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História Tocando Rosas - Com Dó V recorda-se La tua Rosa


Escrita por: violetfairy

Notas do Autor


Olá lírios! Estou aqui de novo depois de todo esse tempo e quero pedir mil perdões pela demora. Como algumas de vocês sabem, passei por uns problemas em casa que acabou por atingir meu emocional, assim eu não estava bem para escrever ou qualquer coisa, mas agora estou bem melhor graças a Deus e consegui fazer o cap.
Obrigada por todo o apoio e por não desistirem de Tocando Rosas <3
Obrigada especialmente ao Lírios Squad que tiveram bastante paciência e me confortaram com isso.
Espero que gostem do capítulo, fiquei bastante insegura ao escrevê-lo, acho que algumas vão gostar, outras podem não gostar, mas fiz o que tinha em mente desde antes e com o toque eu gosto de dar a essa história tão importante pra mim. Agora pretendo que tudo vá se encaixando.
Boa leitura, perdão pelos erros e claro, mwah da borboleta!

Capítulo 29 - Com Dó V recorda-se La tua Rosa


Fanfic / Fanfiction Tocando Rosas - Com Dó V recorda-se La tua Rosa

 

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- Regina, quando eu crescer quero que seja a minha princesa. Então vou resgatar você lá de cima da torre. Você quer ser minha princesa? - Ben perguntou com um sorriso nos lábios e bochechas coradas. Eu havia acabado de contar uma história para meus pequeninos grandes heróis da ala infantil do hospital.

- Claro que eu quero. - dei uma breve risada por conta de seu comentário fofo. - Mas com uma condição. - apertei de leve a ponta do nariz dele.

- Ah mas você já está fazendo que nem a mamãe… - protestou.

- Se você não quiser, posso pedir ao Philip. - pisquei de lado para o menino dois anos mais velho que Ben que tinha seis.

- Tudo bem! Qual é a sua condição? - a criança estreitou os olhos para mim.

- Que tome todos os seus remédios direitinho e coma suas refeições até esvaziar o prato. - ergui uma sobrancelha. Soube pela mãe que ele estava sendo rebelde nesses quesitos.

- Isso? - Ben coçou o queixo imitando um adulto, o que me fez rir de novo. - Eu topo.

- Promessa de dedinho? - ergui o mindinho na direção dele.

- Prometido! - o garoto cruzou seu pequeno e tênue dedo com o meu e me brindou com outro sorriso. Lhe dei um abraço.

- Ah Regina mas e eu? - Caleb, com seus olhinhos puxados,  fez uma careta se aproximando do círculo.

- Você pode salvar a Lissa. - toquei os fios curtos da menina ao meu lado. Seus cabelos estavam crescendo novamente, ela era tão linda… - Ou a Lissa pode salvar você, não é querida?

- Eu? - a moreninha parecia realmente surpresa.

- Claro. Todos nós somos muito fortes e podemos salvar uns aos outros. - passei o polegar sobre sua sobrancelha rala em um carinho costumeiro.

- Então eu posso! Eu salvo você Philip e depois você me salva. - Lissa pressionou os lábios em um sorriso triunfante.

Eu não conseguia explicar a sensação tão boa que era estar ali com aquelas crianças. Elas me faziam bem. Sua luta e maneira tão pura de ver tudo ao seu redor me envolviam em uma atmosfera de tranquilidade e ternura. Elas eram muito importantes para mim.

Foi triste saber que no tempo em que estive em Nova York perdemos dois pequenos. Eu não conhecia a dor de uma mãe que perdia um filho, mas conseguia imaginar e com certeza não era fácil. O melhor ali, no entanto, era que umas ajudavam às outras, havia um apoio mútuo que fazia toda diferença, de forma que cada família e até mesmo eu, não tínhamos uma criança, tínhamos todas.

Procurava não pensar em grandes tristezas quando estava ali e sim aproveitar cada momento com os pequenos, eles me davam sorrisos e eu procurava lhes dar sonhos para sonhar. Juntos consubstanciávamos nossa esperança.

- Regina? - Granny entrou na sala de recreação fechando a porta atrás de si. - Está na hora da soneca deles.

- Ah não Granny, eu quero outra história. - Sarah fez um bico enorme e cruzou os braços. - Regina, não vai, por favor. - ela eu conhecera há pouco tempo, estava no começo do tratamento, mas já tínhamos muito carinho uma pela outra.

- Eu vou voltar, meu amor. Amanhã prometo que conto sobre a viagem da Merida ao País das Maravilhas. - disse no ouvido dela afastando seus cachos ruivos para o lado. - Mas agora eu não me lembro direito, preciso dormir para lembrar. - pisquei.

- Eba! Eu quero ouvir essa história! Vou dormir pra passar rápido e você também pra se lembrar de cada detalhe, combinado? - abraçou-me.

Fechei os olhos e retribuí aquele abraço.

- Combinado, querida.

Despedi-me de todos e sai agradecendo por aquelas vidas e pedindo mais e mais dias para as crianças. Ao olhar para trás imaginei como eu levaria Merida até Alice.

