Descobri que eu era um sapiossexual quando me vi atraído por ela.
A Hyuuga era muito inteligente, apesar de nunca conseguir me passar nas notas finais, afinal sempre ficava em segundo lugar. Era engraçado ver o esforço dela e me divertia vendo-a me olhar desafiante, querendo me ultrapassar, mas ela nunca conseguia isso porque, bem, eu sou um Uchiha.
Mas aí vem a pergunta, como fui justamente me interessar por ela? Pois bem, lhes conto.
Foi numa das minhas raras visitas à biblioteca do colégio. Até aquele momento eu nunca a vi parecer relaxada, Hinata sempre parecia muito atenta a tudo, querendo sempre mostrar uma postura sisuda, comum dos Hyuugas, porém, na biblioteca ela parecia extremamente confortável, à vontade, como se aquele fosse o seu lugar.
Hinata estava em um dos corredores, tinha o cabelo meio preso, mas ele parecia resistir à tentativa dela de contê-lo, pois alguns fios lisos escapavam-lhe do rabo mal feito, obrigando-a sempre a afastá-los para conseguir ler o conteúdo do livro que tinha em mãos.
Tomei conhecimento de que ela era inteligente quando a vi rodeada de livros. Diferente de mim, que era um gênio, dotado de uma extrema facilidade de assimilar as coisas, a Hyuuga sempre estava em busca de adquirir mais conhecimento, por isso sentia tanto prazer em estar na biblioteca. E foi naquela vez que olhei de outra forma para ela.
Hinata tinha um ar de felicidade boba ao estar naquele ambiente cercado de livros, isso a deixava ainda mais bonita, e acabei gostando da visão que tive. E adivinhem: comecei a frequentar mais a biblioteca apenas para admirar aquela expressão feliz e realizada que ela parecia ter ao estar rodeada por tantos livros.
No entanto, certo dia algo pareceu lhe incomodar, pois quando a Hyuuga me viu, fez uma careta para as amigas antes de pegar alguns tomos e ir para o fundo da biblioteca.
Daquela vez não peguei o mesmo livro de sempre, fui para os corredores em busca do meu motivo de estar ali e encontrei-a sentada encostada em uma parede no final do último corredor.
Hinata ergueu os bonitos olhos perolados para mim assim que notou que eu me aproximava. Olhou-me de maneira irritada por um momento, mas logo se voltou para o livro que tinha em mãos.
Fingi procurar uma enciclopédia em uma das estantes, porém meus olhos sempre me traíam se desviando na direção dela, que suspirou enfezada após um tempo.
— O que você quer? — A pergunta fez com que eu olhasse diretamente para ela. — Tem vindo quase todos os dias à biblioteca, pega o mesmo livro e finge que está lendo, depois de um tempo saí para sei lá onde e ciclo se repete — falou enquanto me encarava. — Estou querendo entender onde quer chegar fazendo isso?
A questão dela fez com que eu realmente refletisse minhas atitudes daquelas últimas semanas. Hinata era mais inteligente e perceptiva do que imaginava, pois claramente chegara à conclusão de que o motivo para as minhas atípicas visitas àquele lugar era ela e isso quase me fez sorrir.
— Sou um sapiossexual — contei-lhe a pergunta, fazendo com que a morena arregalasse os olhos surpresa pela minha resposta. — Então é normal que eu queira observá-la.
A reação dela foi uma atípica crise de risinhos, chegou a lacrimejar por conta de segurar o que parecia ser uma gargalhada, mas depois me olhou séria e se levantou do chão, largando o livro em uma estante próxima de mim.
— Você podia fazer coisas melhores que apenas observar, não!? — indagou-me como não quer nada.
E após beijá-la, cheguei à conclusão de que observá-la era bom, mas poder tocá-la era melhor ainda.
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