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História The Five Guardians - Fallacious Freedom


Escrita por: KimYutaka

Notas do Autor


Olá, meus anjos!
Hoje não tenho muito o que dizer, apenas espero que gostem do capítulo!
Boa leitura. <3

Capítulo 43 - Fallacious Freedom


Fanfic / Fanfiction The Five Guardians - Fallacious Freedom

            “— Quando saberei que encontrei o verdadeiro amor, mamãe?

— Olhe-a bem no fundo dos olhos, meu querido filho. Então, se neste momento você sentir como se pudesse voar, terá encontrado o verdadeiro amor, Hoseok.”

 

 

            O silêncio estava confortável, e o ar quente que saía da pequena e velha lareira esquentava os corpos repousados no grande tapete em frente a ela. Myung-Hee acariciava o peito alheio cuidadosamente com as pontas dos dedos, desenhando círculos imaginários naquela região, enquanto Hoseok mantinha-se de olhos fechados, sorridente. A jovem apoiou o queixo no peito do companheiro e o encarou, subindo os dedos até o maxilar dele, acariciando-o ali também.

— Em que tanto pensa, meu amado?

— Nada preocupante, bela dama.

            Respondeu-a ele, abrindo seus olhos cansados para a admirar. Ele a abraçou, colocando o corpo acima do dela a seguir, para então passar a acariciar o fino cabelo bagunçado de Myung-Hee.

— Não se preocupe, minha amada, pois em breve nos casaremos.

— Realmente fará o que me disse? Tenho medo de que não funcione.

— Funcionará! E mesmo que não funcione, conseguirei de alguma forma.

— Não me importo em ficar aqui, Hoseok.

            Ele soprou um riso, sentando-se antes de olhar ao redor da velha casa, balançando a cabeça negativamente.

— Não é local apropriado para uma dama.

— Irei para onde desejar que eu vá, Hoseok. Pouco me é importante o luxo, eu apenas desejo estar ao seu lado.

— És tão pura, minha amada. Como pude eu ter tamanha sorte?

— Tão engraçado é o destino. Odiávamo-nos e agora amamo-nos feito loucos!

— E eu a amarei em todas as minhas seguintes vidas.

— Como ousa dizer isso? – Ela riu, colocando seu cabelo para trás. – Existirão milhares de boas mulheres, e se não me encontrar entre elas?

— Pois ficarei só até encontrar-te, Myung.

— Tu és um abestalhado, Hoseok.

            Ela riu junto a ele, então retirou o cobertor de cima de seu corpo, voltando a ficar completamente nua. Hoseok admirou o corpo da jovem, observando cada pequeno movimento que esta fazia até sentar-se no colo dele. Sorridente, ela segurou o rosto do amado com delicadeza, fazendo-o encara-la.

— Meus olhos estão aqui, senhor.

— Perdoe-me a distração, senhorita.

            Então, após um baixo riso, beijaram-se. Beijaram-se com ternura e paixão, e mais uma vez amaram-se naquela noite. Amaram-se com intensidade, com felicidade e com esperança. Hoseok não mentira quando dissera que amaria Myung-Hee durante a eternidade, durante cada renascimento, pois algo dentro dele pertencia somente a ela e a mais ninguém.

            Entretanto, o que ele sequer ousava imaginar, era quantas vidas seriam necessárias para encontrarem-se outra vez.

 

 

***

 

 

— Ainda acordado, meu caro?

            A voz grossa e contente do homem soou, enquanto este se aproximava de Jimin, o qual abriu um gentil sorriso, sem o olhar diretamente.

— Não sinto muito sono durante a noite, senhor.

            Respondeu-o, dobrando um pouco mais o tecido em sua mão. O mais velho se aproximou um pouco mais, parou ao lado do jovem e mostrou surpresa em sua face.

— Que bela espada, meu caro.

— Era de meu pai, senhor.

— Também a usava quando era um cavaleiro?

— De forma alguma! Apenas usaria tal herança em uma ocasião especial. – Sorriu o rapaz.

— Esta espada é caríssima. Seu pai, que Deus o tenha, gastou uma fortuna!

            Percebendo que aquilo era uma provocação, Jimin sorriu, para desta forma não se mostrar intimidado. O jovem olhou para o homem através do reflexo na espada.

— Na verdade, senhor, meu querido pai ganhou em forma de gratidão devido a inúmeros atos heroicos. E quanto ao senhor, alguma vez foi considerado um herói para nossa sociedade?

            Com um sorriso amarelo, Ahn virou-se de costas, com suas mãos para trás, admirando a decoração impecável da sala-de-estar, calando-se à pergunta de Jimin.

— Acredito que o cavaleiro Park era um homem sábio, e é por este motivo que nasceste tão inteligente, rapaz.