 

♪ ♫ ♪

 

Naquele dia eu pretendia ir para casa após minha visita à ala infantil, porém, um pensamento distante, a cada passo que eu dava em direção a um corredor mais que conhecido por mim, ficava muito perto, quase tangível.

Não foi exatamente fácil tomar esse tempo que eu estava dispondo, sentia falta de minha irmã, da Academia, até dos dias corridos no Café… É, eu sentia falta dele. Tinha a sensação de que não importava quanto tempo passasse, nunca me esqueceria de Robin e de fato, por um lado eu mesma escolhia me prender àqueles momentos que vivemos, por outro, a razão insistia em dizer que seria muito mais saudável deixar tudo para trás. Como!? Não era possível, não era. Ainda o amava e tinha certeza de que na semana que vem e no mês que vem continuaria o amando.

David e Mary, por sua vez, dedicavam sua atenção tão especial a mim, preenchendo silêncios com conversas descontraídas e o vazio com abraços verdadeiros. Eu não me sentia merecedora daquilo, já que apesar de tudo ainda deixava aquela tristeza de meses atrás me habitar. Não era como se eu pudesse expulsá-la de malas e cuia.

Quando percebi, já estava lá, em frente à porta do antigo quarto onde Raio de Luz ficava. Senti meu coração palpitar e inspirei profundamente. Eu deveria?

“Vá logo Regina, prove o que quer provar a você mesma e deixe ir.” - minha consciência entoou.

Girei a maçaneta vagarosamente e  espiei lá dentro,  não havia ninguém e mais, estava exatamente do jeito que eu me lembrava. Tive um vislumbre do tempo em que Robin esteve deitado ali e o afastei tão logo quanto veio. Agora ele tinha uma vida, ele tinha saúde, ele tinha aquele sorriso tão raro de aparecer e tão lindo… Eu mesma sorri com lembranças bonitas.

Aproximei-me da cama e me sentei na cadeira ao lado, cruzei as mãos sobre o colo e olhei para elas, as mãos que Raio de Luz havia cuidado tão bem quando me machucaram… Um nó se formou em minha garganta, começou na base e se arrastou até o topo trazendo com ele um pulso de lágrimas silenciosas.

- Espero que ele volte a tocar algum dia - proferi para o nada à minha frente, mas para o Tudo acima de mim -, mesmo que eu estiver escondida em uma das cadeiras da plateia, longe do olhar dele, quero estar lá. Quero ouvi-lo, poder sentir seu talento me tocar. - funguei.

- E mesmo que eu perdesse tudo, mesmo que esse chão onde piso se dissolvesse sob meus pés ou as nuvens acima de mim desabassem em neblina atordoada, se eu pudesse tocar rosas, bastaria-me.

Em um silvo eu poderia ter engasgado com minha própria respiração.

- Estou sonhando acordada. - disse sem me mover uma polegada sequer.

- Eu não poderia habitar seus sonhos se não estou dormindo, embora ache que mesmo que o estivesse não seria digno.

Quase em câmera lenta ergui a cabeça. Minha mão tremeu quando a levei até a boca. Era surreal. O homem estava ali naquele quarto, de pé, enquanto eu mergulhava no passado, numa época em que aquilo era o que eu mais queria que acontecesse, que ele trocasse o colchão da cama do hospital por suas próprias pernas, que abrisse aqueles olhos sozinho e me presenteasse com o brilho de um raio de luz.

- Ro… - minha voz falhou. - Robin, o que faz aqui? - consegui terminar a pergunta limpando minhas bochechas com as costas das mãos.

Ele não respondeu, apenas me olhou por um tempo estreitando os olhos, sondou meu rosto com esmero, como se eu fosse alguém que ele conhecia apenas por imagens e agora verificasse que era real. Nossos olhos tomaram a mesma direção, olhares correndo para se encontrar, silenciosos e sedentos e ali, entre aquelas quatro paredes, depois de muito tempo pude sentir as cortinas aconchegantes e imponentes da nossa redoma  tomando forma. O loiro deu dois passos em minha direção e eu, tão imersa em sensações e olhares quase não percebi quando ele já estava próximo demais. Quase.

“Regina… Regina, não.” - minha própria voz, protetora, clamava dentro de mim.

Levantei-me e me afastei o quanto pude antes que sua mão estendida pudesse alcançar meu rosto. Eu queria sentir o seu toque, mas não podia, não devia.

- Por fa… - Robin começou.

- Não, Robin. Pare ai. Não posso… Não posso lidar com memórias frescas, novas para a minha coleção.

Ele suspirou estagnado e assentiu com a cabeça, parecia cansado, como se não tivesse dormido nos últimos dias. Algumas olheiras que nunca vi antes enfeitavam seu rosto e mesmo assim ele não deixava de ser tão lindo para mim. Droga!

- Então foi nesse quarto onde passei tanto tempo. - não era uma pergunta. Ele olhou em volta.

- Como me achou aqui? - cruzei os braços e desviei o olhar.

