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História Victuri!!! On Music - Andiamo! Affrettatevi!


Escrita por: yonasuki

Notas do Autor


Oi meus amores! E a merda começa a entornar.
Segue o próximo capítulo, Acho que ficou enorme tb. ... Ele estava pronto desde sexta, mas por conta de uma treta em casa, meus feels estavam ruins e o capítulo tinha ficado uma merda. Reescrevi tudo.(Ainda não sei se está muito bom)
O Título traduz: Andem logo! Depressa! - Teremos aqui mais informações sobre o cativeiro do Vic e seu estado mental, interação entre ele e o demônio no cativeiro e o frente a frente com o Yuri, que estará de uma forma diferente aos olhos de Victor.
Desculpem qualquer erro.

Curiosidade: Sobre os títulos, os do começo da fic até alguns do meio são de termos usados em música, mas a grande maioria não. Confesso que sei nada de italiano, mas como os termos musicais estão no mesmo idioma segui o padrão... Então, fonte? Google translator. hahahah

Capítulo 41 - Andiamo! Affrettatevi!


Andiamo! Affrettatevi!

 (Victor)

"Eu não sei por quanto tempo mais aguentarei. Não sei o quanto dessa máscara fria ainda posso manter... Não posso quebrar agora."

Expor meus sentimentos não adiantou, argumentar não resolveu. Apelei até mesmo para a súplica, ato tão pouco convencional tratando-se de mim. Foi como falar ao vento. Seu olhar... É insano, é doentio... A face perfeita de um lunático... Mas mesmo assim, de tudo o que poderia esperar de Peter, jamais imaginaria uma violação. Violação esta que foi filmada em primeira mão para o Yuri. Violação esta que fez com que eu, pela primeira vez sentisse na pele o lado doloroso de ser obrigado a fazer algo que me dá asco. "Se eu não tivesse falado como falei, nada disso teria acontecido...Como fui idiota."

(ALGUMAS HORAS ATRÁS)

Não sei por quanto tempo apaguei. Sinto que minhas mãos e pés estão amarrados bem como uma fita em minha boca. Abro os olhos e vejo que estou em uma cama de solteiro. O lugar está meio escuro, enxergo somente uma luz de uma lamparina pequena. Tento ajustar meus olhos a claridade precária e me dou conta de onde estou. O teto de madeira do palco, uma porta do outro lado que leva a camarins e um banheiro. Sim... O fosso do teatro do conservatório. "Agora entendo o porquê ninguém conseguia te encontrar, Hideki Keiji..."

Respiro fundo tentando buscar a minha calma... Preciso me adaptar a esse ambiente estranho e analisar mais a fundo o que me cerca. Escuto o barulho de um chuveiro ligado vindo dos camarins, o lugar não possui móveis além de uma mesinha com um computador e mais alguns aparatos, vejo objetos pessoais no canto bem como alguns colchonetes enrolados de maneira metódica. A cama onde estou parece estar no meio desse lugar, longe do acesso aos camarins e também da porta de saída, que não me permite enxergar do que é feita pois está envolvida na penumbra. Observo tudo a minha volta revirando a cabeça tentando encontrar uma solução para sair desse lugar quando de repente sinto uma sensação sinistra se apoderar de mim. "Ele me observa, o demônio me observa..." Antes que eu possa fazer qualquer coisa, vejo-o saindo da sombra próxima a porta de saída com um sorriso no rosto que me causa arrepios. Olhando atentamente seu rosto, a realidade de que estou cara a cara com um assassino bate em minha cara. Estou com medo? Absolutamente... Mas antes de me entregar ao desespero, a imagem dos meus  olhos castanhos brilhantes e cheios de vida, seu sorriso e seu olhar cheio de amor dominam a minha mente... Isso me traz paz mesmo na situação em que me encontro. Sinto-me de uma certa forma aliviado em ser eu no lugar de Yuri, mesmo que seja temporário se tratando do motivo de terem me pego.  Sei que Yuri manterá a cabeça limpa para que tudo isso acabe, não por sua personalidade, mas porque outro Nikiforov está ao lado dele... O meu pai. Confio nele e isso nesse momento permite que eu não me entregue ao desespero.  Chega a ser irônico huh? Um filho que renegou o próprio pai saber que no fim ele será o responsável por salvar tanto a mim quanto a Yuri. Sim... Eu sei disso. Sei disso porque meu pai é esse tipo de pessoa. É o que no meio desse inferno me dá forças além da própria existência do Yuri. Eu sei que ele não ficará de braços cruzados. "Finalmente entendo, pai. Seu amor está claro para mim hoje... Sei que você tem algo em mente velho. Conto com você." Conforme o demônio predador se aproxima da cama, me preparo. Tenho minha determinação comigo: "Eu estou na cova do leão, preciso ser calculista e frio para que nada prejudique o Yuri. Preciso suportar..."  Keiji me encara em busca de medo e desespero em meu olhar, ao não encontrar isso seu rosto se contorce em uma careta quando diz num tom baixo e ameaçador...

