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História Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Consultas II


Escrita por: Sachii

Notas do Autor


Feliz natal atrasado.
Gente mil perdões pelo atraso! Minha família veio passar o natal e eu não tive tempo de escrever e para piorar minha gata ficou doente e eu enlouqueci de preocupação (ela está melhorzinha, mas temos que ficar de olho nela)
Desculpa de verdade gente!!
Espero que vocês gostem do capítulo! Dessa vez quem está no consultório é o Alex.
Não esqueçam que esse emoji 🔇 quer dizer que as pessoas estão falando em libras.
(Btw o que vocês estão achando de natal macabro?)
Bjs vejo vocês lá embaixo 😘✌🏽

Capítulo 214 - Consultas II


Fanfic / Fanfiction Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Consultas II

DR Bacchi era chato.

Essa era a única descrição que Vic poderia dar para o senhor a beira da calvície, também achava o gosto para cigarro dele uma merda, porque seus tios e tia fumavam e eles não tinham aquele cheiro de escapamento, e levando em conta o contexto fato deles trabalharem em uma mecânica dizia muita coisa sobre o 4º delegado.

- Quem diria que por trás daquele rapaz tão sério se escondia uma vera verão.

Vic se segurou muito para não revirar os olhos outra vez, ele era muita coisa mais seu tio lhe educou muito bem, ele sabia respeitar os mais velhos.

Se de um lado Vic era um exemplo de paciência com o velho desgostoso, Bruno estava indignado e realmente muito bravo com o tom que ele estava falando com seu namorado.

- Dr Bacchi isso é muita falta de respeito.

Dr pereira se levantou inconformado, seu primo era um homem gay assumido e ele foi uma das primeiras pessoas pra quem tal primo havia contado por ele ser honestamente uma das pessoas mais compreensivas que qualquer uma pudesse conhecer, sem contar que Vic era e sempre seria um dos melhores policiais e também pessoa que já havia conhecido, ele merecia respeito!

- Ora, só estou impressionado que alguém como ele tenha se saído tão bem dentro da corporação.

Todos presentes fecharam a cara, “alguém como ele” era uma frase muito estranha de se falar levando o contexto do que estava acontecendo, aquilo deixou Bruno ainda mais nervoso.

Vic novamente respirou fundo e olhou dentro dos olhos do senhor, diferente de Bruno que tinha lindos olhos cinza, Vic tinha um olhar comum, nada se especial se destacava no rapaz, ele era só mais um no meio da multidão, era apenas um pouco mais atraente que a maioria, nada que o destacasse verdadeiramente, mas algo na quele olhar fez Dr Bacchi recuar um passo, mas mesmo com aquela ameaça velada ele ainda parecia não estar entendendo que a situação dele não era das mais favoráveis.

- Vamos não sejam assim, isso é um elogio, todos sabem que a maioria dos gays das cidades da nossa região fazem ponto na estrada, estou falando que ele é melhor do que eles.

A cara horrorizada dos outros três delegados mostravam um choque que nenhum deles sabia o que responder, infelizmente para eles Bruno se levantou da mesa parecendo estar possuído pelo mais cruel demônio.

“esse moleque arruinou meus esquemas por anos, ainda demitiu metade do pessoal que me ajudava em carpazinha, todo dinheiro que eu perdi por causa de um bichinha que não queria sair do armário”

Esse pensamento veio tão rápido quanto Bruno apareceu na frente do senhor, ele aguentava qualquer insulto, mas ninguém falava mal do seu Cupcake.

A sombra de Bruno era tão grande que cobriu metade do senhor, esse por sua vez ergueu lentamente a cabeça vendo aquela montanha de músculos o encarando praticamente babando de ódio, nunca tinha visto olhos prateados antes, era um pouco assustador.

- Se tem amor a sua vida acho bom retirar o que disse.

O sotaque dele parecia tão fora de lugar, tinha um toque gringo lá no final, como se o português estivesse sendo falado por uma língua e boca que preferiria estar falando em outra língua, sem contar que aquele rapaz não era gaúcho nem fodendo, ele falava rápido demais e de forma meio arrastada, era paulista com toda certeza.

- Vida, para!

Vic puxou Bruno pela manga da blusa e se colocou na frente dele o protegendo de uma ameaça que não existia, era um pouco cômico pensar que Vic com seus meros 1,73 protegeria bruno com seus dois metros.

- Pia tu tá ameaçando um policial? Tu sabe quem eu sou?

Bruno rangeu os dentes, ele estava muito bravo para pensar exatamente no que aquilo queria dizer, então jogou na mesma moeda.

- e você? Sabe quem eu sou?

A forma confiante com que Bruno falou fez Bacchi dar mais um passo para trás, porem diferente de Vic que parecia estar apenas muito bravo, sentia que aquele rapaz queria destruir sua vida de todas as maneiras possíveis, e sentia no fundo de sua alma que ele era sim capaz disso.

- Vida.

Vic se colocou entre os dois e com delicadeza empurrou Bruno para trás, isso pegou o australiano postiços de surpresa.

Bruno olhou para Vic que parecia um pouco bravo, isso fez ele murchar de uma maneira tão grande!!! Bruno se sentiu tão insignificante que teve que segurar as lágrimas de frustração.

"Por que você não deixa eu te defender? Por que você não deixa eu cuidar de você? Eu quero que você precise de mim o tanto que eu preciso de você" 

Victor não conseguiu perceber a tristeza no olhar do namorado porque estava puto de ódio demais para conseguir raciocinar corretamente.

"Como esse velho seboso se atreve a ameaçar meu namorado???"

Tirou a mão do peito do namorado e se voltou totalmente para o delegado mais velho, a raiva dele era tão óbvia que o próprio diabo recuaria ao ver Victor com aquela expressão, ele deu um passo pra frente e colocou a mão no ombro do senhor o puxando para um meio abraço, aquilo pegou todos de surpresa.

- 200 mil.

- o que?

- Eu realmente tinha fé que o senhor seria diferente, na verdade eu achava que o senhor era covarde demais pra continuar, e depois que eu quebrei o esquema o senhor realmente não fez mais nada, então achei que tinha sido apenas um lapso de julgamento, afinal todos temos momentos em que tomamos decisões questionáveis, por isso eu aguentei seu péssimo trabalho por tantos anos, mas agora...parece que eu deveria ter me livrado do senhor antes....