- Talvez uma aposta de sorte, digo, soube que estava no hospital, mas vir aqui foi um instinto. Peguei algumas informações na recepção e então…

- Porque está aqui? - fiz a pergunta mais coerente dessa vez. Ele não respondeu de prontidão.

- Eu precisei vir. - falou simplesmente e esperei que mais palavras chegassem, o que não aconteceu.

Entristeci-me ao perceber que as coisas estavam diferentes, como era de se esperar, um muro cambaleante dividia nossa bolha.

- Eu vou… - virei-me para a porta. As sentenças nos fugiam e aquela tensão estava me atacando como se gritasse que nada nunca voltaria a ser como antes, que não adiantava eu criar expectativas rasas e falsas.

- Li as cartas. Todas elas. Repetidas vezes. Foi o que me trouxe aqui. - mais uma vez nos olhamos e havia angústia nas orbes azuis de Robin, quase medo.

- Você leu… - falei comigo mesma. - Isso quer dizer que…

- Sim. Sinto em dizer sim. - sua voz era grave e séria, algo pontiagudo despontou em meu interior. Ele havia dado as costas para as cartas?

- Então durante todo esse tempo você não…

- Não, Regina. Só agora entendo, ou pelo menos entendo um pouco de tudo.

- Ah, agora. - ironia invadiu meu tom.

Robin balançou a cabeça  e enrigeceu o maxilar.

- Eu vim… Conversar. - teve clara dificuldade em dizer aquilo.

Bufei com a indignação que agora estava crescendo em grandes proporções, fazendo uma ponte a partir de mim, cruzando o espaço que nos separava e chegando até o reitor.

- Agora você quer conversar? - tombei a cabeça de lado o olhando severa.

- Por favor. - De Locksley deu passos em minha direção outra vez e novamente me afastei. - Ouça, sei que não mereço, sei o quanto fui palerma, rude, egoísta e mais trezentas coisas ruins diferentes, mas por favor. Eu… Posso me ajoelhar aqui e pedir se for necessário. - fez menção de dobrar o corpo, mas fiz um sinal com as mãos em pânico. Não o queria de joelhos diante de mim implorando, parecia errado.

- Não faça isso! Vamos conversar… Nós… Podemos. - atrapalhei-me nas palavras. - Só prometa que não vão haver gritos e que não vai me mandar embora de novo, Robin.

- Não, claro que não. - ele passou a mão pelos cabelos e engoliu a seco. - Nunca devia ter feito aquilo, eu lhe prometi e no entanto… Ah Regina… - o loiro estava perturbado. Eu estava confusa. O homem torrão e ríspido não tava lá, era Raio de Luz.

De repente ele se deitou na cama e colocou o braço sobre os olhos. Aquela visão fraquejou minhas pernas.

- Não, não, Robin! - corri sem perceber até alcançá-lo. Meus olhos se encontravam novamente cheios de lágrimas enquanto eu segurava em seus ombros para erguê-lo. De Locksley se assustou e logo sentou-se colocando as mãos ao redor nos meus pulsos.

- Regina, desculpe, você está bem? O que eu fiz? Perdão. - olhou-me de sobrancelhas erguidas enquanto meu peito balançou com o choro inesperado.

- Eu não posso… Jamais faça isso, não quero vê-lo deitado nessa cama nunca mais. Nunca mais, Robin! - respondi aos sussurros. O desespero se devia à imagem que se formava em minha cabeça ao enxergá-lo ali, o medo de que algo de ruim acontecesse com ele, de que o homem que eu amava voltasse àquela condição. Meu coração doía apenas em pensar na possibilidade.

- Eu não imaginei, não pensei dessa forma… Pequena Rosa. - quase como se eu fosse um animal encurralado, porém apto a fugir a qualquer momento, ele me puxou com cuidado para que eu me sentasse ao seu lado e me envolveu com seus braços protetores e calorosos. Eu mesma estava me julgando naquele instante, não tinha força alguma para afastá-lo mais uma vez.

Deixei-me deslumbrar, cansada demais, massacrada por sentimentos. Minha cabeça já estava em seu peito, sua mãos acariciavam minhas costas, o muro entre nós não parecera forte o suficiente para ficar de pé, mas eu sentia que ele estava pronto para se erguer de novo quando quisesse, todavia, não naquela hora. Deixei que toda a minha frustração, terror e tristeza escorressem em forma de lágrimas que molharam a camisa de Robin e quando ele pousou o queixo em meu ombro pude perceber uma tênue linha molhada escorrer por ali. Robin também estava chorando.

 

♪ ♫ ♪

 

- Café expresso e um donut, por favor. - apontei meu pedido no cardápio para a atendente do Café onde de Locksley e eu estávamos, não era muito longe do hospital. Tratava-se de um local calmo e agradável que dispunha de mesas espaçadas em que se era possível ter uma conversa particular sem ser ouvido e um jazz em som ambiente.

Não havíamos falado muito desde que nos afastamos e saímos do quarto onde nos abraçamos, apenas o eficiente para decidir aonde ir. Não houve também qualquer toque.

