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História Stupid Love - Burn


Escrita por: One_Bieber

Notas do Autor


EVERYBODY WANTS TO BE TOUCHED

Capítulo 82 - Burn


Fanfic / Fanfiction Stupid Love - Burn

"Eu me lembro que doía, olhar para ela doía."

 

Cheguei no hotel e deixei o carro estacionado perto do SUV e de dois carros da polícia. Desci do carro respirando profundamente, meu corpo inteiro ainda tremulo, como se eu tivesse levado um grande choque, peguei a mochila e a arma. Mellany desceu logo depois de mim, sua maquiagem um pouco borrada, seu batom não tão vermelho quanto antes.

Sorri fraco passando os dedos pelos meus lábios, olhei os mesmo e vi mais avermelhados que o normal. Quase soltei um risada, mas Mellany parou ao meu lado me encarando confusa.

– Porque estamos aqui? – perguntou olhando tudo ao redor.

– Porque aqui é o ponto de encontro. – respondi caminhando em direção as escadas que nos levariam para o segundo andar. Passei pela recepção e um homem mais velho estava sentado, meio acordado, meio dormindo. Continuei meu caminho até sentir os dedos de Mellany procurarem pelos meus e os entrelaçarem. Engoli em seco sentindo seu toque.

Cheguei na frente da porta e soltei meu dedos dos delas, com uma dor no coração fazendo tal ato, segurando-a pelos ombros a escorei na parede ao lado da porta.

– Só entre quando eu te chamar! – ela assentiu abraçando os próprios braços então abri a porta.

– Porque você demorou tanto caramba! – Harry gritou antes mesmo de eu colocar o corpo todo dentro do quarto, antes mesmo de ele - ou alguém dentro do quarto - me olhar. Assim que fizeram a tal tarefa arregalaram minimamente os olhos.

– Ocorreu um – apertei os lábios antes de continuar. –, problema...

– Não pode ser! – Christian disse se jogando no sofá. – Minha vida acabou! – ele lamentou colocando a cabeça entre as mãos. – Rebecca vai me matar! Puta que pariu eu não vou estar presente na infância do meu filho! – ele lamentava e eu quase ri com seu desespero.

– Não seu imbecil! – falei rolando os olhos e ele levantou o olhar para mim. – Não esse tipo de problema! – todos me olharam confusos. – Aconteceu uma coisa meio impossível. – suspirei. – Não se assustem e por favor não a encham de perguntas... – cada vez se mostravam mais confusos então eu estiquei a mão para trás. – Pode entrar.

Expressão horrorizadas e confusas tomavam conta do rosto de cada um de meus amigos. Era como se estivessem vendo um fantasma.

Na realidade era exatamente isso que estavam vendo.

– E-e-essa é a Mellany? – Zayn foi o primeiro a se manifestar.

– Sim, essa é a Mellany. – respondi ele devagar e logo senti uma dor aguda em meu rosto me obrigando a fechar os olhos.

– Seu filho de uma puta! – gritou Kelmer enquanto tentava me acertar outro soco, mas Mellany empurrou ele com força. Uma força que eu não sabia que ela tinha. – COMO VOCÊ PODE ESCONDER ELA DE TODOS? FORJAR A MORTE DELA? – gritava com toda a raiva do mundo. Então eu entendi, ele achava que eu sabia disso.

– Não Kelmer, eu não fiz isso, eu não sabia disso! – falei passando a mão na maça do rosto. – É um choque para mim também! – ele me encarou com nojo.

– Seu mentiroso! – gritou ele.

– Eu não estou mentindo! – falei. – Eu te dou a minha palavra Kelmer.

– Ele não está mentindo! – Mellany disse vindo até mim. – Eu não sei quem são vocês, eu não sei quem é ele! – ela disse furiosa olhando meu rosto.

– Agora você também virou uma mentirosa? – Kelmer riu debochado.

– Cale a boca, seu, seu, RIDICULO! – ela falou apontando o dedo para ele nervosa.

– Ela perdeu a memória. – expliquei.

– Uhum, lógico, ela perdeu a memória e lembra de você, claro! – Zombou Kelmer mais uma vez.

– Eu não sei quem é ele! Me mandaram achar ele, apenas! – Mellany disse irritada.

