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História The Lie, The Fall, The Love - Völva


Escrita por: allybenner

Notas do Autor


Oi oi, mais um capítulo para vocês, aproveitem. Obrigada por lerem <3

Capítulo 9 - Völva


Fanfic / Fanfiction The Lie, The Fall, The Love - Völva

 

Maddie

Depois do colégio, na empresa Tegnologias Palmer

 Desabotoei o jaleco branco que tem um crachá de identificação, também funciona como chave para a maioria das salas daqui. Sento na poltrona da enorme sala do meu pai, olho pela janela, sinto falta de Star City e das pessoas, talvez porque eu estou acostumada àquela cidade, foi onde eu morei por anos. Respiro fundo e pressiono os dedos contra a testa, meu pai entra na sala e coloca uns papéis sobre a mesa, coloco os óculos no rosto e leio.

— Eu queria poder estudar Literatura lá em Star City... — comento baixo.

— Nem começa, vai ficar aqui, prometeu tentar... Madison, suas notas em Física Nuclear e Mecânica são as melhores em todos os colégios que frequentou, está à frente de sua turma sempre. — sinto que ele vai começar um discurso e o paro.

— Vou indo, irei continuar a fazer o que eu estava fazendo. — digo levantando e colocando os óculos no bolso. — Tchau pai.

 Abro a porta e saio, vou até o elevador, aperto mais de uma vez, por causa da demora e logo ele desce. Entro e comprimento um homem de cabelo grisalho vestindo terno preto-azulado. Um andar antes do meu ele sai do elevador, fico sozinha, apoio meu corpo na parede e sinto uma leve tontura ao descer. Saio do elevador e ando até a parte dos testes dos aparelhos. Falo brevemente com as pessoas e sento numa bancada pegando todos os materiais que preciso.

 Olho o celular algumas vezes para não ter que encarar conversa nenhuma hoje. Depois de teste após teste continuo pensando no que disse ao meu pai mais cedo, Literatura... não é uma opção para mim e eu já coloquei isso em mente há bastante tempo, eu levei tombo atrás de tombo tentando escrever. Resolvi vestir a carapuça de boa em exatas, não é tão difícil para mim, agradeço a aptidão por números que herdei do meu pai. Na maioria do tempo eu só fingia ser inteligente, eu precisava estudar muito para ficar no nível dos que estavam nas aulas avançadas.

 Balanço a cabeça afastando, ou pelo menos tentando, esses pensamentos. Essa cidade não vai me ver desmoronar de novo.

— Senhorita Palmer? — um garoto chama minha atenção.

— Oi? — olho a identificação dele. — John... eu vejo você quase todo dia, pode me chamar de Maddie.

— É, que já foram todos embora. — arregalo os olhos e observo a minha volta.

— Quando eu desliguei? — olho minha mesa agora, vejo que faltam algumas peças para serem montadas. — Droga...

— Eu posso fazer isso para você. — ele sugere e eu nego começando a montar as peças que faltam.

Meu celular vibra constantemente durante uns 20 minutos. Olho o visor e a foto do meu pai ocupa a tela do telefone inteira. Retorno sua ligação e digo que acabei me atrasando no trabalho, ele afirma que vai me esperar e eu apresso meu trabalho. Jonh me ajuda a fazer as coisas mais rápido, mas pedi que ele fosse embora um tempo depois para não se atrasar. Finalmente finalizei meu trabalho e coloquei as peças nas caixas.

 Desci correndo pela escada da recepção, onde meu pai estava sentado. As luzes da empresa estavam apagadas em quase todos os andares, a não ser nos últimos.

— Vamos comer fora hoje? — ele pergunta, eu o abraço.

— Eu cozinho hoje! — exclamo animada e puxo ele até o carro. — Pai o que acha de eu fazer uma tatuagem?

— Eu acho que não vou gostar nem um pouco... — ele levanta a sobrancelha e abre a porta do carro para mim, eu entro. — Você quer mesmo fazer?

— É descolado... — penso um pouco mais. — Pensando bem, não é uma boa ideia. É que eu tenho um amigo que tem.

— Amigo é? — meu pai pergunta enquanto tranca as portas.

 Rio em silêncio até minhas bochechas doerem. Paramos em frente a garagem e eu entro em casa saltitante e muito animada, porque faz tempo que eu não cozinho. Lavo as mãos e começo a procurar a massa de macarrão e os tomates.

 (...)

  — E aí, pai? Minha lasanha estava ótima, não é? — pergunto vendo ele levar a louça para a pia.

— Uma delícia, podemos chamar a Kendra e a Adaline para comerem sua lasanha qualquer dia desses.

