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História Unbelievable - O pior aniversário da minha vida.


Escrita por: aliciarsoares

Capítulo 92 - O pior aniversário da minha vida.


- Bebê? A senhora deve estar cometendo um engano, porque eu utilizo medicamentos anticoncepcionais...

- Mas seu teste deu positivo... Você tomou algum medicamento que pudesse cortar o efeito do remédio? Um antibiótico? Ou algo do tipo? 

Caramba... No dia que Fer veio a Liverpool, quando nos reconciliamos após muito tempo um longe do outro, eu tomara um remédio devido a uma gripe... Como que eu, uma pessoa formada em medicina, pôde se esquecer que antibióticos cortavam o efeito de anti-concepcionais?

- Oh, eu tomei para gripe, esqueci completamente desse detalhe...

- Enfim, meus parabéns pelo bebê! Você tem preferência do sexo dele?

- Não... Para te falar a verdade ter um bebê não fazia parte dos meus planos... - eu estava boquiaberta, nunca pensaria em ser mãe com 26 anos, ainda mais no meu primeiro ano no exterior. E quando olhei para Rafael, ele estava mais boquiaberto ainda do que eu. Assim que ele percebeu que eu estava olhando para ele, tentou disfarçar, me parabenizando.

- Pois comece a pensar... Mamãe Mary Jane, meus parabéns duplo, pelo seu aniversário e pela sua gravidez - me abraçou sorrindo - eu esqueci seu presente lá em casa, depois eu peço autorização do Brendan e a gente vai lá.

- Provavelmente eles vão te liberar hoje, Mary Jane, foi o seu primeiro desmaio, não foi? - afirmei com a cabeça - Geralmente os médicos pedem cuidado, vou só confirmar, com licença - e nos deixou a sós, naquele momento eu já estava conformada com a situação, e feliz, era mais um vínculo a ser formado entre eu e Fer, algo que pudesse nos unir cada vez mais.

A enfermeira voltou rapidamente, confirmando a minha liberação da partida contra o Everton, e me parabenizou novamente, era impressionante como a equipe do Liverpool era uma equipe amiga.

A agradeci e eu e Rafa fomos em direção a sala de café da manhã. Assim que entramos, todos começaram a cantar "Parabéns Pra Você". Eu corei de vergonha, mas agradeci a todos e fui tomar o meu café da manhã. Comi algo leve, apenas alguns biscoitinhos salgados, porque não queria comer algo que me fizesse mal.

Alguns reds assim que terminei vieram me entregar presentes. Desembrulhei todos, e adorei cada um, perfumes, acessórios, cosméticos... Agradeci, e permaneci sentada na mesma mesa, com Rafa e Phillipe, quando Brendan me chamou e eu fui até ele.  

Tirou algo do bolso, era um apito, com uma cordinha roxa. Por que será que Brendan me daria um apito? Sei que eu uso muito esse objeto nos treinos mas eu não precisava de um apito novo, a não ser que ele fosse um apito especial...

- Você deve estar se perguntando o por quê de eu estar te entregando um apito, não é? Eu sou do tipo de pessoa que não gosta de dar simples presentes, mas sim presentes que tenham um valor emocional, ou em mim ou em que vai recebê-lo. Este, Mary, foi um dos primeiros apitos que eu utilizei durante a minha carreira, quando eu ainda era auxiliar técnico do José Mourinho no Chelsea, e por eu ter tido um certo vínculo com o Chelsea assim como você, decidi te dar de presente, não é algo de muito valor material, mas...

- É perfeito Brendan - o interrompi - adorei o presente, MESMO! - E o abracei - Vou guardar com muito carinho, muito obrigada.

- Imagina, é o mínimo que posso fazer por você após esse trabalho magnífico que você vem fazendo por nós. Sei que seu trabalho é de preparadora física, mas tenho certeza que ainda vou te ver como técnica.

- Oh Brendan, será? Gostaria de tentar um dia desses - e ri - você já sabe quem vai me substituir hoje?

- Te substituir? O que aconteceu?

- Eu desmaiei hoje, e os médicos decidiram me liberar da partida.

- Ah sim... A Sra. Hills me falou, grávida né? Ah e meus parabéns por isso também. O George deve te substituir.

- Ah sim, entendi.

