela era muito quieta...um pouco triste, me criou sozinha desde sempre, sorria pouco mas sempre me tratou muito bem e com muito amor.
- posso me identificar com isso...como ela se chamava?
- Sophie...Sophie Hartmann...
- a minha se chamava Sierra...
- é um belo nome...
- combinava com ela...ela era muito linda....eu não pareço nada com ela, eu sempre sonhei em ter aqueles olhos azuis.... infelizmente...os meus e os dos meus filhos são laranja.
- eu pareço muito com a minha mãe...o ruivo dela era bem cobre sabe? E os olhos dela eram um verde mais claro do que o do Daniel, ela não tinha força mas eu tenho, provavelmente puxei do meu pai.
- e seu pai?
- nunca nem vi, capaz de nem saber que eu existo.
- o meu era.....um merda realmente...teve um filho dentro do casamento e três fora, mas eu amo muito meus irmãos, e todos nós odiamos o nosso pai.
- poético!
Aron riu e Hector o acompanhou bebendo um pouco mas.
- Senhor Hartmann se quiser participar das atividades da boate o Cesar pode te ajudar com sua Macara enquanto meu Samuel instala o aplicativo no seu celular, eu sei que é um pouco estranho fazer uma máscara sendo que foram os Hartmann que começaram essa tradição na ordem mas...
Aron pareceu pensar e até que não era uma má ideia, estava a tempo demais na floresta sem interagir corretamente com outro ser humano, só falava com suas plantas e os bichinhos da floresta.
- seria um prazer, aliás posso fazer uma pergunta?
- claro?
- pode por favor parar de me chamar de senhor Hartmann.
Hector abriu um sorrisinho sacana.
- o único jeito para que eu chame seu nome senhor Hartmann e se o senhor gemer o meu.
Aron pareceu espantado com a informação mas se curvou na mesa apoiando o braço e sorrindo de forma tão pervertida quanto Hector.
- podemos resolver isso....
Por essa não esperava, pensou bem na proposta e não era desagradável, ainda sim Aron deveria estar a no mínimo 20 anos sem transar e se fosse o primeiro seria capaz de acabar sem se mexer por alguns dias, não iria perder a oportunidade, mas não seria o primeiro.
Aron fez sua máscara e passeou por toda a boate enquanto Samuel instalava o aplicativo da ordem, ele estavam bem empolgado para ajudar e quando voltou pro salão estava quase implodindo de empolgação.
- estou muito orgulhoso de você estar seguindo a profissão da sua vó filho.
Inocentemente Carina veio toda curiosa com o homem ruivo bonitão e alto, Artemis atrás dela pronta para proteger e cuidar da sua cunhadinha querida.
- E qual era a profissão dela?
- Puta.
Se fez um pequeno silêncio e dessa vez Yuki que também estava curiosa com a situação veio mas perto perguntar novamente só pra ter certeza que não tinha ouvido errado.
- o que?
- ela era prostituta, precisava trabalhar pra gente ter o que comer.
Derepente Hector entendeu uma coisa, Aron não conhecia o pai porque provavelmente ele deveria ser um cliente.
Outra coisa que foi notada e que Aron não tinha "filtro" todos nós nascemos com uma espécie de filtro, algo que nos impede de dizer certas coisas, então Aron não tinha um, e logo todo mundo foi juntando os pontinhos e entendendo que se Daniel tinha filtro, ele era todo furado no mínimo, por isso a grosseria crônica.
Ainda determinado a ir pra cama com alguém Aron cantou todos os adultos acima dos 50 anos na staff, Daniel ficava cada vez mais envergonhado.
- papa pelos deuses para com isso.
- DANIEL EU ESTOU A 22 ANOS SEM TRANSAR! EU MORO COM AS PLANTAS É UMA FAMÍLIA DE CASTORES MEU FILHO! AS VEZES APARECE UM CERVO UMA CORUJA, VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE É FICAR 1 ANO SEM TRANSAR? IMAGINA 22!!!!
- PAI POR FAVOR!!!
Aron não tinha filtro, nem adianta tentar.
