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História The Best Job - Porto seguro


Escrita por: Amystar

Notas do Autor


Depois de seis meses e exatamente um dia – quase consigo postar no dia 19, mas me atrapalhei a fiquei ocupada kkk – finalmente eu ressurgi com um capítulo novo de TBJ. Peço desculpas a todos pela demora, mas não é incomum da minha parte deixar fanfics em hiatus, mesmo fanfics que estão sempre num cantinho do meu coração, como é o caso dessa. Eu planejava postar antes, sendo bem sincera, mas eu sempre cometo a gafe de deixar planejamento de roteiro de fanfic no celular, e, adivinhem? Sim. Meu celular deu pau e não consegui recuperar nada depois de formatado – odeio essa coisa de nuvem, não da pra tirar nada de lá. - e tive que replanejar alguns detalhes que eu tinha esquecido, mas, em seu corpo, a ideia original para o fim de TBJ continua o mesmo, felizmente kkk.
Mas enfim, sem mais delongas, já que vocês esperaram muito por isso, aproveitem a leitura! <3

Capítulo 40 - Porto seguro


Fanfic / Fanfiction The Best Job - Porto seguro

Encostado no parapeito do convés, no meio de uma madrugada fria, Sabo ainda tentava assimilar tudo o que tinha acontecido. De repente, Robin aparecera no QG com Dragon alegando estar sob ordens de Luffy. Após um pequeno alvoroço dos membros conhecidos dela felizes por vê-la, ela, Sabo, Koala, e Dragon puderam se sentar e conversar calmamente, ainda que o conselheiro estivesse com os ânimos à flor da pele pela discussão recente. Ela lhe disse que seu capitão necessitava falar urgentemente com Sabo, e que precisava que ele a acompanhasse até o navio, que estava atracado a leste da ilha.

Mesmo a contragosto de Sabo, Dragon obrigou-o a arrumar as coisas e partir para o navio do irmão, explicando-lhe que sabia que o loiro precisaria fazer uma viagem de urgência. Koala não abriu a boca sequer por um momento, e pareceu surpresa quando a amiga lhe disse que era melhor que fosse também. A garota olhou para Sabo, que ainda parecia irritado com ela, e apesar disso, aceitou ir junto.

- Há um tempo atrás, eu te enviei uma carta. - disse Luffy, quando finalmente embarcaram no famoso Thousand Sunny Go. O irmão estava estranhamente sério, o que não combinava nem um pouco com sua personalidade expansiva. - a ideia era que você só soubesse disso daqui a alguns anos, mas…

- O que? - Sabo não pôde conter a ansiedade. Aquela situação toda era muito estranha. - O que aconteceu? Por que me chamou aqui?

- O Ace teve um filho. - o irmão finalmente revelou, vendo o espanto do loiro. - ele está sendo criado por Makino, mas ela não pode ficar mais com ele. Está com a saúde fraca e sendo ajudada por pessoas da vila.

- Como você descobriu isso?

- Fui até lá para levar dinheiro a ela. - Luffy sorriu soturno. - tinha uma dívida pendente: a conta do tesouro. Quando eu vi o menino, achei que fosse filho dela, até que me explicou tudo.

- Luffy, isso… - Sabo ficou sem palavras. - isso é mesmo verdade? Não é possível, Ace, tendo um filho? Como…?

- Eu também achei estranho no início. - cruzou os braços, pensativo. - mas quando vi o menino não tive dúvidas. Eles são muito parecidos.

- E Ace não contaria a qualquer um sobre Makino. - o loiro concluiu, piscando e tentando assimilar tudo aquilo.

- Assim que descobri sobre o garoto, eu enviei uma carta pra você e pro papai. - Luffy continuou a contar.

- Não recebi carta nenhuma.

- Sim. Makino-san não queria que você soubesse dele ainda, queria que descobrisse apenas daqui alguns anos. Na verdade, não era nem mesmo para eu saber. Foi tudo uma grande coincidência.