– Quem? – Chaz perguntou confuso ainda encarando ela de maneira estranha.

– Da para parar de me olhar assim? – a irritação ainda presente na voz. – Eu acordei no hospital um dia desses e o medico me disse que haviam me deixado ali e que eu perdi parte das minhas lembranças. – deu de ombros. – Havia uma mochila com dinheiro e um endereço dentro do quarto, falaram que deixaram comigo. Eu fui até o endereço era uma casa, eu fiquei um tempo lá então um tal de Luke Eathon. – me olhou por alguns momentos praticamente soletrando o sobrenome daquele maldito filho de uma mãe. – Ele me disse que Justin Bieber poderia me ajudar. – mordeu o canto do lábio abaixando o olhar.  Franzi o cenho confuso. Porque Luke falaria algo assim para ela?

– Revista ela, talvez Luke a tenha colocado como escuta para ele. – Christian disse depois de um tempo calado.

– Ninguém vai relar a mão em mim! – ela disse alto. – Eu não tenho nem um porque ser escuta dele. Eu nem sei o que é ser escuta. – ela molhou os lábios, as bochechas ficando mais vermelhas, assim como os olhos que já brilhavam com as lagrimas. – Eu só quero ajuda para entender minha vida. – sua voz fina e fraca foi cortada pelo soluço. Mellany se jogou novamente em meus braços chorando forte. As mãos apertando cada vez mais minha camiseta.

Os meninos olharam para mim um pouco assustados, dei de ombros abraçando ela também.

Eu não sabia como agir. Parecia que ela era uma completa estranha.

Será que é assim com todos? Tipo, quando uma morta que aparentemente não está morta, volta para seu lado?

– Tudo bem, tudo bem. – sussurrei ainda segurando ela em meus braços. A sensação calorosa de seus braços ao meu redor parecia me preencher cada vez mais e mais.

– Eu posso ir ao banheiro? Jogar uma água no rosto? – sua pergunta foi abafada pelo meu peito. Assenti e ela se afastou andando até lá com a cabeça baixa. Todos os olhares a seguiram e só se desviram quando ela fechou a porta.

– Eu vou levá-la comigo. – murmurei sentando na cama e passando a mão pelos cabelos.

– Mas é obvio que não! – Joseph disse pela primeira vez. – Ela te largou! Ela vai ir comigo! – levei meu olhar furioso até ele, que me olhava da mesma forma.

– Vocês estão malucos! – Kelmer riu debochado. – Vocês quase nem possuem responsabilidade para cuidar de vocês mesmo!

– Cala a boca! – Minha voz e a de Joseph foi ouvida ao mesmo tempo. – Ela vai comigo! – repetimos novamente e nos olhamos irritados.

– Ela vai ficar com ela quem ela já ficou! – Kelmer disse sorrindo de lado, mas um sorriso ainda debochado.

– Opa desculpa, senhor "já comi" . – debochei dele, que retirou o sorriso do rosto. – Pelo que eu sei, nós namoramos e tivemos filhos. – sussurrei a ultima parte para ela não ouvir.

– Mas ela te abandonou e foi atrás de mim! – Joseph disse se gabando.

– É mesmo? Porque quando nos reencontramos não pareceu exatamente isso... – sarcasmo, deboche, ironia, eram as palavras que descreviam cada palavra saída de nossas bocas.

– ELA PERDEU A MEMORIA! – berrou Ryan . – ELA NÃO SABE QUEM SÃO VOCÊS! – a veia de seu pescoço saltada. Mellany abriu a porta assustada, franziu o cenho ao ver a cena. – Deixem ela ir com Justin, depois se ela ainda quiser continuar com ele, todos nos encontramos em New York. – ele olhou para ela de cima a baixo e depois caminhou lentamente até sua direção. – Oi Mellany. – sorriu calorosamente para ela que sorriu tímida. – Eu sou o Ryan. – ele estendeu a mão e ela apertou. – Amigo do seu ex. – apontou a cabeça para mim, fazendo Mell rir baixo.

– A policia caralho! – Chris disse olhando o celular que apitava algo. – Temos que vazar, agora! – gritou pegando uma maleta e olhando a Mellany. – Tchau Melly. – ele abanou para todos e vazou. Os garotos se despediram rapidamente de todos e foram embora também. Olhei para Kelmer, Joseph e Mellany e depois sai do quarto sendo seguido pelos três. Corremos até os carros de policia e pegamos galões de gasolina.

