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História Velho Amor - Xxv


Escrita por: yume_kako

Capítulo 25 - Xxv


A rotina matinal do hospital se repetiu uma vez mais, sendo esta a última. A técnica de enfermagem deu seu remédio trinta minutos antes do desjejum e lhe avisou sobre a enfermeira que viria lhe dar as explicações sobre os cuidados aos quais precisaria ter em casa.

Após recebidas as devidas instruções, encaminhou-se a recepção pedindo que ligassem para Isshin, avisando-o de sua liberação. Aproveitou a oportunidade, também, para entrar em contato com Ulquiorra. Dentro das instalações hospitalar havia uma salinha onde era permitido o uso do telefone, dirigiu-se até lá. Não estava afim de ir até a área externa.

De primeiro momento o telefone chamou, porém foi direcionada para caixa postal. Tentou uma segunda vez, desta vez foi imediatamente para caixa postal. Estranhou.

- Provavelmente deve estar ocupado. Acho que enviar uma mensagem avisando que estou liberada talvez seja melhor.

"Me ligue quando puder." Foram as palavras finais de seu sms.

Voltando para seu quarto, terminou de organizar seus pertences. Arisawa havia avisado que não poderia acompanhá -la, pois naquele final de semana participaria de uma competição de karatê. Dona Umi estava visitando seus parentes, não poderia ir também.

Apreciou a bondade de Isshin de se oferecer em ir buscá-la. Seria ainda mais triste ter de sair do hospital sem nenhuma companhia. Por alguma razão sentia-se deprimida. Não estava reclamando de seus amigos não estarem presentes, podia compreendê-los. Contudo, isso não afastava o sentimento de solidão que a estava se apossando.

Os Kurosaki foram bastantes gentis em levá-la até seu apartamento. Graças a Tatsuki-chan o apartamento estava limpo e organizado. Em sua ausência Arisawa periodicamente limpava. Isshin, sendo médico de emergência, precisava voltar ao seu plantão na clínica.  As meninas, porém, decidiram ficar para fazer companhia a Inoue.

- Prepararei um jantar reforçado para  você, Orihime-nee-san. - disse uma Yuzu empolgada. - O que sobrar você come durante a semana.

- Muito obrigada, Yuzu-chan. - Orihime agradeceu, porém não estava tão animada quanto ela. Gostava muitíssimo das meninas tanto que nenhum superlativo poderia expressar o quanto; No entanto, naquele momento ela preferia estar sozinha, por conseguinte poderia entrar em seu estado letárgico. Mas, fez um grande esforço em demonstrar alegria de passar a tarde com elas.

O resultado final foi que a tardezinha  gasta com elas mostrou-se deveras agradável. Com certeza não teria sido melhor se a presença delas não estivesse ali. E afinal, não estava ela lamentando a falta de companhia? As gêmeas tinham sido ótimas.

O problema chegou quando se despediram e Orihime retornou a seu sentimentalismo afetado, a seu apartamento silencioso e cheio de lembranças.

Sua melancolia era gritante, não entendia tamanha tristeza que sentia. Ou entendia e não queria aceitar. Sendo sincera consigo mesma percebia que não queria voltar para casa. Não queria ter de "encarar" tudo sozinha. Sabia que sua mente não a deixaria em paz e as lembranças de surpresa com a gravidez, a mistura do medo e da felicidade ao mesmo tempo. As invenções com Tatsuki para o nome do bebê e o que fariam ou não fariam; além das memórias do pai de seu falecido bebê a atormentariam. Tinha medo disso.

- Santo Deus! - pensou.

Havia fantasiado tantas coisas que agora somente pertenciam ao passado. Todo o drama pelo qual passou, nada mais era que passado. Sentia um enorme rancor disso, algo ao qual estava dando toda a sua atenção e dedicação, fazendo para si a coisa mais importante de seus dezoito anos de vida; Simplesmente se desvaneceu em uma única noite e ponto. As emoções as quais sentiu estavam armazenadas apenas em sua mente, nada mais.