 Levanto da mesa, abraço meu pai, prendendo seus braços que antes estavam lavando a louça, aperto ele e subo para o meu quarto. Corro nas escadas e acabo batendo meu pé no último degrau, solto um gemido agudo e abafado de dor. Entro no quarto e fecho a porta, começo a procurar uma roupa de dormir, mas mudo de ideia quando lembro que ainda vou ficar muitas horas acordada preparando resumos e fazendo atividades.

 Coloco os livros na escrivaninha e o caderno, ligo o som e coloco um Cd de uma banda chamada Three Days Grace. Por incrível que pareça eu só aprendo matemática ouvindo rock metal. Derek que me deu esse álbum, fiquei muito agradecida e feliz, mas acho que foi só porque eu ajudei ele a fazer um trabalho de Química. Ele é bom, mas não consegue reconhecer isso.

 Isso me lembra alguém...

Meus olhos cansam de estudar duas horas depois e tornam a arder bastante. Meu pai saiu meia hora atrás. Vejo o relógio são 22h00, visto o sobretudo marrom, pego o notebook e os fones, desço até a varanda e sento lá na frente de casa. Penso por um segundo se eu deveria estar tão tarde sozinha do lado de fora de casa com um “animal perigoso” à solta. Entro na Netflix e vou assistir algumas séries.

 A partir daí ficou tudo escuro, não podia ver nada a minha frente, nem mesmo minhas mãos a um palmo de distância de meu rosto. Eu estava sonhando, penso que sim... caminhando pelo nada, era como se estivesse numa espécie de “transe hipnótico”, eu andava para lá e para cá, eu ainda sentia que estava na varanda de casa, porém ao mesmo tempo não estava.

 Estava no alto de algo, um prédio pequeno talvez ou um sobrado alto. Conseguia sentir o vento bater forte contra mim. Algo se iluminou, um ponto embaçado a minha frente corria e saltava, eu ouvi o gatilho e corri na direção da pessoa, precisava salvá-lo.

“SAI DAÍ! ” Gritei e meus pulmões falharam, a voz não saiu, eu estava gritando, por que ele não me ouvia. Quando ele foi atingido pude ver seus olhos brilhando em azul, um azul místico nada normal.

 Corri na direção dos olhos brilhantes, mas não tinha nada, senti algo molhado na minha blusa. Toquei no meu braço e ele estava viscoso e molhado. A dor se espalhou pelo meu corpo e eu caí.

— Madison? É esse seu nome certo? — um homem me fazia perguntas e eu tentava abrir os olhos.

— Isso. — afirmei com pouca convicção e vontade. — Onde estou?

— No meio da estrada... — o asfalto finalmente é notado sob mim e eu faço menção de levantar. — acho melhor tomar cuidado. Você estava caminhando, mas parou e caiu de repente.

 Levanto devagar e respiro fundo, passo a mão pelo meu pescoço e encontro o colar que Adaline me deu, o símbolo da Trindade Celta.

— DEREK! PRECISO! SALVÁ-LO! — grito e balanço o homem, ele estava segurando a minha carteira de identidade. — Que horas são?

— Quase meia-noite. Você disse Derek? Seria Derek Hale?

Ele está morrendo! ELE LEVOU UM TIRO! ÁS 22H45! Eu estava indo... para onde eu estava indo?

 Minha respiração está instável e muito alterada, lembro do meu pai, ele deve ter me ligado umas mil vezes. O homem se apresenta como Deaton, ele me pergunta se eu sei onde Derek está, ele pede que eu tente me concentrar nele, mas eu só consigo ver relógios quando fecho os olhos, eles têm horas diferentes. Estou dentro do carro de Deaton ele, espera que eu consiga dizer onde Derek está.

“Só vejo relógios” murmuro para mim mesma.

 Então respiro fundo e escolho o relógio que marca 23h56. Concentro minha mente nesse horário.

— Clínica Veterinária... — as palavras aparecem na minha frente, mas eu logo volto a estar no carro de Deaton que parece levar a sério o que eu disse, pois começa a dirigir. — Só posso estar ficando louca.

 Mando algumas mensagens para o meu pai e digo que tive que ajudar uma amiga, ele prometeu que eu ficaria de castigo. Minha cabeça doía tanto e tanto, eu estava completamente desnorteada. Chegamos a tal Clínica Veterinária e Deaton pediu que eu ficasse no carro, eu abri a porta e segundos depois que ele entrou eu desci e vomitei do outro lado da calçada.

 — Será que eu ‘tô ficando louca? Será que meu pai vai me internar? — pergunto a mim mesma. — Vou parar de falar sozinha. Como a gente sabe se é louco ou não? — pego o celular do bolso e coloco no navegador. — “como saber se sou doida? ”, pronto... — leio a tela. — Ah, quanta besteira...