A moça loira de decote exagerado para se estar no trabalho, anotou meu pedido de qualquer jeito em seu bloco, pois seus olhos não deixavam Robin. Cocei a nuca um tanto incomodada, porém, o reitor, por sua vez, estava concentrado em mim. Fez seu pedido automaticamente, optando por um mocaccinno e nada mais.

- Alegra-me te ver com algum apetite. - ele comentou assim que a atendente se retirou. Fiquei aliviada. -  Certamente não andou se alimentado direito.

- Andei sim. - ergui uma sobrancelha.

- Não adianta esconder, é visível. Quantos quilos você perdeu Regina, dois? Três?

- Não viemos aqui falar sobre meu peso se bem me lembro. - bufei.

- Certo. - ele disse estreitando os olhos. - Acho que devo começar dizendo que os últimos meses entram na lista dos piores da minha vida.

Pressionei os lábios e baixei o olhar.

- Também não tem sido fácil para mim. - admiti. - Então… Você tem uma lista? - não queria ser o foco da temática.

- Mentalmente… Sim. Ela estava fora de uso pelo tempo em que a tive por perto.

- Robin… - eu iria dizer que queria que ele parasse de usar aquelas frases tão cheias de significados que talvez não fizessem sentido mais tarde, quando cada um tomasse seu caminho em direções opostas, mas ele me cortou antes mesmo que eu pudesse começar a frase.

- Por favor diga-me como tudo aconteceu, desde o começo… Preciso saber da história, minha história, nossa. - sua mão se arrastou pela mesa até seus dedos roçarem os meus. Puxei minha própria mão para bem perto do meu busto. Menos contato era igual a mais raciocínio e como disse antes, não queria novas memórias que me fizessem sentir tanta saudade depois.

- Eu vou contar. - pigarreei.

A moça loira voltou com nossos pedidos e novamente ficou encarando Robin, quando ele desviou o olhar de mim por um instante para agradecê-la, vi o rosto dela corar. Não podia culpá-la, ele exercia esse efeito sobre as pessoas, para o meu desgosto. Revirei os olhos e tomei um gole do meu café.

- Consegui me lembrar de algumas coisas, começou com um sonho. - De Locksley continuou quando a atendente saiu, parecia alheio às reações da mulher. Devia estar acostumado com aquilo. Afastei esses pensamentos e me concentrei no que ele falava - E então algumas memórias do que houve antes do acidente estão vindo. Tenho algo para compartilhar, para lhe dar na verdade, mas quero que fale antes.

- Oh Robin isso é bom! - sorri feliz por ele e as recordações. Mais um momento de silêncio se seguiu, olhos nos olhos, estávamos fazendo aquilo de novo. Pigarrei uma segunda vez. - Bem, havia algum tempo que eu frequentava o hospital para visitar as crianças…

- Crianças? O que elas têm? - ele pareceu de fato curioso.

- Câncer. - pressionei os lábios.

- Era isso que estava fazendo lá hoje, não era?

- Sim, desde que voltei ao Maine.

- Entendo. - Robin ficou absorto por alguns segundos.

- Então… Foi em uma tarde de terça-feira, eu me lembro como se fosse ontem. - suspirei. - Na parte da manhã  um antigo professor havia me arrumado uma espécie de teste com uma figura importante que ele conhecia, mas por algum motivo a audição foi cancelada. Imaginei que aquela poderia ter sido uma chance e tanto, porém, não aconteceu. - tomei outro gole da minha bebida quente - Fiz minha tradicional visita às crianças e me despedi delas, no entanto, quando cheguei à recepção, notei um movimento diferente ali e perguntei à moça que estava lá o que havia acontecido, foi então que ela me contou sobre um sujeito que chegara na ambulância, tinha sofrido um acidente de carro e seu estado era grave, ele precisava de sangue. - fiz uma pausa - Somos AB negativo.

- Você fez a doação… - Robin me olhou de olhos semicerrados e lábios entreabertos.

Assenti e continuei.

- E então, apesar de estar muito ferido, você sobreviveu. - sorri inconscientemente. - Algum tempo depois deixaram que eu o visitasse. Eu não era da família, nem ao menos conhecida, mas apesar dos avisos sobre você, ninguém veio à sua procura; seu carro, seus documentos, tudo estava incinerado, você foi jogado para fora junto com a poltrona e a porta, estava a alguma distância do automóvel quando o encontraram pelo que eu soube, de modo que assim, não sabíamos absolutamente nada sobre você e me deixaram entrar para vê-lo. - a cada palavra minha voz foi perdendo a força. Não era fácil me lembrar daquele tempo em que eu não tinha certeza se ele acordaria ou não. - Eu não conseguia explicar antes a quem quer que me perguntasse quando passei a vê-lo todos os dias, a razão, tampouco consigo explicar agora e não espero que acredite, mas senti que era o que deveria fazer. O tempo passava e você não acordava, eu pedia todos os dias aos Céus para que lhe dessem uma segunda chance…

- Há muito tempo há “nada” olhando por mim, Regina. - ele me interrompeu para falar com certeza e mágoa.

- Há. - rebati com calma.

