1. Spirit Fanfics >
  2. Vida Real >
  3. Touro Furioso

História Vida Real - Touro Furioso


Escrita por: Koalaescritor

Notas do Autor


Poderia falar muitas coisas aqui, mas não sei como dizer. Só sei que estou muito feliz por terminar mais um capítulo dessa história a qual eu amo.

Boa leitura!

Capítulo 10 - Touro Furioso


Depois do nosso encontro na biblioteca, eu fui tomar um ar fresco. Precisava disso. Muitas coisas se passando pela minha mente e isso poderia me atrapalhar a seguir o que estava planejado. Imprevistos acontecem e é isso que torna a vida tão bela, nos fazendo sentir que estamos vivos e não temos controle sobre tudo. Uma dádiva dada a nós seres humanos, que temos uma vida tão passageira.

Sentei-me em um dos bancos do pátio e peguei meu celular. Pensei em ligar para a pequena Mari, mas hesitei por um instante. Ela ainda devia estar brava comigo ou chocada com o que acontecera nos últimos dias. Seria melhor deixar ela quieta mais um pouco.

Tenho duas situações para lidar agora. A professora safadinha e o bobão que se acha esperto. Qual dos dois eu lidarei primeiro? É claro que eu vou lidar com o bobão que se acha esperto primeiro.

Olhei ao meu redor procurando a peça perfeita para fazer a próxima jogada. Por sorte um babaca chamado Ian perambulava por ali. Ian é o tipo de aluno que chamamos de valentão, aquele que faz as coisas sem ter medo das consequências. Esses tipos de alunos são quase como animais irracionais.

­―Ei você! ― acenei com uma das mãos. Ian me encarou um pouco confuso, sem saber se estava falando com ele. ― Você mesmo viadinho! ― falei com uma cara de deboche.

Ian veio como um touro furioso em minha direção. Ele era mais alto do que a maioria dos garotos da nossa idade, tinha olhos escuros e um cabelo encaracolado todo bagunçado. Sua pele era meio amarelada, quase que morena. Seus braços eram fortes, excelentes para arrumar confusão.

Ao chegar perto de mim o garoto furioso segurou minha gola da camisa e me ergueu alguns centímetros do chão, me obrigando a ficar na ponta dos pés.

― Quem você chamou de viadinho moleque?

― Você mesmo. ― eu disse num tom calmo.

― E você tem noção de quem eu sou? ― Ian me encarava com os olhos fixos, avermelhados e com uma sede de brigar enorme.

― Tenho sim. Mas você é ou não é?

― É claro que não sou! ― o garoto gritava, fazendo voar saliva em meu rosto.

― Não foi o que eu ouvi dizer por ai... ― virei o rosto para o lado tentando evitar que mais saliva viesse em minha direção.

― O que você ouviu dizer por ai? ― Ian serrou o punho, pronto para me socar.

― Não sei se devo falar.

― Você quer levar um murro bem no meio dessa sua cara debochada? É melhor me falar agora!

― Eu ouvi dizer que você estava frequentando o Auê.

― Aquele Auê? ― Ian arregalou os olhos.

Auê Night Bar era um bar LGBT no centro da cidade. Muitos alunos do terceiro ano da minha escola poderiam ser encontrados lá. Mas não era o caso de Ian, eu estava apenas inventando, brincando com a cara dele. Ele é o tipo perfeito para se deixar irritado por qualquer coisa.

― Sim aquele Auê.

― E quem te contou isso? É pura mentira mano! ― o garoto gritava cada vez mais.

― Não posso contar.

― Então você quer apanhar no lugar dessa pessoa?

― Que tal se eu te trouxesse essa pessoa até você?

― Seria melhor ainda... ― Ian foi se acalmando ao saber da notícia.

― Certo. Me encontre atrás da quadra na hora da saída. ― eu retirei a mão do idiota da minha gola. ― Vou te levar a pessoa por trás desses boatos. Leve mais alguns amigos, para que ele não fuja.