-Quero ver se manterá esse olhar quando eu te torturar, quero ver se essa cara arrogante permanecerá quando eu cortar membro por membro de você, seu nojento imundo... Sabia que posso te matar agora e mandar seus pedaços via correio para aquele viadinho de merda? Imagino a cara que ele faria... É uma possibilidade sabe... O que acha seu imundo? - finaliza com um sorriso sádico e me observa para ver se me atingiu. Seu olhar de ameaça transforma-se em ódio quando vê que permaneço com a mesma expressão. Num ato totalmente exagerado, sua mão puxa com tudo a fita de minha boca. Sinto minha pele castigada com esse ato mas não dou um pio. Meu silêncio o deixa ainda mais possesso, fazendo com que suas mãos agarrem meu pescoço para me sufocar - Abre essa boca nojenta e fala alguma coisa seu imundo! Não percebe a gravidade da situação em que se encontra?? Eu posso te matar filho da puta asqueroso! - esbraveja com um ódio sem tamanho. Suas mãos apertam cada vez mais minha garganta... Escuto o chuveiro sendo desligado e sua expressão fica contrariada fazendo com que me solte. Finalmente entendo tudo e um sorriso frio se abre em meu rosto antes que eu diga...

-Você pode me matar sim... - digo conforme vou tomando ar e completo - ...mas não pode fazer isso agora. Você precisa do idiota do Peter e do imundo aqui para pegar o Yuri não é? Como se sente tendo que depender de 'imundos' para cometer seus assassinatos? - minhas palavras arrancam um ódio incondicional de seu olhar... Observo atentamente qual será seu próximo passo e fico boquiaberto em ver que se afasta com um sorriso. Sorriso este completamente assustador na minha opinião. Ele é bem pior do que eu imaginava, não é guiado pela impulsividade e não se deixa abalar por coisas como o que eu acabei de falar. Sinto que é completamente o oposto, o que eu disse parece ter instigado-o ainda mais a seguir com a fachada falsa de 'comparsa' de Peter. Seu olhar brilha sombrio para mim quando diz...

-Você tem razão, imundo. Preciso sim de vocês para chegar àquele viadinho de merda, mas não se engane... terei muito prazer em retribuir todo o 'favor' que estão me fazendo. Pode ter certeza. É só uma questão de tempo para que tudo saia como eu planejei. E sugiro que prepare o seu psicológico, planejei algo muito bom para o primeiro contato com Yuri Katsuki. - finaliza de uma forma assustadora. "O que você planeja demônio? Por que está tão seguro de si???" Escuto Peter assobiar do banheiro e sei que estará aqui em breve, tenho pouco tempo...

-Como você pode ter tanta certeza? Esqueceu que a polícia está na sua cola? Acha mesmo que meu pai ficará de braços cruzados com o que você está fazendo também? - minhas perguntas arrancam uma risada alta de Keiji que responde...

