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História Unbelievable - Grávida?


Escrita por: aliciarsoares

Capítulo 91 - Grávida?


Eu o encarava, e ameacei fechar a porta na cara dele, mas aqueles olhos olhavam para mim arrependidos, e Nando ainda segurou meu braço para que eu não o fizesse.

- Mary, me escuta, você tem todos os motivos do mundo para estar me odiando e para dar um chute no meu saco se quisesse, mas eu estou completamente arrependido do que eu te disse, eu estava com a cabeça quente, ao mesmo tempo que eu morria de saudades de você eu te via com ele no desfile, e depois que vocês se beijaram eu explodi, um ciúme possessivo, de te querer só pra mim e de querer que nenhum cara encostasse em você, muito menos em seus lábios. Por favor, me perdoa. 

Ele olhou fixamente em meus olhos, e minhas tentativas de me esquivar da situação foram em vão, eu não queria conversar sobre isso e só conseguia pensar na maneira como ele me chamara de vagabunda na noite passada. Saí de perto e sentei no pé cama, de cabeça baixa, e algumas lágrimas eram derramadas de meus olhos. 

Fernando veio correndo atrás de mim, e fechou a porta, olhou pra mim novamente, enxugou minhas lágrimas e pediu perdão novamente.

- Por favor me perdoa... Eu sei que sou um completo idiota de ter te chamado de vagabunda, mas foi algo com a cabeça quente.

- Mas palavras doem Fernando, e muito, se você soubesse o meu estado ontem você nunca mais faria isso, nem de cabeça quente.

- Mas eu não vou fazer Mary, nunca mais, te prometo - e me abraçou forte. Por que aquele abraço me confortava? Por que mesmo ele sendo o cara mais arrogante da face da terra ele conseguia me fazer bem? Por que meu Deus? Seria uma ironia tão grande assim do destino? Ao mesmo tempo que eu queria que ele ficasse longe de mim, queria que ele ficasse perto, me abraçando e dizendo que iria ficar comigo até o fim dos tempos. Isso era terrível. E ao mesmo tempo era maravilhoso, Fernando agora estava ali, comigo, e era tudo que eu precisava há um tempo atrás, eu tinha que estar feliz.

- Tudo bem Fer, só trouxe as flores? - e ri.

- E eu! Tem coisa melhor? Tá, eu sei que tem, trouxe um Toblerone pra você também - e tirou do bolso.

- Seu lindo! - e ri com ele, quando nossos olhares se encontraram novamente e ele me agarrou repentinamente. Aquilo era muito bom, e o beijo dele estava mais selvagem do que nunca, para combinar com os meus hormônios a flor da pele. Como eu sentia saudades daqueles beijos, e daquelas carícias autênticas que só ele fazia.

Ficamos um bom tempo daquele jeito, quando escuto alguém bater na porta e entrando sem esperar a resposta. Era Rafael me chamando para tomar o café da manhã.

- Desculpa, eu não queria ter atrapalhado. 

- Não atrapalhou, a gente já tava de saída né Fer?

- Atrapalhou sim, eu queria te namorar um pouquinho.

- Mas não dá amor, daqui a pouco tenho que voltar pra Londres...

- Passa a noite do seu aniversário comigo então?

- Passo sim, assim que a partida contra o Everton terminar, eu parto pra Londres e a gente comemora pode ser amor? - e dei um selinho em Nando, foi tão involuntário que eu esqueci que Rafael estava com a gente. 

- Claro que pode - e devolveu o selinho.

- Tudo bem, então vamos. 

Desci de mãos dadas com Fernando, e Rafael estava no nosso lado. Estávamos no hall do hotel, quando a produtora me chama e eu vou para perto dela, que não estava muito longe, daria para escutar qualquer coisa que Fernando e Rafael diziam um para o outro.

A produtora dizia novamente como o desfile foi ótimo, que eu e Rafael tínhamos uma forte sintonia e blá blá blá. Eu realmente estava fingindo escutar o que ela estava me dizendo, porque eu queria ouvir o que Fernando e Rafael estavam conversando. A verdade é que eles mais se encaravam do que conversavam, eles apenas trocaram duas frases um com o outro ao perceberem que eu estava quase voltando, nada amigáveis.

