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História Teias do Infinito - Capítulo 7


Escrita por: O_Escritor_1

Capítulo 7 - Capítulo 7


Às vezes, nem tudo é o que parece ser. Muitas vezes, o vilão da história só depende do ponto de vista de quem está acompanhando. Não temos um vilão aqui e nem um herói. Eu evito tentar criar isso para que não tenhamos alguém para torcer; são apenas histórias, são apenas mundos. Mas sempre é necessário ter protagonistas e antagonistas, então talvez alguns vão torcer mais para um do que outros.

Dia era filha de cientistas e estava voltando para casa depois de passar dias no hospital. Ela havia sofrido um acidente grave de carro quando estava voltando de uma festa. Sua recuperação milagrosa foi algo que os médicos não conseguiram explicar. Robert, seu pai, cuidou para que tudo estivesse perfeito para sua chegada em casa. Pediu para que seus familiares que moravam nas proximidades fizessem uma festa surpresa para seu retorno, e sua mãe aguardava cheia de saudades sua filha.

Ao chegar, a jovem adentrou a garagem que dava acesso ao restante da casa com sua cadeira de rodas e foi surpreendida por seus avós, tios e primos, todos segurando balões. Assim que a viram, gritaram de felicidade. Lizzie, a mãe da garota, correu e abraçou sua filha, deixando algumas lágrimas de emoção caírem.

A pequena festa deixou Dia muito feliz. Por um momento, no hospital, ela pensou que não sobreviveria. Enquanto todos conversavam, Robert saiu para os fundos da casa com a intenção de fumar um cigarro, mas sem perceber, sua esposa o seguiu, segurando dois copos de refrigerante. Após se certificar de que estavam sozinhos, a mulher falou:

"Ele morreu."

"Do que você está falando?" Robert questionou, afastando o copo.

"O espécime que encontramos na caverna, encontrei ele morto." Lizzie puxou seu celular e começou a mostrar as fotos que havia tirado.

"Até eu sair de lá, ele está vivo." Ele mentiu.

"Sabe que está mentindo, não é? O que você fez?" A mulher o colocou contra a parede, pois tinha gravações do ocorrido no celular.

"Eu fiz o que era preciso para salvar a nossa filha."

"O que você fez?" Lizzie olhou pela janela e conseguiu ver sua filha andando sem a cadeira de rodas. "Não, você não pode ter sido louco ao ponto de…"

"Funcionou, ela está se recuperando muito melhor." Robert a interrompeu e arrancou o celular de suas mãos. "Ninguém pode ver essas imagens."

Chocada com o que havia acontecido, a mulher voltou para dentro e abraçou novamente sua filha, enquanto tentava localizar alguma possível reação ao sangue que ela havia recebido. A verdade foi que não havia nenhuma reação, nada; ela estava curada. Mas então, dias se passaram, na verdade, muito mais que dias, anos e mais anos. A mãe sempre preocupada com o que poderia vir a acontecer com sua filha, mas nunca conseguiu encontrar uma reação ruim.

Dia agora tinha vinte e quatro anos e estava cursando enfermagem, já que ajudar as pessoas era seu sonho. Em um dia até que normal, ela seguiu até onde sempre ia para comprar seu café. Vestindo uma roupa clara, foi facilmente notado pelos outros, algumas manchas de sangue na região de suas costelas. Assustada, ela correu para um banheiro próximo onde havia um espelho. Tirando sua blusa, notou um sinal que seria semelhante a um corte formado por uma pele escamosa grossa. Ao tocar, sentiu o quão dura era aquilo. Assustada, correu para o hospital. No caminho, ligou para seu pai, já que, por algum motivo, sua mãe não havia atendido o celular.

"Pai?" A jovem estava em completo desespero, sua blusa cada vez mais ficava coberta de sangue.

"Oi, o que aconteceu?" Robert estava em uma reunião não muito longe da cidade, o tema era de um assunto secreto do governo.

"Tem alguma coisa acontecendo comigo, eu tô sangrando e tem uma coisa aparecendo na minha pele." Por mais que o desespero fosse grande, ela não queria que as pessoas na rua ficassem sabendo, então tentou ser discreta mesmo com a blusa encharcada de sangue. "Estou indo no hospital."

"NÃO FAÇA ISSO." Robert pressentia sobre o que poderia ser a causa e sabia que o hospital poderia querer isolá-la e chamar o governo. "Vá para a nossa casa perto da saída da cidade e te encontro lá em meia hora."

"O senhor não tá entendendo tem muito sangue…"

"Não vá para o hospital; eles vão querer trancá-la em uma sala até oficiais do governo chegarem, é o quê quer?"

Seguindo o conselho de seu pai, ela foi até a sua antiga casa. Chegando ao local, tirou toda sua roupa e começou a olhar seu corpo. Havia mais e mais linhas com aquele tipo estranho de pele. O desespero só aumentava ao mesmo tempo que uma vontade incontrolável de coçar seu corpo todo. Sem conseguir resistir, ela se coçou desesperadamente, e sua pele humana começou a descascar. Assustada, Dia tentou parar, conseguindo se controlar, mas não paramos por aí. A jovem começou a sentir um líquido em sua boca; então, com medo, cuspiu no chão mesmo. A essa altura, a casa toda já estava toda suja; o líquido era sangue, e junto dele, alguns de seus dentes haviam saído.

A mudança ainda estava incompleta. Andando lentamente, ela caminhou até o banheiro, onde teve um vislumbre de seu visual. Seus dentes que haviam caído agora estavam maiores e extremamente afiados; seu olho esquerdo estava completamente preto, tendo apenas uma esfera azul no centro; os fios de cabelo estavam caindo rapidamente. Assim que ela encostou a mão, tirou uma pequena quantidade, mas tudo estava para piorar. Dia começou a sentir uma dor insuportável, como se viesse de dentro de suas costas. Gritos de dor ecoavam por sua casa, assim, grandes espinhos dorsais saíram de suas costas, fazendo-a gritar, mas dessa vez de uma forma diferente; talvez o correto fosse urrar como um verdadeiro monstro.

Nesse momento, Robert chega na casa e se depara com sua filha transformada em algo que nem ele conseguia acreditar. Em desespero, ele puxou uma arma com dardos tranquilizantes e disparou contra ela, mas em um rápido movimento, Dia, ou seja lá o que havia se tornado, saltou e o derrubou, utilizando seus dentes afiados, arrancou a mandíbula inteira do homem e saiu em direção à floresta.

O que Robert havia feito com sua própria filha? Havia condenada a se tornar uma criatura? Ou de alguma forma havia salvo sua filha? A um custo que talvez não fosse possível ser previsto dadas as circunstâncias? Talvez seja mais culpa minha do que dele, visto que tentei salvá-la também. Mas agora sinto que criei um verdadeiro MONSTRO.

 



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