Vic tinha uma cara seria e meio incomodada, isso deixava Bruno em alerta e um pouco arisco, ele estava igualzinho um gato puxando briga, só faltava arquear as costas e ficar arrepiado, por algum motivo Vic achou aquilo muito engraçado.
- Quem diria? Achei que fosse ficar pra lá pra são Paulo igual ao seu primo
(nota: Tadeu está se referindo ao Arthur)
- Não se preocupe com isso Tadeu, só vim resolver algumas coisas e voltarei pra São Paulo.
- Aproveita e fala pro ingrato do meu primo e do meu irmão darem notícia de vida, tá pra mais de mês que eles não respondem nem a Tati.
Vic virou seu olhar para a moça bonita segurando as duas crianças pela mão, se os primos Leite não tinham respondido a ela queria dizer que eles não tinham assunto, eles não eram o tipo de simplesmente cortar contato.
- Eles só estão ocupados.
- Estão tão ocupados a ponto de não responder a própria família?
Vic ficou levemente de mal humor ouvindo aquilo então decidiu ser um pouco mesquinho.
- Bem o Marcelo tá no Rio agora acompanhando um dos novos patrões, então sim acredito que ele esteja muito ocupado, já o Murilo tá ajudando o outro patrão...Diferente de um certo alguém, os dois nunca deixaram de querer melhorar de vida, eles não vão tentar traumatizar alguém por um pouco mais de dinheiro, tudo que eles têm veio do trabalho deles.
Foi possível ver fumaça saindo das orelhas do mais velho ali, por um segundo Tadeu pensou em dar um socão na cara de Vic, mas levando em conta o quanto ele era querido e pelas pessoas na cidade e o fato dele ser o delegado, sem contar que de longe Vic tinha sido um dos melhores alunos do Dojo de sua família o fazia repensar um pouco essa atitude, então engoliu sua raiva.
- Eles ainda estão bravos pela pegadinha que fiz quando a gente era criança? Eles deviam crescer um pouco, guardar rancor faz mal pra saúde.
Vic viu vermelho, quase pulou na jugular de Tadeu e lhe descia a porrada, quem era ele para criticar a dor dos outros, principalmente quando ele mesmo era o causador da dor.
Sua cara deveria estar péssima porque as meninas se esconderam atras das pernas de Tati, porém não parecia que elas estavam olhando pra ele, seguiu a direção do olhar das meninas e entendeu o medo das crianças soltando uma risadinha pelo nariz.
- Vida, tu tá assustando as crianças.
Colocou a mão no ombro de seu namorado e Bruno suavizou a expressão quase de imediato.
- Desculpa Cupcake não era a intenção.
“Ele é bonito”
Tadeu pensou consigo mesmo e sabia que Tati tinha pensado a mesma coisa, além de ser muito alto e ter olhos de uma cor quase magica ele parecia ser levemente mimado, a imagem perfeita de um rapaz de Old Money, das roupas que ele usava ao perfume que se espalhou por quilômetros, a postura dele era de dar inveja e a voz grossa um charme, mas o que mais chamou a tenção de Tadeu foi o físico do rapaz, se tivessem alguém como ele no dojo era vitória certa no próxima temporada.
- É quem é esse pia do seu lado?
Ser chamado de Pia era muito estranho, aceitava isso de seu sogro porque obviamente comparado a ele, Bruno era uma criança, mas aquele homem na sua frente devia ser uns 5 anos mais velhos que ele no máximo, ainda sim engoliu as reclamações que queria fazer em silencio.
- A sim, meu namorado, Bruno.
O olha de Tadeu perdeu o brilho, mas não pelos motivos que Vic imaginou.
“Coitado do Victor, olha o tamanho desse cara”
Novamente o sorriso lindo do meio australiano fez o coração de Vic pular uma batida, ele estava genuinamente feliz em ter saído do armário, e principalmente feliz por ser o namorado de Bruno.
- Se tu não tiveres mais nada pra falar comigo eu e o Bruno estamos ocupados, eu não vou ficar em carpazinha muito mais tempo, tenho algumas coisas para acertar em relação a minha exoneração e passar meu posto, Tati foi um prazer te rever, eu falo pro Marcelo mandar mensagem quando voltar do rio de janeiro.
Ao longe um caminhão chegava ne frente do prédio onde os primos leite e Ivan moravam, e talvez ai Tadeu percebeu que os dois realmente não iriam voltar para Carpazinha.
Thiago acordou meio dolorido, nada muito grave, esticou a mão pegando seu aparelho auditivo já o colocando, sabia que ninguém na família de Gon falava libras então achou melhor se prevenir, estalou o maxilar e olhou pra baixo vendo Gon dormindo no seu peito, ele parecia tão tranquilo e inocente daquele jeito que se questionava se tinha realmente dado pra mesma pessoa na noite anterior.
Voltar pra festa foi um desafio, além da vergonha tremenda que estava de ter que ficar em pé enquanto se sentia meio “aberto” ele só conseguia pensar em Gonzales, olhar pra Gonzales e sentir ciúmes de não estar agarrado nele.
Gentilmente colocou a mão na cabeça do Noivo fazendo um leve cafune, o cabelo dele era tão macio e fofo que fazia Thiago questionar muito seriamente o fato dele te-lo mantido curto por tanto tempo.
- Cariño...
Os olhinhos sonolentos se abriram devagar e outra vez Thiago se sentiu um pouco deslocado no universo, ele sabia que era o herdeiro mais bonito da sua geração, ainda sim, olhar para seu noivo o fazia questionar muito esse fato.
- Dormiu bem?
- Eu dormi abraçado com você, não existe possibilidade de eu não ter dormido bem.
Tinha acordado a só 15 minutos e já estava se sentindo envergonhado e tímido, como pode alguém tão pequeno deixa ele tão sem chão?
Gon se levantou e se espreguiçou gostoso, ele parecia mais calmo agora, viu ele esticar a mão pra o ajudar a sair da cama e assim que ficou em pé sentiu dor de cabaça e tontura.
- tá foda né?
- Nem me fala, você bebeu mais do que eu! Como pode estar tão tranquilo?