Sabo sentiu um turbilhão de emoções quando o irmão continuou a narrar os acontecidos. Aparentemente, seu falecido irmão Ace plantara uma semente numa das piratas mais temidas da pior geração, Jewelry Bonney, que conseguiu com sucesso esconder a gravidez. Como única alternativa, a glutã levou o bebê até a pessoa que Ace dizia ser muito gentil e maternal, a dona de um bar de uma vila calma e pacífica, e depois daquele dia, Makino nunca mais teve notícias da mãe do garotinho.

Não que isso fizesse diferença. Sabo tinha quase certeza de que a mãe do menino não iria voltar, o que era o mais comum quando uma pirata engravidava. Geralmente, os bebês eram abandonados em orfanatos, vilas ou, nos piores casos, jogados no mar para morrer. Seu sobrinho tivera sorte, considerando que sua progenitora tivera o mínimo de consideração pelo filho.

Filho…

Sabo suspirou, lembrando-se do que Koala carregava no ventre, e continuou a olhar o mar, distraído, pensando no que o futuro lhes guardava.


 

(…)


 

- Vocês estão juntos?!

A voz de Nami ecoou pelo quarto feminino, e Koala arregalou os olhos torcendo para que ninguém tivesse ouvido. Preocupou-se se a ala masculina seria perto dali… Será que algum dos tripulantes havia escutado?

- Sim, mas por favor, não fale para os outros. - sorriu forçado. - não acho que seja um bom momento.

- Finalmente vocês se acertaram, fico feliz. - Robin mostrou seu sorriso gentil como sempre, que com o tempo ficou melancólico. - mas por algum motivo, não me parece feliz. Aconteceu alguma coisa? Quer conversar?

Até ali, Koala havia aguentado bem. Depois de algum tempo escondendo aquela notícia, temendo a reação do namorado e fazendo o possível para agir naturalmente, achava que era como uma rocha. De forma alguma ela enfraqueceria, permaneceria forte o tempo todo. Mas quando viu Robin, sua amiga tão querida, olhando para ela daquela forma… Não aguentou, e começou a soluçar, debulhando-se em lágrimas.

- Oh, meu Deus… - Nami sussurrou, alternando o olhar preocupado entre Koala e Robin.

- Pronto, pronto… - Robin se sentou junto com as duas na cama, e abraçou a revolucionária. - pode chorar, solta tudo. É aliviador.

Com o passar dos minutos, o choro de Koala foi cessando, até se tornar bem baixinho. Quando ela se julgou mais calma para conversar, contou às duas o que tinha acontecido, em meio a algumas fungadas e com a voz embargada.

- Sabo-kun e eu estávamos bem até algum tempo atrás. Estávamos sempre em missão, mas sempre juntos, apoiando um ao outro. Ele estava sendo tão gentil, tão amável… - o choro ameaçou voltar, mas ela engoliu-o. - tudo mudou quando eu descobri que engravidei. - ela instintivamente colocou as mãos no ventre. - foi um choque muito grande. Não sei como isso pôde acontecer, foi apenas um descuido, nós sempre tomamos muito cuidado.

- Essas coisas acontecem, nem sempre há como controlar. - disse Nami.

- Quando eu atrasei o primeiro mês, fiquei com medo, muito medo, mas ainda não podia fazer alarde sem certeza. Porém quando o segundo mês veio, e nada… - ela apertou as mãos mais forte. - eu tive certeza. Eu estava grávida, não havia outra explicação.

- Você teve os sintomas? - Robin indagou.

- Sim. Enjoos, vômitos, e andei comendo demais. - riu, triste. - acho que engordei bastante nos últimos tempos.

- Ele já sabe, imagino eu.

- Sabe. Tivemos uma discussão antes de você aparecer. Desde então, não conversamos mais.

Nami suspirou, compreendendo a situação.

- Já está muito tarde, acho que é melhor que você vá dormir. - sugeriu. - pode dormir aqui conosco. Amanhã você e Sabo vão poder conversar melhor, mais calmos e descansados.

- Eu concordo. - a morena apoiou. - uma boa noite de sono pode fazer milagres.

Koala estava tão triste naquela noite que achou que não conseguiria pregar o olho. Mas, surpreendentemente, estava mais exausta do que imaginava, e assim que se aconchegou na cama de Robin, dormiu como um verdadeiro bebê.