Sentiu um frio na espinha e olhou para o mais novo sentindo que tinha algo de muito errado naquela conversa.

- como é?

Vic suspirou e o calor de seu hálito bateu no pescoço do 4° delegado e então ele sentiu um pouco de dor em todo seu corpo, o abraço era apenas um pretexto.

Por Vic ser na dele as pessoas esqueciam que ele sabia lutar e que academia fazia parte de sua rotina como policial, então quando aumentou a força do abraço acabou prendendo o Dr Bacchi, e estava fazendo questão de mostrar que era muito mais forte do que aparentava.

Tentou empurrar Vic, mas não tinha força suficiente para fazer ele o soltar, só percebeu na encrenca que tinha se metido quando ele continuou a falar.

- O senhor é corrupto.

Bacchi travou, o coração batia acelerado e desesperado por uma desculpa, uma pena que Vic não estava com paciência.

- Quando eu entrei na corporação como delegado eu comecei a minha investigação, não é difícil conseguir informações quando se está disposto a pagar também.

Via ele começar a suar, e agora o perfume ficava ainda mais fedorento, ainda sim não reclamou, ele era um rapaz muito educado.

- Foi fácil montar o perfil dos corruptos da região, e o senhor apareceu sem muita dificuldade, mas o senhor nunca pegava dinheiro de gente 100% filho da puta, então quando eu dei as dicas pras investigações, eu não coloquei o nome do senhor, mesmo que ao logo dos anos o senhor tenha pego uns 200 mil reais em propina, como o senhor também nunca ameaçou nenhum inocente eu achei que o senhor fosse só mal caráter mesmo, embora o seu trabalho seja uma vergonha e sua incompetência tenha me atrapalhando diversas vezes eu não via motivo para te denunciar a corporação... isso muda...ou melhor mudou hoje...

- Dr Hott....

- Não, sem desculpas... O senhor veio atrás de mim deliberadamente para tentar me diminuir por causa da minha sexualidade e ainda por cima... Ousou levantar a voz pro meu namorado, o único homem que me amou de volta! Não...de hoje não passa, espero que o senhor esteja preparado para enfrentar as consequências de ter mexido com a pessoa errada....

Sentiu ele engolir a saliva e lentamente o soltou do seu falso abraço, o 4° delegado estava pálido e suando de forma horrível, qualquer confiança que ele tinha não existia mais.

- Obrigado por vir se despedir de mim Dr Bacchi... Mas acho bom o senhor voltar pra sua cidade, tenho certeza que ainda tem muito trabalho a fazer.

Vic se virou na direção dos outros delegados e se sentou novamente na mesa ignorando o mais velho travado no lugar, o senhor pareceu um pouco atônito antes de dar meia volta e entrar na sua viatura e sair correndo.

- o que foi que aconteceu?

Pereira perguntou preocupado com Vic, o Gaudério deu de ombros e deu um gole em seu café fazendo careta, ele tinha ficado frio.

Passou o resto do tempo que tinha prometido com seus colegas de farda e percebeu que Bruno tinha ficado mais calado, achou isso um pouco estranho mas escolheu não pensar muito sobre isso, no final da tarde se despediu dos outros delegados e teve que prometer que os veria outra vez, Dra Almeida lhe pediu um abraço e segurou um pouco as lágrimas, ela tinha um grande respeito e admiração por Vic, Santana e Pereira também convidaram ele e Bruno para tomar alguma coisa quando pudessem, a despedida deles mexeu mais com Vic do que ele gostaria de admitir.

Vic não sabia o porquê, mas sentia que tinha algo de errado com Bruno, ele tinha ficado muito retraído desde que voltaram para casa, nem tinha pedido para entrar no banho junto dele! Também não tinha feito nada sugestivo e também não estava grudado nele, tinha algo de errado ali.

O jantar foi pizza, e embora Bruno estivesse falando faltava nele um pouco de entusiasmo, Vic não estava aguentando mais.

- Vida aconteceu alguma coisa? Tu tá estranho....

Bruno fez uma expressão de surpresa, mas logo se recompôs disfarçando um pouco, ele realmente não queria que Vic tivesse percebido, mas ele estava realmente bastante magoado.

- não é nada não, só estou bastante cansado.

Vic não acreditou em nem sequer uma palavra que tinha saído da boca do namorado, se levantou da mesa e se aproximou de Bruno olhando ele de cima.

- Tu tá mentindo pra mim...

Engoliu a saliva segurando as lágrimas, porém quando olhou dentro dos olhos do namorado não conseguiu segurar o choro.

- Desculpa Vic....

- Que? O que? Como?

Entrou em absoluto pânico, via Bruno secando as lágrimas enquanto elas caiam e simplesmente não sabia o que fazer.

Bruno se abanava tentando colocar suas emoções em cheque, depois de alguns segundos conseguiu se recompor um pouco e então quase de forma inaudível fez uma pergunta para Vic.

- Por que você não deixa eu te ajudar?

Vic travou no lugar sem ter um único neurônio fazendo sinapses dentro da sua cabeça.

- QUE?

- Eu realmente te admiro, você é forte, determinado e inteligente, não precisou da ajuda de ninguém para chegar aonde está e é respeitado por seus feitos, eu te acho a pessoa mais incrível do mundo....mas ao mesmo tempo eu quero cuidar de você, eu quero que você precise de mim o mesmo tanto que eu preciso de você 

- Bruno eu não tô te entendendo direito.

O mais velho limpou o restante das lágrimas e respirou fundo tentando parar de ser tão sentimental, aquilo não deveria estar sendo nada atraente.

- você não deixa eu fazer parte dos seus problemas Victor, não é assim que um relacionamento deve funcionar.

Se tivesse engolido uma navalha não teria cortado tanto quanto a própria saliva que tinha passado pela garganta.

- De-desculpa... Eu não... Queria te magoar.

