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História Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Consultas - I


Escrita por: Sachii

Notas do Autor


Oi oi povo lindo e cheiroso 💞
Como cês tão? Bom?
Eu tô aos poucos conseguindo tempo para escrever, então prometo tentar postar com uma frequência melhor.
Btw gente eu ainda estou emocionada com o lançamento de enigma do medo! Me digam como vocês estão também por favor!! Quero falar com vocês sobre o jogo!!
Bjs até lá embaixo 😘✌🏽

Capítulo 213 - Consultas - I


Fanfic / Fanfiction Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Consultas - I

- como alguém pode ter tanto dinheiro?

Robson olhava o cartão Black de um banco gringo que ele nunca tinha nem ouvido falar, não dava nem pra imaginar quanto dinheiro tinha naquela conta e nem no limite do cartão de crédito.

- E se a gente comprar um Xbox, ou um PlayStation? Ele disse que a gente pode usar o quanto quiser.

Ulisses olhou por cima do ombro dos irmãos mais novos e pegou o cartão da mão de Robson.

- Não é porque o namorado do Victor disse que a gente pode usar o quanto quiser no que quiser que vamos abusar da bondade dele.

Os dois mais novos soltaram um suspiro birrento e inconformado.

- Ele nem deve perceber se a gente usar esse cartão, deve tá até em dólar o dinheiro que tá aí, ele é gringo lembra?

- Ele ser gringo ou não, não muda o fato de estarmos morando de favor, já me senti mal comprando roupas pra gente.

Ulisses estava tentando ser responsável, até porque seu pai estava em um estado claramente muito deplorável.

Domingos estava em um dos quartos separados das crianças, haviam garrafas de cerveja por todos os lados e embalagem de comida, o estado do quarto era deplorável, porém domingos estava mais deplorável ainda.

A barba por fazer, olheiras profundas, cabelo bagunçado e cheirando a álcool terrivelmente, sem contar que ele ainda usava a roupa do dia de natal, por mais que Ulisses e Cassiane lhes tivessem lhe trazido roupas para trocar, o ex taxista não conseguia parar de pensar nos últimos anos de sua vida, sem contar que ele também estava Planejando um gigantesco pedido de desculpas para Gregório, isso em particular estava lhe assombrando.

"Ele definitivamente deve me odiar" 

Deu um gole na cerveja se lembrando de Gregório, ele deveria estar de cabelos bem grisalhos agora, se Sarah estivesse viva ela teria 50 anos, agora Vic tem 27, quem sabe eles teriam mais filhos, nunca deveria ter saído de Carpazinha, mas seu ego na época era grande demais.

"eu era um galo de briga por acaso? Um cachorro tentando marcar território? Eu deixei uma boa vida pra trás...e pra que? Não conquistei nada...por que? Não era como se o Gregório fosse fazer algo contra mim...eu sou um idiota"

Ouviu batidas na porta e se levantou da cama abrindo só uma pequena fresta de entrada no cômodo vendo Cassiane com Jaqueline no colo, seu estômago embrulhou, nunca tinha reparado o quanto suas filhas se pareciam com Sandra, afastou esse pensamento da mente, as meninas não tinham culpa da aparência que tinham, se bem que Cassiane disse que queria pintar o cabelo, talvez fosse melhor deixar.

- pai, o Ulisses vai fazer o pedido do serviço de quarto, o que o senhor quer comer? 

- Qualquer coisa tá bom, pede também pra ele mandar subir mais algumas cervejas.

A adolescente olhou pra dentro do quarto vendo a bagunça e olhou para o pai novamente, era bem óbvio a preocupação em seus olhos, Domingos se sentiu culpado, mas estava muito preocupado e com pena de si mesmo para se importar com isso no momento.

As crianças obedeceram e Domingos recebeu mais duas dúzias de garrafas de cerveja, prontamente as colocou no frigobar, porém depois de comer ouviu outra batidinha na porta, dessa vez eram os 3 mais velhos.

- pai...o senhor tá nesse quarto a muito tempo.

- o Senhor precisa tomar um banho e se trocar.

Ignorou Cassiane e Robson, porém o que Ulisses falou a seguir fez ele refletir um pouquinho.

- A gente não pode deixar o quarto assim, pode da problema pro Victor e pro namorado dele.

Ele sentiu um amargo na boca, já tinha criado problemas demais para seu filho, não queria causar mais um, abriu a porta para os filhos se virando e começando a recolher o lixo bruto, chegaram as camareiras para ajudar a deixar o quarto aceitável enquanto domingos tomava banho.

As crianças ficaram mais tranquilas em ver o pai limpo e fora do quarto, ele ainda parecia meio fora da realidade, porém era melhor que nada.

Agora que tinha parado pra pensar não sabia nada sobre os gostos atuais de Vic, assim como também não fazia ideia de absolutamente nada sobre Bruno...bem... Sabia que ele tinha muita grana e que era famoso até certo grau, e assim como o pai dele era um completo maluco, talvez se criasse um bom relacionamento com seu genro pudesse mostrar a Vic e Gregório que era um homem mudado, ou no mínimo alguém que estava disposto a tentar se arrumar na vida.

- Cassiane....

- ah, sim pai?

- Tu disse que o namorado do Victor é ator e modelo né? 

- Sim, ele também é meio que um influencer, mas ele não gosta muito de aparecer pelo que eu sei, ele também é muito amigo de algumas celebridade bastante importantes.