- Ora ora, menino de ouro red, parabéns por ontem Rafa.

Os dois apertaram as mãos, e ambos se encarando fulminantemente. 

- El Niño blue, nos encontraremos na UEL, você tá indo muito bem no Chelsea, devido a ótima base que recebeu há uns meses atrás, só tem que parar de perder gol fora de campo, você sabe o que eu to falando. Boa sorte.

Rafael saiu de perto, e eu fui me despedir de Fernando. O abracei e beijei novamente, e ele saiu do hotel. Quando me virei Rafael já tinha saído do hall, e eu já havia o perdido de vista. Quando olhei no relógio já eram 10:35, ou seja, já haviam parado de servir o café da manhã. Então eu fui em busca de uma cafeteria qualquer, tomei o meu chocolate quente, e depois voltei para o hotel, e para o meu quarto terminar de juntar as coisas.

Assim que as fiz, peguei a minha mala e fui para a recepção, esperar o resto do pessoal que iria comigo no avião, inclusive Rafael. E falando nele, eu ainda não tinha tido tempo de olhar se o nosso selinho tinha dado o que falar. No tumblr, vários fã clubes nos shipparam; no twitter, várias mentions de pessoas pedindo para que eu largasse Fernando e ficasse com Rafael; no facebook boatos de que eu estaria traindo Fer. Realmente, Fernando tinha razão para ficar com raiva, as pessoas eram maldosas até por conta de um simples beijo técnico.

Até que avistei Rafael conversando com a produtora e se aproximando de mim, me chamando para irmos para o aeroporto.
Entramos no carro e fomos. Rafael não estava me dando muito papo, vai entender. Fizemos toda aquela rotina de sempre relacionada a viajar de avião, e por fim entramos.

Rafael permanecia mudo, não me dava papo, eu conversava sobre diversos assuntos com ele, e ele apenas me dava respostas curtas, eu odiava respostas curtas e ele sabia muito bem disso.

- Pô Rafa, o que tá acontecendo? Só tá me dando gelo... O que eu fiz? 

- Ai Mary, eu não queria falar isso, mas já que perguntou e eu me considero amigo o bastante para falar o que eu penso que seja melhor pra você. A coisa que eu mais quero nessa vida é te ver feliz, mesmo, do fundo do meu coração e você sabe disso, mas você está sendo idiota, o cara te chama de vagabunda e no dia seguinte você já está abraçada com ele. Poxa Mary, foi vacilo.

Pensando bem, realmente, eu fui muito idiota, por mais que ele estivesse arrependido, ele me chamou de vagabunda e isso é o pior insulto para uma mulher depois de dizer que ela é gorda. Eu não tinha o que responder, eu não possuía argumentos. 

- Verdade... Tem horas que a emoção fala mais alto.

Até que chegamos em Liverpool, e Rafael se despediu de mim.

- A produtora me chamou para almoçar, no treino a gente se fala - e me deu um beijo bem suave na bochecha.

- Até mais.

E saí do avião, procurei minha bagagem e fui sozinha pra casa, queria ver gente, e ver fatos que eu só poderia vivenciar em Liverpool. 
Peguei o metrô, era a maneira mais rápida de se chegar em algum lugar. Eu estava me sentindo estranha, me sentia deprimida, mas ao mesmo tempo eu estava rindo de um casal de velhinhos discutindo sentados no banco. 

Saí e fui para a casa. Foi o tempo de tomar um banho, colocar o uniforme do Liverpool, arrumar a mala para a concentração e partir para o centro de treinamento. Eu precisava resolver algumas coisas com Brendan.

Cheguei lá e Brendan me mostrou todas as táticas anotadas para o jogo do dia seguinte. Eu conversei novamente com ele sobre a situação de Rafael, que entraria só no segundo tempo, sei que seria o melhor pra ele.

Até que os jogadores chegaram e nós fizemos um treino leve, uma caminhada, depois finalizações e coletivo. Depois disso foram liberados para os quartos.

Eu fui para o meu, e já iria pedir uma esfiha em um restaurante árabe próximo do CT, quando Steven me chamou para um festival de pizzas que ele foi autorizado de fazer. É claro que aceitei o convite, afinal, pizza era comigo mesmo.