— Madison? — Deaton me chama. — Pode entrar agora.

“— Acho que tem alguém muito especial lá fora esperando por notícias suas, senhor Hale — Deaton diz. — Acho que como dizem... “é possível sentir quando alguém querido sofre algum acidente”. Creio que não seja tão simples, mas ela salvou sua vida”.

* * * *

  Abro os olhos assustada com as lembranças que enchem minha mente, as lembranças da noite passada. Levanto e sento na cama, o Sol ainda não se pôs, calço as pantufas e desço da cama. Vou até a cozinha e pego um copo de suco, fecho a geladeira e olho meu pai descendo as escadas. Bebo o suco todo e coloco o copo na pia.

— O que aconteceu? — ele pergunta.

— Eu tive um pesadelo... — respondi e ele assentiu.

 Subimos juntos e depois andei sozinha até meu quarto. Tranquei a porta e ascendi a luminária que deixava o teto com estrelas brilhantes, deitei e fiquei olhando para cima. Pego os fones de ouvido e fico escutando música. Deixei que a única coisa que fizesse barulho na minha cabeça fossem os fones e a batida do meu coração, não adianta fazer planos e tentar resolver as coisas agora. Preciso dormir.

 Meu celular vibrava embaixo da minha barriga, despertei e meu quarto estava com as janelas e cortinas fechadas cobrindo o um pouco da claridade. Olhei o visor do celular e ao desligar o despertador leio algumas antigas mensagens e mensagens de semanas atrás, antes de vir para cá. Elas não foram respondidas, porque não consegui escrever nada de volta.

 Saio da cama e entro diretamente no banheiro. Tomo um banho com de água gelada, mesmo que ainda esteja fazendo frio, entro de cabeça e o meu corpo fica rígido e arrepiado. Balanço os braços tentando aliviar a sensação. Após o banho visto a roupa para ir à escola e tento ser rápida no café da manhã para sair junto com meu pai.

 (...)

 Na escola, guardo minha bolsa no armário e vou pegando alguns livros. Fecho o armário e vejo o jornal do dia grudado no armário ao lado, arranco-o e leio.

 “Derek Hale, está desaparecido há algumas horas. A polícia está o procurando desde às 17h00 de ontem, assim que uma denúncia formal foi feita na delegacia de Beacon Hills. O caso tem a frente investigativa do Xerife Stilinski.

Na noite passada ele foi visto por algumas pessoas com um ferimento de bala no braço.

Segue a foto do procurado, caso você tenha o visto, avise a polícia local”.

 Suspiro e olho Scott do outro lado do corredor conversando com Stiles e Jackson. Vou até lá segurando o jornal.

— Onde ele está? — pergunto nervosa.

— Eu não sei, achei que você soubesse... — Scott responde.

 Olho em volta e percorro todos os cantos da escola a sua procura.

— Quem o acusou e pelo quê?

— Acho que foi o idiota que escreve esse jornal... pelo incêndio que teve na casa dele. — Stiles responde.

— A gente pode ir até lá procurar ele? — questiono.

— Vai se meter no meio do mato para procurar o Hale? — Jackson finalmente se pronuncia e eu recordo que ele está ali.

— Se sim ou não, não é da sua conta. — respondo.

 Olho os meninos e eles se encaram tentando saber se respondem que vão ou não.

 

(...)

 Na Clínica Veterinária.

Bato na porta e retribuo o sorriso de Scott que abre a porta e pede que eu entre. Ao entrar, peço para falar com Deaton, ele aponta a sala dos fundos, onde eles atendem os animais, ou pessoas que foram baleadas... Ele abre a porta e Deaton me cumprimenta, espero até que ele termine de vacinar um cachorro e nos dirigimos até uma parte da clínica mais parecida com um escritório.

— Sabe porque vim aqui... sei que sabe o que aconteceu comigo. — começo e ele sorri compreendendo minha aflição.

— Senhorita Palmer, você se considera cética? — Deaton questiona.

— Depende... — respondo. — Pode falar.

 Ele puxa um grosso livro com letras em escrita nórdica. Folheia-o e observo algumas partículas de poeiras, afasto-me do livro. Ele coloca em uma página e coloca a minha frente, olho a foto de uma mulher de roupas simples em tons de marrons, cabelos compridos e segurando um cajado humilde, seus olhos brilhavam em um tom de branco leitoso.

“Völva”. Leio a escrita a cima da imagem.

— A vidente que previu o Ragnarök?

— Pelo visto não precisa de muitas aulas para conhecer, o que você é. — Deaton continua sorrindo e eu permaneço sem fazer grandes objeções. 


Notas Finais


O capítulo ficou maior que o de costume, espero que tenham gostado..
"where is Derek?"


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