Enquanto esse caos acontecia Dominic olhava Jasper mordendo um bloco de plástico coçando os dentinhos, ela babava para todos os lados do brinquedo muito feliz.
- Jasper você é tão esquisita...
A bebê parou de morder o brinquedo e olhou diretamente para Dominic como se quisesse sugar sua alma com aqueles olhos amarelos tão lindos e então esticou o bloco pra Don e fazendo algo inédito pelo menos prós babás, abriu um sorriso lindo e esticou os braços pro francês falando/balbuciando
- Bábáh aaaaah
Dominic quase se cagou e Max travou no lugar com a mamadeira na mão os dois se olharam apavorados.
- Jasper???
Max chamou e a bebê olhou pra ele tentando sentar murmurando algo sem exatamente parecer compreensível.
- puta que pariu ela entendeu que o nome dela e Jasper!!!
E a nenê sorriu novamente realmente reconhecendo seu próprio nome pela primeira vez, aquilo era tão incrível! Queriam contar logo para Thiago e Gonzalez, eles iriam ficar tão felizes!
A noite na boate foi bem tranquila, sem grandes emoções ou problemas por mais que Aron estivesse empolgado demais.
No apartamento de Daniel Aron arrumava um lugarzinho para montar seus altares enquanto Joui tomava um bom banho e Daniel estava grudado no pai.
- Papa?
- Sim meu filho?
- quanto tempo o senhor vai ficar?
- provavelmente até o yule (natal/ano novo)
Daniel se encheu de tanta felicidade que começou a chorar e abraçou o pai com toda força que tinha, Aron se sentindo culpado abraçou Daniel segurando com força.
- Tá tudo bem filho...eu prometo ficar o máximo de tempo que conseguir.
- obrigado Papa, obrigado...eu senti tanto a sua falta.
Eles dormiram abraçadinhos aquela noite, mas Daniel iria arrumar o um quarto pro seu pai, mas por enquanto estava feliz brincando com o cabelo do pai enquanto ele dormia.
- divirta-se Joui!
- tome cuidado ao atravessar a rua.
- hi... Nii-San...Otto-san...
Os dois ruivos sorriram, Aron deu um beijinho na testa de Joui primeiro e então Daniel fez o mesmo, estava muito feliz, chamou o Uber logo com medo do seu mochii não derreter.
Vic olhou o prédio bonito e respirou fundo, estava apavorado pra caramba, não fazia nem ideia do que iria acontecer com ele lá dentro.
Foi anunciado e subiu até o apartamento de Cesar era possível ouvir algum kpop tocando e risos felizes, tocou a campainha bem no coro de "Somi - dumb dumb" foi literalmente puxado com força pra dentro, se sentiu o corpo ser abraçado por vários outros e fechou os olhos esperando algo muito bizarro mas percebeu a que na realidade, estava recebendo um abraço em grupo.
- eeeeee....? Gente....?
- bem vinda minha nova filha...
Cesar estava parecendo um boss de game o esperando daquele jeito, ele era tão bonito que parecia se destoar da realidade, ficou até sem graça.
- o-oi..
- vamos comer primeiro temos muito trabalho a fazer.
"mamamoo - dingga" tocava e todos comiam com muita animação e conversando Vic se sentiu um pouco deslocado até sentir uma mão pequena e amiga, Gonzalez.
- não precisa ter vergonha Vic todo mundo aqui tá na mesma página que você.
- eu tô bem só... não gosto muito de doces.
- não seja por isso!
Cesar que estava ouvindo a conversa de canto pegou um empadão de frango e uma torta de palmito, estava empolgado com a possibilidade de uma nova filha.
Comeram como uns cavalos, pra infelicidade de todos Dante comeu muita coisa gelada, isso teria consequências depois.
Todos fizeram um semi-circulo ao redor de Vic que novamente estava tímido e meio nervoso, Cesar se aproximou e segurou seu queixo o fazendo olhar pra cima.
- primeiro passo, banho!
- eu já tomei...
- não do jeito que eu quero.
Foi puxado pro banheiro onde Cesar ligou a chuveiro e pegou uma quantidade absurda aos olhos de Vic de produtos (6) e se virou para Vic esperando ele tirar a roupa.