– Vou pagar a estadia. – respondi e eles assentiram jogando a gasolina nos quatro carros. Abri a porta do carro que eu vim e peguei minha mochila de dinheiro. Andei até a recepção onde o mesmo senhor estava sentado. – Com licença. – falei batendo os dedos na mesa chamando sua atenção. Peguei uma quantia boa de dinheiro e coloquei na bancada deixando ele de olhos arregalados. Pisquei e sai de lá correndo até o SUV preto estacionado um pouco longe dos carros. Joguei a mochila dentro e entrei. Kelmer sentado no banco do motorista, ao seu lado um banco vazio, ao meu lado Mellany. Logo Joseph entrou correndo e Kelmer acelerou. Olhei pelo vidro e vi o fogo se espalhando pelo chão e chegando no carro onde não demorou a explodir sendo seguido pelos outros.

– Onde temos que nos encontrar para contar o dinheiro? – perguntou Joseph olhando para trás.

– Daqui a noventa quilômetros iremos parar em um casebre de beira de estrada. – respondi para ele. – Depois vamos seguir até o pequeno aeroporto clandestino e cada um seguira para um lado. – encarei Joseph mortalmente, alias, ele me encarava da mesma forma.

Ouvi o barulho de um celular tocando dentro do carro, não sabia de quem era pois os celulares que tínhamos tinha o mesmo toque.

– Alô. – Ouvi a voz de Joseph. – Oi pequena. – seu risinho foi fraco. Ele ficou um tempo quieto e depois de um tempo falou. – Tudo bem, eu passo para ele. – então ele se virou com o celular em mãos.

– É a Kimberly, Justin. – Joseph falou cauteloso mando um olhar para mim e depois Mellany que me encarava com a sobrancelha franzida.

– Você pode encostar um pouco? – perguntei para Kelmer que assentiu olhando para Mellany pelo retrovisor.

Assim que o carro parou pulei para fora e coloquei o celular no ouvido.

– Oi princesa.

– Papai. – ouvi seu gritinho histérico e sorri.

– Como você está filha? – perguntei me afastado mais do carro.

– To beim. – ouvi um suspiro pesado e franzi o cenho. – tava preocupada, vuxê não atendeu o xeu celulai. – ela fez uma voz manhosa, que eu juro que se estivesse ao seu lado, iria morde-la até ela pedir para parar.

– Óh minha princesa, me desculpe, papai não viu. – falei sorrindo e imaginando a carinha que ela estaria fazendo agora.

– Tudo bein. – ouvi um risinho e depois o que pareceu uma briga.  Deduzi que era Amy que queria falar comigo também.

– Ei, ei, meninas! – falei autoritário fazendo a linha ficar muda. Olhei para tela e a ligação estava finalizada. Suspirei e voltei para o carro.

– Tudo certo? – perguntou Joseph preocupado quando abri a porta.

– Tudo ótimo. – sorri me arrumando no banco antes de Kelmer acelerar.

Algum tempo depois Joseph e Kelmer embarcaram em uma conversa legal sobre todas as merdas que tínhamos feito. As vezes eu ria e comentava alguma coisa, e as vezes eu apenas ouvia a risada baixa da garota ao meu lado.

Era como se a parte quebrada do meu coração estivesse voltando ao normal.

Se me perguntassem porque eu a amo tanto, eu não saberia responder. Talvez fosse pelo seu jeito de falar, ou pelo seu olhar confiante. Talvez por seu sorriso, ou talvez tenha sido as simples palavras e atitudes que me fizeram ficar fissurado nela. Eu não conseguia definir exatamente o tamanho da minha gratidão por ela ter entrado em minha vida.

 Existem pessoas que precisam de muito para serem felizes. Eu só preciso dela. De seu sorriso. De seu jeito. Do seu toque. Do seu beijo. Eu só preciso saber que ela está bem que para mim já é o suficiente.

Nesse tempo em que ela não esteve comigo, eu percebi que a vida não fazia mais tanto sentido. Ama-lá era algo que eu não conseguia simplesmente negar a mim mesmo. Eu a amei com toda a minha força, eu a amo com toda minha força e isso ninguém pode mudar.