- Eu queimei muito açúcar ontem com você, não e preocupe comigo.
Deu uma piscadela em direção ao ex repórter e Thiago sentiu que iria explodir de vergonha, só Gonzales conseguia fazer ele ter esse tipo de reação.
O café foi simples, a Host Family de Gon já tinha voltado pro hotel onde estavam hospedados, eles partiriam no dia seguinte, os Obscurite também estavam com uma ressaca daquelas, principalmente Mark, mas ninguém estava tão ruim quanto Dante, o pobre coitado estava até um pouco verde e tinha um saquinho de mercado com gelo na cabeça.
- Vai bonitão, bebe como se fosse o ultimo dia da sua vida!
- se continuar assim vai ser mesmo.
- Credo Thiago!
Tabaco e Mel riram um pouquinho da carinha de dor de Dante.
- Alguém aqui tá muito empolgada pra ver os papais!
Bea apareceu toda feliz e sorridente com Jasper no colo, a bebe viu Thiago e se esticou toda pra ser segurada pelo pai, quando Thiago pegou ela no colo pode ver que ela estava muito cheirosa.
- Dei banho nela já, ela é calminha igual ao Gonzales quando pequena, calminha e tranquila.
Rosario entrou na cozinha toda feliz, era bom ter tantas pessoas boas em sua casa, estava muito feliz.
Ficaram na Casa de Rosario até mais ou menos 3 da tarde, almoçaram lá e ainda levaram marmita pra casa, o mais feliz com isso era com toda certeza Gonzales, tinha carne pra 5 pessoas naquele pote.
Dentro da Van Thiago estava agarrado em Desirée, ele estava honestamente apavorado com a possibilidade de ela simplesmente sumir outra vez.
Tabaco e Mel desceram primeiro, e Thiago fez sua antiga baba jurar que não iria embora sem falar com ele primeiro, Mark e Dominic asseguraram que ela não iria fazer algo como aquilo outra vez.
Assim que chegaram no apartamento Thiago foi colocar Jasper no playpin ela não tinha tido muito estímulo aqueles dias, a lobinha pareceu muito feliz em ver seus brinquedos.
Voltou pra sala e viu Gon procurando alguma coisa, e sabia muito bem o que era.
- Não vai achar suas cartas e seus desenhos fácil assim meu Lupin.
O mais novo do casal olhou para seu Noivo inconformado com o que tinha descoberto, ele já tinha passado muita vergonha na vida, não queria mais aquela!
- Eu não sei o que você quer com aquele monte de papel velho e tralhas, eu devia ter jogado no lixo a muitos anos.
Sentiu Thiago se aproximando e olhou pra cima, o olhar de Thiago era serio pra ele agora, sentiu a mão dele no seu rosto fazendo um carinho, e então um beijo tão amoroso que fez o meio mexicano quase derreter nos braços de seu futuro marido.
- Nunca mais diga isso...
- Thiago?
- Esses papeis são muito importantes pra mim Gonzales.
- O que? Por que?
Segurou a mão do amor de sua vida e o trouxe para sentar-se no sofá, ele estava tão sério que deixava Gonzalez um pouco ansioso, puxou o ar e pareceu um pouco triste, não sabia como se sentir em falando sobre aquilo.
- Gonzalez... o seu amor... e a coisa mais maravilhosa que eu já possui em toda minha vida, e saber que você me amou mesmo quando eu mesmo não me amava... me faz acreditar... que... eu não sou só um desperdício de espaço, que eu sou mais do que um cara gostoso, uma boa foda, você me amou Gonzales, antes mesmo d’eu saber me amar...e eu quero cada pedaço desse amor, no passado, no presente e no futuro, eu quero tudo que você já sentiu por mim, porque você merece que eu te ame mil vezes mais, eu quero cada partezinha sua...porque eu quero poder te dar tudo e muto mais, você é tudo pra mim, você me deu uma filha, você me deu uma família, então eu preciso entender cada parte sua, eu quero que você sinta que valeu a pena esperar por mim, eu vou valorizar cada pedaço do seu amor, não importa o quanto ache que é algo bobo, se você fez pensado em mim, vale mais do que qualquer coisa no mundo aos meus olhos.
Sentia as bochechas quentes e o coração acelerado, e outra vez sentiu os lábios do seu marido no seus, como ele poderia dizer não para o amor da sua vida?
Bea a Dante ficaram no apartamento deles, Orpheu já tinha sido deixado lá por um luzidio e a ave ficou muito feliz em ver os donos.
- Sentiu minha falta Filho!!!
Bea sentiu o seu urutau sentando no seu ombro e ele se esfregou na sua cabeça demonstrando muito carinho, ter o amor de um animalzinho e algo muito surreal.
Dante tomou remédio pra ressaca e foi se deitar, no sofá, Bea se sentou ao seu lado e pegou uma mecha do cabelo de seu irmão brincando um pouco, essa atitude fez o mais velho sorrir com bastante carinho.
- as vezes nem parece que você já é adulta.
Bea mostrou a língua e voltou a brincar com o cabelo do irmão, um pouco de silêncio não fazia mal a eles.
Durante a paz dos irmãos Portinari algo dentro de Dante fazia ele parecer inquieto.
- Irmão? Qual o problema?
- Eu estava pensando...
- Não gostei dessa cara.
O loiro ignorou a irmã mais nova.
- Bea, o que acha de transformar o Gal e o Léo em amores?
- O que?
A moça bonita parecia meio surpresa com a sugestão, Dante se levantou percebendo o desconforto de sua irmã, ela estava tendo um grande conflito interno, olhou para Dante procurando conforto e afirmação.
- Eu não sei se isso é uma boa ideia.
A inquietação da morena fazia transparecer que tinha algo muito errado naquela proposta, como irmão mais velho Dante quis que Bea se sentisse o mais segura possível falando sobre aquilo.
- Bea, você pode falar comigo sobre qualquer coisa lembra, eu vou te escutar.
Viu as lágrimas se formando nos olhos da irmã e ficou preocupado.
- Bea?
- Eu não sei...