- vai tomar banho de roupa?
- tu....vai ficar aqui?
- vou.
Vic ficou chocado.
- que?
- Victor fica em paz eu não vou fazer nada com você, só vou te ensinar a usar os produtos se quiser fico de costas.
- eu honestamente preferia tu fora daqui.
- Victor....
Por algum motivo o jeito que Cesar falava fazia ele querer obedecer, mas ainda estava muito envergonhado.
- pode ficar de costas?
- sem problemas.
Vic tirou as roupas e Cesar as levou pro seu quarto e voltou pra dentro do banheiro de olhos fechados, foi o banho mais bizarro da sua vida.
Uma coisa tinha que admitir os produtos deixaram sua pele um veludo.
Saiu do banheiro e viu Cesar o esperando com um roupão e uma cueca novinha, o mais velho entregou os dois e logo morrendo de vergonha Vic estava na sala e todo mundo tava com alguma de tratamento facial na cara.
- vem cá.
Cesar bateu do eu lado e Vic obedeceu, o cabeludo o pegou e o fez deitar em suas coxas, ele era tão magro e delicado que parecia que poderia quebrar só de encostar, ele parecia a edição limitada de alguma boneca muito cara, e falando em bonecas Vic estava fascinado com a quantidade de action figures do rapaz, ele curtia anime então estava empolgado com aquilo.
- que foi Vic algum problema?
- não...de jeito nenhum, eu só não escuto muito kpop...
- acho que desse aqui você vai gostar.
"dreamcatcher - because"
Definitivamente tinha um ritmo de rock/metal mais parecidos com o que ele estava acostumado a ouvir no dia a dia, ficou felizinho.
- Gon cê tá estranho.
- não é nada demais eu so fiquei consolando o Thiago a noite toda.
- consolando?
Dante ficou preocupado com o primo.
- a Jasper reconheceu o nome dela pela primeira vez e a gente perdeu...ele chorou a noite toda, eu entendo a frustração dele! Eu também tô muito triste mas nós dois trabalhamos...aí sei lá e só frustrante...
Alex era o que mais simpatizava com a situação de Gonzalez ali afinal ele também era pai, então decidiu o consolar.
- Tenho certeza que vocês vão estar lá nos próximos passos Gon
- Valeu Alex.
Vic sorriu involuntariamente enquanto Cesar lhe fazia um cafuné de forma automática, aquela sensação era bastante reconfortante.
- bons pais...
Todos olharam pra Vic.
- cês seriam bons pais...cês tudo...
- Valeu Vic...
Cesar respondeu e tirou a máscara da cara de Vic e começou a depilar a sobrancelha dele com o máximo de carinho e cuidado que possuía.
- não se preocupa Vic eu vou te dar um presente decente amanhã, relaxa.
- Tá tudo bem, ei não ligo muito pra aniversários, meu nascimento não é algo que deva se comemorado....mas meu irmão mais novo fez aniversário anteontem.
Não querendo cutucar a ferida mas já cutucando Samuel perguntou algo interessante.
- como são seus irmãos?
- não sei exatamente, não tenho um bom relacionamento com eles, minha madrasta não deixa, ela me odeia com toda as forças.
Cesar terminou de limpar a sobrancelha de Vic e o colocou sentadinho e colocou uma coisa para segurar o cabelo enquanto maquia, ficou muito fofo, Samuel continuou.
- seu pai deixa isso acontecer?
- ele não se importa comigo.
Para quebrar o silêncio desagradável Vic continuou.
- mas tá tudo bem eu tenho o tio Gregório...quer dizer tinha...eu acho.
O clima foi ficando meio triste e essa não era a intenção de Vic, sentiu Cesar aplicando alguma coisa no seu rosto e se levantando pegando uma maleta e abrindo, tinha muito esmalte ali
- escolhe uma cor.
- preto.
Cesar riu, sabia que ele escolheria essa cor, pegou a mão de Vic e ele tinha "mão de homem" as unhas principalmente estavam pedindo socorro sem pensar muito começou seu trabalho.
- Aí...