-Eu tenho certeza porque planejo isso há muito tempo, seu nojento. Não tem como vocês se safarem dessa. Eu escolhi o lugar perfeito... Sabia que ninguém sabe que esse lugar existe? Não consta nas plantas da prefeitura... Rodei esse conservatório de cabo a rabo, a última coisa que conseguirão é me pegar. E seu pai? Hahaha, não me faça rir... Tive muito tempo para observar como é o famoso Dimitri Nikiforov. Não passa de um stalker com complexo por ser um pai de bosta. Cheio de funcionários tão incompetentes quanto ele. Só não o incluí nos meus planos de vingança por estar sempre acompanhado, mas se ele atrapalhar também o mato. O fato de ser um conservador não contará pontos se interferir. - finaliza com segurança. Com tudo o que acabo de escutar da boca desse assassino, chego a constatação de uma coisa... Ele é arrogante. Tem certeza de que seu plano é perfeito, e isso pode acabar tornando-se a sua ruína. Sem falar que tem algo que ele não sabe...  A atuação dos homens de meu pai. "O 'segurança com cara de idiota' é realmente um gênio... É exatamente como ele disse. Sem falar que esse cretino não faz ideia que o meu pai é muito mais do que aparenta. Seu conservadorismo? Ah... Hideki Keiji... Você não sabe de nada." Meu êxtase é visível e isso não passa despercebido pelo demônio que contrai a expressão com o meu sorriso cínico. Não consigo evitar...

-Você está bem seguro do seu plano, huh? É bem arrogante se me permite dizer... Cuidado, pois o peixe morre pela boca. - minha fala enche sua expressão de fúria e antes que possa partir para cima de mim, ouvimos a voz que me traz um frio na espinha de verdade...

-Ora, ora, ora... Então você acordou meu amor. - diz Peter com uma voz cheia de desejo. Olho em seu rosto e o que vejo me enche de medo. Seu olhar é doentio, o olhar de um psicótico. Mesmo com o demônio que tanto mal fez ao Yuri estando no mesmo ambiente, nada se compara ao que sinto ao olhar para o rosto de Peter. Keiji pode me torturar e até me matar, mas esse rapaz a minha frente que me olha com cobiça pode tirar minha dignidade, pode me torturar da pior forma, pois sei que o demônio jamais cogitaria o que ele quer. Estou estático... Pela primeira vez desde que acordei nessa sala, sinto pavor.  Ao se aproximar de mim, Peter nota as marcas em meu pescoço e vira a cabeça contrariado para Hideki... - Quem mandou colocar as mãos no que é meu, Keiji? Eu só concordei com o seu plano em cima do Katsuki assassino em troca de poder ter o Victor para mim. Ninguém disse que você podia encostar as suas mãos nele! - diz furioso  para o demônio e completa - Se você se aproximar de novo do Victor, saio com ele por aquela porta e seu acerto de contas vai para o ralo, estamos entendidos?

Fico impressionado e horrorizado ao mesmo tempo com a forma que Peter fala com Hideki, fico boquiaberto em como está alheio ao olhar assassino que o demônio lança para ele. Por um momento sinto que Hideki pondera seriamente se deve dar cabo de Peter ou não, como se questionasse se essa 'parceria' valeu mesmo a pena. "Será que você não consegue perceber que Hideki Keiji quer te matar tanto quanto a mim? Qual é o seu grau de loucura Peter?" Quando penso que sua fúria vai transbordar, o demônio respira fundo e diz com uma expressão de nojo tão óbvia que até uma criança perceberia...

-Oh, desculpe. Eu por um momento não consegui resistir. Isso não acontecerá de novo. - cospe as palavras. Isso parece satisfazer Peter que diz mais algumas palavras nada agradáveis antes de olhar novamente para mim...

-E você meu prateado? Espero que o Keiji não tenha te machucado. Agora, meu amor, somos só eu e você. - diz se aproximando para me beijar. Se até então eu não falei nada e fiquei quieto, no momento não consigo me controlar... Minha frieza evaporou. Me contorço virando o rosto e ao sentir sua insistência por contato, cuspo em seu rosto e grito...

-Não se aproxime de mim seu nojento! Você acha mesmo que... - sou calado com um tapa. O olhar em seu rosto alguns segundos tão doente de cobiça está totalmente sombrio. Nesse momento ele está igual ou até mais perigoso do que Hideki Keiji. Peter transborda obsessão por mim. Antes que ele abra a boca eu entendo o que fará e meu peito afunda. "Não... Tudo menos isso..."

-Keiji. Prepare a câmera. Vamos fazer um filminho e mandar para o Katsuki nojento para que fique bem claro a quem Victor Nikiforov pertence agora. - seu tom baixo me dá um frio no estômago ao mesmo tempo em que traz um olhar contrariado a Hideki...

-Eu não tinha isso em mente, Peter. Meu objetivo era... - sua fala é interrompida novamente e em meio ao meu  pânico interno, vejo que isso para o demônio também é mais do que desagradável, aproveito o momento e tento ponderar...