Ok, disso ele não sabia, isso só fez outra pulga ficar atrás de sua orelha, se ele tinha contato com mais gente famosa e modelos o que ele tinha visto no seu primogênito? Bem Vic era um rapaz muito bonito sim...mas não a ponto de conquistar uma celebridade, sem contar que tudo naquele relacionamento parecia meio fora da realidade, não queria parecer um babaca, mas até ele tinha noção que Bruno era areia demais pro caminhão de seu filho.

- coloca alguma coisa dele pra gente assistir então, fiquei curioso.

Cassiane pareceu um pouco confusa com isso mas obedeceu, durante as próximas horas Domingos estudou bem o "inimigo" precisava provar que era de confiança para seu genro e filho.

A Primeira coisa que notou foi que Bruno era um bom ator, e que realmente aquele pia tinha sido feito a mão por Deus, ele era muito bonito mesmo, e tinha uma voz encantadora, ele era um partidão pra quem quer que fosse.

Agora assistindo alguns dos vlogs dele na Austrália dava pra ver um pouco da personalidade real do rapaz, ele era educado e bem na dele, meio contido e com um senso de humor mais leve e descontraído, ele também tinha um sorriso lindo e parecia ser alguém a focar mais nas coisas positivas do que negativas da vida, Domingos descreveu ele mentalmente como um “bobão“ alguém muito inocente para o tamanho que tinha.

A maioria dos seus volgs eram dele em desfiles e se preparando para eles, alguns eram com Walter e isso fez Domingos levar um tapa na cara de forma indireta, o relacionamento deles era muito bom.

“Daddy” “dad” “pops” “pai” “Paiê” “paizinho”

O jeito que varias palavras com o mesmo significado saiam da boca dele em direção a Walter com tanto amor e carinho derreteria facilmente um iceberg, ele amava o pai, era tão obvio pelo jeito que ele olhava para o senhor com admiração e expectativa, aquilo doeu em Domingos, porque não se lembrava mais de Vic o olhando assim e seus filhos não o conheciam o suficiente para ter aquele tipo de relacionamento com ele, pegou uma cerveja e deu um gole sentindo liquido descendo gelado pela garganta enquanto Cassiane procurava outro Vlog do cunhado, clicou em um mais recente e todos travaram olhando pra tela, lá estava Vic dirigindo enquanto ele falava alguma coisa com a câmera, foi um clipe de segundos e o corte foi direto pra ele já se preparando para alguma campanha, mas Vic estava lá, fazendo parte ativamente da vida e rotina do meio australiano, assistiram o vídeo em silêncio, vez ou outra Cassiane e Danilo olhavam de rabo de olho para o pai, porém assim que o vídeo estava terminando Vic apareceu outra vez para buscar o namorado aparentemente, eles se beijaram e se abraçaram, um contato tão cotidiano que passaria despercebido por qualquer pessoa ao redor, nesse momento mais uma coisa dentro de Domingos quebrou, ele não estava mais presente na vida de seu filho a tanto tempo que mesmo que não fosse com um homem ele não conseguia se ver no casamento casamento de Victor, se Vic tivesse filhos, quem eles chamariam de vovô? Gregório? Ele já tinha perdido tanto tempo...

- Ele parece mesmo estar bastante apaixonado pelo Victor...

Ulisse soltou sem pensar, ele parecia ser um cara carinhoso e um bom namorado, estava feliz por seu irmão, ainda sim, sentiu um pouco de inveja, nada grave, mais ele mesmo já tinha tentado apresentar uma namorada pra família (agora ex namorada) e foi completamente deixado de lado, ver que Vic tinha apoio de um bom sogro que gostava dele e um bom relacionamento o fazia se sentir um pouco....inadequado....

- Pai...

Domingos olhou para Danilo que ainda olhava tela um pouco perdido, ele se lembrava de Vic vindo cuidar deles quando domingos sofreu o acidente de moto, ele obedeceu a mãe e não falou muito com Vic nos dias que ele esteve na casa deles, mas mesmo ele que era uma criança na época percebeu que seu irmão mais velho era alguém muito gentil, e agora confrontado com essa realidade o pré-adolescente ficou apreensivo, sem ouvir a reposta do pai continuou.

- O senhor também vai deixar a gente igual deixou o Victor?

Um gelado passou por todo o corpo de Domingos, pra falar a verdade, se pudesse esqueceria Sandra e seus filhos, ele nunca fez questão das crianças e estava com ela por conforto, então, não iria mentir que a ideia lhe passou pela cabeça, mas seu silencio foi a resposta que os filhos já esperavam, ainda sim doeu muito.

Ulisses olhou para seus irmãos mais novos completamente derrotados com o Silencio do pai, pelo menos eles tinham um ao outro, isso também o fez parar para pensar.

“você é muito mais forte do que parece Vic...eu não conseguiria passar por isso sozinho..."

Vic estava sentado na ponta da mesa olhando os outros 3 delegados, a cara de cu dele definitivamente lembrava um pouco Gregório no seu dia mais simpático.

Deu um gole no café e suspirou um pouco cansado, tinha coisa melhor pra fazer e queria mostrar o resto da cidade para Bruno (não que tivesse muita coisa pra mostrar realmente)

Ergueu os olhos e viu os colegas de farda o encarando um pouco tristes, até um pouco preocupados, não estava entendendo muito bem o que estava acontecendo.

- o que foi? Que caras são essas?

- Nada...é só estranho pensar que tu vai mesmo sair da corporação, tu sempre foi o mais dedicado.

Dra Almeida pareceu um pouco saudosista, mas então ela olhou para Bruno e pareceu um pouco mais pensativa.

- Como a gente nunca percebeu que tu era gay? Me sinto meio idiota...