- Victor, eu não preciso da suas desculpas, porque não tem o porquê você se desculpar, o que eu quero é fazer parte da suas escolhas e cuidar de você, é tão difícil assim aceitar meu cuidado é amor? Eu tô fazendo algo de errado em te amar tanto e querer te ajudar até quando você não precisa de mim?

Aquilo era.... muita informação para o pobre coitado do Victor processar, sentiu sua mão ser segurada e recebeu um beijinho nas costas das mãos.

- Eu amo você, eu quero ser útil pra você, eu só queria fazer parte do seu mundo... mesmo que fosse só um pouquinho, eu não quero tirar seus méritos nem diminuí suas conquistas, eu só quero estar ao seu lado como igual....

Vic não sabia como responder nem como agir naquela situação, ele não fazia ideia do que tinha acontecido para Bruno quebrar daquele jeito, e saber que era o motivo disso era simplesmente horrível, e pra piorar ele tinha que dar uma resposta ou consolo para o namorado e não fazia ideia do que dizer, então tentou dar um migué.

- Ok, eu vou tentar fazer o que tu quer com mais frequência.

Se sentiu péssimo falando aquilo até porque ele não sabia exatamente o que estava falando.

Bruno percebeu que ele ainda estava um pouco incerto então apenas ficou quieto, isso fez um climão de merda pairar no ar.

- Eu vou comprar um doce pra gente no seu Getúlio.

Bruno fez uma cara de incógnita bem confusa, porém antes de falar qualquer coisa Vic saiu correndo de dentro da casa.

- Eu achei que você não gostasse de doces...

Vic nunca andou tão rápido quanto naquele dia, se sentia tão culpado por não entender seu namorado que acabou saindo de casa sem nem pegar o celular e a carteira, acabou realmente indo para a vendinha do seu Getúlio.

Encontrou o senhor sentado na cadeirinha do caixa com um cigarro entre os lábios enquanto assistia algum jornal sensacionalista qualquer, o senhor sorriu vendo o ex policial e eles trocaram meio dedo de proza fora.

- Seu Getúlio o senhor se importa se eu usar seu telefone? Acabei esquecendo o celular.

- Fica a vontade piá.

Pegou o telefone do gancho, afinal era linha fixa e ligou para o número que ele sabia de cor.

Gregório estava na sala conversando com Ivete enquanto fumava quando seu celular tocou, estranhou muito seriamente quando percebeu que era o número de Getúlio.

- Alô?

- Titio...

- Victor? Por que tu tá me ligando do telefone do Getúlio pia?

- Titio eu acho que quebrei o coração do meu namorado.

- Que?

Vic resumiu o que tinha acontecido aquela tarde e a conversa que tinha tido com Bruno, seu tio ouviu tudo e ficava mais indignado a cada instante.

- Eu criei um analfabeto emocional....

- o que?

- Levando em conta que tu também é um não me surpreende...

Gregório olhou feio para Ivete que simplesmente deu de ombros para a cara feia do mais velho.

- Tio?

Voltou a atenção para o sobrinho outra vez e passou a mão no rosto segurando sua frustração.

- Victor, faz muito sentido o Bruno estar se sentindo assim, principalmente do jeito que esse pia é sensível e capaz dele tá chorando até agora.

Gregório estava certo sobre isso.

- Mas eu não sei o que eu fiz de errado!

Gregório juntou as sobrancelhas e segurou sua frustração da melhor forma que pode, ele também não era muito bom naquele assunto.

- O Bruno já teve relacionamentos antes, já teve até uma noiva, então obviamente ele vai ser mais maduro em algumas áreas, mas nesse momento tu tem que entender que, se tu não falar com ele de verdade vai piorar pro teu lado, ele deve estar se sentindo muito descartável.

Vic deixou o telefone cair de sua mão e Getúlio falou para ele tomar cuidado, pediu desculpas e colocou de volta na orelha, seu coração batia dolorido e muito culpado.

"Eu fiz ele se sentir descartável?" 

- Mas eu não sei o que eu fiz....

Gregório bufou do outro lado da linha, tentaria ser o mais didático possível.

- Victor, um relacionamento é uma parceria, como tu se sentiria se o Bruno tomasse uma decisão grande sem te consultar? como por exemplo voltar pra Austrália...

Vic arregalou os olhos e ficou extremamente chateado só de imaginar a possibilidade.

- Eu ia ficar muito zangado...

- ok, agora imagina que ambos sofreram um acidente e precisam urgente de uma transfusão e o Bruno sem falar contigo decide que é tu tem que receber o sangue no lugar dele, e só depois de tu acordar tu percebe que ele ainda tá em perigo, como tu se sentiria?

Victor engoliu a saliva sentindo o coração doendo, se ele já estava sofrendo apenas com essas suposições não queria saber como Bruno devia estar se sentindo nesse momento.

- Eu me sentiria horrível....

- Exatamente, mesmo que eu entenda que é difícil parar de pensar de forma individual agora tu precisa entender que suas decisões não são 100% suas, um relacionamento é feito de indivíduos que crescem e se amam através um do outro e o Bruno está disposto a crescer contigo pia, mas tu ainda tem pensamentos muito individuais e eu entendo.... Afinal foi eu quem te criei.....

Victor ficou em silêncio do outro lado da linha, ele parecia tão ansioso que chegou a preocupar seu Getúlio.

- pia, quer um copo d'água?

Vic sorriu e fez um não com a cabeça, ele só conseguia pensar que fugiu de Bruno ao invés de falar com ele, isso fez ele se sentir ainda pior.

Vic sempre pensou em ter um relacionamento, porém parando para analisar ele sempre pensou mais no aspecto sexual de um relacionamento do que no emocional, bem levando em conta que seus exemplos principais foram seu pai e seu tio era natural ele não saber lidar com um relacionamento propriamente dito, provavelmente se não fosse com Bruno que estivesse namorando haveriam brigas horríveis acontecendo entre ele e o parceiro todos os dias, afinal duvidava que encontraria alguém tão paciente com ele do jeito que o namorado era.

"Eu não quero me parecer com o Domingos até nisso"

Seu pai não era emocionalmente presente em seus relacionamentos e sentia que se não tomasse vergonha na cara seria igual a ele, e Bruno não merecia isso.