-P-Peter... Não faz isso. Você tem consciência que vai me obrigar a fazer algo que não quero? Eu reconheço que você tem sentimentos por mim, mas eu não posso retribuir, entenda isso de uma vez por todas. - vou dizendo enquanto ele me encara quieto, sua expressão nesse momento não diz absolutamente nada, o que me desespera ainda mais, Hideki também fica quieto observando... Continuo agora em tom de súplica - Por favor... Não faça nada que possa se arrepender depois. Eu sei que você não é isso, Peter. Por favor... - minha voz morre quando seu olhar maníaco volta a superfície. Ele não vai mudar de ideia, sinto ânsia de vômito.

-Ah, Victor... - diz enquanto acaricia minha face vermelha após o tapa - Mas eu vou te mostrar... Vou te mostrar que tudo o que você teve com o Katsuki nojento não passou de ilusão, meu amor. Ele não merece alguém como você. Você está em um nível totalmente diferente, meu prateado. Eu serei a sua salvação. - fala de um jeito completamente louco. Antes que eu possa contestar novamente, seu olhar torna-se sombrio de novo quando ameaça - Se você não aceitar farei você se arrepender. Se eu não puder ter você ninguém terá. Eu prefiro te matar a te ver com o Katsuki.

Após essa ameaça eu me calo. Hideki se retira para arrumar os equipamentos de gravação, acredito eu que a ameaça de Peter o tenha agradado, não que isso fará muita diferença para o final que ele planejou para todos nós. Olho novamente para Peter, seu olhar... nunca vi algo assim na vida. Sempre achei que fosse coisa de filme ou abordasse somente as grandes celebridades o fato de possuírem pessoas completamente loucas nos seus calcanhares. Estou apavorado... Apavorado principalmente porque não importa o que eu diga, ele não vai me escutar. Não adianta contestar, argumentar, suplicar... O que resta para mim? O que posso fazer para suportar? A resposta vem a mim automaticamente ao lembrar do tipo de vida que levei até conhecer o Yuri... "Engula a bile, Victor... Peter está além da salvação, então não se importe com o que pode acontecer com ele. Para Hideki, isso é para atingir o Yuri. O que você deve fazer?! Mostre que está tudo bem, que precisa de muita coisa para quebrar um Nikiforov. Mostre a frieza típica de sua família. Sim... Encontre um local seguro dentro de você para passar por isso. Faça isso!"  Que alguém seria pego por Keiji já era o esperado, e se sua escolha foi pegar a mim, mesmo que isso no fundo me apavore, farei com que ele veja do que um Nikiforov é feito... De frieza e calculismo ao extremo. Fecho os olhos e respiro fundo tentando me organizar, assim que os abro, o que Peter e Hideki vêem não era o esperado, viro-me indiferente para Peter...

-Não poderei nem ao menos me limpar? Não é muito agradável trepar com alguém sem banho. - meu linguajar chulo é recebido com surpresa por Peter, que em meio a sua loucura está completamente alheio ao meu asco, coisa que junto com um sarcasmo, fiz questão de deixar evidente.

-Não precisa meu amor... Tudo o que vem de você eu aceito de bom grado. Depois eu te dou um banho. Agora vamos nos amar, Victor. - finaliza com expressão lunática.

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Estou com dor. Muita dor... A dor física escorre junto a água pelas minhas pernas, rosada pelo sangue da violação... E a dor psicológica me dá vontade de sumir desse mundo. Se não fosse por Yuri eu aceitaria a morte de bom grado nesse momento.  Estou de uma certa forma impressionado em como consegui agüentar todo o suplício, mas sendo sincero comigo mesmo, não conseguirei manter essa fachada fria por muito tempo... Estou bem próximo do limite em me perder. "Você me tirou aquilo que eu tinha de mais importante, Peter. Meu direito de escolha, meu livre arbítrio. Você tirou minha dignidade e eu quero que você morra." Minha mente passa e repassa esse mantra enquanto sigo com o rosto impassível de qualquer reação. Seus olhos doentios me comem enquanto lava o meu corpo após ter me estuprado. Não sei em que grau se encontra sua loucura mental ao ponto de não se dar conta de que me flagelou. Seu êxtase em ter ouvido as palavras totalmente vazias que eu pronunciei no vídeo o cegam. Ele está cego perante ao meu asco, perante aos meus atos robóticos, inclusive perante ao sangue. Sua voz que pode até ser considerada sexy por alguns, me causa somente enjoos e aumentam meu desejo de que ele morra. É... eu quero realmente que Peter desapareça da face da Terra...