Vic deu de ombros, ele se achava meio desmunhecado e afeminado as vezes, mas talvez quando estava trabalhando ficava muito serio e por isso ninguém desconfiava dele, também não sabia se devia ficar feliz ou triste com isso, afinal duvidava um pouco eu iriam respeitar as palavras dele se ele fosse assumido na época que assumiu como delegado.

- Não se preocupe DRa, não tinha como ninguém saber, eu não sou muito de compartilhar minha vida pessoal de qualquer maneira.

- Se rolar casório eu quero ir viu!

DR Santana falou na brincadeira, mas percebeu que o casal ficou simultaneamente muito tímido e vermelho, achou isso bastante fofo, Vic sempre teve uma eterna cara de que estava indo para guerra, era bom o ver sendo apenas um homem apaixonado.

- Não vou esquecer de convidar os senhores, a ajuda que me deram durante meu tempo como delegado sempre foi muito apreciada.

- Não precisa falar mais tão formalmente com a gente Victor.

Vic esfregou o dedo na caneca um pouquinho e olhou para Pereira de forma gentil, o rosto dele se suavizou por alguns instantes e pela primeira vez os outros 3 delegados puderam sentir verdadeiramente o quanto Vic era grato por eles.

- Não estou falando assim por formalidade, e sim por respeito, foi um grande prazer trabalhar ao lado dos senhores.

O clima estava mais tranquilo entre os 4 policiais, parecia que eles tinham chegado a um momento confortável, porém tudo que é bom dura pouco.

Ao longe uma quarta viatura apareceu, mas dessa vez todos os policiais fizeram um cara de cu e pareceram estressados ao extremo, Bruno percebeu a mudança de clima entre os colegas e olhou pra Vic esperando alguma orientação, porém agora ele estava uma copia de Gregório de tão cara fechada.

Da viatura saiu um senhor na casa dos seus 40 e poucos anos, ele era barrigudo e calvo, parecia muito a descrição que alguém daria para a um tio que faria a piada do pavê, ele também cheirava a dérbi e malbec, péssima combinação olfativa, principalmente para Bruno que tinha força, ele veio com um ar de superioridade desagradabilíssimo o que fez Bruno ficar ainda mais desconfiado, não sentia coisa boa vindo daquele cara.

- Vieram se reunir e nem me chamaram... que falta de respeito com os mais velhos e com um veterano.

Vic revirou os olhos tão forte que quase viu seu próprio cérebro, obvio que ele não poderia ter um pouco de Paz nesse caralho!

- DR Bacchi, como vai o senhor?

- Estou ótimo Pia, mas precisava vir ver com meus próprios olhos que tu tinha arranjado um namorado...por esse eu realmente não esperava.

Pode ver um risinho maldoso surgindo nos lábios do senhor, conhecia aquele tipo de gente, e se estivesse certo, era muito provável que ele e seu cupcake fossem arranjar encrenca.

Alex olhava Arthur dormindo com um sorriso no rosto, suas costas ardiam e tinham vergões de tanto que foram arranhadas, em seu pescoço e peitoral haviam mordidas profundas, sentia uma leve camada de suor rente a sua pele, o gosto da pele de Arthur ainda estava em sua boca e o uso dela estava bem marcado pelo corpo de seu marido em forma de chupões.

Eles transaram muito, e foi uma delícia! Dizer que fez Arthur alcançar o céu não faria jus ao tanto que ele gemeu, se bem que também não poderia ficar atrás, quase teve um orgasmo só de ouvir seu marido gemendo seu nome com aquela voz grossa e profunda, foi uma noitada daquelas.

Passou a mão no rosto dele o vendo se remexer um pouco, ele parecia tão feliz em seu sono, olhar pra ele daquele jeito o fazia sentir muito especial.

Se aninhou melhor na cama e fechou os olhos caindo em um sono profundo, porém não foi para o mundo dos sonhos que Alex foi.

Abriu os olhos e estava dentro do seu headspace, prendeu o ar nos pulmões segurando as lágrimas de felicidade, não podia acreditar que tinha acesso novamente! Olhou ao redor vendo que os brinquedos estavam funcionando e a floresta ao redor estava um pouco mais viva, porém tinha algo de muito esquisito naquela atmosfera.

Foi andando em direção ao centro do parque notando várias vaquinhas de pelúcia, muito mais do que havia da última vez que esteve ali, isso só significava que Arthur dominava mais e mais sua mente, não via nada de ruim nisso, também haviam agora várias grandes pedras vermelhas e algumas decorações com asas, essas eram as representações de Agatha e Gabriel, sem uma "manutenção" correta parecia que seu headspace tinha crescido descontrolado, se perguntava onde estava Matias, ele com toda certeza estava sendo um bom menino cuidando dos portões, mas ainda sentia que tinha algo errado ali.

A caminhada foi curta mas estava extremamente cansado e enjoado, se apoiou em uma árvore e foi aí que finalmente depois de tanto tempo os encontrou novamente.

- Ricardo....

Se jogou no mais velho o abraçando com força e Ricardo o abraçou também, então levou um tapão na nuca.

- AI!!! QUE FOI ISSO???

Ricardo estava vermelho de vergonha, e mal conseguia falar direito, vindo flutuando segurando várias vaquinhas num grande estado de júbilo Degolificada parecia feliz pra caramba, Ale vinha também tapando o rosto e segurando o choro, Matias viu Alex e correu abandonado o rabinho e pulando nele, Alex o pegou no colo recebendo lambeijos, ele ficou muito feliz em ver todos os seus alters assim, só não sabia o porquê tinha levado um tapão de Ricardo.

- Alexander eu sei que você é o host, eu sei que você que cuida melhor do corpo e é o dono original dele, mas o que foi que acabou de acontecer?

- o que???