 

– Chegamos. – Ouvi a voz de Kelmer e deixei de encarar Mellany que dormia encostada na janela.

– Vão levando as mochilas vou acordar ela.  – falei e os dois bufaram antes de descer do carro.

Franzi o cenho não sabendo como acorda-lá. Eu deveria cutuca-lá? Chacoalhar? Chamar?

Perdido nos pensamentos só me toquei da idiotice que estava pensando quando encontrei com o imenso castanho de seus olhos.

– Porque tanto me encara? – perguntou ela rouca. Chacoalhei a cabeça e sorri.

– Estava pensando em como te acordar. – falei e ela sorriu de lado. Ela endireitou o corpo e passou a mão pelos olhos.

Descemos do carro e seguimos em direção ao casebre. Antes que eu pudesse empurrar a porta Mellany puxou minha blusa me fazendo parar.

– Você poderia me dizer o nome das pessoas que estão ali dentro? – perguntou ela tímida. Era engraçado ver como ela estava diferente.

– Uhum. – assenti e abri a porta. Os meninos estavam espalhando o dinheiro encima de uma mesa. Eles cumprimentaram com a cabeça e mal encaravam a Mellany.

Eu entendia eles, porque afinal a um dia atrás ela estava morta para todos nós.

– Aquele – Apontei para Ryan. – , é o Ryan, meu melhor amigo. Vocês não conversavam muito. – Rodei meus olhos para a próxima pessoa depois de Ryan e parei em Chaz. – Aquele é o Charles, todos chamam de Chaz. Vocês dois eram bem íntimos. – ela assentiu e eu fui para a próxima pessoa. – Christian, todo mundo chama de Chris, ele é o mais responsável de nós, digamos assim. – ri fraco e ela sorriu de canto. – Ele tem um filho de dois anos, Matthew, e uma namorada, Rebecca. Aquele com o topete preto ao lado do garoto do cabelo encaracolado, é o Zayn. Você ficaram bem próximos de um tempo pra cá. Harry esta ao seu lado, vocês também ficaram um pouco próximos de uns tempos para cá. – Aquele é o Kelmer, – apontei para o moreno que arrumava as pilhas de costas para nós. – não sei muito sobre a relação de vocês dois, eu evito ao máximo ele e o irmão. Mas acho que vocês dois já tiveram um casinho, por mais duro que seja eu admitir isso. – dei de ombros e ela torceu a boca. – Aquele é o Joseph, irmão do Kelmer. A quase um ano você estava morando com ele, não sei nada sobre se havia ou não um relacionamento no meio disso tudo.

– Como assim eu morava com ele? – ela perguntou assustada e confusa.

– Nós tivemos um briga feia e você fugiu da nossa casa, eu não sabia aonde você estava, foram os piores dezenove meses da minha vida. – sussurrei a última parte não querendo me lembrar daqueles terríveis dias. – Quando eu finalmente te encontrei, você estava morando com ele. – apontei minha cabeça para Joseph. – Você não tem noção do quanto foi horrível te ver lá com ele.

– Me desculpe. – ela falou olhando para outro lado.

– Tudo bem... – dei de ombros. – Bom, quer saber mais alguma coisa Mellany?

 

Mellany Jordan  - Point Of View

Quinta feira, 5 de novembro de 2015,  Carolina do Norte

E quando ele chama

Ele chama a mim, e não a você

Ele vive para o amor, ama suas drogas

Ele ama seu bebezinho também
 

Mas eu não posso curá-lo

Não posso melhorá-lo

E não posso fazer nada sobre

Seu estranho temperamento
 

Mas você é incurável

Não posso entrar em seu mundo

Pois você vive em tons de frieza

Seu coração é inquebrável
 

Meu bebê vive em tons frios

Coração triste, mãos e aptidão

Ele vive para o amor, para as mulheres também

Sou uma de muitas, em sua tristeza
 

E quando ele chama

Ele chama a mim, e não a você

Ele ora pelo amor, ele reza pela paz

E talvez, por outra pessoa

 

 

Minha cabeça doía com todas as palavras que eu ouvia de Justin, cada silaba parecia ser a mais pura verdade.

Ele parecia me conhecer melhor que qualquer um.

