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História Unexpected - Capítulo 24


Escrita por: Camolesi

Notas do Autor


Oi bbs,
Como várias pessoas ficaram confusas, quero explicar: Julieta estava delirando no capitulo 22, o que realmente aconteceu foi o capítulo 23. Ela teve febre alta e uma quase convulsão e as palavras que ela disse em seu "sonho" ela falava enquanto permanecia dormindo.
Amando demais os comentários, cada vez mais e mais cheia de gratidão por continuarem acompanhando.
Mais uma vez tocou uma única música no replay infinito e eu acabei colocando ela aqui: Head Above Water - Avril Lavigne.
Espero que gostem.

Capítulo 24 - Capítulo 24


Fanfic / Fanfiction Unexpected - Capítulo 24

Ela demora alguns segundos para identificar aquela voz, a mente ainda presa naquilo que ela tinha certeza que havia sido sua morte. Julieta mexe a cabeça e os olhos azuis estavam mais claros pelo liquido que Aurélio segurava entre as pálpebras, a visão dos olhos dele nos dela, faz mais um soluço alto escapar e permite-se respirar mesmo tendo dificuldade devido a agonia que toma o peito e com as lágrimas que caem de seus olhos.

“Julieta! Meu amor!” – Aurélio continuava chorando copiosamente assim como a noiva. Ele senta-se ao seu lado na cama e atira seus braços ao redor de seu pescoço esquecendo-se totalmente das instruções de não move-la, o alivio tomou conta de todo seu raciocínio e tudo que conseguia pensar é ter contato com ela. E Julieta não sentia-se tão diferente, ela agarra o peito dele com desespero, as unhas cravam-se em suas costas e ela o puxa para mais perto, os soluços balançam seu corpo mas o calor dele clareia seus pensamentos.

“Eu morri Aurélio! Eu morri!” – A voz é abafada por seus lábios e nariz estarem completamente enterrados no pescoço dele, sentindo seu cheiro, respirando ele, tentando de toda forma possível acreditar que ele era real.

“Não meu amor, você acordou, acordou!” – Ele declara rindo de felicidade, e de repente sente o peso de suas próprias palavras e se afasta encarando os olhos dela profundamente, os dedos limpam os rastros de lágrimas – “Você voltou pra mim!” – Ele sorri largamente e ataca seus lábios.

Yeah, my life is what I'm fighting for

Can't part the sea, can't reach the shore

Os lábios devoram-se em meio às lágrimas, as línguas se encontrando no que pareceu uma vida depois, a saudade era imensa, os gostos misturam-se e não há mais preocupação, não há mais dor, não há mais perda. Com um longo beijo ambos sentem a vida voltar nos trilhos, com apenas um longo beijo sentem-se vivos de novo, o sangue corre seu curso normal, o corpo recebe forças e qualquer dor física foi completamente esquecida diante da cura de seus corações.

God, keep my head above water

Don't let me drown

It gets harder

Com muita relutância eles separam os lábios quando o ar se faz completamente necessário, as testas se colam e eles respiram o mesmo ar, os olhos bem abertos se encaram de muito perto. Ele mira os chocolates tentando decorar a geografia de seu olhar, cada pequeno desenho de seus olhos, cada pontinho, cada veia.

“Olhe pra mim, por favor!” – Ele pede desesperado ao vê-la fechar os olhos por um instante, e ela atende seu apelo assim que as palavras são sussurradas.

“Estou aqui meu amor” – Ela passa os dedos trêmulos pela barba dele que cresce na lateral do rosto, sente os pelos rasparem sua pele, os dedos desenham o formato da orelha e depois acariciam os cabelos claros enquanto sorri, o cheiro dele, o olhar dele, a voz dele, ele por inteiro traz finalmente a paz que sua mente não teve durante muitas horas.

So pull me up from down below

‘Cause I’m underneath the undertow

Come dry me off and hold me close

I need you now, I need you most

“Eu tive tanto medo, eu quase te perdi Julieta.” – Ele vê as lágrimas dele molharem o rosto dela que sente o coração doer ao vê-lo sofrer.

“Eu prometi”

“Você se despediu de nossa filha, como se não houvesse mais esperança e eu...” – Ele balançava a cabeça negativamente as palavras ficando presas na garganta.

