História Teias do Infinito - Capítulo 4

Diferente das coisas que estavam acontecendo, eu estava sentado em uma mesa dando autógrafos? Em que momento vim parar aqui? Havia uma extensa fila à minha frente com diversas pessoas. Elas tiravam fotos, e as mais ao fundo tentavam me ver de longe. O que estava acontecendo? Segui autografando os livros, mas eu não reconhecia nenhum deles. Na verdade, meu sonho sempre foi ser um escritor de sucesso, ter vários livros dos quais as pessoas passassem anos esperando as continuações e que virassem seriados ou filmes de televisão.
“Ai, eu não acredito que finalmente estamos te conhecendo pessoalmente”, uma jovem loira falou, fazendo-me voltar para o personagem. Ela parecia super empolgada, assim como sua amiga ao seu lado.
“Os nomes?” Perguntei, abrindo o livro para assinar. Isso tudo era mesmo real? Eu estava aqui?
“Angela e o da minha amiga é Mari; ela é muda.” Olhei para a jovem ao lado dela, e ela sorriu. Eu gostaria de dizer algo em libras, mas nunca achei que fosse importante, mesmo na época da faculdade.
“Sabe, somos suas fãs desde o livro dos sobreviventes. Adoramos aquele aspecto de fim de mundo e zumbis”, a loira seguiu falando enquanto mostrava sua camiseta. Aparentemente, as duas pareciam fazer parte de um fã-clube dos meus livros.
“Obrigado”, agradeci mesmo sem saber o que diabos acontecia nesse livro. Não lembro de ter escrito algo sobre sobreviventes. Vou escrever?
“Mas no seu novo livro, onde você faz toda essa loucura e tem a tempestade, a maneira como você resolveu ela, ou pensa que resolveu, foi do caralho.” A loira falou, pegando o livro e saindo rapidamente, já que os seguranças estavam fazendo sinal. O tempo havia acabado, mas ela tinha dito algo importante.
“ESPERA, O QUE VOCÊ DISSE?” Gritei ao mesmo tempo em que levantei da mesa para ir atrás delas.
“VOCÊ FALOU DA TEMPESTADE!” Gritei novamente, correndo na direção delas, mas isso deixou as pessoas da fila desesperadas. Elas saíram da fila e começaram a pedir autógrafos e fotos, me cercando por todos os lados.
Em meio a essa multidão, eu tentava manter contato visual com as duas garotas. Elas estavam saindo da sala, e os seguranças tentavam chegar até mim. Sem tempo, comecei a empurrar as pessoas de maneira bruta. Por mais que fossem meus fãs, eu precisava falar com aquelas duas. Com muita dificuldade, consegui sair do meio da multidão e corri até a saída, onde me deparei com um grande shopping. Era onde eu estava. Meu rosto estava em um grande telão; aparentemente, eu era a estrela do dia de hoje. Por sorte, consegui ver as garotas descendo na escada rolante. Segui atrás delas desesperadamente, o que nos levou à rua em frente ao shopping. Elas estavam atravessando, mas eu consegui gritar, fazendo-as parar.
“AIIII”, as duas me olharam confusas. “Preciso ler esse livro; preciso entender o que acontece.”
“Mas você escreveu.” A loira seguia confusa, mas puxou o livro da bolsa para mim.
Era isso. Isso era o que devia acontecer. Talvez eu possa mudar as coisas, salvar vidas. Me aproximei para pegar o livro que estava tão perto. Foi quando um caminhão em alta velocidade atropelou as duas garotas, matando-as violentamente. Não, não era para isso acontecer. Estávamos na frente da saída do shopping, na entrada, longe da rua. Elas haviam parado para me escutar. Me aproximei confiante, mas foi aí que o caminhão invadiu o shopping e as atropelou, seguindo para a praça, batendo em mais pessoas e batendo em um pilar e, logo em seguida, explodindo.