 

(…)


 

O dia amanheceu agitado no navio de Monkey D. Luffy, com todos os membros falando alto, alguns brigando e um esqueleto tocando animadamente seu violino para os convidados. Na mesa de café da manhã, o encantador cozinheiro preparou uma comida farta, tão deliciosa que Koala imaginou que se Rokka a provasse, criaria inimizade instantânea por Sanji, reconhecendo-o como um rival. Diferente do cozinheiro dos revolucionários, o loiro era extramente cortês e gentil com as damas, não hesitando em fazer avanços e passar cantadas, como um verdadeiro garanhão.

Sentiu-se satisfeita quando ele a serviu um prato especial, exclamando exaltações sobre sua beleza e encantos, e viu seu namorado encarando-os com um olhar ameaçador. Podia parecer horrível, mas era impossível não gostar daquilo. No entanto, mesmo contente com o tratamento do rapaz, deu apenas um sorriso educado e agradeceu, sem permitir-se dar entendimentos errados.

- Está tudo bem gastar tudo isso em comida apenas para o café? - ela perguntou ao cozinheiro, quando ele finalmente se sentou para comer.

- Não se preocupe, a tarde vamos parar numa ilha próxima daqui pra reabastecer.

Sanji explicou, mas logo o capitão interrompeu:

- E também temos convidados! Não é sempre que temos gente nova aqui!

- Se bem que, se fosse apenas pelo Luffy, qualquer criatura estranha seria convidada para o jantar. - Usopp zombou dele, tentando impedir que o amigo roubasse os ovos de seu prato.

- Ou cozida pro almoço. - disse a renazinha. - lembra quando a gente ficou sem comida quando o Luffy encontrou a dispensa aberta? Todos ficaram com tanta fome que quase me assaram.

Todos os piratas começaram a rir, menos Chopper, que ainda parecia traumatizado.

- Toda vez que o Chopper passava, víamos um SUPER pedaço de carne. - Franky comentou com Koala, que estava a sua esquerda, e ela riu, achando engraçado a interação entre eles.

- E pra piorar, no pico da fome, o Luffy achou ter visto um peixe no mar e se jogou! - Usopp disse à Koala, debruçando-se sobre a mesa. - ele delirou tanto que esqueceu até que era usuário de Akuma no Mi.

- Eu também esqueci, yohohoho! Pulei atrás dele para salvá-lo! Achei que fosse morrer. - de repente, ele se deu conta de algo: - ah, mas eu já estou morto.

- E o que aconteceu depois? - Koala indagou, interessada no fim da história.

- Pulei no mar e salvei os dois. - Zoro, que estava no outro lado da mesa e era um dos mais calados ali, finalmente se pronunciou. - e essa bruxa aí ainda me bateu. - apontou para Nami com o queixo.

- Quem você está chamando de bruxa?!

Sanji logo tomou as dores da ruiva, e começaram a discutir. Aquilo parecia ser algo cotidiano, pois todos apenas ignoraram os dois. Nami revirou os olhos para Zoro, e disse à instrutora:

- O caso é que tinha mesmo um peixe no mar, e um bem grande. Esse idiota nem para pegar o peixe! Ele sumiu, e tivemos sorte de encontrar uma ilha deserta no caminho, colhemos algumas frutas nativas até chegarmos finalmente numa ilha habitada.

- Aquela em que o Usopp comeu aquela fruta estranha achando que era figo e na verdade era uma fruta venenosa? - Luffy perguntou com comida na boca, esticando o braço para pegar uma porção do outro lado da mesa.

- Por favor, essa história não! - ele suplicou ao capitão, sentindo calafrios.

- Hahaha! Ele cagou tanto que saiu seco do banheiro!

Todos caíram na gargalhada – até mesmo Zoro – e Sanji bronqueou com Luffy, reclamando que aquilo não era assunto para discutir enquanto comiam à mesa. Eles eram todos tão divertidos! Não sabia ao certo quanto tempo demoraria até chegarem ao seu destino, mas certamente não seria sacrifício nenhum ficar alguns meses junto daquele pessoal.

Sabo, por outro lado, permanecia quieto e pensativo, no canto do outro lado da mesa, ao lado de Zoro. Ele tinha comido pouco, observou, logo ele que geralmente tinha tanto apetite. Mesmo que ainda estivesse magoada, não conseguia deixar de se preocupar com seu companheiro. Será que ele estava assim por causa da situação pendente entre eles, ou era por causa da novidade do sobrinho misterioso?

