História Vísceral - Perseguição?

Não havia pregado meus olhos durante a noite.
Sua imagem me assombrava sempre que fechava os olhos.
Minha ereção estava pressionando o tecido do pijama, e com pequenos espasmos, eu tentava reprimi-la.
O que estava acontecendo?
Por várias vezes tentei colocar a imagem de Luíza em meus pensamentos, mas seus olhos cinzas sempre se sobressaíam.
Meu despertador tocou, seu apito agudo preencheu o quarto. Hora de levantar.
Realizei minha higiene diária, vesti-me e parti em direção ao Colégio.
Pedalava com imensa força, ainda tentando livrar minha mente dos seus olhos, e meu olfato de seu cheiro.
Seu cheiro? Eu havia sentido realmente seu cheiro?
Cigarro e Menta.
Uma combinação um tanto... excitante.
 
- Sr. Theo ! - Berrou o Prof. Pedro, retirando-me de minha soneca.
Eu havia dormido em plena aula.
- Professor ? - Perguntei, emitindo um enorme bocejo e coçando os olhos.
- Recomendo que o Sr. fique acordado durante minhas aulas, afinal, Português é de tamanha importancia para os vestibulares.
Limitei-me a concordar, baixando a cabeça e fazendo algumas anotações em meu caderno.
O resto do dia passou numa incrível monotonia, e seus olhos já não me pertubavam mais.
Luíza havia comentado algo sobre meu rosto estar horrível, e agora eu entendia:
Embaixo de meus olhos, horríveis olheiras de uma coloração escurecida.
Meu cabelo estava mais desgrenhado que o comum.
Eu passava um ar de cansaço.
Assim que o sinal para a saída apitou, levantei-me, e sai da sala, fui me despedir de Luíza, Catarina e Rafael, Guilherme não tinha vindo para o Colégio.
Subi em minha Bicicleta, e a dirigi para casa.
Novamente, virei a rua, e pude ter uma vista ampla de sua casa.
Não havia sinal dele, nem do caminhão de mudanças, nem de nada.
De repente, peguei-me segurando a respiração, e em alívio, soltei o ar que estava acumulado em meus pulmões.
A noite seguinte foi bem dormida, sem nenhum rastro seu.
Uma rotina se instalou em meus dias: Acordar, Colégio e Luíza.
E assim, passou-se a semana.
Durante o final de semana, limitei-me a ficar em meu quarto, estudar para as provas, e baixar músicas.
Por incrível que pareça, acordei antes mesmo do despertador na Segunda.
Me levantei, tomei uma ducha um tanto demorada, e me arrumei para o Colégio, já preparado para a volta da monótona rotina.
Durante as três primeiras aulas, me limitei em anotar o que era dito, e concordar com as falácias de Guilherme.
Descemos para o Interválo, e avistei Luíza junto de Catarina e Rafael no outro extremo do pátio.
Atravessamos o pátio, e Luíza ao nos ver começou a acenar.
Ela veio em minha direção, e selei nossos lábios com um beijo casto.
Estava olhando por cima de seu ombro, e... não podia ser !
Franco estava ali, sentado num dos bancos de madeira dispostos pelo pátio, seus cabelos desgrenados, brilhando, numa cor acobreada.
Seus olhos cinzentos e tempestuosos, olharam-me com imenso interesse.
Um sorriso se esboçou em seus lábios, rosados e carnudos.
A eletricidade entre ele e minha virilha era palpável.
- Theo, este é Franco. - Exclamou Luíza, animada. - Ele está na minha Classe.
Porra ! Na sala da Luíza, no mesmo Colégio que eu ! PORRA !
Apesar do meu espanto, pude esboçar um sorriso forçado em meu rosto.
- Prazer. - Murmurei, acenando em direção a ele.
- Já nos conhecemos, não? - Meus olhos saltam das órbitas. Ele vai citar o ocorrido da queda. Não pode ser.
- Você se mudou para o fim da minha rua, não é? - Rebato a pergunta.
- É. - Ele se limita a dizer, cruzando os braços e se esparramando ainda mais no banco.
- Ótimo ! - Exclamou Luíza, puxando-me para junto dela, e envolvendo minha cintura com seu braço.
Um clima estranho começou a pairar entre nós; Guilherme, Rafa e Catarina estavam conversando sobre às provas, enquanto Luíza estava ao meu lado, com seus dedos entrelaçados aos meus, um tanto alheia à conversa.
Franco me fitava com imenso prazer, e por vezes o pegava lambendo os lábios.
Mas que inferno !