-Oh, Victor... Meu amor... Estou tão feliz que meus sentimentos te alcançaram, meu prateado. Sua recusa ao Katsuki nojento só provou o quanto você é certo estando comigo... Eu te salvei, Victor. Agora poderemos nos amar, assim que tudo estiver livre de obstáculos poderemos viver plenamente o nosso amor. - diz enquanto tenta me tocar. Meu corpo retesa automaticamente. Estou com algemas nos pulsos, meus pés estão livres mas devido a toda dor estou sem forças. Peter lança um olhar intrigado com minha atitude e antes que diga qualquer coisa eu me apresso...

-D-Desculpe, Peter... E-eu finalmente entendi o seu amor e agradeço por ter sido salvo por você, mas só estou com um pouco de dor. Apesar de ter sido prazeroso, acho que foi sua primeira vez transando com um homem, não foi? Estou sangrando um pouco, acabou me machucando. Me desculpe, mas até que meu corpo se restabeleça, acho que só sentirei dor se fizermos 'amor'. - digo tentando ao máximo forçar um tom carinhoso. Minha mente grita "Não! Não quero ser forçado de novo!.... Convença-o, Victor! Convença-o!"  Em meio ao meu desespero interno em não ser violado novamente, acaricio seu rosto e engolindo o asco dou um beijo casto em sua boca, o que faz com que a desconfiança do meu gesto anterior seja substituído por preocupação com meu corpo...

-Ah, Victor! Me desculpe! Oh, não. Perdoe minha inexperiência. Garanto a você que das próximas vezes será melhor. Vou cuidar para que melhore logo. Vou colocar você para descansar um pouco e depois eu me cuido. Vou dormir com você daqui a pouco. - finaliza com preocupação doentia. "Prefiro morrer a ter uma próxima vez com você. Filho da puta estuprador."

Meu alívio tornou-se palpável quando cuidou de meu ferimento. Minha dor começa a amenizar depois do remédio que tomei e minha frieza dá espaço ao cansaço quando me coloca na cama novamente. Hideki está sentado em uma cadeira perto da porta de saída, como que para garantir que eu não faça nenhuma gracinha. Sua expressão direcionada a Peter é de um ódio assassino. Seu desgosto por ter sido 'obrigado' a filmar minha violação é totalmente óbvio. Essa é a primeira vez que compartilhamos algo em comum e apesar de odiá-lo, de uma certa forma sinto uma pontada de segurança pois sei que ele não permitirá algo do tipo novamente. Após Peter me dar outro beijo que quase me faz vomitar, volto a respirar. Sinto o olhar de Hideki em meu rosto... Ele me analisa, observa se eu quebrarei ou não, procura por lágrimas, por súplicas para ele. "Não vou te dar esse gostinho, demônio. E não seja hipócrita, você está odiando isso tanto quanto eu."  Fico quieto até o momento que o chuveiro é ligado, Não me dou ao trabalho de olhá-lo para dizer friamente..

-Não me analise, Hideki Keiji. Você não encontrará nada aqui. - ao não ouvir nenhuma palavra, viro o rosto em sua direção e acrescento sarcástico - Gostou de filmar o espetáculo? Não deve ter sido muito prazeroso presenciar algo que você repudia não é?- sua expressão após essa pergunta se contorce em desgosto quando responde...

-Tsc! Não seja hipócrita em falar em repúdio, seu nojento. Não precisa ser um gênio para ver que não foi agradável para você também. Não que eu reclame em te ver sofrer, escória imunda. Vocês todos vão pagar por eu ter me prestado a esse papel. Esse peão asqueroso logo vai saber do que eu sou capaz. Isso é a única coisa que me segura. Não ache que o que você passou nas mãos dele foi ruim, o que eu reservo é muito pior. - finaliza em tom de ameaça. Noto que Hideki também está no limite de seu controle, sei que ao menor deslize de Peter ele nos mata. Meu pânico em ser violado novamente grita em meu interior mesmo com minha expressão vazia. "Acelere o processo, Victor. Pelo bem do que resta da sua sanidade." Meus olhos são como dois poços fundos quando digo...