“Aurora! Onde está Aurora, Aurélio?” – Ela pergunta com os olhos de repente arregalados como se somente agora ela se lembrasse da filha. O coração bateu mais rápido e as lágrimas que haviam secado já ameaçavam voltar.

“Preciso chamar o doutor Rômulo primeiro Julieta, ele precisa te examinar...” – Ele argumenta se afastando dela.

“Eu preciso ver a minha filha, onde ela esta?” – O desespero toma seu corpo e ela começa a tentar se levantar.

“Por favor, Julieta. Não faça isso!” – Ele segura os ombros dela a mantendo quieta. Os olhos se conectam e ele vê a sua aflição – “Eu a trago até você meu amor” – O filho do Barão sussurra com o tom carinhoso. Soltando um suspiro a Rainha do Café balança a cabeça concordando.

God, keep my head above water

I lose my breath at the bottom

Come rescue me, I’ll be waiting

I’m too young to fall asleep

Aurélio demora alguns segundos para abandonar seus olhos e mover seu corpo, levanta-se devagar nunca abandonando seu olhar. Ele para alguns segundos ainda com medo de virar-se e quando voltar, encontra-la de olhos fechados para a vida, e só é capaz de dar o primeiro passo até a filha, quando o sorriso reconfortante dela é direcionado a ele.

Ele para a frente do berço e observa a filha que estava completamente alheia a todos os acontecimentos daquela manhã e dormia de bruços, a bochecha gordinha amassada pelo travesseiro fino, os poucos fios estavam bagunçados e os braços estavam deitados um de cada lado da cabeça. As mãos dele perturbam sua posição confortável, mas não o seu sono, tendo em vista que a criança continua com os olhos fechados ao ser colocada no peito do pai.

Os olhos chocolates de Julieta enchem-se de lágrimas frescas ao ver sua filha pela primeira vez, um sorriso enorme e feliz no rosto. Os braços tremem levemente ao receber a bebê desajeitadamente sobre os seios, a posição não permitia que visse todos os detalhes do serzinho que havia saído de si mesma e o noivo percebendo tanto sua emoção quanto seu desconforto, tira os travesseiros de sua cabeça, recebendo um olhar confuso dela. Um segundo depois, Aurélio esta levantando seu tronco com delicadeza e colocando as costas de Julieta coladas ao seu peito, todo o peso da mulher era carregado por ele.

A mais nova mamãe sorri ainda mais percebendo que com esta nova posição, ela tinha o calor de seu amado e o calor de Aurora com ela. A filha mexe-se em seus braços e a mãe a segura melhor agora estando quase sentada. Ela pôde finalmente pousar seus olhos cheios de emoção sobre aquela menininha, descobrindo cada pequeno pedacinho daquela que veio a ser seu bem mais precioso em poucos meses.

“Ela é tão linda” – Ela diz sorrindo e rindo de felicidade, a bebê em seu braço esquerdo enquanto os dedos da mão direita acariciavam cada traço, o nariz arrebitado, as sobrancelhas fininhas e clarinhas, a bochecha vermelha e os lábios bem desenhados e rosados. Cada detalhe dela era lindo e cada um desses detalhes a deixava mais emotiva.

Don't let me drown, drown, drown

Keep my head above water above water, above water

“Ela é perfeita” – Ele declara beijando sua têmpora e acariciando os cabelos escuros da filha.

O casal permanece assim até a filha dar indícios de estar acordando, ela mexia-se e antes que Julieta conseguisse falar para o noivo volta-la ao berço, o choro agudo da neném invade o ambiente.

“Ela ainda não comeu Julieta” – Ele lembra-se de repente da informação – “Não quis mamar de Jane” – Sua preocupação era evidente e ela sente o coração apertar quando imagina o quanto a filha deveria estar sofrendo.

