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História We are Better Together - Quem disse?


Escrita por: brunacezario

Notas do Autor


Chegou a que ama escrever os outros conversando com um tumulo.

Ótima leitura!

Capítulo 20 - Quem disse?


Quem disse que não podemos ter tudo?

Quem disse que não podemos ser realizados profissionalmente e ainda assim ter uma família - não somente de faixada - para voltar para casa depois de um dia de trabalho?

Quem disse que juntar amigos e negócios não da certo?

Quem disse que pessoas de personalidades totalmente diferentes não podem ser amigas? Não podem ficar juntas? Não podem casar? Não podem ter filhos?

Quem disse todos esses absurdos em algum momento de sua vida teve a oportunidade de ter tudo. O problema é que quis ter mais uma coisa do que a outra e no fim acabou sem absolutamente nada.

Ele pode ter tido excelência profissional. Ele pode ter tido uma família. Ele pode ter tido ótimos amigos. Ele só não teve felicidade por não saber conciliar tudo e com isso espalhou inverdades sobre as pessoas não poderem ter tudo.

Mesmo porque tem uma enorme diferença entre ter tudo que precisa e ter tudo que quer. Se seguirmos pela segunda opção é bem provável que fiquemos sem nada mesmo.

Querer ainda não é poder quando passa do necessário.

Elas tinham tudo.

Trabalhavam com suas melhores amigas e amavam o emprego. Se trabalhassem em qualquer outro lugar talvez não fossem tão felizes.

O casamento não poderia estar melhor.

Para duas pessoas que quase não casaram terem completado quatro anos de casadas passava longe do tempo máximo que apostaram que elas ficariam juntas a partir do momento que deixaram a prisão.

Hoje em dia todo mundo acreditava que elas passariam o resto da vida juntas. Mas naquela época elas ainda não eram um casal confiável.

Os terremotos que elas chamavam de filhos eram o motivo de seus mais largos e sinceros sorrisos. Cada coisinha nova que eles aprendiam, faziam ou diziam só enchia mais e mais o coração de ambas de amor.

Muitas vezes quando colocavam a cabeça no travesseiro para dormir ou acordavam logo cedo com o sol iluminando o quarto elas se perguntavam se mereciam tudo aquilo mesmo.

Era surreal depois de tudo que aconteceu elas estarem ali. Casadas, com filhos e felizes. Por algum tempo pensaram que nunca teriam isso. E, mesmo depois de todos esses anos, ainda acreditavam que isso era muito mais do que elas algum dia iriam merecer por isso não esqueciam nunca de darem o devido valor a tudo que conquistaram.

- Piper...

- Ah não... – colocou um prato com bolachas e três copos de leite em cima da mesa de centro. – Eu perguntei se você queria. – pegou uma bolacha do prato. – Agora se quiser vai lá na cozinha e pegue um copo de leite para você.  Chris o que a mamãe já falou sobre dar bolacha para os cachorros? – o garoto colocou na boca o resto da bolacha e Piper fez uma careta arrancando uma gargalhada do garoto. – O que você está fazendo com o meu notebook? – tirou o aparelho da mão de Alex e o fechou. Se deu conta que não era por causa da bolacha com leite que a esposa tinha a chamado. – Pensei que tínhamos regras.

- Que regras? – cruzou os braços desacreditada pelo que tinha acabado de ouvir. - Ontem mesmo você trocou a tela de bloqueio do meu celular.

- Aquela foto nossa estava horrível. – colocou o notebook em cima da mesa de centro. Com sorte Alex mudaria de assunto sobre o que tinha visto lá.

- Orange is the new Black, Piper? – ela não mudaria de assunto. - Quando você ia me contar?

- Semana que vem quando o livro estivesse pronto? – respondeu receosa. Sentou-se no braço do sofá quando viu que pela sua expressão Alex não estava muito a fim de lidar com suas graças. – Eu ia te contar!

- Semana que vem quando estivesse pronto? Você ia pedir para que eu publicasse um livro com a nossa história? Sem eu nem ao menos ter conhecimento dele?

- Não... Eu ia dar o livro para a minha esposa ler. Depois eu ia pedir para a editora Alex Vause publicar a nossa história.

- Piper... – passou a mão pelos cabelos, soltando um riso de nervoso. – Tem quanto tempo que você está escrevendo esse livro?

- Um ano e meio? – o tom receoso permanecia. Odiava não saber se Alex estava chateada ou irritada algumas vezes.

- Tem um ano e meio que você e o Devon estão escrevendo esse livro pelas minhas costas? – Piper só fez um positivo com a cabeça. – Você pensou o que? Que se eu soubesse que estaria em um possível best-seller eu não deixaria você escrevê-lo?

- Possível best-seller? Então você leu? Está realmente bom o livro? Por que você sabe... Não confio muito nas coisas que a Nicky diz.