Rafael se aproximou de nós, cumprimentou Brendan, e aproveitou para pedir a autorização para sair e entregar o meu presente. Não sei porque ele estava tão afobado para me presentear, talvez porque quase todos me entregaram e ele não.

Nosso querido técnico o autorizou, despedi do pessoal, os desejando uma boa partida, peguei minhas coisas no quarto e Rafa me levou correndo até o estacionamento para irmos de carro até sua casa.

Quando chegamos, Isabel não estava lá, e Rafa me levou até a área de lazer de sua casa, entrou onde ficava a Biscoito, e trouxe um filhote do labrador cor caramelo, em minha direção. Um filhotinho lindo, todo peludinho e que assim que Rafa o soltou, saiu correndo em direção a mim.

- Awn Rafa, que lindo, para mim?

- Sim Mary, quando eu o vi no pet shop no dia que fui levar a Biscoito para tomar banho eu lembrei de você e decidi comprar.

- Adorei o presente, meu anjo, eh realmente precisava de uma companhia quando eu estivesse sozinha no meu apartamento. Oh, ele já tem nome?

- Não, você pode escolher Mary...

- Hum, deixe-me pensar... Que tal Thor? Hein queridinho? - eu fazia carinho nele - Vai ser Thor sim, né coisa fofa?

- Que bom que gostou, fico muito feliz.

- Posso deixá-lo aqui por hoje? Porque não sei quando eu volto de Londres...

- Claro Mary. Ah e também tem outro presente...

Retirou do bolso, dois colares, nada sofisticados, mas eram bonitinhos. Em cada um deles tinham dois pingentes, uma menina e um menino; eu e Rafa; e atrás escrito "Forever". Eram talvez os pingentes mais lindos que eu já vi em minha vida, eram simples, mas havia um forte sentimento por trás deles.

-... É um colar que representa a nossa amizade, que é muito importante para mim, Mary - e colocou o colar em mim. Nossos olhos se encontraram em perfeita harmonia, e sorri agradecendo.

Nos abraçamos e saímos de sua casa. E Rafa me acompanhou até a minha, ele achou que eu fosse ficar em casa pela tarde, mas não. Eu não aguentaria esperar até de noite pra dar a notícia para Fer, que ele seria papai pela terceira vez.

- Ah Rafa, eu vou só arrumar minhas coisas e vou pra Londres, mas vou ficar torcendo pelos meus reds queridos, tudo bem? 

- Claro Mary, e eu vou fazer de tudo pra entrar e fazer um gol pra te dar de presente...

- Fofo... Agora vai lá porque você tem que ficar concentrado até a hora da partida... Sei que você vai arrasar se entrar.

O abracei, dei um beijo na bochecha e ele saiu em direção ao CT.

Assim que ele saiu, eu troquei de roupa e fui terminar de arrumar a minha mochila. Já estava a sair de casa, quando eu vi um embrulho no chão, do tamanho da palma da minha mão. Eu pensei em abrí-lo ali naquela hora, mas olhei no relógio e estava quase na hora do rush, se eu não fosse logo eu poderia pegar o trânsito engarrafado.

Então eu peguei minha mochila, coloquei o presente dentro dela e tranquei a porta, indo em direção a garagem.

Entrei no carro, e coloquei a mochila no banco. Coloquei o cinto de segurança, ajustei os retrovisores, e assim que eu virei a chave para ligar, me bateu um pressentimento péssimo, algo me dizia que eu não devia ir, que eu deveria ficar em repouso em casa. Mas não, eu queria comemorar meu aniversário com o amor da minha vida, queria estar com ele.

Então fui, com a cara e a coragem, saí da garagem em direção ao centro de Liverpool. Como previsto, estava engarrafado.

Portanto aproveitei para abrir o tal embrulho que recebera. Era um colar maravilhoso, dourado e com um pingente de coração, de ouro, e atrás escrito o nome de Fer. E tinha um bilhete escrito "Boa tarde, flor do meu dia, meus parabéns, te desejo tudo de bom na sua vida, és meu anjo. Te vejo a noite, farei de tudo para tornar este um aniversário inesquecível. Te amo (xoxo)".