- fica roendo a unha o resultado é esse.
Vic deu uma risadinha inocente percebendo que o povo estava começando a se arrumar também, todo mundo era tão bonito....menos ele.
- que cara é essa Victor?
- sei lá....e que todo mundo tão bonito....já eu...
- Vic você é lindo.
- não tanto quanto tu.
Cesar olhou pra ele e revirou os olhos balançando a cabeça bem debochado.
- Qual a sua acendencia?
- Egípcia.
- Qual é a minha acendencia?
- judia?
- exatamente, o que nós dois temos em comum?
- faço nem ideia.
- somos lindas belezas mediterrâneas, você é lindo Vic, se tem uma estima muito baixa...
Cesar começou a pintar as unhas do gaúcho de preto e passar algo com glitter por cima achou bem bonitinho na realidade.
- acho que e a primeira vez que eu faço a unha na vida.
- percebi.
Vic riu e pareceu meio perdido ou ansioso pra falar aquilo.
- as vezes eu acho que não tenho direito de ser gay sabe?
Todo mundo parou e olhou pra Vic como se ele fosse um bicho de 7 cabeças, estavam bem preocupados com a saúde mental do pobrezinho na realidade, Cesar em particular o encarava com as sobrancelhas juntas.
- como assim direito de ser gay Victor?
- eu não escuto pop, eu não entendo de moda, maquiagem ou cabelo, eu nunca assisti um programa voltando realmente pro público LGBT, eu nem sabia que gays e aquelianos tinham bandeiras diferentes...
- tá...
Cesar estalou a língua pegando um lápis e então continuou.
- ...idai? Não existe uma receita pra ser gay, até onde eu saiba só precisa de uma coisa pra ser gay, que é gostar de homem, você gosta de homem não gosta?
- go-gosto...
- então tá bom, tu e gay, acabou, você não precisa preencher uma questionário para ser o que você é, só seja...agora olha pra cima.
Vic obedeceu e ficou agoniado sentindo Cesar mesmo com delicadeza começar a passar o lápis no seu olho, era uma sensação estranha.
Dante sorriu de canto, Cesar realmente não mudava.
- o formato do seu olho é tão fofo, vou fazer um delineado de gatinho.
- Tu é muito bom nessas coisas...
- Aprendi com a minha mãe.
- tenho certeza que ela foi uma mulher incrível.
Sorrindo Cesar começou a procurar entre as máquinas um batom que pudesse ficar bem delicado no gaúcho, mas não esperava ouvir a próxima frase.
- Queria me lembrar da minha.
Era possível ouvir uma formiga passando pelo chão de tão silencioso que ficou.
- calma gente foi só um comentário sem querer...tá tudo...
- pode sentir falta dela Vic...eu nem conheci a minha e sinto falta.
Dante se sentou ao seu lado olhando pro amigo com muita ternura, Vic prendeu a respiração como se quisesse chorar.
- eu não soube como ela morreu...até os meus 14 anos...todo mundo mentiu pra mim por 7 anos....eu achava que ela tinha morrido em um acidente de carro...quem me contou foi a minha madrasta...mas ela não me contou tranquilamente ou pra me ajudar a entender...era aniversário do Ulisses, eu só queria dar um presente pro meu irmão mais novo...eu fiz o tio Gregório dirigir por 8 horas, eu embrulhei o presente com esperança de talvez fazer ela gostar de mim um pouco, de ter um relacionamento com meu irmão....quando eu cheguei na festa ela e o meu pai já estavam bêbados, tudo bem é normal em festas, mas quando a Sandra me viu ela ficou com raiva e começou a gritar que eu tava estragando a festa que nem eu estragava a vida do meu pai...e que se eu tivesse um pouco de vergonha na cara...pra eu me matar como a "retardada" da minha mãe tinha feito.
Silêncio, mas no fundo tava todo mundo com muita raiva, sentiam algo impossível de se colocar em palavras.
- o tio Gregório e o meu pai saíram na porrada, meu tio deslocou o braço do meu pai...a Sandra ligou no outro dia pra pedir desculpas, mas a nossa relação que já era ruim piorou, a última vez que eu tive uma conversa com ela foi quando meu pai caiu de moto e eu cuidei dos meus irmãos por um tempo.