“Meu Deus!” – Ela mexe-se para alcançar a alça do vestido que usava, mas Aurélio é mais rápido e abaixa a alça fininha deixando-a pendida no cotovelo da mulher. O seio esquerdo é exposto e Julieta direciona a face da filha até seu bico rosado, rezando para que seu leite ainda estivesse sendo produzido. A bebê debate-se por um tempo não compreendendo muito bem o que a mãe lhe pede silenciosamente, mas a boca acaba eventualmente encontrando o lugar certo e em um chupão forte Julieta sente o leite sair indo de encontro á filha que acalma-se no mesmo instante, o choro cessa e ela mama com vontade.

(Don't let me, don't let me, don't let me drown)

A Rainha do Café sente o noivo passar seus braços ao redor de seu corpo delicadamente e ela se recosta mais nele colando suas peles, o queixo dele pousa em seu ombro esquerdo e ambos observavam a filha sugar o leite de Julieta naturalmente, a mãozinha pequena pousada no seio da mãe como um apoio e a mulher lhe acaricia os dedinhos.

“Ela parece que estava esperando por você. Jane disse que ela fez de tudo Julieta!” – Lembra-se sorrindo feito bobo por presenciar aquele momento precioso, sentindo a felicidade tomar conta de todo o seu corpo, de cada célula e cada pensamento, sentia-se o homem mais feliz do mundo ao ouvir a risada maravilhosa da mulher de sua vida invadir o ambiente.

“Ai meu Deus Aurélio...” – Ela exclama surpresa e com a voz embargada – “Ela tem seus olhos!” – Foi então que o homem percebeu que Aurora, que ainda alimentava-se, havia agarrado o dedo indicador de Julieta e aberto os olhos. Os olhos grandes e azuis observavam com curiosidade aquela mulher a sua frente que tinha o maior dos sorrisos nos lábios e derramava mais lágrimas – “Oi minha princesa”

“Eu te amo tanto” – Aurélio também emociona-se e beija-lhe a bochecha. Os dois são atentamente analisados pela neném que pisca rapidamente os olhos, não querendo perder um só momento.

Uma batida na porta é ouvida pelos adultos que voltam o olhar para o objeto. Mais do que rapidamente Aurélio toma sua camiseta, que estava repousada nos braços da poltrona vermelha de quando ele havia a retirado para dormir, pousa o tecido sobre o ombro de Julieta e cobre o seio dela, consequentemente cobrindo o rostinho de Aurora.

“Com licença Senhor Aurélio eu só...” – Doutor Rômulo para a própria fala e os lábios rapidamente recebem um sorriso largo – “Dona Julieta!” – O jovem apressa-se em aproximar-se da cama – “A senhora acordou! Quando isso aconteceu?”

“Esta manhã doutor” – Julieta declara sorrindo.

“Meu Deus, isso é uma noticia maravilhosa! Como se sente?” – Ele deixa a maleta ao pé da cama e senta-se na poltrona vermelha.

“Estou com minha filha nos braços Rômulo! Você conseguiu! Me sinto maravilhosa” – O sorriso não a abandonava e nem as lágrimas de alivio e felicidade.

“Não Dona Julieta, foi você quem conseguiu. Foi forte e confiante como sempre.” – O casal sorri com a declaração do médico – “Mas agora tenho de avaliar seu corte. Ele não dói?”

“É desconfortável, mas diria que dói.” – Julieta responde dando de ombros. A mulher sentiu o noivo mexer-se e rapidamente o impediu de continuar – “Não Aurélio. Ainda não estou pronta!” – As palavras saem sem que perceba, a voz é levemente exasperada. Ela retira a camisa dele de cima do rostinho da filha que continua chupando o leite agora preguiçosamente, como se não quisesse voltar ao berço tanto quanto a mãe não queria deixa-la ir.

“Tome seu tempo. Se a ferida não dói, já é algo positivo” – Rômulo sorri e observa a mais nova mamãe do Vale do Café suspirar hipnotizada pelos olhos azuis da filha, a base da cabeça dela repousa na clavícula do noivo e ele acaricia seus cabelos.  Aquela família poderia ficar naquela posição o dia todo.


Notas Finais


Consegui escrever hoje e já estou postando mas não espero conseguir atualizar até quarta porque vou ter prova, só quero que saibam.
Mas e então esse capítulo? Ta tudo bem agora gente, é permitido respirar fundo. kkkk O que acharam dessa primeira mamada da pequena Aurora?


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