O sorriso de Koala enfraqueceu um pouco, constatando que teria que conversar com ele aquela tarde. Talvez agora, mais calmos – como Nami dissera – eles conseguissem ter uma conversa civilizada, e pudessem chegar a um acordo.

Mesmo que, no fundo, temesse pelo que tivessem que fazer para que aquilo fosse resolvido.


 

(…)


 

- Pega.

Quando os membros do bando todos partiram para a ilha, deixaram Sabo e Koala sozinhos ali para “cuidar do navio”. Zoro, que geralmente era o escolhido para ficar no Sunny, ficou grato por poder sair e comprar algumas coisas ele mesmo. O conselheiro do exército revolucionário era forte o suficiente para afugentar qualquer um que resolvesse incomodá-los, então deixou a tarefa para os dois com plena confiança.

Assim como no café da manhã, Sabo não se alimentou muito bem durante o almoço, então Koala preparou uma xícara de chocolate de quente. Ele passava muito tempo na ponta da proa do navio, encostado no parapeito e deixando a brisa fria do mar deixar seus cabelos bagunçados. Era fim de tarde, o céu estava colorido num misto de laranja e rosa e temia que ele acabasse se resfriando de tanto ficar ali, então foi até ele e lhe fez aquele agrado.

Sabo observou a caneca fumegante por alguns instantes, e murmurou um obrigado, pegando-a e voltando a olhar o mar.

- Eles são muito divertidos, os companheiros do Luffy-kun. - ela deu um sorriso triste, encostando-se ao lado dele. Pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha, para que não entrasse em seu olho por causa do vento.

- Sim, eles são. - respondeu o outro, ainda pensativo, enquanto bebia. - você parece ter gostado especialmente de um.

Koala suspirou internamente, sabendo que ele falava de Sanji.

- Acho que qualquer mulher gostaria de ser bem tratada por um homem. - disse com cautela, observando a expressão dele de canto de olho. - nossa última conversa não foi muito animadora.

- Aquilo não foi uma conversa, foi uma discussão.

- É, foi sim. - concordou melancólica, começando a ficar com frio. - mas sabe que precisamos conversar. Logo não dará mais para esconder, e em algumas semanas ele ou ela estará nos meus braços.

Sabo finalmente se virou para olhá-la, depois de ingerir todo o conteúdo da xícara. A calma aparente dele parecia ter desaparecido, restando em sua expressão apenas angústia e frustração.

- Como você consegue ficar tão calma? - ele disparou, cerrando os pulsos. - primeiro mentiu pra mim, e agora age como se fosse algo simples de se corrigir.

- Nunca disse que era simples. - ela se manteve implacável em sua expressão séria e calma. Estava cansada de chorar. - e também nunca menti para você. Eu estava esperando ter certeza de tudo.

- Então você não tinha certeza? Com toda aquela bipolaridade e vômitos?

- Não, mas agora eu tenho. - ela se desgrudou do parapeito, e se virou de frente para ele. - e o que houve antes não importa mais. Fizemos sexo, e isso aconteceu, não há mais como mudar isso. A questão é como ficaremos a partir de agora.

Ele olhou para a barriga dela, já levemente inchada, aflito com a ideia de tudo aquilo. Aquela noite, a do concebimento do bebê, fora apenas um de tantos outros momentos felizes desde que estiveram juntos que passara totalmente desapercebido o perigo que tinham corrido. Engoliu o seco, olhando fixamente nos olhos azuis dela.

- Eu não sei. - ele confessou, perdido. - era por isso que, desde o início, nunca quis que tivéssemos filhos. Não temos como criá-los, porque nunca sabemos o dia de amanhã. Jay foi criado em nosso meio, e todos sabemos o fim que ele teve, e essa cicatriz dói até hoje em Liam e Ieni. Não quero que passemos por essa dor.

- Mas… - a voz de Koala saiu embargada. Droga, logo começaria a chorar. - e se deixássemos o bebê com Rokka? Ele sempre está no QG, e agora que as crianças estão maiores, talvez não seja um trabalho tão grande para ele…

- Logo neste momento? Em que ele e Padomi já tem Lupus e ainda outro bebê por vir?