- você é muito bonzinho Vic.
Cesar achou o batom perfeito pro gaúcho bonitinho.
- as vezes eu fico pensando...será que eu não fui o suficiente? Será que a morte era melhor do que estar comigo?
- Ei! Victor! Para com isso, não é culpa sua!
Samuel falou olhando serio para o gaúcho bonitinho.
- eu sei que não, mas as vezes eu acho que não fui feito pra ter família sabe...eu nem sei ser um bom irmão mais velho...nem sei como começar um relacionamento com os meus irmãos...
- Você ama seus irmãos?
- acho...que sim....
- se ele te amarem também... não vai precisar fazer muita coisa, ser irmão mais velho não tem haver com sangue, tem haver com amor e cuidado.
Cesar falou isso pegando uma base de Samuel já que ele era o mais próximo da cor de Vic, fez uma maquiagem bem leve e separou alguns demaquilantes explicando como usar para Vic.
- temos perucas mas seu cabelo e tão fofo, acho que vou dar um jeito.
Cesar dividiu o cabelo de Vic em seções e por quase uma hora, ficou penteado, escovando e passando prancha no cabelo do gaúcho, o resultado foi bem agradável.
Maquiagem feita, cabelo pronto hora de se vestir.
- temos a mesma altura mas você parece mais alto que eu.
- e a sua escoliose big brother...
- a postura gamer!
- Você também não tá muito diferente não Samuel.
- ei!
- concordo com o Dante-San, mas se vocês quiserem eu ajudo a alongar.
- vocês tão mesmo falando de altura na minha frente????
Vic tinha que admitir que aquilo era muito divertido, todo mundo parecia muito íntimo e amigo, era legal se sentir daquele jeito, sem medo de se esconder ou ser julgado.
- chega de brigar! Vic vem aqui deixa eu ver um negócio.
Vic era magrinho mas bem definido, bem bonitinho na realidade, Cesar queria achar um look legal pra ele, tirou uma saia e um shorts protetor, um top e uma camisa se botão, um tênis branco e o toque final um arquinho, tinha chegado o momento...era hora de aquendar.
Foram os 20 minutos mais desesperadores daquele dia até o momento, doeu pra caramba e quando falou isso Cesar entrou no quarto desesperado pra ajudar, depois de muita luta e humilhação...o pau tava pra trás.
Achou a saia um negócio estranho e muito arejado, vestiu o top com cuidado pra não estragar o cabelo e a blusa por cima, por último Cesar colocou o arquinho em sua cabeça e sorriu com o resultado.
- ficou perfeito, só falta treinar a voz um pouco e podemos ir, terminem de se arrumar.
Cada um começou a focar na sua própria montagem, Joui ainda tinha um pouco de dificuldade então Gon e Alex ajudaram.
- Você é mais musculoso do que aparenta ser.
- eu fiz artes marciais na academia dos Leite.
- Esse não é o sobrenome do Marcelo e do Murilo?
- sim, os pais deles tem a única academia de artes marciais e musculação na cidade inteira.
- por isso eles foram capazes de enfrentar meus irmãos tão fácil...
Dante falou baixinho enquanto curvava os cílios.
- eu não sou muito de atividades físicas mais eu precisava ficar mais forte pra realizar meu objetivo.
- objetivo? Ser delegado?
Gon perguntou muito genuinamente arrumando a peruca que tinha pego emprestado de Cesar.
- eu nunca quis entrar pra polícia ou servir no exercito, eu queria ser mecânico igual meu tio Gregório e trabalhar pro tio Brulio.
- Então por que virou policial?
Conheciam Vic a pouco tempo mas aquela cara era muito estranha, e principalmente raivosa e rancorosa.
- eu queria prender os Assombrados.
Alex em particular parecia muito interessado naquele assunto e olhava Vic intrigado e bastante curioso.