- Eu não sei o que você tomou pra ir pra cama com o Art, mas nosso cérebro todo tá derretendo.

Alex ficou parado por cinco segundos encarando seus alters completamente chocado e envergonhado.

- Eu só bebi...eu não tomei nada pra durar, eu não preciso disso...

Ale ficou ainda mais vermelha.

- A gente sentiu tudo....

- Que?

Agora foi a vez de Alex ficar envergonhado.

- Foi a primeira vez que a gente sentiu isso...quer dizer nessa intensidade, a gente sabe quando você tá transando, mas nunca sentimos nada...mas hoje foi diferente.

- Nós conseguimos até sentir o gosto do beijo do Art.

- Então vocês....acordaram por que eu fiquei com muito tesão transando com nosso marido.

- Não necessariamente.....

Ele estava muito feliz para se importar em como seus alters tinha acordado, mas não negaria que achou aquilo um pouco constrangedor.

- Então o que aconteceu exatamente?

Ricardo passou a mão no rosto um pouco frustrado e olhou para Alex que ainda estava levemente confuso.

- Digamos que você gostou demais do que aconteceu entre vocês, a gente levou uma descarga muito grande de hormônios e estímulos, não dá pra dormir com você liberando tantos sentimentos e estímulos assim, mas isso também é algo bom pra você Alex.

- Bom como assim?

Ale e Ricardo se olharam e eles pareciam estar escondendo alguma coisa, Alex não gostou muito dessa possibilidade.

- Já foi na psicóloga?

- Não, vou amanhã....

Aquilo estava esquisito, não estava gostando nadinha daquela situação.

- Alex...eu acho que seria bom a gente se fundir a você...esse tempo de dormência fez seu cérebro se reestruturar...seria vantajoso pra todos nós.

Alexander fechou a cara e um vento forte bateu na floresta fazendo os galhos emitirem um som assustador.

- Não.

- Alex....

- Eu não quero perder vocês....vocês são parte de mim, mas também indivíduos próprios, por isso somos um sistema...

Ricardo olhou para Matias que encarava Alex bem triste, o choro do animal fez o bonitão olhar para baixo, a troca de informações entre eles foi um pouco vaga, porém Alex começou a entender algumas coisas.

- Vocês vão voltar a dormir... porque querem que eu absorva vocês aos poucos...eu não aceito isso...

- Não é como se você tivesse escolhas Alex, hoje foi a prova disso...nós sentimos o que você estava sentindo desde a hora que você saiu da casa do seus amigos, estamos cada vez mais misturados a você.

- Eu não quero ficar sem vocês.

Ele estava resoluto, ainda sim sentia que aquela conversa estava longe de acabar, sua cabeça doeu terrivelmente e olhou para os seus alters não muito feliz.

- Você está tempo demais aqui...e bom deixar seu cérebro descansar....vamos precisar voltar a dormir.

Alex respirou fundo e olhou bastante sério para seus alters, nesse pouco tempo que não tinham conversado era possível perceber que Alex tinha amadurecido muito, Ricardo sorriu, ele estava crescendo....

- Contanto que vocês continuem aqui não tem problema nenhum voltarem a dormir.

Os alters caminharam em silêncio com Alex até o portão que ainda estava preso com um cadeado comicamente grande, Matias latiu e o portão abriu, Alex olhou para seus alters mais uma vez e passou pelo portão, ele não queria admitir que estava muito assustado em ficar sozinho.

Acordou com a dor de cabeça do século, estava confuso, tonto e bastante magoado, olhou o relógio e ele tinha dormido a noite inteira, se sentou na cama sentindo o mundo girando, mas tinha uma coisa muito mais importante acontecendo.

Olhou pro lado e viu Arthur segurando sua mão, ele parecia estar em um sono gostoso e profundo, o cabelo estava bagunçado e o peito dele subia e descia tranquilo, não conseguiu manter a cara seria, abriu um sorriso e voltou a se deitar, era gostoso demais estar ao lado do homem que ele amava.

Arthur abriu o olho castanho primeiro vendo Alex dormindo tranquilo ao seu lado, ele parecia um anjo.

Se aproximou e deu um beijinho na testa dele o vendo sorrir timidamente, os olhos vermelhos dele brilharam malignamente em sua direção, Arthur se sentiu queimar de verdade, Alexander era sem dúvidas um dos homens mais lindos que já andou sobre a terra.

- Acordou meu Rei? Como está se sentindo?

- Um pouco dolorido, mas estou bem.

Alex sorriu a se aproximou mais abraçando o gaúcho, a pele macia do mais novo parecia seda, se aconchegou melhor no peitoral do marido sentindo o calor dele e ainda um leve perfume, podia ficar o dia inteiro assim.

- Arthur, eu preciso te contar uma coisa.

Arthur ficou bastante preocupado, honestamente o que Alex lhe descreveu com o encontro de seus alters não parecia ser algo confortável de se viver, como marido sua cabeça estava cheia, como psicólogo estava fascinado.

- Hoje é a consulta com a nossa psicóloga, pelo menos vou poder falar sobre isso antes da viagem realmente começar.

Arthur colocou a camiseta fazendo a tatuagem em suas costas se mexerem, era uma visão muito bonita diga-se de passagem, Alex soltou um risinho.

- Espero que meu irmão esteja no mínimo consciente agora.

- Ele disse que ia se encontrar com amigos...por mais que eu goste do meu cunhado ele não parece ser alguém com uma gigantesca lista de amigos, bem tirando os outros herdeiros.

- Por incrível que pareça ele ainda é alguém bastante sociável nas situações certas, ele só é bastante seletivo com quem se relaciona.