- Quando criança eu costumava acreditar em um ser que tudo podia e que vivia no céu, como Nancy contava a mim e  a Elsa, no entanto, mesmo que ele esteja lá ainda hoje, abandonou-me.

- Ele não te abandonou, Robin. Estava lá o tempo todo. Você não o percebia e se recusa a perceber ainda.

- Como quer que eu acredite quando tudo isso aconteceu comigo? Essas malditas marcas e meu acidente provam o contrário.

- O fato de você ter passado por todo esse sofrimento não significa que estava sozinho. Você ganhou força ao longo dos anos  com o que aconteceu no passado, sobreviveu aquele terrível acidente… Sua dor estava sendo compartilhada Robin, não a carregou solitariamente. Precisa enxergar além do que os olhos vêem. - ele me olhou e traçou a borda da xícara com a bebida intocada, mas não disse nada, assim resolvi continuar torcendo para que ele pensasse mais sobre aquele tópico. - Mais de um ano se passou e você ainda estava em coma e eu continuava indo te ver e ler para você.

- Certamente é por isso que sua voz me chamava a atenção nas primeiras vezes em que a ouvi. Você lia mesmo sabendo ser provável que eu não ouviria?

- Estava certa de que uma parte de você me ouvia, ainda que não se lembre agora. - pisquei para o loiro e vim um sorriso brincar em seus lábios.

- Você é inacreditável. - ponderou a me fitar.

- Porque me olha assim, Robin?

- Eu não quero perder nada.

Parei um instante tentando entender o que ele queria dizer.

“Não Regina, não se machuque.” - pontuei em pensamento, balancei a cabeça quase que imperceptivelmente e continuei a história lhe contando sobre a abertura dos testes para o ingresso na Academia, sobre minha ida com Emma à Nova York e sobre quando eu voltei. Alguns detalhes do relato ele já parecia saber, pois concordava hora ou outra, eu havia escrito nas cartas, afinal de contas.

Terminei sentindo minha garganta seca, o restante do meu café estava frio e o donut comido pela metade.

- Essa é a história de como eu o conheci. Espero de verdade que compreenda. Eu não escondi porque tinha um plano conspiratório contra você. Sei que devia ter dito desde o princípio, mas fiquei com medo de acabar acontecendo justo o que aconteceu. Não sou uma interesseira ou algo do tipo, não sou. - coloquei a mão sobre a testa e fiz círculos naquela região, onde uma dor de cabeça ameaçava surgir.

- Eu sei, demorei a perceber, mas agora sei. - novamente sua mão estava lá, tentando um contato. Com jeito ele envolveu a minha que estava sobre a mesa. - Devia ter aceitado suas desculpas e ouvi-la antes de julgá-la. Devia ter confiado em você, Regina. Fui um grande idiota. Quero pedir perdão pela forma como agi, por ter sido tão rude e orgulhoso.

- Eu me senti muito mal naquele dia, envergonhada, ultrajada e por algum tempo o que estava ao lado da minha tristeza era o ressentimento e não gostei disso. Não sei qual dos dois machuca mais. Agora, entretanto, não carrego juntos esses sentimentos comigo. Você já estava perdoado, mesmo antes de chegar até aqui. - por incrível que pareça, minha voz estava tranquila e séria. Contra tudo era como tirar o peso de um oceano de cima de mim.

- Então eu estou perdoado? - ele parecia surpreendido.

- Sim, Robin e eu, estou perdoada? No seu coração você me perdoou? - precisava ouvir ele dizer.

- Com toda a verdade do mundo, claro que está. Nós…

Balancei a cabeça e recolhi minhas mãos.

- Acho que agora nós dois precisamos pensar. Tudo o que aconteceu… Quero dizer, perdoar não é simplesmente esquecer, Robin. Se não houver confiança entre nós, não haverá mais nada. - foi minha vez de encará-lo, gostaria de poder ler seus pensamentos no minuto em que o olhava, seu rosto era indecifrável.

- Pensei que aquele sentimento fosse o mais importante. - ele não ousava dizer.

- Sem a confiança ele se torna vazio, irreal. É um todo.

De Locksley apoiou os cotovelos na mesa e a cabeça nas mãos, seu suspiro pode ser ouvido até o outro lado do estabelecimento, pensei, pelo som que produziu.

- Não posso perdê-la mais uma vez. - ele sussurrou, não para mim, falava consigo mesmo. Quando voltou a se mexer ergueu o tronco e se inclinou sobre a mesa parando há  cinco centímetros de mim. Prendi a respiração. - Não vou desperdiçar essa nova chance e caso ela inexista terei que mover céus e terras para criá-la. - ele engoliu a seco e enrijeceu o maxilar. Lentamente se aproximou, baixei a cabeça desviando e soltando o ar que já ardia em meus pulmões, uma sensação estranha perambulava por meu estômago. Robin arfou por conta do meu extravio, assim, optou por encostar a testa na minha. - Eu vou me aventurar a lhe pedir o que me pediu uma vez. Não me afaste?

Toda aquela proximidade estava me deixando tonta e a qualquer momento eu perderia o controle, empurrei minha cadeira e peguei minha bolsa.