― Eu acho bom você não estar mentindo pra mim.

― Não estou, prometo.

― Ok. Até o final das aulas então.

 

●●●

 

No final da última aula eu levantei do meu assento e cruzei a sala, deixando cair sobre a mesa daquele garoto que me perseguiu no dia anterior, um pequeno pedaço de papel que dizia: Encontre-me atrás da quadra depois da aula. Eu nem precisava pedir pra ele vir sozinho, afinal ele era do tipo tolo suficiente para ir sozinho.

O sinal bateu e eu desci na frente sem pensar duas vezes. Ao chegar atrás da quadra, Ian já estava lá. Seis garotos o acompanhavam.

― Uau você gosta mesmo de carnificina! ― eu disse surpreso.

― Isso daqui é só pra me certificar de que ele não fuja... ― Ian cruzou os braços. ― Agora cadê o moleque mentiroso?

― Está a caminho. Sugiro que se escondam, para que ele não fuja logo de cara.

― Certo... ― o garoto fez uma pausa. ― Mas se você estiver mentindo, vai se ver comigo.

Então Ian se afastou mandando seus capangas colegiais darem uma volta pela quadra pra criar uma distração perfeita. Poucos minutos se passaram até que o alvo chegasse. Eu estava sentado em um bloco de concreto, até que avistei o garoto.

― E então meu amigo, como você tem passado? ― ele sorriu com seu rosto em tom de deboche.

― Tão bem quanto você.

― Imagino. ― o garoto se aproximou.

― Qual o seu nome e o que você quer comigo?

― Quero que você fique longe da Mari, e, meu nome você já deve saber. É um cara esperto Adam.

― Como você é ingênuo. ― eu revidei.

Assim que eu terminei a frase, Ian chegou com seus capangas colegiais, fechando as saídas para o garoto. Se ele quisesse fugir, teria que passar pelos três garotos atrás das costas de Ian, ou pelos três que estavam atrás de suas costas.

― Ian, eis aqui seu mentiroso. ― eu me levantei e caminhei até o garoto que estava atônito. ― Divirta-se Thomas. ― eu sussurrei em seu ouvido.

― E num é que tu me trouxe o desgraçado? HAHAHAHA! Você é mesmo demais Adam. ― então Ian correu como um touro furioso pra cima de Thomas.

Enquanto isso eu caminhei através dos três capangas colegiais que estavam atrás de Thomas para assistir ao espetáculo de longe. Ian surpreendeu o garoto com um soco forte de direita, seguido de um gancho de esquerda na costela de seu adversário. Thomas caiu de dor no chão, de joelhos, e então, Ian o chutou na altura do rosto, o fazendo rolar para trás. Era possível ver o sangue do garoto escorrendo por entre os dentes.

Eu sorri. Ian estava se saindo melhor que o esperado. Enquanto eu sorria, a luta continuava. Thomas se levantou e deu uma cotovelada no rosto de seu agressor, o fazendo recuar alguns centímetros para trás. Ian cuspiu no chão, mostrando que não tinha sido afetado pelo golpe do garoto. E assim, Ian pulou na direção de Thomas, o fazendo cair ao chão. O garoto selvagem subiu em cima do seu alvo e gritou:

― Quem é o viadinho agora! ― dando murros na cara de Thomas. ― Hein! Me responda!

― E-eu não sei do que está falando... Certamente isso é coisa do Adam!

Então, eu olhei no relógio. Já era chegado a hora.

Fui para a frente da quadra e gritei: ― Diretora! Diretora! Por aqui, rápido!

Antes de entregar o bilhete para Thomas, na hora do intervalo, fui até a sala da diretora e avisei que uma possível briga poderia acontecer na hora da saída. Por isso ela já estava chegando à quadra quando a avistei de longe. Depois de alguns segundos, eu cheguei com a diretora diante da briga.

― O que está acontecendo aqui? ― ela questinou.


Notas Finais


Obrigado por ler!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...