— Agradeço-te, meu senhor. É uma grande honra ouvir tal elogio.

— E é por isso que o escolhi para se casar com minha filha.

            Um suspiro escapou dos lábios de Jimin quando se encostou na parte de concreto da lareira, ainda olhando-se na lâmina da espada.

— Minha esposa foi uma grande mulher, senhor. Agradeço-o imensamente por dar-me a mão de Cho-Hee. Gostaria que ela estivesse conosco neste momento.

— Ora, meu rapaz, não falo da falecida. – Surpreendeu-se o homem, virando-se para Jimin brevemente. – Falo de Myung-Hee.

— Senhor, não me casarei com sua outra filha, pois seu verdadeiro amor é Hoseok.

— Verdadeiro amor, rapaz tolo?

            O homem gargalhou, caminhando ao redor da sala.

— Acreditas que isso existe? Achas que amei a mãe de Myung-Hee? Achas que eu amo minha atual esposa? Achas que seu amigo ama minha filha? Achas que Cho-Hee o amou? Tudo isso é grande bobagem, meu rapaz.

— És ingênuo, senhor. – Disse Jimin.

— Como é, rapaz?

— Eu disse que és ingênuo. Acreditar que o amor é uma farsa o torna ingênuo.

— Não compreendo como podes tu acreditar em tal barbaridade. Afinal, sua mãe que dizia amar seu pai fugiu com outro homem.

            Outro riso de ambos, mas ao contrário do mais velho, Park não achara engraçado tal comentário, apenas mantinha-se com um sorriso estampado, para que desta forma o outro se sentisse cada vez mais confortável.

— Conheci seu pai há bons anos atrás. Era um homem bom, admito, mas dizia cada barbaridade.

— Quais barbaridades, senhor Ahn?

— Ora, coisas inúteis de se dizer, exatamente como o escudeiro faz. Coisas ridículas sobre sermos todos iguais. – Suspirou, sentando-se de costas para o Marquês, desta forma admirando um quadro de Jimin. – Livre-se de Hoseok, Jimin.

            Naquele instante o mundo calou-se, apenas a voz de Ahn ecoava pela cabeça do Marquês, mas após cair em si novamente, finalmente o respondeu:

— Desculpe-me, senhor, mas não compreendo.

— Ora, sabes bem sobre o que digo. Achas que quando casar-se com minha filha ele a deixará em paz? Seria mais simples cortar o mal pela raiz. Darei a ti uma boa quantia, darei melhores terras, assim como darei minha filha a você. Livre-se daquele camponês imundo, pois não o suporto.

— Uma ocasião especial. – Sussurrou Jimin, fixo ao mais velho.

— Desculpe-me, mas não ouvi o que disse, rapaz.

            Respondeu-o, ainda admirando a pintura. Jimin segurou firmemente a espada, olhando-a com um largo sorriso no rosto, e mesmo que seu próprio reflexo fosse amedrontador, continuou a se admirar. Então, após alguns passos à frente, Park olhou para o outro, deslizando as pontas dos dedos lentamente pela lâmina da espada.

— Jung disse-me uma vez que eu deveria usar minha única herança em uma ocasião especial. – Soprou um riso, então continuou: - Disse ele, também, para eu a manter sempre limpa e muito bem polida, sabe o porquê, senhor?

— Por que, rapaz?

— Porque desta forma o sangue inimigo escorrerá mais lentamente.

            Então, antes de qualquer outro questionamento, Park ergueu a espada acima de sua própria cabeça e em um movimento ágil atingiu o pescoço alheio, fazendo com que o sangue do homem à frente jorrasse de imediato. Não satisfeito, fincou ainda mais a espada no corte, aprofundando-o. O Marquês sorriu contente, agarrando o curto cabelo alheio e, abusando de sua força física, quebrou o osso de seu pescoço ao meio.

            Jimin ergueu a espada novamente, observando o sangue escorrer por sua lâmina, e então passou sua língua por todo o comprimento da lâmina, sorrindo.

— E ele tinha razão.

            Sem pressa ou preocupação, sentou-se ao lado do corpo, também admirando o quadro na parede.

— Eu o avisei para não ofender meu velho amigo, senhor Ahn. As consequências foram imensuráveis, não concordas?

            Jimin suspirou, repousando a espada nas pernas do falecido, para então levantar-se e chamar seus empregados, os quais sequer assustaram-se ao presenciar tal cenário.

— Já sabem o que devem fazer.

            O sorriso surgiu nos lábios grossos de Jimin quando os olhos de seus empregados escuros tornaram-se, mas em sinal de respeito, como de costume, permaneceram imóveis para esperar que o patrão não estivesse presente. Park aproximou-se de uma das empregadas, a mais jovem, a qual sequer olhava-o nos olhos, respeitosa a ele. O Marquês acariciou-a o rosto e então sorriu.

