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História Teias do Infinito - Capítulo 8


Escrita por: O_Escritor_1

Capítulo 8 - Capítulo 8


Eu lembro de como as coisas acabaram acontecendo; tudo que faço é, de alguma forma, proteger o mundo dela. Eu crio tantos mundos e os preencho de vida, tantas histórias e tantas pessoas, mas no final, todos estão destinados a perecer, diferente de mim, que estou destinado a escrever para sempre.

Amanda e eu fomos juntos pelo mesmo caminho por mais de uma semana. Segunda, ela estava tendo uma reunião familiar na casa da tia dela praticamente todos os dias. Ficamos mais próximos; curiosamente, gostávamos do mesmo jogo de terror. Eu jogava pouco por conta do medo, enquanto ela já estava rejogando. Compartilhamos experiências sobre. Lembro de falar sobre minha paixão por inventar histórias.

“Então, eu pensei num apocalipse causado por um parasita que deixa as pessoas como zumbis, só que mais perigosas. No começo, no primeiro livro, se passaria com alunos tentando sobreviver no que restou da escola”, falei, tão animado. Raramente tinha oportunidades para contar sobre minhas ideias.

“Parece ótimo. Você pode explorar como a moral dos alunos vai mudando aos poucos para sobreviver nesse novo mundo”, Amanda sempre me apoiava e me incentivava a escrever. Sempre pedia para mandar um rascunho de algum capítulo para ler. Imagina se me visse agora.

Bom, mas não deixamos de ser nada mais que amigos na época do ensino médio. Mesmo eu tendo uma queda por ela, no final das contas, minha autoestima sempre me deixou com receio de tentar algo. Vamos avançar alguns anos, eu já estava para fazer vinte anos. Estava trabalhando como atendente e caixa em uma loja de roupas. Num dia por acaso, esbarrei com Amanda na rua enquanto entregava panfletos de promoções.

“Só pode tá brincando”, Amanda me abraçou forte e me deu um leve beijo na bochecha. “A quanto tempo não nos falamos?”

“Uns dois ou três anos, não faço ideia”, retribuí o abraço por alguns segundos. Ela sempre disse que não tinha memória boa para rostos, como ainda lembrava de mim?

“Você tá trabalhando naquela loja de roupas do centro? Eu nunca fui lá, mas me falaram que é uma maravilha, só peca no atendimento.” A roupa da loja provavelmente foi o que me entregou.

“Não dá pra ser perfeito em tudo, mas eu tento”, entreguei um panfleto para ela, vai que consigo uma nova cliente.

“Temos que marcar de sair uma hora dessas, bater um papo”, Amanda puxou o celular e me mostrou seu número. “Anota aí, vamos sair tipo que tal… hoje? Podemos sair hoje depois do seu trabalho.”

Agora que vem a questão: eu poderia ter negado e evitado me aproximar, assim como eu fazia com todo mundo. Mas dessa vez, algo me disse para tentar, talvez arriscar. No final das contas, eu concordei em sairmos juntos. Voltamos a nos aproximar, e mais um ano se passou rápido. Eu não me lembro ou talvez não queira me lembrar, só sei que, próximo ao Natal, na época de maior movimento na loja, recebi a visita de Amanda. Eu estava saindo para o intervalo quando ela apareceu. Diferente de sempre, havia feito uma mudança radical no visual. Seu longo cabelo escuro foi cortado praticamente todo, lembrava o corte que eu usava na época, meio militar, como o barbeiro chamava.

“Nossa”, falei ao vê-la. Não era algo que eu esperava ver, já que desde que nos conhecemos, ela tinha os cabelos longos.

“Você também não gostou?” Amanda parecia triste, dava pra imaginar que a mudança não foi muito bem recebida pelas outras pessoas.

“Não, ficou bem em você, tá diferente”, falei a verdade. Eu sempre iria apoiá-la, não importa o que fosse. “Segue linda como sempre.”

“Obrigado de verdade, sabia que a única pessoa que não iria detestar ou brigar comigo seria você”, ela me abraçou, mas diferente das outras vezes, nós dois ficamos um pouco mais de tempo aproveitando o momento. “Na verdade, eu vim aqui com segundas intenções.”

“O que aconteceu?”

“Minha família vai se reunir nesse Natal na casa dos meus pais, que fica no campo. Sabe aquela que te falei a uns meses? Pois é, e todo mundo vai, e minhas primas e irmãs vão levar os namorados, e eu meio que não queria ir sozinha. Então, pensei que você poderia ir comigo. Sabe, eu sei que tá bem em cima da hora e que tá tudo bem se você não quiser ou não poder ir. Eu entendo, só que…”

Ela estava falando muito rápido, então tive que a interromper. Era loucura como aquela situação a estava deixando super nervosa. Por sorte, não tinha expediente nos dias do Natal, então não custava nada ajudar uma amiga. Eu concordei, e se tivesse que escolher, faria tudo de novo.

 



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