Mas eu não podia acreditar em nada. Finja Mellany. Meu subconsciente gritava. Você precisa mentir.

Droga, Luke não me falou que ele era tão bonito assim. Ele tinha aquelas adoráveis pintinhas no rosto, aquela boca rosada e bem desenhada, aqueles olhos... Óh Deus, ele parecia um boneco.

Merda!

Como alguém que perdeu a memória não vai confiar em um cara como ele? Justin Drew Bieber é simplesmente perfeito apenas com seus vinte e três anos de idade.

Cada vez minha cabeça se embaralhava mais, como assim eu morava com ele?

Luke não me contou essa parte da história. Mas ele falou que Bieber iria mentir.

Mil vezes merda!

– Você pode me falar um pouco mais sobre como nos conhecemos? – perguntei passando a mão na testa tentando diminuir a dor que eu sentia. – Tipo, desde que nos conhecemos até agora? – ele riu baixo e ouvi um garoto loiro gargalhar alto. Acho que era o Ryan.

– Começou com sexo, terminou com sexo e no meio disso tudo rolou só sexo. – ele falou aquilo me deixando com a testa franzida enquanto a maioria gargalhava com sua piada sem lógica para mim.

– Cale a boca seu bicha. – Ouvi Justin falar em meio a sua risada. Ele sorriu negando com a cabeça parando de rir e me olhou, arregalando os olhos. – Perdão, ele não quis te ofender nem nada, nenhum de nós teve a inten...

– Tudo bem Justin. – Ri de seu desespero e ele relaxou os ombros.

– Vamos sentar ali. – ele apontou para um par de cadeiras perto da mesa onde estava o dinheiro. Assenti e fui caminhando com ele até lá, assim que sentamos ouvi um suspiro vindo dele.

– Você tem que ouvir muito bem o que eu falo, okay? – perguntou para mim e eu assenti me preparando para ouvir o que ele tinha a dizer.

Tente captar muito bem as coisas, qualquer coisa estranha que você ouvir, tem que contar para o Luke, Mellany!

– Nós nos conhecemos em uma balada, você estava dançando e eu te vi, eu fiquei fissurado no jeito que você dançava então eu fui até você no bar e não rolou exatamente o que deveria ter rolado. – ele pareceu imaginar o que aconteceu porque tinha um pequeno sorriso em seus lábios enquanto ele olhava para a parede através dos garotos. – Você jogou bebida em mim e eu fiquei tão irritado que eu queria te matar, mas Ryan não deixou eu fazer isso e eu o agradeço até isso.

– Não tem de que! – ouvi Ryan falar e rir depois.

– Eu fui embora naquele momento, fui até uma boatezinha que meus capangas costumam ficar, uma boatezinha perto de um orfanato. – ele me olhou e eu entendi que era aonde eu morava. – Bom vou diminuir a historia. Três dias depois nós nos reencontramos e por algum motivo desconhecido por mim na época você queria se aproximar de mim. Naquela noite nós transamos, você era virgem, tinha dezessete anos. Depois disso eu comecei a te chamar para sair e ia te buscar no orfanato e tudo mais, nos aproximamos. Eu estava começando a te achar diferente, legal. Então você foi passar um tempo lá em casa, nós estávamos praticamente ficando serio, eu estava gostando de você. – Ele apertou as mãos em punhos e me olhou. – Mellany eu  preciso que você me ouça muito bem, eu me arrependo de muito coisa que eu fiz para você, mas eu simplesmente não me arrependo do que aconteceu a seguir.

– O que aconteceu? – perguntei baixo fitando seus lábios.

– Os garotos estavam lá em casa e você passou mal, já era a segunda vez que acontecia isso. Eu te levei em um hospital e lá me falaram que você estava grávida. – Meu mundo parecia ter caído, meu queixo caiu, minha feição murchou.

Eu estive grávida? Luke nunca mencionou isso, talvez fosse uma mentira de Justin ou talvez Luke tenha mentindo.

Meus olhos começaram a lacrimejar e eu logo os senti lotados de água.