- A Nicky sabe do livro? – levou os óculos até o topo da cabeça. Aquilo só ficava melhor. – Claro que ela sabe. – não deixou com que Piper respondesse pelo simples fato da pergunta ser totalmente retórica. – Quantas cenas inexistentes ela pediu para que você escrevesse?

- Nenhuma. – respondeu em tom de tédio. – Eu ofereci a ela três cenas inexistentes. Qualquer cena inexistente que ela quisesse, mas claro que ela quis me torturar contando sobre o presente de Natal que ela te deu. – Alex não conseguiu segurar o riso. Imaginar a expressão de Piper ao ouvir toda a história com toda certeza foi o melhor de sua noite. – Eu nunca ia publicar o livro se você não estivesse de acordo. É a sua história também.

- Só gostaria de informar que eu vou dormir aqui no sofá hoje. – ajeitou a almofada no outro braço do sofá. – Não quero dividir a cama com alguém que esconde as coisas de mim. Prefiro dormir aqui. – deitou no sofá. – Sozinha.

- Sozinha não. – Christopher praticamente escalou Alex para subir no sofá. – Eu durmo aqui com você, mamãe. – deitou do lado dela. Alex abriu um sorriso e puxou o filho para mais perto de si e lhe deu um beijo no topo da cabeça.

- Eu vou dormir na sua cama então. – disse Diane. – Vou tirar todos os seus ursinhos de lá e colocar as minhas bonecas. – as duas riram, ainda mais pela expressão despreocupada que Christopher estava ao ouvir aquilo.

- Eu vou dormir com a mamãe, então. – Lucas sentou no colo de Piper. – Não vou deixar ela dormir sozinha. – Piper deu um beijo na bochecha do filho e o apertou em um abraço.

- Eu sempre soube que você escrevia muito bem. – o tom de voz era doce. Piper se deu conta de que estava sendo enganada esse tempo todo com uma falsa chateação e irritação. - Pelo que eu li eu tenho certeza que o livro está ótimo Pipes.

- Você gostou mesmo? – Alex fez um positivo com a cabeça. Trazia um sorriso orgulhoso. – Mas como você sabe que eu que escrevi e não o Devon?

- Eu sou editora do Devon antes mesmo da Floresta Encantada existir, conheço o jeito dele de escrever e o capítulo que eu li não tem absolutamente nada do Devon nele.

- No começo ele não gostou muito, mas eu disse que só escreveríamos o livro se eu pudesse escrever toda a nossa história.

- Eu só queria saber como você conseguiu tempo para escrever esse livro. – olhou ao seu redor. Christopher estava deitado ao seu lado no sofá, Diane estava sentada em sua barriga e Lucas continuava sentado no colo de Piper. Seu questionamento era totalmente pertinente. – Ou todas as vezes que você trabalhou uma hora a mais você não estava trabalhando? – Piper ergueu os ombros. – Piper! – Alex riu.

Aquela mulher em sua frente era totalmente impossível. E agora havia escrito um livro sobre as duas que tinha mesmo tudo para ser sucesso.

***

Passou o dia inteiro longe de casa e mesmo assim a melhor coisa do seu dia foi quando chegou já tarde da noite em casa e encontrou Piper dormindo no sofá. Foi impossível não abrir um largo sorriso ao vê-la ali tão tranquila. Como se estivesse tendo os melhores sonhos. Mal parecia que tinha passado o dia inteiro cuidando de três terremotos. A única coisa que denunciava mesmo era somente um urso perto da lareira que deve ter passado despercebido quando a esposa fez com que os filhos guardassem todos os brinquedos.

Alex ainda ia descobrir toda a magica que Piper usava para fazer com que eles guardassem todos os brinquedos. Sempre que ela passava o dia inteiro com eles a sala ficava um completo desastre. Isso quando eles não resolviam levar toda a bagunça para o lado exterior da casa também.

Tratou de acordar Piper com um beijo na testa.

Sem abrir os olhos a loira esboçou um pequeno sorriso e só ergueu um pouco a cabeça para que Alex sentasse no sofá e deitou em seu colo.

- Como foi lá? – o tom de voz ainda era um pouco sonolento.

- A maternidade acabou com a minha vida. Mês passado no lançamento do livro do Bart eu me diverti mais com todas aquelas crianças correndo de um lado para o outro. Por que minhas crianças também estavam correndo de um lado para o outro. Hoje eu não via a hora de poder voltar para a casa.

- A maternidade realmente acabou com a sua vida. – disse com um sorriso divertido, sentando-se no sofá. – Desse jeito ninguém nunca mais vai te chamar para lugares que não tenha uma piscina de bolinha que toma espaço de um cômodo inteiro.

- Se eu não puder entrar na piscina de bolinha eu vou recusar o convite do mesmo jeito. – Piper riu.