- Eu… Minha casa… Preciso ir. Vou… - minha respiração agora estava descompassada, à guisa de meu coração. - Preciso ir pra pra casa. - reformulei as palavras e me coloquei de pé. Deixando uma nota sobre a mesa, rapidamente caminhei em direção à porta.

- Regina, espere! - ele vinha atrás de mim. Não, não, volte, volte agora! - Preciso te entregar uma coisa, lembra? - só então parei e girei sobre meus calcanhares. Ele passou pela porta e veio me encontrar na calçada, tirando um envelope do blazer elegante que vestia. - Tive medo de que não quisesse conversar comigo, devia ter presumido que você não faz o tipo que dá as costas às pessoas, ainda não consigo perdoar a mim mesmo pelo que fiz e você, por sua vez me perdoou… O que disse para você ao entrar naquele quarto está escrito aqui. Também tenho uma história a contar e percebi que escrevendo me sairia muito melhor do que falando. Essa carta é para você.

Abri a boca duas vezes para responder, mas não consegui, então peguei o papel em tom creme e o segurei com cuidado para não amassar, de alguma forma o envelope e a carta dentro dele tornaram-se precocemente valiosos para mim.

- E depois que eu ler? - coloquei em cheque a primeira questão me me veio à mente.

- Isso é você quem vai ter que me dizer. - Robin apertou os lábios em uma linha reta e pegou meu braço, levemente o ergueu e deixou um beijo em meu pulso antes de seguir pela rua, deixando-me estagnada e pensativa no meio do passeio.


 

♪ ♫ ♪

 

NARRADOR

 

Pelo resto daquela tarde, em seu quarto de hotel, Locksley se afundou em reflexões, atendo-se a tudo o que Regina lhe contara, bem como ao que não contara, todas as suas boas ações para com o homem em coma.

O reitor havia sim obtido informações na recepção do hospital mais cedo, porém, os relatos que ouviu, não se tratavam de meras notícias, mas sim de acontecimentos bem esclarecidos por uma senhora simpática que gostava de narrar o que presenciara, Granny. A mulher ficou estupefata ao ver Robin de Locksley à sua frente, claro que se lembrava dele e por mais de uma hora conversaram sobre o que ocorreu ali naquele hospital. Sobre a dedicação de Regina e sua essencial participação no convencimento dos médicos a não desligarem seus aparelhos após transcorrido um ano de seu lastimável estado de coma. Ela pareceu ter feito de tudo para mantê-lo vivo, ainda que não soubesse quem ele era ou que não tivesse nenhuma promessa de que acordaria.

O loiro ainda estava absorvendo todo aquele passado, aquela realidade e decidindo como se sentir sobre a tema. Nada do que se passava em sua cabeça parecia ser o suficiente, a palavra gratidão se mostrava pequena diante de tudo o que a jovem Mills já havia feito por ele. Por um lado, a felicidade estava disposta a cair em cascata sobre a cabeça de Robin, mas por outro, a sensação de indignidade perante Regina o crucificava. Seria possível que os dois Ainda ficassem juntos? A disparidade que o homem enxergava entre eles era verdadeira e impediria que seus caminhos se cruzassem novamente? E quanto ao destino? Ele faria seu papel uma vez mais? Agora já não se encontrava tão certo após ver entristecimento nos olhos da morena.

Robin tinha mil questões martelando seu raciocínio, porém, no fundo sabia que alguém em especial era a resposta para todas elas. O que lhe restava era esperar pela decisão de Regina. Esse era o maior problema, "esperar" e sim, ele o faria, por ela valeria a pena, medidas de tempo já não eram cruciais.

 

♪ ♫ ♪

 

- David? - chamou a pianista ao entrar na sala de casa. Ele já havia chegado do trabalho e Mary precisou ir ao mercado, como Regina acabara de constatar ao vê-la sair.

- Oi, querida! - o homem sorriu e colocou o jornal que lia sobre a mesa de centro. - Falei há pouco com Emma, ela disse que está com saudades.

- Falei com ela ontem, também sinto falta dela. - suspirei.

- Logo tudo se ajeita. - o Nolan a confortou e deu tapinhas ao seu lado no sofá para que a moça se sentasse. - O que quer me perguntar?

- Como sabe que quero perguntar alguma coisa? - Regina franziu o senho e se juntou ao pai.

- Conheço muito bem essa sua expressão de dúvida.

- Bem… Eu tenho mesmo uma dúvida que precisa ser sanada com algum conselho.

- Sou todo ouvidos.

- Acha que quando uma coisa dá muito errado em uma relação, algum dia, se ela for restabelecida, poderá voltar a ser o que era?