– Não chore, por favor. – ele sussurrou e eu assenti apertando os lábios. – Vou continuar, tudo bem? – perguntou ele e eu nem me importei em prestar atenção em algo a mais ou pensar nas palavras de Luke, eu apenas queria saber o que esse cara tinha à falar sobre minha vida. – Você não aceitou muito bem a gravidez no inicio, ao contrario de mim que estava gostando muito. Afinal você não parecia realmente gostar de mim e eu chegava a quase te amar – Justin parou de falar assim que ouviu Kelmer bufar. – .

Eu tentava entender o porque deles se odiarem tanto, pelo que eu ouvi deles falando, os três gostavam de mim.

– No meio da gravidez aconteceram muitas coisas, você foi seqüestrada, você quase perdeu o bebê, nós brigamos muitas vezes e então um cara começou a me ameaçar, ameaçar você e a pequena Kimberly que nem havia nascido. – meu coração disparou ao ouvir aquilo, ele falou com uma Kimberly mais cedo no carro. – Eu acabei tendo que me juntar à um inimigo, Marcus Plemour. – franzi o cenho me lembrando de Luke falando com esse homem pelo telefone. Justin me encarou confuso enquanto eu parecia pensar sobre o homem que ele mencionou. – Você reconhece esse nome? – ele perguntou e eu senti todos os olhares queimarem em mim ansiando uma resposta.

Diga sim, Mellany.  Minha cabeça gritava.

Não posso dizer sim, ele vai perguntar como e eu não tenho como responder! Respondi a mim mesma.

Quase xinguei alto ao perceber que estava falando comigo mesma.

– Não. – respondi por fim.

– O.k. – consegui sentir um certo alivio em seu tom de voz o que me fez estranhar um pouco.

As pessoas estavam cheias de segredinhos e mentiras para cima de mim e isso é a coisa que eu mais odeio no mundo!

– Nós dois estávamos tentando achar o cara que estava nos fodendo – Justin continuou falando. –, não conseguimos nada então a Kim nasceu e depois disso as coisas relaxaram por um tempo, estávamos felizes, tínhamos nossa filha, nossa família.

Minha boca tremia assim como minhas mãos. Eu não conseguia acreditar que eu tive uma filha, uma menininha.

" Ele vai inventar historias sobre mim e sobre vocês dois, ele vai fazer de tudo para tentar fazer vocês dois ficarem juntos."

" Não esqueça o lado que você está Mellany."

As palavras de Luke berravam em minha cabeça, me deixando com mais dor ainda.

– Mas como dizem nem tudo são Arco-Íris e borboletas. – Justin capturou minha atenção para ele novamente. – Um dia Plemour foi em nossa casa e eu não me encontrava, quando eu finalmente cheguei em casa vocês dois estavam discutindo e eu cheguei bem na pior parte da conversa, aquilo que eu ouvi naquela noite me quebrou, eu não sabia como reagir então nós brigamos, brigamos feio! Naquela mesma noite você pegou a Kim enquanto eu dormia e foi embora. – consegui senti a dor e magoa que ele sentia ao falar sobre aquilo. Eu me senti um mostro só em pensar no modo que eu tirei a filha de perto dele e ainda por cima por algo que a culpa foi minha, pelo que eu entendi.

Pela primeira vez desde que eu acordei de meu acidente eu consegui sentir como se eu realmente tivesse vivido aquela parte da historia, e como se um imã tivesse me puxado com toda sua força, eu me virei para Joseph. Eu senti que naquela noite eu havia fugido para casa dele, mas por mais que eu tentasse me lembrar, e não conseguia.

Não me lembrava de nada, não lembrava daquele tempo, daquelas pessoas, da minha casa, dos meus amigos, da minha filha.

Eu me sentia incompleta, não me sentia viva.

– Eu fui para casa de Joseph, não fui? – naquele instante todos os garotos me olharam, mas eu não me importei, a única pessoa que eu consegui olhar foi Justin e apenas ele.

– Você se lembra? – Joseph perguntou já do meu lado, o que me assustou por alguns segundos. Neguei com a cabeça sem parar de olhar para a imensidão castanha que me encarava. – Então como você sabe disso? – ele perguntou tocando na minha coxa, olhei para ela de soslaio e mexi a perna desconfortavelmente, ele entendeu o recado e tirou a mão.