- eu tinha tanta raiva deles, nenhum deles nunca pagou pelas merdas que fez por que o Seu Rodolfo tinha toda a polícia da cidade na palma das mãos, ele subornou o antigo delegado mais vezes do que o número de cabelos de todos nós juntos temos na cabeça, não só pela merda que fizeram com o Arthur, mas por todo o caos e maldade que aqueles merdas faziam na cidade, desde o dia que o Arthur foi liberado do hospital, eu prometi que faria a vida daqueles desgraçados um inferno, que eu ia fazer eles se arrependerem de terem machucado meu amigo, assim que eu entrei na delegacia eu expus todo sistema de própria e tive o prazer de prender o seu Rodolfo por suborno, mas ele pagou a fiança, eu fiz cada passo que eles davam em Carpazinha um motivo para prender eles, e enfeitei a ficha criminal deles de todas as formas possíveis.
Vic fechava as mãos com tanta força que começava a ficar vermelha e era possível ver ele tremendo de raiva.
- eu consegui demitir ou prender todos os policiais que um dia aceitaram suborno, eu prendi o Lúcio tantas vezes por posse de drogas ou direção alcoolizada, toda vez que o seu Rodolfo vinha pagar a fiança eu ficava bem sério e quando eles iam embora eu caia na gargalhada, eu ia fazer aquele velho nojento gastar cada centavo da herança dele naqueles merdas da gangue dele, e eu tava quase conseguindo, eu sei que agora ele só tem um carro velho, o casarão e um pedaço de terra, eu tenho certeza que ele não tem mais dinheiro nenhum fisicamente pra gastar...tudo que eu quero e destruir os Assombrados...eles destruíram os sonhos do meu amigo...um olho só como vingança não é o suficiente, eu quero arrancar a cabeça inteira.
Silêncio....um silêncio muito muito estranho.
- caralho você tem uns parafusos a menos garoto.
- Victor me lembra de morrer teu amigo
- acho que você tá precisando de uma luz, vou rezar por você...
- Victor-kun eu posso te ajudar a meditar.
- eu gosto muito mais de você agora!
- Vic.... obrigado....
Todos olharam para Alex meio perdidos.
- Obrigado por ter feito justiça ao Arthur.
Vic sorriu.
- Amigos são pra essas coisas.
Todos terminaram de se arrumar e estavam muito bonitas mesmo! Cleo pegou sua caneta profissional e colocou na mochila pra fazer uma pequena seção de fotos.
(Roupas que as drags estavam usando são a capa)
- você ficou muito linda, só falta uma coisa...
- Falta?
- Sim...um nome....
- deixa Vic mesmo...
Cleo pareceu extremamente ofendida com aquela insinuação ou possibilidade.
- eu pessoalmente ajudei cada uma das minhas filhas a escolher um nome baseado em suas características e identidades, você não seria diferente, se eu já não fosse Cleo, com toda certeza esse seria o nome perfeito pra você, afinal Cleo e o diminutivo de Cleópatra, que foi uma rainha Egípcia.
- então todos os nomes tem algo haver com a Etnia de cada um?
- Não, não.... Roxane foi esposa de Alexandre o grande, e também quer dizer raio de sol, o nome perfeito pro meu Sunshine, Tiressias foi um sábio que por anos foi uma mulher e compreende o que é ser dois gêneros a mesmo tempo e quer dizer "campo de trigo" a mesma cor do cabelo dela, Makeda foi uma das mulheres do rei Salomão, também conhecida como rainha de Sabá, significa grandiosa ou soberana e é exatamente isso que ela é, principalmente levando em conta sua posição como Verissimo, Eva acho que é meio alto explicativo, afinal ela sempre consegue tudo que quer com esse sorriso lindo e poder persuasão, e a Sakura que é a mais delicada e gentil entre nós, como uma flor, quando se tem um nome se tem identidade, e esse é um poder que você não faz ideia ainda de como é importante.
- mas...eu não sou ninguém importante ou inteligente o suficiente para.
- shiiu! Todas as minhas filhas são rainhas e você não será diferente.
Cleo pegou o celular e jogou nomes egípcios no Google e entrego na mão de sua nova filha para que ela escolhesse um, quando ela ainda mostrou incerteza chegou perto lendo os nomes em voz alta para ver se algum combinava.