Koala arregalou os olhos, surpresa com a declaração.

- Ela está…?

- Sim. - ele massageou as têmporas, cansado. - de seis meses.

Por isso ela estava usando roupas tão largas, lembrou-se Koala, tentando disfarçar a barriga que obviamente já tinha aparecido. Começou a estremecer, a noite caía e o frio se tornava cada vez mais rigoroso. E, para sua surpresa, Sabo tirou o casaco e pôs sobre os ombros dela, em seguida puxando-a para um abraço caloroso.

- Eu te amo… - ele sussurrou, apertando-a forte. Ambos precisavam daquele abraço. - te amo tanto, tanto, e é por isso que a ideia de termos um bebê dói tanto em mim.

- Em mim também. - ela agradeceu que seu rosto estivesse colado ao peito dele, assim ele não poderia vê-la chorando, mesmo que sua voz tremida a denunciasse. - se ao menos… Tivesse acontecido em um outro momento, no futuro, talvez assim…

As palavras dela desapareceram no ar, e Sabo a puxou para um beijo simples, um selinho calmo e demorado, contendo todo o amor e calma que queria transmitir a ela.

- Desculpa por ter sido um idiota. - beijou a testa dela em seguida, e secou uma lágrima de seu rosto. Ela estava linda, com as bochechas coradas e o nariz vermelho. - não devia ter discutido com você daquela forma, ainda mais quando estava mal, vomitando daquele jeito.

- Ah, por favor, não me lembre disso. - ela riu, mesmo triste. - só de lembrar dá vontade de vomitar de novo.

- Mas aquilo não vai mais acontecer. - disse ele, com firmeza na voz. - você está muito frágil, e eu preciso ser seu porto seguro. Vou estar aqui do seu lado, e vamos passar por isso juntos. - Sabo sorriu, emocionado e triste ao mesmo tempo. - deve ter sido difícil ter aguentado sozinha esse tempo todo.

Ela negou com a cabeça, voltando a derramar lágrimas.

- Isso não importa. Eu te amo.

- Eu também te amo.

Ambos sorriram, felizes por finalmente terem feito as pazes. Pelo menos naquele momento, um dos problemas que pairavam em suas mentes já havia cessado e, ao menos, o que tivessem que fazer no futuro, tinham a certeza de que teriam um ao outro ao seu lado.


 

(…)


 

Meses se passaram, e finalmente, Koala estava enorme. Depois de recém-completar nove meses, a instrutora não aguentava mais os membros do bando tratando-a como uma frágil florzinha – queria voltar à ativa, malhar e treinar, mas quando fazia sequer menção de se exercitar, todos corriam até ela para impedir, principalmente Sabo, que se tornara um namorado tão cuidadoso que já estava começando a se tornar chato.

“Fique deitada, você precisa descansar”, “Não suba e nem desça as escadas sozinha”, “Está sentindo alguma dor? Quer que eu chame o Chopper?” Tudo aquilo era muito gentil da parte dele, mas a estava deixando louca. Uma vez, estavam todos conversando enquanto tomavam café da tarde, quando ela fez uma expressão estranha e se afastou do grupo.

E Sabo, claro, sempre de olho, logo seguiu atrás dela para averiguar.

- O que está fazendo aqui? - ela perguntou rangendo os dentes, quando ele a alcançou.

- Você saiu toda estranha, fiquei preocupado se estivesse sentindo alguma dor… - ele foi parando de falar aos poucos, sentindo um cheiro estranho no ar.

- Sabo-kun… - ela rosnou, com o rosto da cor de um tomate. - eu só vim soltar pum.

Sabo apenas riu dando ombros, dizendo que ao menos estava feliz que aquilo era saudável. Pelo menos os outros não tinham escutado, senão teria que escutar o dia todo as piadas sobre Koala e seus puns.

Naquele meio tempo em que viajava com o bando do Chapéu de Palha, pôde matar a saudade de conviver com Robin, uma amiga tão preciosa, e se surpreendeu ao criar um laço de amizade tão forte com Nami. Ambas tinham muito em comum, apesar de seus passados opostos, – a navegadora dividira com ela como os tritões a privaram da liberdade, e Koala narrou como os tritões lhe trouxeram a liberdade. - e a partir dali se tornaram mais próximas do que nunca.