Bruno era tão bom pra ele, o guiava com tanto carinho e dedicação pelo relacionamento deles, ele esperou para dar cada passo junto com ele segurando sua mão e guiando o caminho, e agora tudo que o australiano postiço queria era andar com ele lado a lado, e nem isso estava conseguindo fazer.

- Eu preciso ser mais atento aos sentimentos do meu namorado...

- Agora que percebeu isso recomendo muito ter uma conversa franca com ele, e não esqueça de se desculpar.

- Obrigado por me ouvir tio....

- Eu vou sempre estar aqui pra ti meu pia.

Vic sorriu de forma tímida e carinhosa, ele era muito filhinho do titio, igual Bruno era o filhinho do papai.

Desligou o telefone se sentindo um pouco mais confiante, do outro lado da linha Gregório sentia que iria receber uma ligação de Walter surtando.

Vic pegou o primeiro doce que viu e pediu para seu Getúlio anotar no caderno o valor, pagaria no outro dia mesmo, quando saiu do posto de gasolina viu que as estrelas estavam lindas aquele noite, em outros tempos caminharia lentamente só para apreciar a tranquilidade de sua cidade, mas naquele instante precisava voltar para o namorado.

Bruno lavou e guardou a louça chorando, deixou as coisas organizadas e agora conversava com seu pai por mensagem.


Popps/ meu pai 🧡

" - Acho que estou sufocando muito o Victor."

Walter estava tranquilo em sua casa aproveitando uma boa "Mango and Ginger Cider" (bebida alcoólica australiana que é um tipo de cerveja) quando recebeu a mensagem, aquilo pareceu bastante estranho.


Meu filhote 🤍

" - o que aconteceu filho?"

" - ele não se sente confortável comigo tomando decisões que envolvam ele"

" - ??"

Bruno respirou fundo e debateu se queria falar sobre aquilo ou não, afinal eram pessoas da corporação de Vic, decidiu dar uma versão condensada para o pai.

" - Uma pessoa ofendeu o Vic, mas ele não deixou que eu o defendesse.... mesmo ele sendo capaz de se defender sozinho, eu ainda quero que ele dependa um pouco de mim."

" - filho, o Victor tem uma personalidade forte e muito inflexível, ele provavelmente acha que se deixar ser cuidado é dar trabalho, tente ter um pouco mais de paciência filho."

Bruno respirou profundamente e passou a mão no cabelo, seu pai estava certo, mas isso não queria dizer que era fácil aceitar a situação.

Walter não recebeu mais respostas então assumiu que Vic e seu filhote estivessem ocupados, imediatamente mandou uma dúzia de mensagens para Gregório perguntando se ele sabia de algo, o idoso agradeceu por não ter sido uma ligação.

Vic e entrou em casa um pouco afobado vendo Bruno sentado no sofá com uma carinha de coitado que chegava a dar dó.

- Vida...

Antes de Bruno conseguir compreender o que estava acontecendo Vic já tinha entrado casa a dentro a passos largos e confiantes até chegar a ele e sentar em seu colo.

- Victor?

Ele estava tão vermelho e tímido que era difícil acreditar que aquele homem era herdeiro de uma multinacional.

Sentiu os lábios do

ces e carnudos prescionando os seus fazendo seus sentidos focarem exclusivamente no namorado, o segurou pela cintura e deixou seu corpo agir sozinho.

Por um segundo Vic achou que conseguiria manter seu namorado parado, mas quando sentiu ele o segurando com força pela cintura toda sua certeza foi por água a baixo.

Ele tinha mãos habilidosas demais, o jeito que cada dedo fazia pressão na sua pele com a intensidade certa para deixar marcado e mesmo assim não o machucar às vezes parecia irreal.

Mesmo estando um pouco sentido com Vic ainda não conseguia negar carinho a ele, não tinha culpa de ser o último romântico da terra.

Ele não tinha chance contra o namorado, ele não tinha como parar de aquele beijo, derreteu no colo do namorado, estava tão apaixonado por ele, e isso fazia com que ele se sentisse ainda pior por ter desconsiderado os sentimentos dele.

As bocas se separaram lentamente, as bochechas de Vic estavam adoravelmente vermelhas, seu coração batia de forma acelerada, engoliu a saliva e viu o sorriso de Bruno na sua frente e soube que precisava se desculpar honestamente.

- Me desculpa Bruno.

- que?

- Eu entendi o que tu quis dizer, eu sou um pouco egoísta quando se tratam das minhas decisões, mas eu estou disposto a mudar...por ti...

Bruno escutou atentamente, respirando fundo e erguendo Vic como se ele fosse um pedaço de papel e o colocando sentado ao seu lado como se não fosse nada.

- Victor, por mais que a ideia de você querer mudar por mim seja adorável e romântica, eu não quero que você mude por mim... -Bruno segurou a mão do namorado e deu um beijinho nas costas dela enquanto olhava diretamente para os olhos de Victor - Eu quero que você mude por nos, pelo futuro que vamos construir juntos.

As palavras dele eram tão sinceras e tão amorosas que por alguns segundos o ex policial ficou sem reação, ele ainda tinha muito o que aprender para poder dar a ele pelo menos um terço do que recebia de volta.

- Se estiver tudo bem contigo - Vic engoliu a saliva nervoso e olhou timidamente para seu namorado - tu poderia ir me mostrando o caminho pra isso...

Bruno sorriu.

- É claro, afinal eu sou seu namorado.

Arthur olhava para a porta que seu marido tinha entrado com tanta intensidade que parecia que queria destruir ela em pensamento, ele queria saber o que estava acontecendo na consulta, não que achasse que algo ruim pudesse acontecer, afinal a Dra tratava dos Cohen a uns bons anos, porém ainda existia um instinto forte dentro dele de querer proteger seu marido a todo custo.

Sentiu sua mão ser segurada e olhou para trás vendo seu sogro o olhando com aqueles intensos olhos negros, achava os dele com um tom de fundo bem acinzentado, já o de Cesar era meio aroxeado, achava isso muito bonito em ambos.

- My little songbird... you need to rest a little....come, sit next to this old man...