Restava em si um grande vazio.

Em tentativa de "abafar" esse sentimento, essa solidão, ela insistia em ligar para Ulquiorra, mas ele não atendia. Tornou-se dependente do afeto de terceiros e queria algum consolo. No entanto, não havia nem Ulquiorra e muito menos Kurosaki-kun para fazê-lo.

Ela encarava seu reflexo no espelho. Seu cabelo estava preso em um coque mal feito. Estava sentada no chão com as perna cruzadas uma em cima da outra, como em uma posição de yoga. A calça que vestia era bege, a blusa também. Seu globo ocular estava vermelho e irritado.

- Depois de tantas coisas, não é possível que eu não tenha aprendido nada. Não é possível.

Respirou fundo uma vez, uma segunda, uma terceira... até seu coração se acalmar e as lágrimas cessarem.

- Você precisa aceitar. - dizia a si mesma, olhando-se no espelho.- O que a Tatsuki-chan lhe disse não serve apenas para falar com o Kurosaki-san. Você precisa amadurecer! Todos em sua volta estão amadurecendo. E você? O que raios está fazendo da vida? Lembre-se sua anta, você têm somente dezoito anos de vida. Para quê todo esse desespero? Hã? Me diz! - sua face estava avermelhada, visto estar exprimindo sua cólera para consigo própria. - Para quê? Por acaso você é estéril? Várias vezes que você foder você pode engravidar, não é? Por que então o desespero? Por que o pai era o Kurosaki-kun? Ele não disse que gosta de você? Ou melhor... Ele não disse que te ama? Então, por que ao invés de ficar nessa depressão não segue em frente e ao reencontrá-lo tenta outra vez? Se ele passar um, dois, três anos fora de que importa? Não tiveram soldados na Primeira Guerra Mundial e na Segunda Guerra Mundial que deixaram as famílias, mas voltaram para casa? Pense pelo lado positivo não estamos em guerra ou seja o Ichigo voltará. Lembre-se da estátua do marinheiro beijando a enfermeira ao voltar para casa.

Em um ataque histérico Orihime começa a gargalhar.

- Senhor... só posso estar ficando louca. - suspirou longamente. - Mas, não nego ser uma excelente ideia. - sua expressão e tom era de esperança. -  Imagine, quando ele voltar me dar um beijo no meio da rua e eu uniformizada... seria ótimo. Bem... na rua não, seria falta de educação, mas em casa eu não me importaria.

- Eu só posso ter algum distúrbio mental. - continuou. -  Em um momento estou em uma depressão terrível em outro estou fantasiando como se nada tivesse acontecido. - riu irônica. - Só que pensando bem, eu gostei muito de Kotetsu Isane-sama, ela foi muito gentil comigo. A menininha da fisioterapia parecia gostar muito dela também. Além de que me dou muito mais com Ciências Biológicas do que Humanas, Exatas ou Linguagens. E parando para pensar eu sempre quis ser médica. Vivia brincando disso, fingindo que eu curava todo mundo.

- Acabei esquecendo desse meu desejo quando Sora morreu, minha vida ficou tão lúgubre que eu tentando fazer todo mundo achar que eu estava bem, acabei esquecendo do meu sonho. Que ridículo.

- Bom, não há nada que me impeça de tentar agora, não é? Ok, ok, ok. Primeiro de tudo, amanhã depois do trabalho eu volto a frequentar meu cursinho. Me dedicarei mais, agora que sei o que quero. Ao menos boa aluna eu sou. Certo então, quero me formar em Medicina. Depois eu decido se me torno pediatra ou cirurgiã. Primeiro, um passo de cada vez. Ah meu Deus! Estou ansiosa.



Notas Finais


Obrigada por lerem. Quero terminar esta fanfiction antes dela completar 2 anos rsrsrs.


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