- Sabe o que?
- Eu não sei se eu consigo amar eles o suficiente.
Silêncio.
- o-que você quer dizer com isso?
Bea parecia tão confusa e assustada por algum motivo, se sentiu abraçada pelo irmão mais velho e chorou no peito dele por uns bons minutos, Dante também não sabia o que fazer.
- Eu sou uma irmã ruim...
- Não... é claro que não...
- Eu perdoei eles, eu juro! Mas eu não consigo amar eles igual eu amo você e o Thiago.
Dante abraçou a irmã com mais força e parou um pouco para pensar sobre essa situação também.
- Eu sei que isso é muito difícil...mas a gente precisa proteger eles também....
Bea se afastou limpando as lágrimas um pouco confusa com a frase do irmão
- O Gal e o Léo não tem ninguém por eles na Ordem, eles só estão conosco por causa do acordo com o tio Hector.
Eles ainda não sabiam exatamente o que tinha sido oferecido para o senhor Veríssimo, mas eram gratos por ser valoroso o suficiente para poderem rever seus irmãos.
- O Gal começou a namorar a Erin, então talvez ele consiga mais credibilidade no futuro, mas isso não garante segurança, se nós fizermos deles amor talvez eles tenham uma chance maior de ter uma vida estável na Ordem.
Bea ficou em silêncio por alguns segundos pensativa, mordia os lábios e brincava com os dedos ansiosa.
- Gaspar....
Dante não gostou de ouvir seu nome no contexto daquela conversa, Bea continuou a falar.
- Se em uma situação de vida o morte, os nossos irmãos e o Murilo tivessem que serem salvos...quem você escolheria?
Os olhos de Dante se arregalaram e então ele também começou a chorar um pouco cobrindo a boca com uma das mãos e a outra no coração.
- Por que eu não consigo escolher eles? Por que se fosse você ou o Thiago nessa suposição eu não sentiria essa dúvida? Eu amo nossos irmãos... Então... Por que?
Agora os dois choravam, aqueles sentimentos dolorosos e conflituosos faziam eles se perderem em pensamentos não muito saudáveis.
"Quando foi que eu parei de me importar com meus irmãos mais velhos?"
Dante e Bea tinham a Ordem para se apoiar, já seus irmãos não tinham ninguém, enquanto eles passavam o resto da infância deles na França e depois no Brasil, seus irmãos ficaram presos na Itália com Giovanni, quando eles tinham se tornado tão indiferentes as dores de seus irmãos?
- O Henri me trancou naquele armário, hoje eu tenho claustrofobia, e por causa da queimadura na sua costas que o pai fez você tem pirofobia, eu não sinto mais tanta raiva, eu sei que eles eram só crianças igual a nós...mas eu não consigo...
Dante secou as lágrimas e puxou Bea para um abraço, eles ainda precisavam de muita ajuda psicologica para entender aqueles sentimentos.
Já era noite quando Gal consegui deixar seu quarto com cara de quarto mesmo, desfazer malas não era sua atividade favorita, Leo já tinha terminado de arrumar a dele a um bom tempo inclusive.
- Bom não tá, mas da pro gasto.
Se sentou na cama e sentiu o cansaço batendo, estava muito feliz e relaxado com tudo ao seu redor, se pegou pensando enquanto aquele apartamento tinha se tornado tão confortável.
Se deitou na cama fazendo seus cabelos se espalharem bem bonitos igual a uma obra de arte no lençol branco, aquela sensação de paz era muito boa.
Recebeu uma mensagem no celular e viu que era de Erin falando que tinha mandado coisas pra ele e pra Leo jantarem, essa atentividade de Erin lhe deixava um pouco inseguro.
"Eu não acho que mereço uma namorada incrível assim..."
Bufou cansado e olhou para o teto branco e sem vida, era errado ele se achar tão desinteressante quanto aquele teto? Erin era tão cheia de vida e brilhava por onde passava, já ele....
- Tô pensando demais em coisas desnecessárias, esse relacionamento não vai durar muito de qualquer maneira.
Ser pessimista era algo tão natural pra ele que mesmo se machucando com as próprias palavras ele não parecia compreender seus significados.
- Eu só me encrenco nessa vida.
Leo estava no seu quarto tendo uma crise existencial diferente, ele sempre foi cortejado, afinal era um rapaz muito bonito, porém descobriu que Ivan era alguém mais prático.
- Acho que eu preciso achar um jeito de te levar pra sair logo...
Ivan estava feliz sentado entre as flores do seu Jardim, ele se sentia bem em paz por ali.
- Ivan te trouxe um pouco de café, seu Gregório passou agora.
Murilo lhe entregou a xícara e se sentou no chão com ele.
- O Marcelo já tá na casa dos parentes do Samuel, ele parece super travado nas fotos.
- Ele deve estar morrendo de vergonha isso sim, ele nunca gostou de ter atenção encima dele, desde que a gente era pequeno.
- Meu melhor amigo é muito tímido e gentil, uma pena que ninguém perceba ou valorize isso.
- Nem fala, ele sempre chora nos filmes, mesmo que não seja um filme triste.
- Ele é um homem bom...sou muito feliz por ser o melhor amigo dele.
Murilo se encostou no mais velho e respirou fundo olhando aquele fim de tarde tão bonito, esperava que seu primo estivesse pelo menos se divertindo.
A família materna de Samuel era composta em sua maioria por mulheres já adultas e belíssimas, conseguia entender perfeitamente o porquê do senhor Veríssimo ter se relacionado com Dona Anna, a ex modelo e atual rainha de bateria se destacava entre suas parentes, ela tinha um corpo escultural e uma aura bem atrativa, ainda sim, mesmo no meio de um lugar onde todos se pareciam bastante, Samuel era um destaque.
Outra coisa também, sem dúvidas NENHUMA Samuel era a cara do pai, mesmo que não parecesse de primeira, agora comparando com a família materna era IMPOSSÍVEL não reparar na semelhança, principalmente de perfil, sem contar também que ele é Mia tinham os olhos muito parecidos em formato, Mia era um pouco mais "olhuda" mas até a proporção de pelos na sobrancelha parecia ser a mesma entre os irmãos Veríssimo.