Arthur respirou fundo e se sentou ao lado de seu sogro, sentiu a mão mecanica dele colocando um pouco de seu cabelo atrás da orelha e então um carinho bastante forte na cabeça (não forte o suficiente para machucar)

- Você se preocupa demais menino....

Arthur desviou o olhar meio borocochô.

- Gostaria que o senhor não me entendesse tão bem assim...

Chris soltou uma risadinha e novamente bagunçou os cabelos de Arthur com carinho.

- Que audácia! você analisa cada pessoa, mas não gosta quando um velho usa a própria experiência para tentar te entender melhor.

- É diferente!

- Não vejo o porquê.

Arthur outra vez fechou a cara, isso fez seu sogro rir um pouco mais, de todos os seus genros com toda certeza Arthur era seu favorito.

- Eu entendo que se preocupe, eu também me preocupo, mas uma coisa que aprendi conforme o Alex crescia, e que às vezes ele evita fazer algo, ao faz algo justamente para não deixar as pessoa ao redor preocupadas, ele sempre será o mais gentil e passivo entre as pessoas ao redor...até alguém pisar no calo dele...

Arthur não entendeu muito bem o que aquilo queria dizer não, olhou para o sogro curioso, mas ele apenas lhe sorriu de forma gentil e paciente, era estranho ver esse lado tão tranquilo de seu sogro às vezes.

- E o que isso quer dizer?

Chris soltou uma risadinha.

- Que ele sabe muito bem se defender.


☀️🐍🔴 Consulta do Alex ☀️🐍🔴


Alex olhou alguns segundos pela janela observando a paisagem tão bonita e as pessoas vivendo suas vidas lá fora, ele parecia um pouco imerso em pensamentos.

- Alexander?

O jovem rapaz se virou lentamente para a doutora e sorriu de forma amável, de todos os Cohen com toda certeza ele era o mais tranquilo de se fazer a consulta, mas isso também não queria dizer que fosse fácil lidar com ele.

Alex se sentou na poltrona perto da porta, ela era confortável e ficava meio que na diagonal, um pouco escondida na realidade, ainda sim daquele ângulo fica mais fácil olhar para a doutora.

(Nota: análise psicológica de onde o Alex decide se sentar:

as cadeiras são as mais próximas a porta em um ângulo que o permite ver toda a sala, isso dá a ele possibilidades de fuga caso necessário, mas também dá a ele uma vasta opção de armas para se defender, assim como estratégias de ataque, o local que ele escolhe ser tratado e o que faz ele se sentir melhor preparado em caso de traição da doutora, ao mesmo tempo que ele está se deixando vulnerável, também está construindo uma fortaleza de possibilidades ao redor dele caso algo de muito errado, isso se deve aos traumas que ele te desde a infância de não possuir um ambiente estável para se desenvolver)

A doutora se sentou a frente de Alex e viu ele cruzando as pernas, ele sempre se fechava um pouco quando se tratava das seções, muitas coisas dentro dele ainda pertenciam apenas a Alex, traumas profundos demais para ele desenterrar sozinho, e fazer ele se aceitar até com esses traumas era seu trabalho, ela também se sentia muito especial por ver que homem incrível ele estava se tornando.

- Primeiramente Alex, parabéns pelo seu noivado e casamento, e muito bom ver você em um relacionamento saudável e de preferência com alguém que ao menos não tenha idade para ser seu pai.

Alex soltou uma risadinha meio debochada, ele gostava de homens mais velhos e isso não era segredo, mas nunca tinha se relacionado com alguém igual ao seu marido.

- A vida é engraçada às vezes...

- Nem me fale, mas e você? Como está aproveitando esses momentos em que a vida está lhe sorrindo?

Alex pareceu um pouco pensativo, colocou a mão no queixo e entortou a cabeça analisando bem o que aquilo poderia significar.

- Eu amo meu marido, porém não sei dizer se nosso amor e destino ou nós dois trabalhamos muito bem juntos.

A doutora foi pega de surpresa e anotou algo na sua pranchetinha.

- Você sempre se apaixona rápido e intensamente...

- Exatamente igual a como meus relacionamentos acabavam... mas com o meu rei é diferente...

- Em que sentido?

-Eu sei que ele não vai me abandonar, e ele sabe que eu mato e morro por ele.

- Ele me parece bastante apaixonado.

- Eu também estou....

A doutora parou um instante e olhou para Alex com uma grande interrogação na cara, isso fez Alex se irritar um pouquinho.

- Está duvidando do meu amor pelo meu marido? 

- Não!! isso jamais!!! Mas é que esse Alexander - A doutora apontou para Alex com intensidade - e bem diferente do Alexander que se apaixonava por pessoal incapazes emocionalmente ou que simplesmente apenas queriam te usar sem se importar com seus sentimentos, e algo incrível ver como achar alguém certo e que esteja disposto a escolher crescer dentro de um relacionamento pode fazer com alguém... você agora é totalmente diferente de quando era apaixonado pelo seu amigo escritor, ou pelo seu antigo professor.

Alex sentiu tanta vergonha de si mesmo que suas bochechas queimaram apenas com as lembranças vergonhosas que vieram em sua mente.

- São águas passadas...

- Percebi.. mas como é a relação do Dr Arthur com os seus Alters?

A sala ficou estranhamente gelada com aquela pergunta, era possível ver as pupilas de Alex dilatando em antecipação e um pouco de raiva, aquilo pegou a doutora de surpresa.

- Todos os meus Alters são apaixonados pelo nosso marido à sua maneira...

- Nossa....isso é uma raridade, e muito difícil ver um Sistema completamente apaixonado e satisfeito com um só parceiro, bem levando em conta que você é o sexual alter e host eu compreendo o porque os outros orbitam na sua direção em relação a parceiros sexuais e afetivos. 

Alex ficou quieto por alguns instantes, isso deixou a Dra preocupada, ele sempre era falador e não costumava deixar a conversa morrer, ele quieto assim se parecia muito com Christopher, e por mais que ela fosse médica dele o patriarca dos Cohen ainda era um pouco assustador aos seus olhos.

- Meus alters e eu estamos enfrentando algumas dificuldades e discordâncias ultimamente.

- Que? 