Oh Fer... Por que era tão... Apaixonante? Talvez porque ele finalmente encontrara o amor da vida dele, e eu também já encontrara o meu. Ele, e somente ele. Com ele eu queria passar o resto da minha vida, acordar todos os dias ao seu lado, ter filhos com ele, um casal de cachorros, e assim alcançar a minha felicidade plena. Eu estava ansiosa, como estava, para me reencontrar com ele. Tirei o colar que Rafa me deu, deixei no porta moedas do carro junto com o bilhete de Fer, e coloquei o que ele me dera, afinal, se ele soubesse que estava com um presente de Rafa não gostaria nem um pouco.

Depois de alguns 10 minutos, consegui sair de Liverpool em direção a Londres. Eu estava tão feliz, escutando músicas românticas e animadas ao mesmo tempo, era a maneira que eu estava, feliz, completamente feliz. 

Então cheguei em Londres, eram mais ou menos 16 horas da tarde. Nublado como sempre, mas quando estamos felizes até dias nublados são dias perfeitos, ainda mais na capital inglesa.

Estacionei meu carro perto de onde se localizava o meu antigo apartamento e peguei o metrô até a casa de Fer.

Assim que cheguei, peguei a chave que eu tinha do portão, e o abri. Depois disso, a porta de casa. Queria chegar sem que ele soubesse, por sorte seus cachorros não latiram quando eu passei pelo portão.

Assim que entrei em casa, tudo estava completamente silencioso, ele devia estar no centro de treinamento. Dei uma volta pela casa, estava uma bagunça, cheia de objetos espalhados e tudo mais, será que a empregada não tinha vindo hoje? Ou viria mais tarde? É, ela devia ter faltado.

Porém, ao contrário do que eu pensava, havia sim pessoas naquela casa. Ao subir para o segundo andar, eu senti a presença de alguém. 

Então vi que a porta do quarto de Fer estava fechada. Ele devia estar lá, talvez trocando de roupa, ou tirando uma soneca.

Mas estava fazendo outra coisa.

Assim que virei a maçaneta da porta, e a abri, foi a gota d'água, a pior cena que já vi em toda a minha vida. Lá estavam Fernando e Olalla, enrolados pelo lençol deitados na cama. Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo, eu não conseguia acreditar que Fernando estava me traindo com aquela vagabunda, não conseguia!

Permaneci imóvel, em choque, eu não sabia se eu chorava, ou se eu procurava por um litro de gasolina e um palito de fósforo. O cara que eu amava estava com outra, e não bastava estar com outra, ainda tinha que ser pelas minhas costas! Por que  não terminou comigo logo? Por que me pediu em casamento? Por que será que ele me iludiu durante todo esse tempo? 

- Não to acreditando nisso.

- Mary eu posso explicar.

- Explicar o quê? O motivo de você ter estado estranho comigo durante todo esse tempo? Me tratando mal? Me deixando de lado? Não precisa explicar nada que eu já estou vendo com os meus proprios olhos.

E saí descendo as escadas até chegar na sala de estar, me sentei no sofá, abaixei a cabeça, e minha pressão estava mais que baixa, e além disso o meu choro era inevitável.

Fer se aproximou de mim, apenas de cueca boxer. Eu olhava dentro dos olhos dele, e ele não conseguia fazer o mesmo comigo, típico de pessoas que mentem.

- Eu não acredito que você fez isso comigo Fer, eu confiei em você. 

Ele ficou calado, sabia que mentir mais uma vez não resolveria nada.

- É... Eu tinha que ter te contado antes de...

- Antes de eu te pegar em flagrante, não é?

- Não, antes disso virar sério... Eu achava que tinha esquecido os meus sentimentos pela Oly, mas parece que não, parece que mesmo contigo eu continuava sentindo algo por ela...

- E nem se eu estivesse grávida isso resolveria alguma coisa?

- Nem assim... - após essa frase, a minha tristeza havia se transformado em tristeza e ódio mortal.

- Quer saber? Então fique com ela, afinal, já estava com ela esse tempo todo não é? - não parava de escorrer lágrimas pelo meu rosto - Depois dessa eu não quero mais nada com você - joguei o anel de noivado e o colar no rosto dele. - Aproveite o amor da sua vida, que te ama tanto que te traiu com o cara mais cretino da Inglaterra. E agora você fez isso comigo, o que te faz ocupar o lugar dele. Enfim, felicidades.

Saí da casa, quando meu telefone toca, era a Olalla do segundo andar com a tentativa sem sucesso de me provocar.