Para piorar a situação também percebeu que Jiro e Olívia também se pareciam com Samuel, de uma maneira que era fácil saber que eles eram parentes de alguma forma, e isso a parte Olívia estava muito bonita com a Leace loira.
O churrasco estava gostoso, mas como o gaúcho ele ainda achava que conseguia fazer um melhor, mesmo que ninguém tivesse perguntado ou sugerido algo assim.
Entre Os gaudérios Ele sempre foi o mais quieto, então mesmo em um lugar com muitas pessoas falando e conversando, com uma música alta e coisas assim, ele queria ficar no seu cantinho, bebendo.
Ele nunca tinha estado em outro estado além de São Paulo, e ver como independente da onde ele estivesse brasileiros serão brasileiros era muito divertido, ele podia não ser fã de pagode mas nesse momento estava curtindo muito bem o Exaltasamba, ele nunca tinha assistido um desfile de carnaval na vida, mas agora estava fascinado com o pessoal da bateria que veio para festa, parecia que algo em ser brasileiro nós ligava e ele não era diferente, porém sua cara nunca foi das melhores! Então quem olhava para Marcelo no momento achava que ele estava detestando tudo aquilo, quando na verdade ele só estava refletindo sobre sua nacionalidade.
- você é muito sério!
- O que?
Olhou para o lado e viu o Jiro segurando um copo de caipirinha, ele parecia um pouco bêbado.
- onde já se viu um cara bonito desse não conseguir nem dar um sorriso?
- eu não acho que eu tenho um sorriso muito bonito... o Ivan tem! Eu e ele somos opostos, mas ele é o meu melhor amigo, então fico muito feliz quando ele sorrir! o sorriso dele é o suficiente para nós dois.
- bem você pelo menos é muito fofo!
- Desculpa mas eu não me acho fofa assim.
- em aparência realmente.... Ja as suas atitudes dizem outra coisa.
- não sei se entendi isso direito.
- não precisa entender...só continue assim o Samuel adora pessoas iguais a você.
Marcelo inclinou a cabeça para um lado procurando o sentido naquela frase, sabia que Veríssimo tinham seus gostos mais peculiares e não se importava estar na lista de: "coisas exóticas que o Samuel tinha achado interessante e pegado para ele" porém aquilo levantou algumas dúvidas.
- eu sei que ser o primeiro amor do Samuel coloca muita pressão em vocês os outros herdeiros, principalmente em você e na Olívia, então eu entendo que vocês tenham um pouco de ressentimento contra minha pessoa.
Jiro olhou para o gaúcho com uma cara de interrogação terrível, ele parecia bem ofendido com uma leve sugestão daquilo.
- se serve de consolo para você, nenhum de Nós estava se importando com isso, a grande surpresa é o Samuel se importar com algo! ele não liga para nada com o tanto que ele tem um computador e um jogo pra se distrair, ele sempre fica na dele, eu mesmo nunca soube que o meu primo era tão observador e principalmente o quanto ele se preocupava comigo...com todos nós na verdade... na minha cabeça ele sempre teve tudo mais fácil por ser filho do meu tio, mas ao mesmo tempo teve muito mais responsabilidade jogada encima dele ao mesmo tempo, A nossa relação deveria ter sido diferente desde o começo, mas a gente tava tão consumindo pela pressão e responsabilidades que não olhamos pro lado e nos mesmos nós afastamos.
Jiro rodou o copo vendo a pinga e o gelo dançando pelo vidro, melancolia não combinava com ele.
- Saber que ele encontrou alguém para ser um amor só prova que nunca entendi meu primo de verdade...sen contar que você é um amor... é impossível sentir algo negativo em relação a você, ou até para os outros Gaudérios.
Marcelo sentiu as bochechas meio quentes e viu Jiro abrir um sorriso simpático, o Asiático olhou ao redor procurando seus primos mas não encontrou no meio das pessoas, ficou levemente preocupado.
De frente para a mãe Samuel tinha um ar mais gentil, Anna não sabia dizer até onde isso era um sentimento verdadeiro ou apenas obrigação de seu filho.
- Sammy... Você tem certeza disso?
Olívia apertou a mão do primo mais velho e o olhou com honesta preocupação.
- Eu não quero colocar sua mãe em risco.
- Olívia querida eu vivo em risco desde que me envolvi com o senhor Veríssimo.
A senhora se voltou para seu unigênito e conseguia ver que o olhar dele para Olívia era bem mais doce do que para ela, nesse caso conseguia entender, afinal eles eram primos.
- Mãe, tudo que a senhora precisa fazer caso alguém venha questionar, o que é praticamente impossível, e dizer que eu estou ajudando uma prima....bem.... isso não é mentira no final das contas.
Anna respirou fundo e umedeceu os lábios, não era uma mentira, mas era arriscado, olhou outra vez para o Filho e ele estava bem sério agora.
- Tá, mas não vou me envolver mais do que isso.
Samuel abriu um sorriso lindo e correu em direção a mãe a abraçando com força e visivelmente aliviado.
- Obrigado mãe, a senhora é a melhor.
Anna estava feliz em ajudar mesmo que fosse só um pouquinho, sentia que isso ajudaria na relação dela com seu filho.
Liz se arrumou tão bem que parecia até que iria a outro jantar de gala, estava ansiosa e muito nervosa.
Sentados juntos na sala usando o tablet de Pedro para ligar para os outros gaúchos, nunca imaginou que sentiria tanto medo de fazer uma chamada de vídeo.
- Liz, vem cá, fica com o Pedro no colo, assim talvez eles não te encham de perguntas de uma vez.
Laura estava percebendo que Liz tinha uma cara PÉSSIMA, ficou até preocupada dela estar passando mal.
- mamãe Liz?
Sentiu dedinhos fofos encostando na sua bochecha e olhou para os olhos azuis de Pedro, ele parecia feliz por estar ali e empolgado pra falar com os avós.
- a mamãe tá um pouco nervosa pra falar com seus avós, então você pode ajudar a mamãe?