Novamente a expressão de Alex se enrijeceu, mas dessa vez de tristeza, ele apertou as mãos uma na outra e olhou para a dra de forma vazia.

- Eles querem se fundir a mim após a dormência deles acabar.

Lentamente a doutora se recostou na sua poltrona e absorvendo aquela informação, uma integração de Alter é muito cansativa e perigosa para o host, e uma completa nova personalidade se formando de partes diferentes de uma psique, entendia agora a velada preocupação que seu paciente transmitia, ela deixou a prancheta de lado e se curvou para frente respirando fundo.

- Alexander quando eu te conheci a 7 anos atrás você era só um adolecente e eu tinha acabado de me formar, nesses 7 anos que eu trato você e o restante da sua família eu vi coisas que não imaginei serem possíveis, eu nunca tinha conhecido um sociopata completamente funcional na minha vida, muito menos um que já nasceu sociopata, que é o caso do seu pai e irmão, mas eu também nunca tinha conhecido ninguém com uma memória fotográfica, muito menos um sistema tão bem estruturado, o seu cérebro e como ele funciona ainda é uma das coisas mais fascinantes que eu já vi, e te tratar é um prazer, você é um amor.

Alex sorriu um pouco tímido e a dra o acompanhou no gesto para então continuar a falar. 

- No entanto eu sei como você ainda tem muitas questões a serem resolvidas internamente, e querendo sim ou não, seus alters muitas vezes te ajudaram e ainda ajudam a enfrentar seus medos, e agora eles simplesmente não estarão mais lá...mas será que isso é verdade?

Alex ficou atônito por alguns segundos.

- Como é?

- Os alters e você sempre foram um, vocês são parte de uma única dor, e se dividir foi a única forma de vocês conseguirem entender o mundo cruel a sua frente... mas verdade é que agora você não precisa mais deles, não do jeito que precisava antes ...então finalmente seu cérebro pode descansar um pouco, e você... Alexander...também....

O mais novo apertou mais ainda as mãos, e olhou para o chão sentindo um amargo na boca e um leve dor de cabeça.

- Não é justo...

A doutora pareceu surpresa com aquela reação, o sussurrou foi audível e a voz dele estava trêmula e bastante amarga.

- "Não é justo" o que não seria justo?

Os olhos do mais novo se encheram de água e as lágrimas escorreram sozinhas, as limpou com as costas das mãos, a DRa ainda se lembrava de ter visto aqueles olhos vermelhos achocolatados, tão doces quanto o próprio Alex, eles molhados por lágrimas ficavam ainda mais bonitos.

- Eles sempre foram a única certeza da minha vida! Quando eu estava sozinho! Quando eu sentia medo! Eles dividiam essa dor comigo, eu não consigo fazer isso sozinho.

Embora a doutora entendesse o que ele estivesse dizendo ainda tinha uma dúvida.

- Não consegue.... Ou não quer?

Alex secou uma lágrima absorvendo aquela pergunta, ele não sabia o que responder, como ele ficou quieto a doutora continuou.

- Alexander, você é capaz de lidar com os problemas! Olha só pra você! Tem um marido! Filhos! Ajuda seu pai nos negócios! Você sempre foi capaz, com ou sem os seus alters!

Limpando as lágrimas tentou se recompor para continuar a consulta, também não queria aparecer com a cara inchada na frente dos outros.

- eu achei que eles nunca iriam me deixar.

- você melhor do que ninguém sabe que algumas pessoas não ficam para sempre.

A expressão triste e o olhar completamente apagado fazia com que a doutora se sentisse mal pelo seu paciente, era difícil ver Alex como um homem adulto, em seu coração ele ainda era aquele adolescente que trazia sua coleção de bonequinhos de Power Rangers para ela ver, em particular se sentia orgulhosa e honrada de ter feito parte do desenvolvimento dele.

- É um pouco assustador e frustrante pensar que eles querem me deixar também...

Ali estava uma das maiores razão de Alex ainda ter seções tão intensas de terapia, o medo do abandono.

- Eles não vão te deixar Alexander, eles querem estar ainda mais com você, porém isso não é algo fácil de se acontecer, se realmente vocês forem se fundir, vai ser um processo muito longo e doloroso, mas também pode ser o que você sempre precisou e não sabia.

Novamente Alex pareceu pensativo e então falou algo surpreendente.

- Tenho medo do Arthur me deixar se isso acontecer.

A doutora pareceu realmente pega de surpresa com aquela frase.

- Por que acha que ele te deixaria?

- Porque tenho medo de não ser mais "ESSE" Alex.

Aquilo era algo a se pensar, era um Medo bastante válido inclusive, mas levando em conta que era só uma hipótese decidiu investigar mais.

- Você deixaria o seu marido se ele mudasse também?

Alex pareceu ponderar um pouco, mas não chegou a uma resposta concreta.

- Eu não sei...

- Então não tem como saber como vai ser a reação do Dr Arthur, assim como também você possa deixar de ama-lo depo-

- NUNCA!

Ficou um pouco chocada com a rispidez na voz de seu adorável paciente, agora os olhos dele ardiam como chamas.

- EU NUNCA VOU DEIXAR DE AMAR MEU MARIDO!

Por algum motivo, a dra achou aquilo muito fofo e sorriu, os Cohen sempre eram intensos quando se tratava de amar.


☀️🐍🔴 Consulta do Alex ☀️🐍🔴


Alex saiu da sala com um pirulito na boca e segurando outros 4, a doutora parecia querer segurar a risada um pouquinho.

- Obrigado pela consulta Dra! 

- De nada Alexander...

Alex se curvou e abraçou a doutora de forma afetuosa ele era comicamente maior que ela, pelo canto do olho pode perceber Arthur praticamente pegando fogo de ciúmes, aquilo era interessante.

O mais novo dos Cohen foi até o restante do pessoal super feliz em entregar os pirulitos.

- Strawberry for you daddy, Cherry for you big brother, tutt fruti pro senhor meu sogro, maçã verde pra você meu rei.

Todos pegaram o doce e agradeceram, Arthur sentiu o braço de Alex sobre seus ombros e o pirulito que estava chupando na sua frente.

- Quer provar?