David estava surpreso com a questão, pensou por alguns segundos a respeito e então falou francamente:

- Olha Regina, penso que se o sentimento existente entre essas duas pessoas for forte o suficiente para mantê-los unidos apesar dos pesares, a relação pode sim sofrer abalos  e voltar a se firmar, mas ouça bem, o sentimento do qual eu falo é o verdadeiro e não esses projetos ilusórios que existem hoje em dia. Um amor de verdade não dá espaço para abusos, desrespeito, desconfiança e "cegueira". Não estou dizendo que as pessoas não vão errar dentro da relação, somos humanos e imperfeitos, erramos muito, porém, o importante é o que virá depois do erro. Arrependimento e perdão devem ser cultivados, além é claro, de aprendizado. - Regina o escutava atentamente se prendendo ao significado de cada palavra e do que juntas poderiam proporcionar. - E depois de um tempo a gente acaba aprendendo. Falo por experiências própria. - ele ergueu as sobrancelhas e sorriu ao se lembrar da esposa amada. - Fazemos concessões recíprocas, a compreensão vai se tornando mais habitual e à medida que conhecemos cada uma das características, virtudes e defeitos da pessoa que está ao nosso lado, conseguimos pensar duas, três e até quatro vezes antes de tomar decisões precipitadas, antes de errar e decepcionar o outro. Mesmo assim, o perdão e o conhecimento vão sendo praticados constantemente.

Mills colocou um dedo no queixo pensando naquela resposta ao mesmo tempo em que admirava o pai pela sabedoria que carregava consigo.

- Se tratará de amar de verdade e aprender dentro do relacionamento, então talvez ele volte a ser o que foi um dia, quando estava tudo correndo muito bem? - perguntou curiosa.

- Basicamente. - o Nolan riu com a construção extensa daquela pergunta e porque já podia adivinhar o motivo das indagações. - O que queria saber é um tanto específico. - comentou fazendo a filha passar a mão no rosto um pouco sem graça.

- Tem razão, mas o senhor anda muito espertinho viu. - deu um beijo no rosto de David e uma breve risada.

- Eu sempre fui espertinho, filha. - o homem fez um gesto com os dedos apontando para seus olhos e para Regina, logo puxando-a para um abraço. - Tenho certeza de que fará a coisa certa, é guiada por seu coração.

- Obrigada, pai. - ela se levantou convicta de que chegara o momento de saber o que havia na carta. - Te amo e agora preciso ir pro meu quarto.

- Te amo também, vai lá. - piscou para Regina que fez uma expressão confusa e risonha saindo do cômodo em seguida.

Mills entrou no quarto que antes ela e Emma dividiam, logo que chegara, percebera estava tudo exatamente como tinham deixado, inclusive as camas enfeitadas com dois bichos de pelúcia de quando eram criança.

A carta que Robin havia entregado à moça jazia  sobre a cômoda entre as camas, ela a apanhou e abriu o envelope com cuidado, retirando de lá um papel levemente amarelado dobrado em um retângulo perfeito. Regina levou-o até o nariz e sentiu de forma fugaz o perfume amadeirado de Locksley, imaginou quanto tempo ele deveria ter ficado com ela ali no blazer junto a seu peito. Ela deitou-se na cama de bruços, apoiou-se em seus cotovelos, abriu a carta e encontrou um pequeno papel com um endereço dentro dela, o colocou dentro do envelope antes de ler, estava ávida demais pela carta em si, então a pousou sobre colcha mirando a letra elegante e curvilínea do reitor. Inspirou profundamente e começou a lê-la.

 

Querida Regina,

 

Eu poderia começar essa carta pedindo-lhe inicialmente o famoso perdão o qual careço, mas em vez disso, penso que faz mais sentido me ater ao princípio de tudo.

Antes, imaginava que havia lhe conhecido naquela sala de aula, uma aluna de Nimue que estava fazendo seu primeiro teste após iniciar o curso de piano na Academia L.G. Havia tempo que não lecionava e o dia estava sendo tão massacrante que adentrei no local já em negatividade. Na verdade, eu também não queria chegar perto das salas de aula porque elas me lembravam o tempo em que eu podia fazer uma das coisas que mais amo, tocar, de maneira que não poder fazê-lo deixava-me com raiva do mundo.

Você estava de costas, trêmula e parecia tão frágil que cheguei a me perguntar se Nimue estava querendo fazer algum tipo de brincadeira comigo. Naquela época eu agia como o pior de mim, era aquele homem que você viu há alguns meses durante nossa  deplorável discussão, então quis desafiar você em um momento que lhe era difícil e que parecia nervosa, estava disposto a testá-la. Fui cruel em minhas palavras e ações. Hoje entendo perfeitamente sua reação ao me ver. Para mim, esse fora nosso primeiro contato.

Por outro lado, suas lembranças a respeito de como me conheceu são diferentes das minhas e chegando nesse ponto eu lhe digo, há mais, antes disso.

Minha memória retorna aos poucos e ao escrever essa carta estou tentando ao máximo apanhá-las quando surgem em rompantes, tentarei ser o mais fiel possível ao que me recordo.

Pois agora, lhe digo, muito tempo atrás, ocorreu que, um velho conhecido meu, entrou em contato pedindo um grande favor, o havia conhecido logo depois de ter saído da casa dos meus pais quando mais jovem e ele foi bastante prestativo comigo, assim, quis retribuir-lhe de alguma forma. Foi então que aceitei ir até onde ele vivia para fazer o que me pediu.