Abriu aquele sorriso lindo e com alguns dentinhos de leite meio encavalados, talvez fosse bom levar ele no dentista pra ter certeza que ele não iria precisar de aparelho durante a adolescência, ainda sim ele tinha um sorriso lindo!
Colocou Pedro no colo e quase infartou ouvindo o barulho da chamada de vídeo começando, na tela apareceram uma senhora já com alguns cabelos brancos no cabelo castanho claro, e do seu lado um senhor ficando meio calvo mas que obviamente era loiro e pouca coisa mais velho que a senhora, e ele tinha olhos azuis iguais aos de Laura e Pedro.
- Vovó!
- Oi Pedro!
- oi mãe, oi pai!
Liz travou, nem pisca se sentia suas pernas fracas, assista as interação da família como se fosse um dos móveis de sua sala, junto com o nervosismo também tinha um pouco de luto na sua mente.
Liz era obstinada, mas acima de tudo, muito sozinha, desde a morte de sua mãe e Duke (cachorro da Liz que morreu no acidente junto da Lucille) ela viveu sozinha, só depois de entrar na Ordem que ela tinha criado um verdadeiro ciclo de pessoas a sua volta, e o que a aterrorizava as vezes era o fato de que se não tivesse entrado na Ordem ela poderia ter morrido e ninguém nunca teria dado falta dela.
- Então você é a namorada da nossa filha?
Eles não pareciam feliz, mas também não pareciam tristes ou bravos, parecia mais que eles não estavam se importando, mas ao mesmo tempo se pudessem escolher não teriam escolhido ela como namorada da filha, eles pareciam bastante passivos na realidade.
- Muito prazer meu nome é Elizabeth, meus amigos me chamam de Liz.
- É um nome tão senhora para uma moça tão jovem e bonita.
A mãe de Laura foi simpática, Liz apreciou a tentativa de quebrar o gelo.
- Tu faz o que da vida Guria?
Liz sorriu involuntariamente, o sotaque gaúcho deles era tão forte quanto o de seu Brulio, dona Ivete e seu Gregório, isso a deixou um pouco mais relaxada por algum motivo.
- Eu sou formada em medicina e já atuei como cientista Florence e necropsista na polícia federal, atualmente eu estou investindo com um amigo muito querido meu na abertura de uma rede de clínicas e hospitais.
Os pais de Laura piscaram em sincronia, e se olharam parecendo finalmente reparar no ambiente da chamada, uma casa muito boa, podiam ver a piscina lá atrás e era muito óbvio que tinha um jardim também, se olharam outra vez um pouco sem graça.
- Isso é bem impressionante...você é tão jovem, tenho certeza que seus pais tem muito orgulho de ti.
A expressão de Liz ficou um pouco séria e bem triste, ela abaixou um pouco a cabeça e fez carinho em Pedro que como sempre estava se comportando muito bem.
- nunca conheci meu pai, e minha mãe já é falecida a 10 anos.
Silêncio, Laura olhava para sua namorada sentindo que talvez essa fosse a primeira vez que ela tinha se permitido deixar seu luto e tristeza vazar na sua frente.
- Eu sinto muito guria, não foi nossa intenção te fazer lembrar de algo triste.
- Está tudo bem, eu estou acostumada a estar sozinha.
Algo naquela frase fez o coração de Laura se enxer de uma tristeza tão dolorosa, em sua mente Liz estava em um pedestal, esse lado mais frágil dela era algo difícil de se assistir.
- Bem, então como está sendo viver com mais duas pessoas?
O sorriso lindo que ela deu fez Laura corar um pouco, Pedro também acompanhou Liz com um sorriso.
- Eu... estou muito feliz... E uma sensação muito boa, ter alguém com quem dividir meus dias.
Os pais de Laura pareceram mais felizes com aquela resposta.
- Mamãe Liz eu posso mostrar a Vênus pra vovó?
- Claro! Leve seu tablet lá pro quarto que ela tá fechada.
Pedro saiu do colo e foi levando o tablet pro quarto enquanto os avós perguntavam "Quem é Vênus?" Essa pausa fez Liz se sentir um pouquinho mesmos precionada.
- Tu se saiu bem.
Sentiu um beijinho na bochecha e ficou um pouco tímida, realmente, era bom não estar mais sozinha.
Erin estava aproveitando muito bem esse tempo livre, porém cabeça vazio oficina do diabo, mas Erin mesmo de cabeça cheia já tinha o diabo na cabeça.
"E se eu chamar o Gal pra passar o ano novo só eu e ele?"
Sentiu as bochechas quentes e ficou levemente tímida talvez ela devesse tentar ser um pouco romântica, já tinha entendido que quem tinha que guiar aquele relacionamento era ela, sem contar que ele era muito fofo as vezes, talvez devesse cozinhar? Queria fazer ele se sentir querido.
- Eu vou perguntar pra Bea depois.
Kennan se arrumou na cadeira enquanto Miguel se arrumava pela vigésima vez no reflexo do microondas, a tela tocou e não demorou 3 segundos para que Kennan atendessem e a primeira coisa que viu foi a cara de Kezia na câmera.
- oi papais!
O sorriso de Mari brilhou com honestidade, ver ela feliz daquele jeito era mais que o suficiente para os dois.
No apartamento dos Obscurite Desirée e Mark tinham tirado um tempo para acertar algumas coisas.
- e muito bom te ver criando novas amizades, só cuidado com seus pensamentos em relação a eles.
- Relaxa, eu sei que ele não quer um relacionamento.
Desirée se recostou no balcão com uma cara um pouco pensativa e meio curiosa.
- E como está o Balu?
Mark revirou os olhos e se recostou no balcão também, ele parecia um pouco entediado e bastante cansado.
- Honestamente não quero muito pensar nele por um tempo.
- Ele deve ter pisado muito mais na bola do que parece em...
- você não faz nem ideia.
A mais nova dos irmãos passou a mão nos cabelos e olhou pro nada perecendo pensativa, na realidade um pouco nostálgica e bastante melancólica.
- Eu senti muita saudade desse lugar...