Se deram as mãos e subiram de andar, precisavam tomar banho e trocar de roupa com URGÊNCIA.

Assim que Alex abriu a porta viu seu irmão usando um pijama de coelhinho rosa com orelhinhas e tudo, seria algo extremamente adorável se fosse levar em consideração a aparência de Cesar, porem o bonitão estava ACABADO, ainda nem tinha feito a barba e estava levemente verde, claramente de ressaca.

- Big Brother...

Alex correu e abraçou seu irmão de lado, lentamente Cesar ergueu a mão e a apoiou no braço do caçula, ele estava muito mal.

- Eu nunca mais... vou beber na minha vida...

Arthur segurou a risada e se aproximou do cunhado que claramente ainda tinha maquiagem na cara, ele parecia que tinha tido uma noite daquelas.

- As únicas bebidas que não nos afetam são os drinks do Daniel.

- tenho certeza que ele enfeitiça a bebida pra gente não ficar de ressaca.

Todo riram daquela frase, mas no fundo não achavam impossível.

- Cadê o papai?

- *bocejo* não faço ideia, eu sei que ele que me trocou, acordei usando isso mas tenho certeza que dormi de vestido, sem contar que eu não escolheria uma coisa assim pra dormir, mesmo sendo quentinho.

- achei fofo...

- então por que comprou?

Cesar olhou para Arthur percebendo o olhar debochado dele e revirou os olhos, bem ele realmente não tinha comprado aquilo para usar assim a torto a direito, só achou bonitinho, e modéstia a parte ele ficava lindo usando.

- não é da sua conta!

Arthur riu saboreando sua humilde vitória, Cesar fez uma nota mental de comprar um daqueles para seu cunhado também.

Cesar colocou café na xícara que tinha pegou e deu um golão oferecendo para Arthur, nesse momento o gaúcho viu sua vida passando diante de seus olhos, aquele café estava extremamente forte, não ia dormir por três dias só com aquele gole.

- santa maria mãe de cristo Jesus...o que é isso Cesar? Tu que morrer?

Cesar deu de ombros e pegou a caneca novamente e virou o resto do café, Arthur ficou horrorizado, como Cesar não teria gastrite se continuasse com aquele tipo de coisa, se é que já não tinha.

A porta do Apartamento abriu revelando um casal de idosos cobertos de neve e carregando algumas sacolas, os dois se espantaram em verem que os mais novos já estavam de pé.

- You look so cute in those pajamas my baby!

- papai!

- is true…

Christopher se aproximou e deu um beijinho na testa do filho que estava envergonhado com aquilo, poxa ele já tinha 30 anos! Aquilo era levemente humilhante, mas não de todo ruim, ser amado pelo seu pai nunca era algo ruim.

- A temperatura caiu bastante, tive que ir comprar mais roupas pra vocês.

Entregou as sacolas para os donos e viu percebeu que Alex estava um pouquinho jururu, ergueu a única sobrancelha e se aproximou do filho encarando-o no fundo dos olhos, nada passa pelo olhar de um pai.

- what happened Sunshine?

Alex olhou para baixo desviando do olhar de seu pai, era muito difícil esconder as coisas dele, mas queria falar sobre isso na psicóloga, não ali.

- I'll tell you later, I promise…

Chris não quis pressionar seu menino, mas tinha certeza de que tinha algo acontecendo com ele.

- Gurizada vão tomar banho e se trocar porque o itinerário está bastante lotado pelo que o Chris me falou, e ainda temos que tomar café, então bora todo mundo se arrumar.

Os três foram para quartos separados com as sacolas que tinham ganhado, Christopher como sempre tinha um excelente gosto para roupas, se não tivesse também era capaz de seu pai vir lhe assombrar.

Vestidinhos, quentinhos e limpinhos os três voltaram para a sala onde viram os idosos de namorico, sentiram que estavam atrapalhando algo bem íntimo, ficaram com vergonha de perguntar o que estava acontecendo.

Os dois idosos sorriram para seus filhos, aquele dia seria um pouco longo para eles.

Tomaram um bom café, Cesar estava com uma das piores ressacas dos últimos tempos, porém estava fazendo um bom esforço para não parecer um caco, por incrível que pareça estava se saindo muito bem, menos para chris, ele sabia exatamente o que estava acontecendo.

O caminho para a clínica foi relativamente rápido, o prédio em que o consultório da doutora ficava era muito grande e pontiagudo, sem contar que o consultório ficava em um dos últimos andares.

Eles tinham reservado o dia inteiro para a consulta, Chris ja planejava fazer uma pausa para almoçarem mais tarde, como eles só viam a doutora presencialmente uma vez por ano era bom aproveitar o máximo que podiam.

Arthur olhou ao redor completamente fascinado, achou que era um prédio comercial, mas era um hospital!

- Minha nossa!!!

Chris soltou uma risadinha e fez um carinho na cabeça do seu genro.

- Did you like it? Pode pegar algumas referências para o seus hospitais e clínicas.

- O senhor não precisa falar duas vezes.

O elevador tinha vista panorâmica e subiu rapidamente (rápido demais para o gosto de Brulio inclusive, ele ficou tonto) ver a estátua da liberdade, mesmo que de longe parecia ainda um sonho, nenhum dos Ceveros tinha imaginado que aquilo poderia acontecer em algum momento de suas vidas.

O Elevador abriu revelando um elegante e belíssimo ambiente, era amplo e bastante "clean".

Andaram até a recepcionista que sorriu na direção dos Cohen, ela já os reconhecia, afinal trabalhava lá a um bom tempo, antes mesmo deles chegarem até o balcão ela já tinha ligado para a doutora.