- esse aqui é interessante... Nefertiti...uma rainha...
- não estou nem perto disso.
- mas ainda é uma rainha, então Nefertari, uma rainha e deusa, a mais bela.
- mas ce- quer dizer Cleo?
- combina com você.
Sem escolha ou coragem pra retrucar Tari se conformou com seu novo nome e novamente agora com todo mundo já montado foram dar um rolê.
Makeda tentava a todo instante deixar a roupa de Nefertari mais curta e por mais esquisito que parecesse, ela estava empolgada com aquilo.
Foram no beco do Batman e com Jasper em um carrinho de bebê lá estava Thiago pronto pra ajudar na seção de fotos, todos se divertiram muito e logo era hora de ir pra boate.
Bruno estava tranquilo no telhado conversando com seu tio Chris em inglês algo de negócios quando muito tímida e um pouco envergonhada Tari tocou no ombro do namorado que prontamente olhou pra trás travando de boca aberta.
- go-gostou?
- você tá demais...
Tari ficou vermelha e Bruno quase derrete de tanta fofura, Christopher também elogiou sua aparência e saiu em uma direção que não eram as escadas.
No canto do telhado Chris e Mark seguravam Gregório determinados, mas por incrível que pareça o mais velho só olhava pro sobrinho chocado, porém era fácil ver o quanto tari estava feliz, não teve escolha a não ser sair dali com os dois mais altos.
Aviam se passado algumas horas e por algum motivo Tiressias começou a tossir e ter falta de ar, mesmo com sua bombinha de asma ela parecia não estar bem, sem escolhas tomou um de seus remédios o problema e que isso lhe deixava sonolenta.
Cleo percebeu a loira ficando tonta e pescando mesmo em pé e em segundos a puxou para descansar um pouquinho em um andar dos quartos.
- Você tem que deitar um pouco.
- não quero...
- vamos deita...
- não quero ficar sozinho
- Dante....aaaah
As vezes Cesar esquecia que aqueles bracinhos de graveto eram mais fortes do que pareciam, então ser puxado daquele jeito embora tenha tomado um susto, não estava surpreso.
- Deita comigo.
Preso numa chave de coxa e com Dante agarrado nele como se o mundo fosse acabar em poucos segundos Cesar não teve escolha a não ser ficar lá com ele na cama.
Ficou uns minutos olhando pro teto porque tinha esquecido o celular mas então resolveu olhar pra Dante.
- você parece algum anjinho de alguma pintura renascentista, tão bonito que dói...
Encostou o rosto com cuidado da testa do mais novo e deu um beijinho ficando preocupado.
- A febre ainda tá muito alta....você sabia que não podia tomar gelado, eu até fiz chá pra você mas você escolhe tomar uma coca gelada... teimoso...
Abraçou ele um pouco mais forte, Dante era bem levinho então não tinha problema em sair do agarrão dele, só não achava certo.
- sempre achei você parecido com a Cinderela, principalmente por causa dos seus irmãos, mas no momento você tá a própria bela adormecida....
Cesar começou a ouviram uma música bem lá atrás e sorriu controlando as partes que sabia
"hold me while you wait - lewis capaldi"
Cantarolava feliz fazendo carinho nos longos e bem cuidados cabelos de Dante enquanto se balançava um pouquinho como se quisesse ninar o mais novo de alguma forma, estava tranquilo cantando
"Hold me while you wait
I wish that I was good enough (Hold me while you wait)
If only I could wake you up (Hold me while you wait)
My love, my love, my love, my love
Won't you stay a while? (Hold me while you wait)
Tell me more, tell me something I don't know
Did we come close to having it all?
If you're gonna waste my time
Let's waste it right
And hold me while you wait
I wish that I was good enough (Hold me while you wait)
If only I could wake you up (Hold me while you wait)
My love, my love, my love, my love
Won't you stay a while? (Hold me while you wait)"
Quando a porta abriu de forma furiosa e um Gal raivoso veio pra dentro do quarto ameaçando gritar, Cesar abraçou Dante com força olhando raivosamente para Gal.
- O QUE VOCÊ-...