- Você não quer ficar aqui? Eu volto pra frança...
Mark era um bom irmão mais velho, percebeu na hora que sua irmã não estava pronta para deixar o Brasil, talvez ela nunca estivesse.
- Nah, eu to acostumada em cuidar das coisas, e você ficou muito mais tempo aqui do que au, e veio muito antes, sem contar que eu sei que você tá cuidando muito bem do Thiago, então enquanto isso eu cuido da nossa Obscurite lá na França.
- Tem certeza?
- Tenho....vir pra cá foi bom...eu pude ver o quanto o Thiago cresceu e conhecer a bebê dele, isso pra mim já vale muito, sem contar que você vai precisar mostrar serviço para limpar a reputação da Rebecca.
O suspiro que o bonitão deu foi tão doloroso que fez Desirée se arrepender de ter tocado naquele assunto.
- Isso vai demorar uns anos... inclusive mantenha o Fabian sobre vigilância, não sabemos como ele vai reagir ou ser tratado de agora em diante.
- Pode deixar!
Enquanto os irmãos conversavam na Cozinha os 3 mais novos também conversavam no quarto de Yuki.
- A família do Gon é um amor, o Thiago tava muito feliz no meio deles.
- E bom ver ele assim...
Max sentiu Dom se aproximar e puxar delicadamente pela cintura, aqueles pequenos atos faziam o esverdeado ficar todo bobo, os toques de Dominic eram sua fraqueza.
- Espero pegar o buquê do casamento do Gon e do Thiago.
E novamente Dominic superava suas expectativas em ser completamente sem noção.
- Que?
- Pra gente se casar Max.
Yuki segurou a risada, as vezes esquecia que Dom podia ser romântico e apaixonado, achava esse lado dele muito fofo.
Enquanto assistia Max tentar explicar a situação pra Dominic (sem sucesso diga-se de passagem) Yuki recebeu uma mensagem.
Pegou o celular sem pensar muito sobre, viu que a mensagem era de Carina e abriu pra ler.
"A gente pode se encontrar pra conversar?"
- Cunhadinha sua cara tá péssima.
- Se continuar encarando o celular desse jeito a Yuki vai ficar com medo de você sem nem ao menos ver sua cara.
- vocês são muito exageradas...
Lua e caçadora se olharam segurando a risada, Carina apaixonada ficava muito fofa, porém enquanto elas estavam se divertindo no Brasil os Leore na Itália estavam a ponto de implodir.
As coisas tinham finalmente terminado de rodar, monitorar sozinha aquela quantidade de transações bancárias não era brincadeira, agora ela podia relaxar alguns segundos.
Letícia era formada em programação, engenharia de software e cyber segurança, ela era muito mais do que um rostinho bonito e bons modos, e essa era a razão de Hector ter gostado tanto dela de início, porém hoje duvidava que as coisas iriam acontecer sem a russa gostosa.
- Eu preciso tirar um tempo pra conversar com a Ivete sobre o beijo.
Se sentou na sua cadeira de escritório e cruzou as magníficas pernas, com aquela roupa mais caseira ela ficava ainda mais gostosa.
Pegou seu fone e joystick, era hora de relaxar um pouco.
Guardou seu tapete de orações e olhou pela janela do apartamento, ele parecia bastante tranquilo.
- Esse ano que começa me traz novas chances, não achei que eu desisti de você Daniel.
Se existia alguém nesse mundo mais feliz que Daniel em cuidar de animais essa pessoa era desconhecida pela humanidade.
- Eu cortei as frutinhas que o seu Chris me orientou, espero que vocês gostem.
Aaron sorriu vendo seu filho tão feliz pelos ratinhos, ele merecia e precisava de um bichinho de estimação, o problema era o prédio/condomínio.
- Oto-san? O senhor tá bem?
Aaron olhou para Joui e tomou um susto em como ele estava se alongando, as vezes esquecia o quão flexível aquele rapaz era, tinha certeza que se a situação fosse outra ele com certeza teria entrado nas olimpíadas.
- Eu queria dar um bichinho pro sua irmão, mas esse condomínio é insuportável!
Joui se levantou e se espreguiçou levemente pensativo e entediado.
- O nii-san comprou esse apartamento por ter sido construído com adaptação para pessoas PCD, mas e se fosse uma pessoa cega com um cão guia? Eu não entendo a administração desse condomínio.
Aaron já tinha visto a síndica de vista e dizer que ela era uma mulher amarga seria um elogio, talvez devesse pedir um favor para Hector depois.
Um pouco de paz, era só isso que queria, alguns dias sem problemas e obrigações, mesmo que de forma meio rasa, a grande questão mesmo era como ele teria esse tempo se nem mesmo a seus sobrinhos estavam lhe obedecendo ultimamente.
Hector passou a mão no cabelo vendo que tinha mais fios brancos do que se lembrava, e olhou para o chão vendo Lupi mastigar uma orelha de porco desidrata, em momentos como esse sentia muito falta de Lupita.
Lupi era um cachorrinho maravilhoso, um amor muito bem treinado e super companheiro, mas ele era o cachorro de seus filhos (principalmente de Mia) já Lupita esteve com ele nos seus momentos mais difíceis, a cadelinha mãe de Lupi foi sua companheira mais leal, a ponto até de se jogar na frente de uma bala por ele.
Essa reflexão fez Hector ficar ainda mais pensativo, se tinha algo que ele não tinha de verdade nos últimos tempos era uma lealdade igual a de Lupita...bem...ele sabia que existia alguém muito leal a ele e tinha dado uma grande mancada com ele ultimamente.
Pegou o celular fazendo uma ligação de vídeo pra Walter.
- o que aconteceu?
- Sem drama Walter.
- Você raramente me liga de vídeo, fiquei preocupado agora.
- Desculpa meu amigo, eu precisava ver seu rosto quando fazia essa pergunta.
- iiiiiiih não gostei disso não.
- e sério Walter!
- Tá, faz essa pergunta...
Hector respirou profundamente e olhou para o amigo mais antigo na tela, ainda se lembrava de ver Walter na escola quando criança, eles estudaram juntos na mesma super escola católica.