— Como de ti não suspeitarão, limpe as roupas do homem e as descarte bem distante daqui, minha jovem.

— Sim, milorde.

— Bom apetite, crianças.

            O sorriso de Jimin permaneceu estampado em seu rosto conforme subia as escadas para seus aposentos, deixando seus empregados – todos que, assim como ele, aceitaram de bom grado servir ao demônio – matarem a fome. Quando ao seu quarto chegou, empurrou a porta, e para sua surpresa, Mi-Cha já o esperava deitada. Ao trancar a porta, sorriu, vendo-a sentar-se à beira da cama.

— Fez o que prometeu, senhor Park?

— Não costumo falhar, senhora Ahn, mas não se engane ao pensar que fiz somente por ti, pois fiz também pelo escudeiro Jung.

— Ora, não pensei tal absurdo. – Ela sorriu, segurando-o pelo cós da calça e o puxando para si, então deslizou as mãos pelas coxas alheias. – Meu marido está morto, então?

— Como prometido. – Jimin também sorriu. – A fortuna é sua, espero que prossiga com sua palavra.

— Continuará em seu posto, senhor Park.

— Pois assim espero, senhora Ahn.

— Lembra-se que prometeu não me deixar.

— Jamais a deixaria, minha dama.

            Ainda sorridente, ajoelhou-se entre as pernas alheias, deslizando suas mãos por baixo da camisola de Mi-Cha, apertando-a as coxas.

— Já sou tão velha, sinto receio de ser abandonada, senhor.

— Tens apenas 36, és jovem e belíssima, senhora.

            Disse ele, entrelaçando seus dedos ao cabelo longo da mulher, beijando-a durante breves instantes, mas ao tentar se afastar, ela o puxou novamente.

— Deixe-me banhar, senhora. Estou sujo de sangue.

— Fique assim, querido, está divino.

            Sussurrou ela, fazendo com que um sorriso perverso surgisse nos lábios de Jimin, o qual não hesitou em beija-la com brusquidão, mordendo-a os lábios algumas vezes conforme a despia, algo tão simples já que ela não vestia nada mais do que a camisola.

            Ahn Mi-Cha era uma das mulheres mais vulgares, gananciosas e frias que existiam. Com sua aparência e postura impecáveis seduziu o antigo Marquês ainda no auge de sua juventude, com suas próprias mãos tirou a vida da primeira esposa de Ahn, e não muito depois trouxe Cho-Hee ao mundo, no entanto, Mi-Cha não amava sua filha, afinal, era apenas uma maneira de continuar no luxo, então pouco se importou com sua morte. Durante sua vida jamais se deixou ser enganada, porém, quando Park apareceu em sua frente pela primeira vez, cegou-se. A ele entregou não apenas seu corpo, mas seu coração, e confiando seus segredos e anseios a ele, acreditou fielmente nas doces palavras do rapaz. Apaixonou-se. Embora Mi-Cha fosse calculista e inteligente, sequer percebeu que conhecera alguém superior à sua maldade.

            Ahn Mi-Cha sequer percebeu que, em pouco menos de um mês, seria vítima de seu primeiro amor. De seu primeiro falso amor.

 

 

***

 

 

Agosto de 1504.

 

 

Jeon estava repousado nos braços de sua mãe, a qual estava sorridente, afetuosa e com suas bochechas rosadas, mostrando-se saudável. O Rei sorria, e apesar de sonolento, abriu seus olhos. A mãe beijou-o a testa e sussurrou próximo à orelha do filho:

— Filho amado, a verdade está diante aos seus olhos, és o único que poderá salvar este lugar.

— Seja mais clara, minha mãe.

— Onde eu guardaria a verdade, senão no coração?

 

            Aquele sonho não sumia das lembranças do Rei, o qual mesmo após tão tarde, permanecia acordado. Ele roía as unhas a cada vez que tentava pensar em uma explicação cabível para tais palavras. Annelise, incômoda com a ausência dos braços de seu esposo ao redor de seu corpo, despertou de seu sono, cobrindo os seios com o cobertor ao sentar-se. Ela tocou os ombros do marido e apoiou seu rosto nas costas dele.

— Aconteceu algo?

— Ainda penso no sonho.

— Querido, está tarde, deite-se e pensaremos com calma ao amanhecer.

— Desculpe-me, Annelise, mas não temos tempo a perder.

— Meu amado, compreenda que...

— Quieta, Annelise.

            Suspirou ela, afastando-se dele para levantar-se, vestindo sua camisola antes de cruzar seus braços.