- CALADO....One more word and I'll kill you...I swear... I'll kill you...
Gal sabia que quando Cohens trocam de idioma assim é porque estão com alguma emoção muito forte a flor da pele, e honestamente julgando pela cara de Cesar ele não estava blefando em sua ameaça.
- You Won't rip them out of my arms like you did when we were kids, nothing's stopping me from killing you anymore, they don't trust you, they don't need you anymore.... I won't let you hurt them again
Os olhos negros de Cesar fuzilavam o azul profundo e triste de Gal, uma briga de espadas teria jorrado menos sangue.
Arthur estava babando no seu marido lindo de drag e se perguntando honestamente como Alex conseguia fazer seus peitorais parecerem realmente peitos quando recebeu uma mensagem de Carla, a próxima visita para ver Agatha tinha sido agendada...mas infelizmente agora eles tinham um grande problema pra resolver.
- O Gal tá demorando né Léo?
Leo guardava o dildo em forma de de língua alienígena e bufava encarando Erin bastante bravo.
- o que tanto você quer com meu irmão? Tá infernizando o coitado.
- eu não sei ao certo, só é muito divertido provocar ele.
- Deixa o meu irmão em paz Erin...o Gal não tá legal das ideias...
- eu sei, por isso mesmo e tão legal mexer com ele... porque eu também "não tô legal das ideias"
Bea terminou de ensaiar "Move - Taemin" e Daniel apontou pra ela enquanto Aron olhava no palco, não sabia o que estavam conversando mais ficou feliz.
Kennan subiu no palco e se alongou pedindo "ateez - inception" para Samuel, Miguel pegou o celular e começou a gravar, se Mari não queria falar com eles mostrariam seus sentimentos de outra forma.
Enquanto isso Mari estava tentando muito entender o porque de Laura ter pedido para falar com ela e agora estava travando olhando pro chão.
- Laura aconteceu alguma coisa?
- Eu...eu quero transar com a Liz....
🌸💮
Jun estava sentindo algo estranho em Yome, ela parecia estar tentando compensar algum erro ou coisa do tipo, podia a conhecer a pouco tempo mas era fácil reconhecer quando ela estava ansiosa.
- Yome-dono aconteceu alguma coisa?
- de maneira nenhuma Jun-Sama...só estou ansiosa com uma coisa.
- e o que seria?
- alguns negócios da minha família, nada demais...
"Negócios??? Será que eles querem mesmo desfazer o noivado??? Não....se isso acontecer...meu pai...eu tenho que fazer algo..."
Jun chegou perto da noiva e colocou a mão no rosto dela a fazendo olhar pra ele e Yome imediatamente ficou vermelha.
- não se preocupe Yome, eu estou com você pro que der e vier.
Jun sabia que era um homem bonito e sabia exatamente como manipular alguém mais novo.
- o-obrigada Jun-Sama....
Aquilo era muito fácil.
🌸💮
💉💚
Henri estava sentado no laboratório com um mapa genético disposto na sua frente e o observava com muita atenção.
Tinha colocado "devil eyes - zodivk" pra tocar enquanto analisava as possibilidades e sinceramente estava cada vez mais infeliz com seus resultados, pelo menos até agora.
Nubi e Hanna vinham empolgadas e felizes com uma notícia incrível, era verdade! Eles tinham achado uma solução!
Henri rapidamente fez uma chamada de vídeo com Otto.
- está de bom humor senhor Henri.
- melhor do que você imagina....e eu tenho uma missão pra você.
💚💉
☠️🕸️ Assombrados ☠️🕸️
Kauã novamente estava no hospital com seu irmão, dessa vez lendo pra ele, livro inclusive que tinha sido presente de Lorenzo, "O cortiço"
As enfermeiras andavam pra lá e pra cá ovinho Kauã ler alto pro irmão.
Como sempre ele segurava mão do gêmeo mais velho, estava tudo bem até o careca simplesmente parar de ler e levantar de supetão, uma das enfermeiras foi socorrer.o gigante.
- senhor tá tudo bem????
- eu senti ele apertar Minha mão.
☠️🕸️ Assombrado ☠️🕸️
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