Ainda se lembrava de ver o cabelo bicolor, nem castanho nem ruivo entre as crianças, o sorriso dele era fofo e a simpatia dele vazava de forma infantil, seu amigo mais antigo.
(Nota: o Walter é mais novo que o Hector)
- Eu sou um amigo ruim?
Walter arregalou os olhos espantado com a pergunta, porém podia ver que o mais velho não parecia muito bom das ideias no momento.
- Isso é por causa do Christopher?
Sem resposta.
- Eu não te acho um amigo ruim, te acho meio... Como posso dizer isso? Você meio que se atropela as vezes.
- O que?
- Suas intenções são sempre as melhores, mas algo sempre faz você acabar perdendo as pessoas, acho que as vezes você esquece de ser o "Hector" e vira sempre o "Senhor Veríssimo"
Por alguns segundos Hector encarou Walter pela tela pra nós fim soltar um suspiro muito cansado, ele não estava errado.
- Você acha que o Chris ainda está bravo?
- Não sei se ele entende que está bravo, mas acredito que não, talvez só esteja magoado, se ele realmente estivesse bravo não teríamos como conversar com ele de maneira civilizada.
Hector deu outro suspiro e se recostou na cadeira passando a mão na barba pensativo.
- Se a Lady Apple estivesse viva eu provavelmente já estaria morto, ela em pessoa ia me matar.
- Eu não duvido disso nem por um segundo, ela era uma mãe muito superprotetora.
- Olha quem fala, você literalmente "fugiu" pra Austrália com a simples menção do Bruno começar a trabalhar na Ordem.
Hector percebeu que a cara de Walter se fechou rapidamente, era bem óbvio que ele ainda estava "azedo" por Bruno estar fazendo as coisas da Ordem.
- O Bruno é diferente.
Engoliu a saliva, podia ver claramente a postura ameaçadora igual a um grande felino pronto para dar o bote, aquele tigre era um papai muito super protetor.
- Não precisa ficar na defensiva comigo Walter, eu aceitei o Bruno de braços abertos, assim como toda a Ordem... Já sua irmã...
A raiva e a tristeza no rosto dele eram palpáveis, os Torres tinham alguns problemas familiares mal resolvidos.
- Não estou afim de falar sobre a Wanessa e meus sobrinhos, eu já vou ter problemas quando eles desembarcarem no Brasil, não acelere meus males Hector.
Hector riu um pouco.
- Você sabe que desde pequeno o que eu mais queria era ter irmãos, o Balu pra mim foi a realização de um sonho, um irmãozinho pra estar ao meu lado sempre, desde o dia que eu descobri que tinha irmãos mais novos tudo que eu queria era garantir a segurança deles, eu prometi a mim mesmo que eu iria amar meu irmão e minhas irmãs com todas as minhas forças até meu último suspiro....mas acredito que eu falhei com eles em algum momento...
- Bem, não é como se irmãos viessem com manuais de instrução.
- Eu sei que o Balu foi um bom pai, mas será que eu não coloquei muita pressão pra cima dele em cuidar dos gêmeos? Será que eu deveria ter adotado o Rubens e a Rebecca igual ao meu plano original?
- Não fique se questionando pelos "e se" meu amigo, não tem como voltar no tempo...
Hector bufou e olhou para a janela lá fora, se perguntava como estavam as coisas entre sua filha e suas sobrinhas, principalmente como estariam suas irmãs e seu irmão.
Antônia terminou de tomar uma xícara de chá e olhou para Shizui um pouco cansada e obviamente bastante pensativa.
- Sem os mais velhos aqui as coisas ficam um pouco....solitárias....
Shizui tentou consolar sua irmã mais nova, no entanto não parecia que ela tinha vontade de ouvir.
- Tonya a Olívia está bem, ela foi muito bem treinada, não precisa se preocupar.
- Não estou pensando nisso Shizui-nee...eu estou pensando em: no que será que ela comeu? O que será que ela tá fazendo? Com quem ela passou o natal? E todas as respostas que imagino me fazem sentir mais e mais que eu falhei muito com ela... Eu nem sei se ela tinha amigos a quem recorrer em situações como essa... E se ela tem...quem são eles? Eu fiquei tanto em fazer dela uma boa líder que esqueci que ela era minha filha.
Shizui queria ter palavras para consolar sua irmã, até porque sentia que tinha feito o mesmo com o Jiro.
Mia tinha uma cara péssima, Samuel tinha ido viajar e tinha deixado Lupi pra fazer companhia para seu pai, então estava sem "mecanismos de pacificação"
- Eu vou colocar uma nova equipe para procurar a Olívia, mas Laila, você tem que me prometer que vai pegar pelo menos 40% do trabalho quando ela voltar.
Laila estava sentada na cama cabisbaixa, apenas disse sim com a cabeça, ela parecia muito cansada.
- E Naomi, você também precisa ajudar mais o Jiro também.
A mais nova das 3 primas no local apenas concordou também, mas tinha que admitir que ela também precisava ajudar seu irmão.
Balu estava olhando pra fora da janela, o céu estava bonito e o clima agradável, no entanto o coração de Balu estava despedaçado.
Viu uma cabeça ser colocada na sua frente e assistiu Rubens se sentar a sua frente também segurando uma caneca de café.
- Papai...
- Meu Rubinho...
Colocou a mão na cabeça do seu filho e fez um carinho, as bochechas de Rubens ainda eram fofas e o sorriso lindo fazia Balu ter a sensação de dever cumprido.
- Pai, o que o senhor tanto pensa?
- Coisas demais pra minha cabeça assim como algo que não tem haver com você filho.
- pai...
Balu sorriu inocente e fez carinho outra vez.
- Meu filho, eu realmente deixei minhas ambições e mágoas vazarem tanto assim na criação de vocês? Sempre achei que tinha sido bem neutro com vocês...
- Pai, nós tínhamos olhos e ouvidos, sua frustração ficava particularmente difícil quando o senhor se encontrava com os membros mais velhos da Ordem.