- Mary! Obrigada por ter feito um ótimo trabalho no Fer, ele está uma tentação. Agora meu próximo alvo é o Rafa, aquele deve estar uma delícia... - a interrompi.

- Você nunca vai conseguir nada com o Rafael... Ele não gosta do tipo oferecida e vulgar.

- Ele não deve gostar é de mulher traída.

- Eu como amiga dele consigo mais coisa do que você se tentar qualquer coisa com ele. Agora aproveite seu Fer, ele é todinho seu agora.

Desliguei, e fui em direção a uma pracinha que havia perto da casa de Fer. Eu sempre amei ficar ali, para pensar na vida, ler um livro, escutar músicas...

E ali sentei, em um banco, e comecei a pensar, em todos os meus momentos com Fernando. Eu não consigo acreditar que ele me fez feliz durante vários momentos, eu não consigo acreditar que eu fui alvo de uma farsa, de uma traição descarada. Será que eu realmente merecia isso? Será que eu fiz algo de tão errado a ponto de merecee pagar dessa maneira? Eu chorava naquela hora, aquela cena dos dois juntos não saía de minha memória, e isso era terrível, estava me perturbando. Minha cabeça latejava, e lágrimas se escorriam cada vez mais.

Quando uma menininha me cutucou. Eu enxuguei as lágrimas, e dei um oi para ela. Devia estar horrível, com a maquiagem toda borrada, talvez parecendo uma bruxa, ou talvez só com alguns borrados no canto dos olhos.

- Olá...

- Você que é a Mary? 

- Sou sim florzinha, por quê?

- Você que é namorada do Fernando, não é?

- Sou... - menti, não queria que ninguém soubesse do ocorrido ainda - é fã dele?

- Sou sim, ele é meu herói... - quando ela disse isso, não sabia se sentia pena dela em pensar que ele era um homem bom, ou se eu chorava porque eu também pensava que ele era um homem bom. - Eu não moro aqui, e eu queria muito que alguém entregasse essa cartinha e essa caixinha pra ele, será que dá pra você entregar pra mim?

- Bom... qual é seu nome?

- Tasha...

- Bom Tasha, eu não moro mais aqui, e já estou indo para a minha cidade. Será que eu posso pedir pro David Luiz entregar?

- Claro que pode! Adoro o geezer, e fala que eu mandei um beijo pra ele?

- Falo sim querida...

- Posso te fazer uma pergunta?

- Pode...

- Você tava chorando? Não chora não, você é tão linda pra chorar...

- Aw que fofa, não vou chorar não, tá?

- Espero mesmo! Muito obrigada por fazer esse favor pra mim - e me abraçou - te desejo tudo de bom.

- Igualmente.

Que fofa, ela foi a minha heroína do dia, me deixou um pouco melhor ao se preocupar em relação ao meu choro. Ainda existiam boas almas nesse mundo...

Então fui até a casa do Geezer, e o caseiro estava lá. Ele me conhecia, portanto me deixou entrar. Eu apenas disse que deixaria aquele pacote e a carta em cima da mesa de centro e que já sairia. 

Fiz isso, e no caminho para onde estava o meu carro liguei para o geezer. Só dava caixa postal, então deixei a seguinte mensagem.

"Eii David, eu dei uma passada em Londres hoje, e acabei chegando mais cedo porque eu queria dizer pro Fer sobre a minha gravidez, mas quando eu cheguei na casa dele o vi com a Olalla na cama.  Estou em estado de choque até agora, tô acabada; mas é a vida, e eu já estou retornando pra Liverpool. Ah e eu acabei me encontrando uma menininha que queria que eu entregasse algumas coisas pro Fernando. Deixei-as em cima da sua mesa de centro da sala, assim que der entregue pra ele. Beijos"

Entrei no carro, e tomei as coordenadas para voltar para Liverpool. Sei que eu devia ter esperado me acalmar mais, mas era impossível.

Então peguei a estrada. Tudo estava correndo bem, eu estava dirigindo com muita cautela, afinal, já estava escuro. Dirigi assim por bastante tempo, quando de repente, eu olhei pro lado e me deparei com aquele recado amoroso de Fernando que viera junto com o colar. Em seguida, me lembrei daquela cena horrível dos dois na cama, minha pressão abaixou novamente e eu não conseguia olhar para a estrada direito. Quando percebi, avistei uma forte luz se aproximando de mim.



 



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