Chris trocou 2 minutos de papo furado com a recepcionista e desejou a ela "happy Holidays" (bons feriados, já se referindo a natal e amo novo) e então finalmente a psicóloga dos Cohen apareceu.

Ruiva de olhos verdes protegidos por um óculos de grau e cabelos raspados do lado, ela sorria simpática para os 5 na sua frente, ela devia ter a mesma idade de Arthur e era uma moça honestamente muito bonita.


(nota: aqui teremos diálogos que deveriam estar em inglês, mas como não são todos que são fluentes peço que usem a imaginação de vocês)


- Dra Verdante! Happy Holidays!

- happy Holidays Mister Cohen!

Ela deu um abracinho tímido nós três e quando terminou os comprimentos foi até os Ceveros com um sorriso no rosto estendendo a mão para os comprimentar ambos.

- É um prazer conhecer ambos, ouvi falar muito de vocês.

Brulio não entendeu muito bem , mas Arthur traduziu para ele, talvez fosse um pouco difícil se comunicar com ela afinal.

Ele olhou para Arthur empolga e com um sorriso lindo, ambos se analisaram por alguns segundos, Arthur sentia que estava em desvantagem, porém também se achava bastante capaz, só poderiam saber depois de conversar.

A doutora pegou a prancheta dela e sorriu outra vez olhando para os pacientes.

- Vamos Cesar?

Ele assentiu e foram caminhando pelo corredor até o consultório luxuoso, lá eles ficariam por algumas horas.


Consulta do Cesar ⚫🐍🍎💄


Dentro do consultório havia vários ambientes para os pacientes se sentarem ou deitarem, era um bom jeito de fazer os paciente se sentirem confortáveis e também sentirem que tinham algum controle sobre que estava acontecendo.

Cesar gostava de se sentar no sofá que ficava mais ao meio da sala, quase simetricamente em distancia da porta para o sofá e do sofá para a estante de livros que era o último ambiente do consultório, o sofá também era confortável e fofinho então ele se sentia mais relaxado, assim como também tinha a vista perfeita de todos os ambientes atrás e na frente dele, e também era o melhor lugar para se ver a vista do local, e ele sempre olhava pra janela primeiro.

(Nota: Analise psicológica da localização que o Cesar escolheu, o meio da sala dá a ele total visão do ambiente então ele consegue ver quem entra e quem sai, o espaço que ele impõe faz com que caso a doutora se movimente ele saiba exatamente onde ela está, a posição ao lado da janela faz ele se sentir como o observador e não o observado, sem contar que isso também mostra que ele quer saber o que as pessoas estão fazendo através do vidro, e como se ele dissesse “eu sou superior e sei tudo sobre vocês e o que esta acontecendo” o fato dele se sentar de costas pra janela também faz ele mostrar o quanto se acha superior aos outros assim como sua indiferença e ele não se vira totalmente em direção a DRa ,como se não fizesse questão da pessoa dela no ambiente, ele se projeta pra frente como se ela fosse apenas mais um objeto na frente dele, a linguagem corporal dele e reta e levemente ameaçadora, deixando claro que ele não e a presa ali, e que se ele realmente quiser pode atacar, ele tenta parecer uma ameaça, mas não de forma imediata, ele esta esperando a hora certa ou um deslize da doutora)

- Cesar você realmente não deixou mais a barba crescer! Achei que teria com o rosto cheio outra vez.

- é...dava muito trabalho, mas eu gostei de ter a barba grande, me fazia parecer mais maduro e responsável, porem eu gosto de parecer mais jovial.

- Inclusive feliz aniversario adiantado.

- Obrigado Dra.

Cesar sorriu e pegou uma mexa do próprio cabelo puxando um pouco.

- Como estão as coisas em relação as suas emoções, agora você tem sobrinhos, o sentimento de apatia em relação a eles existe ou....

Cesar deu um leve sorrisinho e usando a mexa do cabelo que ele tinha separado fez um coque expondo seu lindo rostinho, ele tinha orelhas fofas.

- Eu gosto dos meus sobrinhos.

A doutora pareceu pega de surpresa com essa resposta e anotou algo na prancheta um pouco ansiosa.

- não esperava essa resposta?

- Bem... levando em conta que você já falou que me odeia abertamente te ver assumir sentimentos positivos por alguém além do seus irmãos e alguns amigos e sempre estranho, porque tirando Alexander sempre que você diz gostar de alguém vem com um plano detalhado de como mataria essa pessoa de forma indolor.

Cesar riu.

- A senhorita ainda esta zangada por eu ter escolhido te dar uma morte dolorosa?

A doutora engoliu a saliva, como ela poderia esquecer da discrição que Cesar lhe deu de sua morte? E o pior era que conseguia ver a logica fria por traz da escolha dele, ainda se lembra de após um ano de tratamento via teams, no dia que ele viria pessoalmente ele lhe dando um abraço e logo em seguida descrevendo como a morte dela deveria ser como uma tentativa de lobotomia, teve pesadelos com isso por dias até entender o porquê ele tinha escolhido aquilo para ela, e quando entendeu não sabia se se sentia horrorizada ou emocionada.

A maioria das pessoas que passavam por esse procedimento eram mulheres, que desafiavam a logica antigamente, era um jeito de fazer essas pessoas “se comportarem” e em casos raros se ocorriam mortes, mas viver lobotomizado era uma sentença pior que a morte, em outras palavras de um jeito muito macabro Cesar disse: “Você e inteligente demais pra morrer, e isso me incomoda, então quero que você sofra sem aquilo que mais se orgulha” era algo que nunca imaginou ouvir ou sentir de alguém, se existia um Deus olhando pelo mundo, ele sabia exatamente o porque Cesar precisava de Alex em sua vida, ele tinha tudo pra ser um mostro, na verdade, ela tinha duvidas se ele já não era.