Alguns dias depois estava eu entrando no meu carro, ignorando o conforto e rapidez das companhias aéreas para dar um tempo maior a mim mesmo de todo o trabalho no qual eu me afundava cada dia mais, tentando preencher um vazio que não parecia disposto a aceitar qualquer tema tão impessoal e inanimado. Eu estava indo ao Maine, iria ouvir uma moça tocar a pedido de Meminguer e quem sabe ajudá-la na carreira. Ele disse que ela tinha muito talento. Muito. Não estava errado.

É Regina, aquela moça era você e nossa história começou aí. Uma promessa de continuação poderia nos ter sido feita.

Um deslize de um motorista de um caminhão ao fazer uma ultrapassagem.

Um giro de volante mal controlado.

Tudo poderia estar perdido, mas não, o destino se mostrava inexorável em seu propósito e nos aproximou do modo mais improvável possível. Um tempo depois, não sei ao certo o quanto, acordei e segui com a vida que eu tinha antes e para mim era como se tudo estivesse em branco. Eu não sabia que você havia dedicado um grande espaço de sua vida a um estranho. Eu.

Não satisfeita ainda com os acontecimentos, a vida  fez com que nos encontrássemos uma vez mais e após idas e vindas, finalmente estávamos juntos. Você, com seu jeito simples e cativante, com qualidades pouco vistas nos dias de hoje, despertou tudo dentro de um homem frívolo e despedaçado. Você se entregou a mim e me proporcionou muito mais que prazer, para aquela sensação faltam-me palavras… Você fez com que eu me voltasse para dentro de mim e decidisse ser uma pessoa melhor, eu estava sendo salvo e então, tudo desandou inesperadamente.

Senti a dor da traição, da decepção, de ter errado mais uma vez, de ter sigo enganado e eu fui tão irracional, Regina... Raiva tomou conta de mim e o jardim que estava sendo plantado por você deixei que fosse pisoteado. Meu orgulho me cegou, afastou-me de qualquer compreensão e paciência, tapou meus ouvidos para seus pedidos de explicações e perdão, deixou meu mundo nublado, cinza, mórbido.

Hoje, eu li suas cartas em toda a madrugada, depois reli e novamente o fiz. Passou-se tanto tempo, tantos dias que eu poderia ter tido você ao meu lado se ao menos tivesse dado uma chance a elas antes… Tenho vontade de me estapear pela minha falha. Contudo, chegou um momento em que disse a mim mesmo: “Chega! Não adianta se apegar ao que já foi, se não fizer algo agora no presente, seu futuro vai ser uma grande suplício. ”

Foi então que me veio uma nova memória, mais antiga que as outras, com grande alegria eu pude obter uma parte dos meus versos, La tua Rosa, primeiro ato:

“Bela e formosa, no universo acentuada,

podes não ser o centro dos planeta que nunca vi,

mas és o cerne do meu existir.

E mesmo que eu perdesse tudo,

mesmo que esse chão onde piso se dissolvesse sob meus pés

ou as nuvens acima de mim desabassem em neblina atordoada,

se eu pudesse tocar rosas, bastaria-me.”

Um trecho dessa minha tão prezada composição manisfestou-se em minha cabeça, sempre me frustei por não conseguir lembrar dela e de repente era como se eu pudesse ver os versos diante dos meus olhos, o vislumbre que tive em seguida foi mais impressionante para mim. Inconscientemente eu sabia que minha rosa surgiria, que seria corpórea, sensível, passível do meu toque... Por essa razão já usei o nome da obra para me dirigir a você e tenho esse apelido em seu favor. Você é minha inspiração.

Bem, tudo isso me leva a crer que não importa o quanto o que há ao nosso redor pareça errado, quantos obstáculos apareçam no caminho, nossos pés ainda divagariam mundo afora trazendo um para perto do outro mil vezes se necessário e dentro de mim, saiba que estou desejando vorazmente que você se sinta da mesma forma.

Eu lhe peço perdão, pequena rosa, perdão por não ter sido o homem que você merece, por ter agido tão levianamente e me digno aqui a reparar o meu erro.

Regina Mills, com maior certeza do que a de que sol nascerá amanhã eu lhe digo, amo você e a quero para mim, com a promessa de que também me farei seu.

 

Com estimado amor e carinho,

Robin de Locksley.

 

O que aconteceria depois estava suspenso no ar, paralisado... O destino trepidante, esperava ansiosamente para ser liberto, quando Regina conseguisse tocar os pés neste universo novamente.




 


Notas Finais


Ufa, parabéns se você conseguiu chegar a esse final hahaha, obrigada por acompanhar TR, por comentar (eu leio todos, todos os comentários e sou muito grata por eles, perdão por não ter podido responder ainda), por indicar e por tudo! Você é demais lírio <3
Esse cap eu escrevi com muita dedicação e carinho, coloquei uns pontos que prezo muito, espero que tenha gostado, de verdade.
Diga o que achou aqui embaixo, pls! Conte sua parte fave, deixe sua opinião, em fim...
Obrigada de novo e mwah!


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