— Desde que tivera este maldito sonho viraste um chato!

— Se isso lhe incomoda, poderá procurar pelo Barão Min.

— Ofende-me com suas palavras.

— Pensaste em tal coisa antes de se deitar com meu melhor amigo?

— Estou farta destas discussões! Disse-lhe que não estava em meu perfeito estado naquele momento.

— Não procure por desculpas esfarrapadas, Annelise! Admita que tu és uma meretriz.

            Annelise calou-se quando sentiu as lágrimas escorrerem pela face, enquanto Jeon calava-se e refletia sobre as coisas ditas. Ela abaixou a cabeça e abraçou o próprio corpo, sentando-se novamente. JungKook tentou se aproximar, mas recuou, pois não sabia se deveria de fato conforta-la. Ele a amava, a desejava e jamais pensou em magoa-la. Era verdade quando ela dizia que não tinha culpa do adultério, afinal, nenhum dos cinco sabia quais eram as intenções de seus demônios.

— Perdoe-me, não tive a intenção...

— Saia, Jeon.

— Annelise, eu não quis lhe dizer isso. Perdoe-me.

            Disse ele, ajoelhando-se diante sua esposa, segurando-a as mãos.

— Quando tudo acabar, seremos nós outra vez.

— Prometa-me, Jeon.

— Somente se chamar-me como de costume.

            Annelise soprou um sutil riso, então concordou.

— Prometa-me, Jung.

— Prometo-lhe, Rainha Jeon.

            Juntos sorriram, então ele levantou-se para se retirar do cômodo, mas antes que saísse sua esposa o perguntou para onde iria àquela hora, mesmo que fosse óbvio o local, porém, quando ela questionou o porquê de ele gostar tanto daquela parte do palácio, tudo se clareou.

— Porque é lá que está meu coração. Por Deus, como pude não perceber antes?

— Desculpe-me?

— Acompanhe-me, minha dama!

            Jeon sorriu e segurou-a pelo pulso, sequer preocupando-se em calçar os sapatos antes de correr o mais rápido que podiam até o estábulo. Quando finalmente chegaram ao destino, Annelise indagou:

— Querido, o que estamos fazendo aqui?

— Quando eu era jovem e ficava triste, ou se queria pensar, vinha até o estábulo.

— Escolha peculiar de local. – Ela sorriu.

— Prosseguindo... havia um lugar em que eu escondia certas coisas.

— Que coisas?

— Deixe-me terminar! – Pediu ele, fazendo com que a esposa se calasse. – Neste lugar eu escondia coisas que eu considerava belas, e eu chamava de coração.

— Por quê?

— Porque fica exatamente aqui, no centro do estábulo! Este local é o coração. Venha, ajude-me a procurar o tijolo solto.

            Após ouvir atentamente as instruções do marido, Annelise tateou a parede cuidadosamente, mas todos os tijolos pareciam estar fixos, porém, quando esbarrou seu anel em um destes, percebeu-o movimentar-se. Ambos olharam-se esperançosos e sorriram, imediatamente retirando o tijolo dali. O Rei colocou o braço dentro do buraco feito, e para sua surpresa seus pertences ainda estavam ali. Primeiramente ele retirou um galho, o qual sequer sabia o porquê de considerar belo, logo após retirou uma pena, esta já tornara-se da cor dos tijolos, então, quando tentava retirar a terceira coisa, percebeu algo impedindo-o. Jeon não se preocupou em machucar-se com o pequeno espaço que lhe era disponível, apenas aprofundou mais seu braço ali e puxou para si seu obstáculo, deparando-se com uma caixa de madeira de mesmo tamanho que um livro, e o rapaz sabia exatamente o que havia ali.

— O que guardou nesta caixa, meu amado?

— Não fui eu, Annelise. Aqui era onde minha mãe guardava seu diário. Céus, como não pensei nele antes?

            Jeon abriu um sorriso de orelha à orelha, sentando-se no chão junto de sua esposa, mas seu sorriso desapareceu logo em seguida.

— Vamos, abra-a!

— Eu não tenho a chave. Com toda certeza ela não gostaria que ninguém além de mim pudesse a abrir, então deve estar muito bem escondida.

— Não estaria no mesmo lugar?

— De modo algum, pois além de mim alguns empregados sabiam da existência deste local, pois sempre vinham me buscar para o jantar. Ao amanhecer mandarei revistarem o palácio! Descobriremos como nos livrar disto tudo, minha amada. Estamos a um passo de toda a verdade.

— Seremos finalmente libertos!

            Liberdade... a dolorosa e falaciosa liberdade


Notas Finais


Por hoje é só, meus bebês.
Espero que tenham gostado.
Até o próximo e beijinhos <3


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