Cesar sorriu outra vez e se levantou do sofá se aproximando da doutora o suficiente para ela sentir o perfume dele, olhou para cima vendo a cara de diversão que ele fazia, achava o sorriso dele um pouco macabro as vezes.

- a senhorita não deveria fazer essa expressão...dá rugas...e não queremos que um rostinho lindo como o seu fique marcado não é? ainda acho que a senhorita seria uma modelo muito bonita.

Sentiu a mão dele se aproximar do seu rosto e recuou de imediato se sentindo envergonhada, Cesar ficou satisfeito com sua investida.

- Cesar por mais que eu me sinta lisonjeada eu não aprecio quando tenta flertar comigo.

Cesar se sentou e cruzou as pernas entortando a cabeça pro lado, ele sabia usar os ângulos certos pra parecer mais feminino, outro ataque a pobre doutora.

- Só estava falando a verdade, sempre disse que a senhorita e muito bonita.

- Agradeço o elogio mais devemos continuar a consulta.

- que sem graça...

Cesar fez bico e a doutora limpou a garganta anotando algo na prancheta outra vez.

- Continue falando dos seus sobrinhos.

Os olhos de cesar brilharam de forma linda antes dele começar a falar de verdade.

- Todos eles são adoráveis, eu daria minha vida e mataria qualquer um por cada um dos 7.

(nota: Cesar esta contando Matheus e Pedro como seus sobrinhos também)

- isso é fofo, e em relação ao seus cunhados, como anda a relação de vocês, ano passado você chagou a me relatar que queria se envolver romântica e sexualmente com seu cunhado Arthur.

Cesar fez uma careta de nojinho na brincadeira e isso pegou a doutora completamente desprevenida.

- Era só um cruch passageiro, estou muito feliz em ter Arthur como meu cunhado.

- Bem você me pareceu muito apaixonado por ele ante ano passado...

- Muitas coisas aconteceram...não me vejo mais com o Tutu....

O uso de um apelido para Arthur fez a doutora arrepiar, isso era uma evolução e tanto em Cesar, mas se lembrou de algo que Christopher tinha lhe dito:

“no dia que ver meu filho agindo de forma gentil e porque essa pessoa vale muito a pena”

- Você realmente parece gostar do seu cunhado...

- Ele faz meu Sunshine feliz, como eu poderia não gostar dele? Sem contar que ele também me ajudou a entender alguns dos meus novos sentimentos.

- serio? E quis seriam?

Ela se preparou para anotar novamente mais parou quando ouviu a frase que saiu da boca do paciente.

- que eu sou bastante hipócrita.

A ruiva olhou para seu paciente meio chocada e inconformada, Cesar parecia em paz.

- como é?

Dessa vez o judeu bonitinho se remexeu no sofá e juntou suas mãos se fechando completamente envergonhado, o queixo da doutora foi ao chão.

- Eu tó apaixonado por um amigo muito querido... e pra pior eu e ele já dormimos juntos antes, mas não tinha sentimento envolvido na época...e pra piorar mais, ele é o melhor amigo do Alex.

Nesse momento Doutora Paula Verdante simplesmente duvidou da realidade, duvidou até da sua própria existência, duvidou de absolutamente tudo ao seu redor.

- Cesar...precisamos conversar sobre o fato de que você parece escolher apenas parceiros que não estão disponíveis emocionalmente para você.

Cesar encarou a doutora, ela não estava errada, mas ele também não então escolheu outra frase interessante.

- Eu disse que era hipócrita.

Não queria mais acabou soltando uma risadinha da frase do seu paciente.

- Cesar... essas coisas não são fáceis de se admitir, e muito menos de se viver, quem é esse rapaz?

Depois de anos tratando a família cohen ela já sabia ver o que vinha geneticamente e o que aparecia por causa da mente perturbada deles, e aquilo era a mistura bizarra de ambas as situações.

- His my flower, my all, my sweet, o nome dele é Joui, e eu estou muito apaixonado por ele...

- E ele sabe?

- Eu já até me declarei...mas não deu muito certo, porem eu não desisto fácil.

A doutora ficou em silencio por alguns segundos vendo a expressão completamente insana de Cesar, seja lá quem esse rapaz fosse, ele estava encrencado.


Consulta do Cesar ⚫🐍🍎💄


A consulta de Cesar acabou e a doutora saiu parecendo que estava com uma dor de cabeça daquelas, porém sorriu quando chamou Alexander parar dentro.

- Vamos Alex?

O mais novo se levantou e deu um beijinho em Arthur seguindo a doutora para dentro do consultório.

Cesar se sentou ao lado do pai e encostou a cabeça no ombro dele assistindo Alex entrar na sala, sentiu um beijinho no topo da cabeça e o dedo gelado da mão mecânica do seu pai encostando no seu nariz.

- *boop*

- DADDY!

Olhou para seu pai com falsa braveza e viu que ele sorria na sua direção, recebeu outro beijinho na testa e se aconchegou melhor em seu pai.

- Você é muito corajoso meu Menino, sinto muito orgulhoso de você.

Cesar fechou os olhos outra vez, sabia que seu pai faria de tudo para que ele tivesse a vida mais confortável e segura possível, tanto em questões materiais como em relação a suas emoções e sentimentos, então ele também tinha que colaborar, mas falando bem honestamente, ele detestava ir na psicóloga, até às consultas a distância o incomodavam muito, sentia que por mais que a doutora quisesse ajudar, e de fato ajudasse, a ideia de ser alguém quebrado fazia seu ego doer.