-Bem, acho que você vai repensar alguma estratégia depois do que aconteceu, estou certo? Se algo está fora do seu controle, essa coisa é seu peão. Independente do que tem para mim a frente, sugiro que você pense em algo, a menos que queira servir de cameraman para mais sexo gay. Segundo o Peter, nos próximos vídeos ele se esforçará mais. Ele disse que não vai parar até me fazer gozar gritando o seu nome. - minto com um sorriso. Suas mãos tremem de raiva e sinto sua vontade de matar acariciar minha pele. Sinceramente, depois do que acabei de passar, a morte seria um alívio senão fosse o fato de que o amor da minha vida ficaria separado de mim. De qualquer forma, esse comentário surtiu o efeito esperado. Antes de planos e suposições, sua filosofia distorcida vem em primeiro lugar. "A semente da discórdia foi plantada." Não espero que ele responda, viro para o lado e deixo o cansaço e a minha humilhação  junto com o efeito do remédio levar embora a minha consciência. Durmo tão pesado que não sinto sequer quando Peter deita ao meu lado.

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Acordo com eles discutindo. Observo o que se passa sem chamar a atenção dos dois. Hideki se encontra de braços cruzados próximo a mesa do computador, enquanto Peter descontrolado aponta o dedo em sua cara....

-Você! Não está fazendo o combinado! Não íamos esperar uma semana?? O Objetivo não era enlouquecer o Katsuki nesse meio tempo??? Esse é o tempo perfeito para o Victor ser totalmente meu! É  tempo certo para que eu consiga tirar o Katsuki de seu coração! - sua fala lunática faz com que Hideki perca a paciência. Ele empurra Peter contra a parede com uma mão em seu peito enquanto a outra agarra seu pescoço. Sua fala é perigosamente mortal...

-Estou cansado dos seus chiliques, seu merda. Pra começar, se não fosse por mim você não teria fodido o cu daquele imundo. Se não fosse por eu precisar de alguém para meu plano, você ainda estaria batendo punheta no banheiro desse conservatório fantasiando com a bunda de Victor Nikiforov... - suas falas até então falsamente compreensivas perante a loucura de Peter, o deixam chocado nesse momento com seu ar mortal que para deixar claro quem está no comando de tudo continua - Então, se quiser manter sua ilusão cor de rosa, sugiro que me não faça nenhuma gracinha. Não filmarei mais de suas transas anormais e darei um fim a essa merda ainda hoje. Não cheguei até aqui para botar tudo a perder com seus hormônios. - finaliza jogando-o ao chão. Peter está estático, olha para a expressão de clara ameaça de Hideki com os olhos cheios de culpa?! "Qual é o seu problema seu louco??? Será que não percebeu a ameaça totalmente implícita nas palavras desse assassino?!?!"  

-Entendi. Me desculpe, Keiji. Só pensei em mim mesmo. Sei o quanto você quer justiça por tudo o que o Katsuki nojento fez com o seu amigo.  - diz compreensivo. Confesso que minha mente tenta entender o que se passa com Peter. Nunca vi um grau de loucura desse nível. "Até que ponto vai a sua doença por mim? Em que momento a sua inveja do que sinto por Yuri nublou a sua mente? Peter, você acabou de cavar sua sepultura e talvez até a minha..."  Antes que eu dê indícios de que acordei, Peter continua - Vamos terminar isso hoje Keiji. Vamos arrumar tudo para o início da noite. Assim poderemos respirar tranquilamente, poderei viver tranquilo com Victor sabendo que o Katsuki assassino não estará mais nesse mundo. Você poderá seguir em frente sabendo que vingou seu amigo. - finaliza e caminha em minha direção. Fecho os olhos fingindo que estou dormindo. Assim que me toca olho em seu rosto de expressão doentia que me observa totalmente absorto as palavras de Hideki ao fundo...

-Pode sonhar, imbecil. Por enquanto eu te permito isso, escória imunda...