Às vezes Alex era pior que as crianças.

- O que é isso? – pegou um álbum de fotos em cima da mesa de centro

- Eu encontrei com a minha tia. Ela disse que fazia algum tempo que queria me entregar isso.

- Eu não acredito! – folheava o álbum com um sorriso totalmente animado. – É o meu álbum favorito. – soltou um riso ao ver uma foto de Alex bebê. – Eu passava horas vendo esse álbum com a sua mãe.

- E eu não sei disso?

- Os meninos são a sua cara. – apontou para uma foto que Alex estava comendo um pedaço de bolo. A morena riu. – Eles iam enlouquecer tanto sua mãe. Mais do que enlouquecem a minha.

- Eu nunca fui visitá-la. Minha tia disse que ainda vai ao aniversário da morte dela, mas... – soltou um suspiro. – Às vezes eu acho que Diane deve achar que eu não me importo. Mas é só... – encolheu os ombros. Estava sentindo tantas coisas que estava até difícil colocar em palavras. – Eu não sei...

- Eu fui ao túmulo dela uma vez. – Alex a encarou com confusão. Piper nunca havia comentado isso com ela. – Eu estava grávida dos trigêmeos e precisava de alguém que fosse só me ouvir mesmo. – soltou um riso lembrando da conversa que teve com Diane. – Foi a melhor conversa que eu tive naquela semana. Sua mãe pode achar muitas coisas, mas duvido que você não se importar seja uma delas. As crianças conhecem muito a avó deles por todas as histórias que você conta. Diane nem idade tem direito e passou um dia inteiro se exibindo porque tinha o mesmo nome que a outra avó dela. Se você quiser podemos ir vê-la. Eu sei que você deve ter muita coisa para dizer a ela.

- Além de um pedido de desculpas? – fez um negativo com a cabeça. – Eu só queria que ela conhecesse os meus filhos.

- Quando você estiver pronta. – aconchegou-se sua cabeça no peito da esposa. – Se ela ainda me ama eu tenho certeza que ela ainda te ama.

Alex soltou um riso e deu um beijo na têmpora da esposa.

Talvez fosse demorar menos do que imaginou para pisar novamente no cemitério em que enterrou a mãe.

***

- Eu espero que vocês promovam a Flaca depois disso. – colocou o Ipad que estava em suas mãos ao seu lado no banco de mármore do parquinho. - A garota está quase entrando em um colapso nervoso por causa desse mês Encantado que vocês inventaram.

- Eu não inventei nada. Essas ideias que fazem todos os trabalhares da Floresta Encantada enlouquecerem são sempre da Nicky. – pegou o Ipad de cima do banco. – Mas eu vou promovê-la quando tudo isso acabar. A capa do Orange is the new Black ficou muito foda.

- Ficou mesmo. – pegou o Ipad da mão da morena e admirou mais uma vez com um sorriso a capa do seu livro. – Eu te contei que a Polly está procurando outra sócia? – Alex franziu o cenho com um sorriso divertido. Amava a amizade de criança de cinco anos da esposa com Polly. - Pelo menos ela disse que está. Falou que agora que eu vou me tornar uma escritora de sucesso não vou mais ter tempo de administrar a PoPi junto com ela. E ainda ficou puta comigo quando eu disse que esse era o único livro que eu ia escrever.

- Espera... Ela não está procurando uma nova sócia porque está brava por você ter escrito um livro e sim porque quer que você escreva mais livros? – Piper fez um positivo com a cabeça. – Desde quando Polly é sensata desse jeito?

- Alex! – bateu de leve o seu braço no braço da morena. – Polly é mais sensata do que eu, você e a Nicky juntas. – Alex fez um positivo com a cabeça. Às vezes essa afirmação era a mais pura verdade. – Eu não quero ser escritora. Deu mais trabalho escrever esse livro do que te reconquistar.

- Você nunca precisou me reconquistar. Só precisou me convencer de que não ia mais autosabotar nosso relacionamento.

- E o livro deu muito mais trabalho do que isso. Eu amo meu trabalho e não o trocaria nunca por viagens pelo mundo para sessões de autografo. Deixa isso para o exibido do Devon.

- Pelo que eu saiba no seu contrato diz que você precisa aparecer nas sessões de autógrafo.

- Por que minha editora me odeia. – Alex a encarou com uma careta. – Minha editora trata o Devon muito melhor do que eu.

- Ela usa a desculpa de que o Devon chegou primeiro e que ele é carente de atenção. – abriu um sorriso travesso. - Ouvi dizer que você é muito mais madura que ele e que não precisa disso.

- Por que ela não fala isso na minha cara então? – abriu o mesmo sorriso. – Ela tem medo que os elogios subam a minha cabeça?

- Eu não faço ideia do que passa na cabeça da sua editora. – beijou levemente os lábios de Piper. – Mas se a sua editora não é legal com você, eu sou.