- Ela passou as receitas para os remédios para ansiedade?

- Sim senhor, estão aqui!

Cesar mostrou a receita e Chris pegou, não enxergou um ponto, tirou o óculos do bolso e colocou, como era possível letra de médico ser uma merda em todas as línguas?

- Quer que eu leia pro senhor meu sogro?

Olhou para Arthur que estendia a mão querendo ajudar e entregou o papelzinho, Arthur também colocou o seu óculos e ficou sério, as vezes esquecia que ele também era um psicólogo formado...e dos bons.

O gaúcho leu e foi andando até a recepcionista pedindo uma caneta voltando rapidamente.

- Diazepam? Eu acho que é... Não sei se tô lendo isso em inglês certo... Beleza... Diazepam pro dia a dia pra tratar a ansiedade, e Sertralina pra depressão e estabilização emocional e produção de serotonina, em caso de crise Alprazolam.... Hummmm não é o que prescreveria pra crise, mas eu também não tenho seu histórico de medicação, e nem quão fortes suas crises podem ser... talvez Clonazepam? Também acrescentaria Buspirona que é de fácil desmame depois....

Arthur era um bom psicólogo, melhor dizendo ele era um EXCELENTE psicólogo, Christopher olhou para Brulio e por um instante percebeu a tristeza no olhar de seu Sweetheart, não sabia o porquê, mas estaria ali caso ele quisesse conversar depois.

- Arthur eu aprecio sua preocupação cunhado mas eu honestamente não aguento mais tomar remédio.

Arthur riu.

- Só estou preocupado com você gracinha.

Foi a vez de Cesar soltar uma risadinha.

- Pois não precisa eu sigo as instruções da doutora muito bem! 

Arthur deu de ombros e entregou a receita novamente para Cesar.

- Também te encaminharia para o gastro.

- Os remédios não fazem tão mal assim pro meu estômago, eu tô acostumado.

- Não por causa dos remédios, e sim por causa do café que tu tá tomando Cesar! Meu estômago tá ardendo com um único gole daquilo até agora.

Cesar caiu na gargalhada, mas tinha que concordar com o cunhado, ele precisava de cuidar mais, Chris ficou preocupado com a alimentação de Cesar.

- Tenho medo do que você irá falar quando ver as minhas receitas my little songbird.

- o senhor realmente toma muitos remédios meu sogro, mas sei que não são todos para tratamento psicológico...

- Não tenho culpa se sou um velho frágil e doente.

Christopher colocou a mão no peito e fez uma cara de coitado, os outros três caíram na risada, Chris também soltou uma risadinha, ele estava com toda certeza muito mais feliz com os Ceveros na sua vida, para aquela viagem ficar perfeita só estava faltando Mariana e seus netos.

Mari olhava suas irmãs no jardim, os trigêmeos estavam dormindo, era estranho pensar que aquela sensação de paz toda que ela sentia era passageiro.

- Filha? O que foi? Tá com uma cara estranha....

- Não é nada não mãe, só tô com saudades do meu Dad e dos meus irmãos.

Dona Josefa respirou fundo e foi até sua filha, comparada com a senhora e com suas irmãs ela era uma gigante.

- Sabia que eu ainda acho aquele gringo muito bizarro.

Mari riu.

- Ele não é muito normal mesmo....

Dona Josefa olhou para sua casula na piscina da casa brincando feliz, viu seu Mariano dormindo na cadeira com um chapéu na cara e sorriu, eles viviam muito bem e era graças a Mari.

- Quando aquele homi apareceu, eu fiquei com muito medo do que ele poderia fazer com você filha, você era só uma adolescente, eu achei...que ele fosse te fazer algum mal...mas quem é mãe sabe, o jeito que ele te olhava... não era o jeito que um homem olha para uma mulher, ele te olha até hoje como se você fosse filha dele, até o jeito que ele encostava em você lembrava um pai.... Foi aí que eu percebi também... Que aquele gringo...era muito solitário...ele parecia carregar o peso do mundo nas costas...

Mari olhou para o chão, seus parentes não sabiam o que era Ordem e assim seria até o dia da sua morte, ela sabia que Christopher sofria em silêncio, esperava que em algum momento ele pudesse sentir um pouco de paz.

- Ele é uma boa pessoa mãe...merece ser feliz também....

Josefa juntou as sobrancelhas e encarou a filha de forma bem feia por alguns segundos.

- E você filha? Não merece?

Mariana ficou em silêncio encarando a mãe por alguns segundos, essa foi a brecha para a senhora continuar.

- tu também tem que se preocupar com a própria felicidade filha.

Mari ia responder a mãe quando o celular dela apitou, olhou de quem era a mensagem e sorriu, era um convite de Liz.


Notas Finais


O Domingos tem muita coisa pra sofrer ainda, ele vai passar por poucas e boas em SP, Principalmente com o Walter e o Gregório querendo tirar o coro dele, agora ele vira uma pessoa descente.
Vic só quer ter um pouco de paz e mostrar a cidade dele pro namorado coitado!
Sim gente os alters do Alex novamente foram despertados contra a vontade deles, e isso tá fazendo eles ficarem cada vez mais cansados, isso pode fazer muito mal para o Alex.
O Cesar não muda, ele só troca de skin, e sim ele tava flertando com a doutora, mas não porque se sente atraído por ela e sim para deixá-la desconfortável.
Inclusive doutora Paula Verdante é uma personagem que apareceu no suplemento, ela é das indústrias Panacéia.
Mari e Liz farão uma festinha na piscina para animar a Laura.
Bjs até o próximo capítulo 😘✌🏽


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