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O dia se passa comigo amarrado observando toda a preparação dos dois. Peter prepara uma mochila com dinheiro para seja lá o que planeja depois de tudo para nós. "Coitado... Ele está completamente alheio ao fato de que não sairá com vida desse conservatório." Hideki após a discussão da manhã deixa transparecer sua empolgação para o fim que se aproxima. Seu sorriso é óbvio e suas encaradas em Peter e em mim, só me faz pensar nas diferentes formas de nos matar que passam pela sua cabeça. O computador depois de seu disco rígido tirado, foi destruído. O demônio leva uma bolsa pequena a tira colo, uma arma com um silenciador e uma faca de aspecto sinistro na bainha da calça jeans... A mesma faca que ele usou para degolar o homem de meu pai.

Estamos prontos para sair do fosso... Hideki sobe a frente pelas escadas enquanto sou flanqueado por Peter. O lugar para o acerto de contas? Nada mais nada menos que o palco do teatro do conservatório. O palco para o gran finale das nossas vidas... Vidas que estão a mercê de um assassino. Depois da mensagem para despistar a polícia, Hideki enviou a verdadeira para atrair Yuri. Estou com medo. Medo de perder meu controle quando vê-lo... Estou apavorado com a hipótese de Yuri passar por todo o inferno de novo, em pânico com a idéia dele estar no mesmo ambiente que esse assassino. Em meio ao meu desespero interno, me agarro ao último fio de esperança que me resta... Dimitri Nikiforov. "Pai... Por favor..."

Estou de joelhos ao chão com as algemas nos pulsos e com uma corda recém amarrada aos meus tornozelos para impedir qualquer tentativa de fuga... Sem nenhuma venda nos olhos ou mordaça, tudo para que eu não perca nada do que virá a seguir. Peter mantém as mãos nos meus ombros enquanto Hideki está em pé e parado do outro lado do palco próximo a entrada da coxia que dá acesso a uma das três passagens secretas que o palco possui. Em vez da porta principal ser aberta como era o esperado pelo demônio, é a do lado esquerdo da platéia que anuncia a chegada de Yuri ao se revelar atrás das cortinas. Essa entrada inesperada arranca uma lufada descontente de Hideki. Seu olhar antes de se dirigir a qualquer um dos dois homens para em meu rosto. Uma expressão desconhecida se encontra no rosto de Yuri, mas o brilho que transborda quando seu olhar entra dentro de mim me emociona tanto que uma lágrima escorre pelo meu rosto. Ele se encontra cauteloso, tão diferente de seu jeito impulsivo... Me pergunto o que deve ter sentido ao ver o vídeo, o que deve ter mudado dentro de si. "Ah, Yuri...Espero que saiba que nenhuma tortura mataria o amor que sinto por você. Perdê-lo é a única coisa que pode realmente me quebrar." Ao subir ao palco, noto ainda mais seu semblante que apesar de frio está cansado. Sua olheiras são visíveis, mas nada comparadas a sua determinação. Ainda com o olhar em meu rosto ele diz...

-Me desculpe por fazer você passar por tudo isso, meu amor. Terminará em breve, pode se apegar a isso que é verídico. - diz em um tom amoroso que também traz a mensagem oculta que meu pai está próximo. Após alguns segundos passando todo o seu amor e vontade de estar comigo, seu olhar desvia para o rosto de Keiji, sua expressão se altera para um ódio frio quando diz cinicamente - Há quanto tempo, demônio. Retornou para terminar o serviço que falhou há anos atrás, certo? Deve ser realmente frustrante para um aprendiz de nazista falhar assim... Bem, estou aqui okay? Solte o Victor... Ele não tem nada a ver com nossos assuntos. Isto é entre eu e você. Se bem que se quiser se livrar desse verme, - diz apontando mas sem olhar para Peter - me poupará trabalho sabe...

Estou completamente em choque. Sem palavras, engasgado. Antes que Hideki faça qualquer coisa, Peter, que está além da fúria por ter sido ignorado quebra o silêncio...

-Quem você pensa que é para me chamar de verme seu nojento assassino? Até que ponto chega o seu desespero por ter perdido huh?! - diz apontando para Yuri, que somente agora lhe dirige o olhar. Sua expressão de ódio é sem limites. Ódio até maior que o dirigido ao demônio, que com a interferência de Peter fica quieto aguardando. Em sua loucura, ele pega meu queixo virando meu rosto em sua direção e enfia a língua na minha boca. Quero sumir, quero que acabe, quero que esse lunático suma. Estou a ponto de quebrar. Após o beijo que nem me dei o trabalho de corresponder ele continua olhando com olhar vitorioso para Yuri e continua... - Perdeu o seu troféu né? Olhe bem... Eu o salvei de você, seu nojento! Como se sente ao saber que todo o esforço que teve em iludir sua mente foi em vão? Como se sente filho da puta assassino????  - finaliza em fúria. Yuri que esperou que ele falasse quieto, lança um sorriso irônico em sua direção...