– Eu apenas senti que foi isso que aconteceu. – dei de ombros voltando a olhar Justin. – Você pode continuar? – perguntei, ele não se mexeu no primeiro momento me deixando confusa, fiz uma careta olhando para ele que piscou algumas vezes e levantou rapidamente, passou a mão nos cabelos e encarou a porta.

– Pre-preciso falar co-com uma pessoa. – ele gaguejou e passou por Ryan chamando ele com o dedo, saiu pela porta tropeçando nos próprios pés com Ryan atrás.

Afundei meu corpo da cadeira e vi os garotos usarem um contador de notas para contar as notas do roubo. O garoto com o cabelo cacheado colocava o último bolo de dinheiro na maquina, quando o contador parou os garotos somaram em calculadores varias vezes a quantidade que obtiveram e no final eles arregalaram os olhos não acreditando no que viam.

– Um bilhão. – Harry disse com a voz engasgada, os garotos soaram mais uma vez nas calculadoras e o resultado era o mesmo, aproximadamente um bilhão.

Um bilhão eu repetia para mim mesma, era muito mais dinheiro do que eu vi em minha vida toda!

Luke vai gostar dessa informação.

Depois de alguns gritos de comemoração e uma grande algazarra os meninos começaram a dividir o dinheiro.

– Eu vou nadar em dinheiro. – comentou Chaz abraçando um bolo de dinheiro, os garotos riram com isso e voltaram a seus trabalhos. Ficaram fazendo piadas e rindo o tempo todo, eu vinte minutos Justin entrou novamente no casebre com Ryan na frente e eles dois foram ajudar a separar o dinheiro, demorou mais quinze minutos para estar tudo separado, 125 milhões de dólares para cada um.

Eu já estava angustiada de ficar sentada sem fazer nada e estava tão curiosa e nervosa para saber o final da história da minha vida que parecia que eu explodiria a qualquer segundo.

– Vou pegar alguns malotes no carro. – Kelmer disse e saiu correndo para fora do casebre voltando alguns minutos depois com alguns malotes e mochilas, cada um guardou seu dinheiro e se despediu, todos muito felizes.

– Ano novo NY! – eles repetiam a cada abraço que davam, franzi o cenho sem entender o que significava. Depois que eles se despediram vieram se despedir de mim, eles ficaram um pouco tensos e desconfortáveis, o que me deixou tensa e desconfortável.

– Se acontecer alguma coisa com ela, eu juro que mato você Bieber. – Joseph disse e me deu um abraço. – Se cuida, qualquer coisa foge. – ele deu um beijo em minha bochecha e saiu junto com o irmão que havia me abraçado a pouco tempo.

Não demorou muito para o casebre estar completamente vazio, encarei Bieber cruzando minhas pernas, ele passou a língua nos lábios e arrumou o cabelo. Ergui uma das sobrancelhas esperando o que vinha a seguir.

– Quer saber Mellany, eu estou com uma puta raiva de você. – ele disse me deixando indignada. Eu não havia feito nada. – Você acha que eu sou burro o suficiente para não sacar essa jogada do Luke?  – quase arregalei meus olhos mas me contive. – Acha que eu sou idiota? – ele soltou um riso. – Porque eu não sou! – sua voz engrossou e ele endireitou sua postura caminhando em minha direção, encolhi meu corpo quando ele estava parado bem em minha frente. – Eu já entendi esse joguinho doentio de Luke, se ele acha que pode brincar com as pessoas como bonecos, ele está muito mais do que enganado.

– Eu não sei do que você está falando. – minha voz saiu mais fraca do que eu queria.

– Querida Mellany, minha vida inteira eu dei apenas uma regra para as pessoas em minha volta – ele me puxou da cadeira me deixando em pé em fração de segundos, sua mão deslizou pelo meu rosto e ele aproximou nossos rostos deixando nossas bocas quase coladas. –, ou você está comigo, ou não está. – Seus lábios roçaram nos meus enquanto falava.

Se ele quer brincar com fogo, vamos deixar queimar.


Notas Finais


Não esqueça o lado que você está Mellany.
Não esqueça o lado que você está Mellany.
Não esqueça o lado que você está Mellany.
trechos da diva > Shades Of Cool (Lana Del Rey)
IT'S LIKE THEY WANT ME TO BE PERFECT
WHEN THEY DON'T EVEN KNOW THAT I'M HURTING


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