Tomei outro banho, me troquei, quando Phillipe toca na porta me chamando para irmos.

- Cadê o Rafa?

- Ah, ele já tá lá embaixo.

- Tudo bem.

Fomos para o salão de jantar, e Rafa não estava lá ainda, o avistei na área externa conversando no telefone, com quem seria? Eu sei que tenho que parar de ser curiosa, mas é inevitável quando se trata de Rafael.

Fiquei conversando com Phillipe e Lucas, que estavam bem ansiosos para a partida contra o Everton, queriam ajudar o time a conseguir os três pontos e a encostar no líder Chelsea.

Rafa se aproximou de nós e nos sentamos. Conversamos um pouco, Lucas, Phillipe, e Gerrard mais extrovertidos do que nunca, ainda mais o nosso capitão, que brincou com a situação do desfile, e chamando Rafael de pegador, que apenas riu e voltou a comer as pizzas. Ele comeu muito menos que o normal, tinha que ter algo de estranho com ele.

Até que o primeiro toque de recolher tocou, e todos voltaram para os quartos. Eu não, decidi dar uma voltinha pelo CT, adorava aquilo, ainda mais com aquela lua cheia maravilhosa iluminando o centro de treinamento sem precisar de iluminação artificial.

Até que avistei Rafael, deitado na grama observando as estrelas, abatido, realmente, estava acontecendo alguma coisa.

- O que tá acontecendo, Rafa? 

- Ah Mary, to com saudades da minha pequena, da minha querida irmã, ai ela me faz tanta falta - se levantou e me abraçou. 

Eu era tão péssima para consolar as pessoas, odiava aquilo em mim.

- Ah Rafa, nem sei o que te dizer, eu nunca vivenciei algo do tipo...

- Não precisa de dizer, só me escuta.

- Pode dizer o que quiser.

- Sabe Mary, se não fosse ela, eu estaria sendo infeliz cursando uma faculdade qualquer, ela que me ajudou, ela que conseguiu uma vaga no teste da base do Fluminense pra mim, ela que me ajudou com tudo isso. Tudo que eu tenho hoje eu devo a ela, e ela tá lá nos céus, e eu não posso fazer nada por ela.

- É claro que pode, seja feliz, e seja bom no que você faz, para que ela veja que o esforço dela valeu a pena. Me abraça de novo Rafa, promete pra mim que não vai desistir do seu sonho? 

- Claro Mary, prometo pela minha irmã.

- Isso aí! E se você quiser eu posso ser sua irmãzinha, sei que ela não é insubstituível mas posso fazer o papel dela, que tal?

Rafa permaneceu calado, imagino eu que ele tivera o desejo de falar que queria que eu tivesse outro papel na vida dele, mas que ele não podia por motivos já vistos anteriormente.

- Enfim... - continuei ao ouvir o segundo toque de recolher - acho melhor irmos. Já está na hora de dormir, amanhã temos um grande jogo pela frente, e eu quero um gol de aniversário, posso pedir?

- Claro que pode sua boba! Se eu entrar farei de tudo para marcar.

- Isso aí!

E fomos para a nossa ala, abraçados, todos já estavam em seus quartos, menos a gente. Ao chegar no meu quarto, me despedi de Rafa e disse para que ele conversasse com sua irmã por oração, e ele disse que sempre iria fazer isso daqui pra frente. 

Dei um beijo na testa dele, e entrei no meu quarto. Escovei os dentes e caí direto na cama, estava exausta.

Acordei, e Rafa bateu na minha porta, o atendi e nós fomos em direção a sala de café da manhã, mas eu me sentia tonta, era estranha aquela sensação, minha cabeça latejava, e eu comecei a ver tudo na cor preta. Quando me dei em mim, eu estava na maca do departamento médico do CT, Rafa estava do meu lado e uma das enfermeiras.

- O que aconteceu?

- Você desmaiou - disse Rafa.

- Ah, é algo grave, Sra. Hills?

- Não, esses tipos de desmaios são normais, e não aconteceu nada de grave com o bebê, muito pelo contrário, deve estar se desenvolvendo de forma bastante saudável.

Espera... Ela disse bebê?

 



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