-Gostaria de saber o que um estuprador pensa que é em achar que tem o direito de acusar os outros sem saber da história toda. Você é ridículo, Peter. Onde em sua mente retardada achou que o Victor sente algo além de desprezo por você?! Forçar alguém a transar com você... tsc, tsc, tsc... Que tipo de doença você tem que cria uma imagem de um Victor apaixonado? Tentativas patéticas em dar prazer para alguém... Achou que eu o forcei alguma vez? O que temos foi conquistado seu grande imbecil, e depois da abominação que fez, achou mesmo que me convenceria de que conquistou ele? Você não passa de um estuprador sem moral. Quanto a eu ser um assassino... Você ouviu apenas o que um nazista que não conseguiu me matar a anos atrás te contou. Mas não vou perder o meu tempo explicando para alguém que nem cérebro tem para diferenciar sexo consensual de violação. O ponto entre eu e você aqui é... Qual é a diferença entre os sentimentos que conquistamos de Victor huh?! - diz com uma ironia mortal e continua - Eu já ouvi da boca dele o quanto me ama, já fui acarinhado pelos seus braços, me entreguei de corpo e alma para ele, foram experiências consensuais e que levarei comigo até o fim dos meus dias... Agora o que você conseguiu dele? Olhe bem pra ele e me diga... Veja se no olhar de Victor tem algo além de nojo por você. Se eu não quisesse tanto te matar eu poderia rir da sua ilusão.

Estou chocado com o Yuri que vejo em minha frente. Essa é uma faceta que eu nunca vi... Ao mesmo tempo sinto que essa é uma forma que ele tem de não surtar. Nunca imaginei que poderia ver algo assim vindo dele. "O que aconteceu com você Yuri? Onde sua impulsividade foi parar?" Minha mente está em parafuso e não sei o que pensar, como agir... A única resposta que consigo encontrar é uma. Meu pai... O que terá acontecido? Tudo acontece muito rápido enquanto tento entender tudo. Peter corre na direção de Yuri e o que se inicia me deixa boquiaberto. Troca de socos, revides, ódio em sua essência pura. Eles rolam ao chão. Não sei dizer quem leva a melhor, estão embolados, são só chutes e socos, puxões e xingamentos. Eu grito tentando trazê-los a razão, mas é tudo em vão. Num rompante, finalmente entendo... Yuri não estava calmo, não foi de frieza e calculismo... Sua impulsividade deu lugar ao desejo de me vingar. Desejo de flagelar quem me violou. Nesse momento ele odeia Peter igual ou até mais que o demônio, pois no caso do demônio, o flagelo foi somente com ele... Com Peter a tortura foi diretamente em mim. Yuri está além da fúria. Em meio a toda essa constatação, sinto outra coisa que me afunda o peito... Ele está certo de que não sairá daqui com vida, sua mensagem oculta foi somente para mim porque enquanto não matar os fantasmas do passado é o mesmo que estar morto.

Olho de relance ao canto da platéia e levo um susto. Se aproximando do palco, está meu pai acompanhado de Sergei, que está com a arma em mãos. Infelizmente minha reação chama a atenção do demônio que se estava quieto até agora, resolve abrir a boca.

-Peter... largue o Katsuki. - suas palavras são totalmente ignoradas e antes que Sergei tenha tempo de chegar ao palco ou mesmo ter um bom ângulo para a pontaria, vejo o movimento rápido do demônio em sacar a arma e antes que eu possa esboçar qualquer coisa o tiro é dado. Uma explosão de dor se apodera de meu ombro, dor essa que não me permite fazer ou falar nada, só consigo gritar...

-Ahhhhhhhhh!

(Continua...)


Notas Finais


Hideki Filho de uma vaca! Yu, calma! O Vic vai ficar bem! Sergei! Seja firme na pontaria! #morteaodemonio


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