O gesto pareceu inocente o suficiente então Arthur colocou o pirulito na boca, era de framboesa, sentiu o aperto no seu ombro aumentar e instintivamente olhou para Alex, ele sorria de forma um pouco esquisita, tirou o pirulito da boca vendo ele ir para a boca de Alex novamente.

- o que foi?

- nada demais...

Achou aquilo um pouco esquisito por algum motivo mas relevou.

- Senhor Cohen, podemos ir?

Christopher se levantou da cadeia com uma expressão neutra e seria, Brulio sentiu as pernas bambirem por algum motivo, ver Christopher sério o fazia se sentir um pouco estranho, ele ficava muito bonito daquele jeito, o olhar dos dois se encontrou levemente e a expressão do magnata se suavizou bastante.

- Eu já volto.

Deu as costas para o namorado e seguiu a doutora para dentro do escritório.

Enquanto essa interação acontecia Cesar olhava o desenho de cereja na embalagem do doce, se perguntava como Joui estava.

Daniel olhava para o climão na mesa do café de forma frustrada, Jun estava conseguindo sugar toda e qualquer positividade em um raio de 30 quilômetros, era impressionante que até mesmo Cesar e Gal conseguiam trazer mais ânimo para o ambiente, e levando em conta que era um emo e um gótico isso dizia muita coisa sobre Jun.

Por outro lado Jun estava INCONFORMADO com o fato de Joui se dar tão bem com aquelas moças tão bonitas, principalmente com a ruiva de olhos verdes.... Como era o nome dela mesmo?

- Erin, você quer um golinho do meu chá?

A ruivinha se alegrou inteira e pegou a xícara da mão de Joui dando uma bicadinha no líquido morno, estava doce que só, exatamente como Alex gostava.

Jun quase morreu ali naquele momento, ele tinha acabado de ver seu irmão dar um beijo indireto?

Tinha que fazer algo sobre isso!

- Dividir o mesmo copo é anti higiênico!

- Relaxa! Eu e o Joui já trocamos muito mais fluidos além de saliva.

Daniel engasgou com o café por segurar a risada, o rosto do asiático mais velho pareceu preso em descrença.

- C-Como é?

- E que eu e o Joui somos ex namorados.

O mundo de Jun desabou.

Thiago é um homem muito bonito!

Essa é uma das verdades do universo, simples assim, então quando ele não quer chamar atenção tem que improvisar um pouco.

De óculos escuro e usando um terno elegante ele esperava na frente de um restaurante, tinha uma quantidade considerável de pessoas na fila.

Se ele quisesse ele poderia ter dado uma carteirada e entrado antes de todo mundo, mas não queria chamar atenção aquela noite.

Chegou sua vez e o rapaz da segurança olhou pra ele com uma cara de "odeio meu emprego" achou graça.

- Boa noite, bem vindo ao "lhabeza" mesa para quantos?

Thiago pegou um caderninho e escreveu mostrando para o segurança o número "1", isso obviamente irritou o segurança, Thiago viu isso e virou a folha escrevendo "Sou surdo" o segurança rapidamente mudou a cara.

- ME DESCULPE SENHOR! JÁ VOU COLOCA-LO NUMA MESA SENHOR!

Thiago escreveu novamente no caderninho "eu posso ler seus lábios, não precisa gritar"

Isso fez o segurança ficar extremamente desconfiado.

- Se é surdo mesmo como sabe que eu estava gritando?

"E só olhar para a cara dos outros clientes"

Após ler isso no caderno o moço ficou envergonhado de verdade e pediu desculpas para Thiago e para o casal atrás dele, logo o Fritz estava sentado em uma mesinha aconchegante dentro do restaurante.

O garçom veio com o menu mas Thiago recusou educadamente erguendo a mão enquanto sorria para então entregar um bilhete para o garçom, pegou seu caderninho mostrando novamente a frase "Sou surdo" e o garçom ficou meio sem graça, porém Thiago não estava com pique para continuar a interação, então escreveu "Entregue isso a chefe, ela vai entender" e mostrou para o garçom.

A cozinha estava a todo vapor, o restaurante chique e elegante era conhecido pelos pratos deliciosos feitos com os melhores ingredientes e pertencerem a alta gastronomia e por trás daquilo tudo, lá estava Shizui.

A gastronomia era uma das poucas ligações que ela ainda possuía com sua falecida mãe e se orgulhava dos pratos que servia, porém nesse momento tinha uma confusão acontecendo.

- Eu preciso entregar isso para a chefe!

- Volta na mesa e faz o pedido de forma correta...

- o que está acontecendo?

O garçom viu a senhora vindo com cara de poucos amigos e honestamente ficou com medo.

- Chefe, um cliente pediu para entregar isso para senhora.

Acostumada com esse tipo de coisa, podia ser um cliente que já conhecia todo o cardápio e queria algo novo, podia ser algo relacionado a ordem, até uma ameaça, mas quando abriu o papel e leu ficou perdida.

"A senhora sabe o que eu gosto de comer" 

Olhou para o garçom e ele claramente não tinha lido o bilhete, afinal foram instruídos assim, mas precisava de respostas.

- Como é esse cliente?

- Bem ele é Alto, cabelos e olhos castanhos, ele e cheio de pintinhas no rosto e é surdo.

Os funcionários estavam acostumados a verem a chefe super fechada, mas no momento ela abriu um sorriso que poderia ofuscar até o brilho do Sol.

- Chefe?

- Eu sei quem ele é, não se preocupe, ah e quando for levar a comida pra ele eu vou junto.

A chefe se virou e foi ao fogão ainda sorrindo, estava genuinamente feliz.

Thiago viu vindo em sua direção o garçom com os seus pratos e logo atrás dele sua tia Shizui mal conseguia conter a alegria de vê-lo.

- Thiago!

- 🔇 "Tia!"

Se levantou da cadeia e deu um grande abraço na senhora que se sentou com ele a mesa enquanto o garçom servia os pratos.

- Trouxe os seus favoritos: "medalhão de carne ao molho madeira" "talharim com ragu e molho de tomate artesanal" "salada de folhas verdes com crutons, bacon e crispys de queijo e cebola" Também tem um "Risoto de linguiça e carne seca" e de sobremesa um "bolo formigueiro com recheio de doce de leite"

- 🔇 "Obrigado Tia, mas isso é muita comida!"