- Nunca me senti tão grávida. - Koala se sentou ao lado de Nami com dificuldade. Estava quente aquele dia, e as moças tomavam um drinque servido por Sanji na mesa que colocavam no convés quando o clima estava bom.

- Se isso a faz sentir melhor, está uma grávida muito linda.

Robin tirou o olhar do livro, e passou a mão gentilmente na barriga da amiga. Koala usava um vestido longo e um chapéu para se proteger do sol, enquanto as outras usavam shorts e biquíni na parte de cima.

- Não repita isso, por favor, Sabo-kun diz isso o tempo todo achando que assim eu vou ficar feliz. - brincou a gestante, até que reparou que Nami estava concentradíssima em algumas cartas que o pássaro correio trouxera durante a manhã. - Nami-san? Algo errado?

Nami finalmente levantou o olhar, dando um sorriso amarelo.

- Ah, nada, é que… - a ruiva refletiu por alguns instantes, e olhou em volta, para certificar-se de que apenas as meninas ouviriam. Como todos estavam ocupados com seus próprios afazeres, disse a elas: - recebi uma carta da minha irmã esta manhã.

- São más notícias? Ela está doente?

Nami negou com a cabeça.

- Não, graças a Deus, não. Ela está bem. O caso é que mandei uma carta para ela há algumas semanas perguntando uma coisa, mas não esperava uma resposta tão rápida. - ela riu sem graça. - desculpe, não queria preocupar vocês.

Nami e Robin trocaram olhares misteriosos, e Koala, como uma boa espiã, logo notou que tinha algo de errado. As duas estavam escondendo alguma coisa dela, e depois de se tornar tão amiga delas, se sentiu chateada por ter sido deixada de fora. Talvez fossem os hormônios a deixando mais frágil, aquilo a deixou triste.

- Desculpe por estar no meio de vocês. - ela tentava se levantar da cadeira, com certeza dificuldade. - vou sair e deixá-las conversar em privacidade.

- Koala, por favor, não é nada disso. - Robin se levantou, e a ajudou a se sentar de novo. - se acalme, você não pode ficar se estressando, não é bom para o bebê.

- Robin tem razão. Não é que queremos deixá-la de fora, era só que… - Nami suspirou, dando-se por vencida. - eu só queria ter uma conversa com você, em um outro momento.

A mestre do karatê do tritão hesitou, começando a ficar preocupada, e pôs a mão na barriga instintivamente, – um costume que adquirira desde que descobriu a gravidez – perguntando-se se queria ou não saber o que ela tinha para dizer.

- Pode falar… - pestanejou, respirando fundo. - O que é?

Nami olhou para Robin novamente, que pareceu entender o recado, então virou-se para Koala, fitando-a intensamente.

- Minha irmã ainda mora na mesma vila em que crescemos. É uma vila pacífica, cheia de pessoas boas. Não é uma vida repleta de luxos, mas… - ela se interrompeu, percebendo que começava a desviar do foco. - enfim, enviei uma carta a ela, explicando sua situação.

Koala parou por uns segundos, assimilando aquilo.

- Mas por que você faria isso?

Nami fitou sua barriga, e em seguida a própria Koala.

- Porque… Eu perguntei à minha irmã, Nojiko, se ela poderia criar o bebê de vocês. Fiquei receosa, não sabia se ela aceitaria, mas…

Koala prendeu a respiração, esperando a resposta da outra.

- Ela aceitou. - disse a navegadora. - ela pode ficar com seu bebê. 


Notas Finais


Tadinha da Koala e do Sabo ;-; eles tem um bebê, mas não podem ficar com ele… E então? O que acham que vai acontecer? Eles vão aceitar? Como será esse filho do Ace? E o bebê, é menino ou menina? :v por favor, não se esqueçam de comentar! É rapidinho, e me ajuda muuuito a continuar a história :) até o próximo capítulo e aguardo ansiosa pelo feedback de vocês! <3
PS: Se quiserem dar ideais de nome, podem dar!!!


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