Soltou um grande suspiro cansado e olhou para o café, se vendo no reflexo do líquido quente.
- Eu amo meu irmão... Quando eu descobri que era um Veríssimo, eu tive muito medo, achei que ele fosse me matar quando soubesse da minha existência... Eu era a ameaça perfeita para o posto de "Veríssimo" dele, mas o Hector só me mostrou absoluto amor desde o momento que me viu a primeira vez...
Deu um gole na bebida sentindo suas entranhas se aquecendo enquanto o gosto pungente do café se espalhou pela sua boca.
- Eu só queria ser igual a ele...
Era talvez a primeira vez que falava aquilo em voz alta, agora se questionava quando sua admiração tinha se tornado algo tão feio.
- Que bom que o senhor não é igual ao tio Hector.
Olhou par
a seu filho intrigado com tudo àquilo.
- o que?
- Porque ser seu filho, o filho de Antônio Pontevedra é mil vezes melhor do que ser o filho do irmão mais novo de Hector Veríssimo.
Sentiu um abraço carinhoso e o rosto de seu filho no meio do seu peito, sentia as lágrimas quentes escorrendo pelo rosto, aquilo tinha sido mais valoroso do que todos os reconhecimentos que já tinha tido dentro da Ordem.
❤️👹
Henri perdeu o chão.
"Como assim os Leore?"
Não era novidade para ninguém que os leões italianos eram as maiores e mais leais cadelinhas da Ordem, eles queriam fazer parte a todo custo, então como caralhos Henri ia conseguir trazer um deles para o plano de seu pai?
- Como vou fazer isso?
Giovanni pareceu meio desinteressado na pergunta de seu filho, ele tinha uma cara que dizia a grosso modo: "Dê seus pulos".
- Meu filho você é inteligente, tenho certeza que vai pensar em algo, e se não for útil o cérebro que tem, use esse rostinho lindo que te dei.
Giovanni pareceu de saco cheio da conversa e isso fez Henri sair do local, como caralhos ele ia fazer isso?
- Só se eu oferecer um pacto com o Diabo.
Afastou esse pensamento e fez o sinal da cruz afastando a ideia do tinhoso da mente, ainda sim ainda achava que essa era sua única opção.
❤️👹
💚💉
Miriã acordou cedo pra ver as galinhas, mesmo sendo fim do ano as penosas ainda precisavam de cuidado e atenção.
Jogou o milho no chão e pareceu entediada vendo os animais lutando para comer os grãos, estava tudo muito bom e tudo muito bem até ver um rato entre a porta e o terreno que ela estava, sentiu um arrepio na espinha, aquilo lhe pareceu um mal sinal.
💚💉
☠️🕸️Assombrados ☠️ 🕸️
Lúcio andou pelas ruas na sua moto sem pensar muito no mundo ao seu redor, ele parecia bem alheio a vida acontecendo ao seu redor.
Parou na frente de uma padaria de bairro pequena e simples, queria um café, puxou seu celular vendo uma mensagem no Instagram de alguém que não falava a muitos anos.
- Tadeu?
☠️🕸️ ASSOMBRADOS ☠️ 🕸️
💮🌸⛩️🗡️🗑️🔪
Hidetaka estava insatisfeito, para dizer o mínimo.
Quando contratou os gêmeos Luke tinha a ideia de que eles eram mais cruéis e diretos, queria realmente apavorar seu caçula para que ele voltasse para casa e nunca mais quisesse sair.
T-Bag parecia muito um bicho acuado, aquele homem era péssimas notícias, o jeito dele mandava alarmes para todos os nervos do seu corpo, não no estilo "ele é perigoso" e sim no sentido "minha nossa esse homem é um ser humano desprezível" discretamente olhou para Damir e depois para Boris procurando ver se eles percebiam o que ele estava perdendo, porém ou os irmãos eram mestres na cara "Blaze" ou eles não percebiam.
- Tem alguma coisa em relação ao relacionamento do meu filho com esse tal melhor amigo?
Olhou as fotos que Boris havia tirado e em todas Alex e Joui estavam de mãos dadas ou se abraçando, o que incomodava muito Hidetaka era o fato do olhar de Joui ser tão encantado pelo rapaz bonitão.
- Esse rapaz é comprometido Hidetaka-sama.
- Isso não impede nada, um relacionamento não é garantia de fidelidade.
Os três assassinos de aluguel sacaram na hora que ele tinha acabado de admitir que ele não era fiel a sua esposa, falando nela, como será que a bela dama estáva?
Akemi olhava Yome com bastante carinho, gostava muito da moça e acreditava que a jovem era uma mulher brilhante, então queria falar algumas coisas com ela.
- Querida Yome-chan, eu sei que acabou se aproximando pelo meu filho, os homens Jouki tem um charme que faz com que eles consigam nós envolver de alguma forma, não é atoa que meu ex marido tem tão bons negócios, mas minha querida... Você ainda não se casou, e livre para seguir a vida com alguém que realmente ame... Pense bem...
Yome tinha entrado naquele relacionamento não querendo se casar, mas agora já não tinha tanta certeza.
Viu a bela senhora colocar chá na sua xícara, ela era graciosa e elegante, queria ter metade da elegância que ela possuía.
- Para ser uma mulher Jouki e necessário 3 coisas.
Ser mestre em alguma arte marcial
Falar japonês, português e mais alguma outra língua para ajudar nos negócios.
E ser virgem.
Essas foram as exigências feitas pelos meus sogros, e essa também foram as exigências que eu e Hidetaka fizemos até encontrar você, hoje vejo o quão bobo é isso, eu não desejo que você passe pelo que passei, mesmo que acredite que Jun não vá repetir o comportamento do pai.
Akemi se virou e tirou do bolso interno de sua blusa uma passagem de avião, sem existar colocou a passagem nas mãos da nora e olhou no fundo dos olhos dela.
- Essa é uma escapatória pra você Yome-chan, não cometa o erro que eu cometi quando me apaixonei pelo Hidetaka.
💮🌸⛩️🗡️🗑️❤️🔪
Enquanto isso nos USA os Cohen Cevero passariam um ano novo e tanto.
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