- Ora! Que besteira! Eu fiz com muito amor, e eu também já separei meia porção de tudo para você levar pro Gonzalez, agora coma Thiago, se quiser mais alguma coisa pode me chamar.

Thiago comeu feliz, era a quantidade certa de comida pra ele, chegava a ser impressionante, quando terminou sinalizou o garçom para que ele chama-se sua tia de volta a mesa, em segundos ela reapareceu e com ela uma pequena taça com sorvete dentro.

- Como estava tudo Thiago?

- 🔇"Uma delícia tia, mas não vim aqui apreciar sua comida"

A expressão da senhora ficou rígida do nada, ela já imaginou os piores cenários possíveis, mas então Thiago lhe entregou 2 envelopes de papel pardo.

- o que é isso?

Thiago se curvou na direção da tia e e ficou bem sério, era assustador o tanto que ele parecia com o pai quando ficava daquele jeito.

- 🔇"em um são papéis disponíveis para uma série que vai estrear ano que vem, quero que Naomi faça parte do elenco"

Shizui olhou para os envelopes e sorriu, sua casula realmente precisava fazer algo de produtivo, porém seu mundo parou quando Thiago disse.

- 🔇"E o outro é um programa de culinária que eu vou dar a senhora"

Aquilo pegou a senhora de surpresa, ela já não era tão lembrada para ter um programa na tv, sem contar que ficava um pouco intimidada com esse tipo de programas, não queria que seus restaurantes fossem lembrados como: "Restaurante daquela apresentadora" 

- Thiago eu não sei se isso é uma boa ideia.

- 🔇"Não é ideia tia, e realidade...a senhora é um rosto conhecido na gastronomia mundial, e eu quero a senhora em um programa nos meus Studios" 

- Thiago as coisas não são fáceis assim.

O rosto do mais novo enrijeceu de maneira assustadora, os olhos castanhos escuro dele focaram no laranja dos olhos laranja da tia, Thiago puxou o ar e se esforçou para sussurrar.

- Tia, eu sou o novo pilar, eu tenho que manter um nível de profissionalismo e qualidade, principalmente sendo filho do meu pai, por enquanto isso foi um pedido... Eu não quero que vire uma Ordem.

O peso das palavras dele ficou no ar, Thiago se levantou e deixou uma boa quantidade de dinheiro encima da mesa, ele olhava para tia como um pouco de esperança, ele não queria o obrigar ela a fazer isso.

- Thiago.

- 🔇"por favor tia, não torne isso mais difícil"

Shizui se levantou e pegou o dinheiro na mesa devolvendo a Thiago, ele tentou não aceitar, porém a cara dela fez ele ficar um pouco assustado (não demonstrou isso) então pegou o dinheiro de volta.

- Eu preciso pensar sobre o assunto Thiago.

- 🔇"garanto a senhora que terá completa liberdade criativa no programa, eu planejo colocar a senhora em horário nobre"

Shizui suspirou um pouco preocupada.

- É algo muito sério.... Eu preciso de tempo Thiago...

Ele não pareceu satisfeito e Shizui sabia disso, ela também não podia ser hipócrita a esse ponto, exigir que seus filhos fossem ativos na mídia e ela não, estava em um beco sem saída.

Thiago chegou em casa com uma cara de cansado terrível, assim como também com sacolinhas cheias de comida.

- Cariño?

Quando viu Gonzalez na porta o esperando se curvou e o agarrou com força gemendo de frustração em seu ouvido, ele precisava de um abraço.

- Ah Cariño...

Abraçou Thiago de volta e foram juntos sentar no sofá, o mais velho parecia bastante cansado.

- 🔇"A conversa não foi boa é?"

- 🔇"Eu não quero ter que dar ordens... principalmente aos mais velhos"

Gonzalez sorriu e trouxe a cabeça de Thiago para as suas coxas o fazendo se deitar no sofá, os dedos finos se enfiaram nos cabelos castanhos fazendo um cafuné gostoso, Thiago honestamente achou que poderia infartar só de estar daquele jeito no colo de Gonzalez.

Sentiu ele se inclinar e o calor do hálito dele bater na sua orelha.

- Você saiu bem Thiago, estou orgulhoso de ver o quanto você está se esforçando.

O beijinho na bochecha que ganhou depois disso foi a cereja do bolo, ser amado daquele jeito era realmente muito bom.

Jiro respirou cansado sua mente estava a milhão, Samuel desceu feliz para encontrar ele e Olívia, e aparentemente Marcelo tinha tido uma noite daquelas.

- Bom dia priminhos.

O coração de Olívia e Jiro doeu, era tão estranho...ser cuidado por alguém daquele jeito.

- Oi Sammy!

- Bom dia primo...

Samuel parou no lugar e juntou as sobrancelhas e então se aproximou de ambos os olhando com intensidade.

- o que aconteceu? Vocês estão bem?

Jiro engoliu o choro e segurou a mão do primo, forçando um sorriso.

- Tá tudo bem primo!

De longe Marcelo olhava para os três com uma expressão neutra, porém melhor do que todos ali ele entendia exatamente o que estava acontecendo na cabeça dos 

dois mais novos.

- Isso vai virar um problema.


Notas Finais


O Victor ainda está aprendendo a se relacionar, a sorte dele é que o Bruno é um amorzinho doce fofo e querido.
O Alex e muito fofo e querido, a doutora gosta muito de atender ele por ele ser da paz e gentil.
Sim o Arthur está com ciúmes da doutora.
Brulio fica sempre apreensivo quando não sabe como ajudar o Chris, ele é um bom namorado.
O Alex sabia exatamente o que estava fazendo quando deu o pirulito de cereja pro Cesar!
O Jun está desacreditado e horrorizado com o fato do Joui ter uma ex namorada.
O Thiago ainda tem muita dificuldade de se impor como pilar, mas ele está tentando.
O Marcelo é muito observador, ele já percebeu o que tá acontecendo com o Jiro e a Olívia.
Bjs até o próximo capítulo 😘✌🏽


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