- É mesmo?

Alex fez um positivo com a cabeça e a beijou. Um beijo mais demorado dessa vez.

- Christopher não sobe ai! – obvio que o beijo não durou muito tempo.

- Por quê?

- Por que se pudesse subir nesse escorredor não teria uma placa de “Não suba. Escorregador quebrado” nele.

- Eu nem sei ler. – deu de ombros. – Vem Litch. Vamos subir naquele ali, então.

- Seu filho. – disse Alex se divertindo com a expressão inconformada da esposa. Era sempre assim quando um dos filhos respondia algo que ela não esperava.

- Só meu filho? – Alex deu de ombros e riu.

Teve que beijar Piper novamente. Amava aquela carinha de inconformada dela.

***

- Piper? Alex?

As duas ao ouvirem seu nome olharam para frente e mais um pouco quase não conseguiriam ver a mulher que estava em sua frente devido ao largo sorriso que ela estava no rosto, completamente surpresa por vê-las.

- Bridget? – Piper levantou-se da mesa do restaurante e para sua surpresa foi abraçada pela mulher. Mesma coisa aconteceu com Alex assim que elas se separaram do abraço. – Como você está?

- Eu estou ótima e vocês? Meu Deus! Eu pensei que nem eram vocês quando as vi ali da entrada. Sam! – fez sinal para que o marido se aproximasse e junto com ele veio uma garotinha de cinco anos. As duas abriram um sorriso emocionado ao verem a menina. – Liza... – Bridget ajoelhou-se para ficar da altura da garota. – Você não deve lembrar, mas essa são a Piper e a Alex, elas cuidaram de você quando você era bem bebezinha.

- Ei! – as duas falaram juntas. Estavam sem palavras. Perderam totalmente o contato depois que entregaram Liza para os dois e ver como ela havia crescido e parecia extremamente feliz e bem criada pelos pais enchia o coração das duas de alegria. Estavam felizes por descobrir que a neném ganhou excelentes pais. – Finn, você lembra da Liza? – Alex perguntou. O garoto só fez um negativo com a cabeça. Mal estava entendendo o que estava acontecendo ali. – Vocês querem... – Alex puxou uma cadeira. – Vocês querem almoçar conosco? Paramos para comer antes da exposição de Toy Story que tem mais tarde.

- Nós vamos para essa exposição também. – disse Sam completamente animado. – Mas sempre temos que parar para comer antes porque quem vê a Liza desse tamanho nem imagina que ela come mais que eu.

- Não como nada! – exclamou com firmeza. – Eu tenho essa boneca também. – mostrou a mão com a Jessie. – A minha fala.

- A minha também. – respondeu Diane. Apertou o botão que tinha nas costas da boneca a fazendo falar. As duas riram. Elas sempre riam. – Eu tenho mais, mas a mamãe só deixou eu trazer essa. – revirou os olhos. – Mas ela tem outra ó.

- Ela também fala. – Amelia apertou as costas da Betty. Dessa vez as três riram.

Se Liza parecia tímida no primeiro momento que sua mãe a apresentou para Piper e Alex a partir daquele momento ela estava entre amigos.

- São todos seus filhos? – Bridget perguntou. Estava feliz com o reencontro e em como Liza estava mesmo se dando bem com as outras crianças.

- Diane, Christopher e Lucas. – respondeu Piper admirada com toda a interação das crianças. – O Finn é meu afilhado e a Amy a nossa sobrinha. Nunca mais a nossa sala ficou arrumada depois que os três nasceram.

- Nós sabemos muito bem o que é isso. – respondeu Sam em tom divertido.

Todos tiveram um agradável almoço que foi estendido para a exposição do Toy Story.

Nenhum dos quatro ali iam cansar de se impressionar em como era fácil ser criança. Fazia poucas horas que haviam se conhecido e todos conversavam sobre absolutamente tudo. Contavam histórias sobre seus brinquedos e seus personagens favoritos sempre com a maior animação.

Ninguém conseguiu fazer com que eles se separassem naquela tarde nem para tirar fotos. Todo lugar que um ia os outros cinco iam também.

Foi um excelente encontro que as crianças passaram dias falando sobre.

***

- O que acontece se adiarmos o ano letivo deles por um ano? – perguntou Piper terminando de ajeitar o uniforma de Lucas. – É só o jardim de infância. Ninguém aprende nada no jardim de infância.

- Mamãe disse que a gente aprende a pintar mais. – disse o garoto. – E fazer massinha. Eu quero fazer massinha.

- Ele quer fazer massinha. – Alex puxou a esposa pela mão para mais perto de si. – Eles vão ficar bem, Pipes.

- Eu sei que eles vão ficar bem. – o tom era manhoso. Se ela fizesse um beicinho Alex não ia conseguir distinguir quem era a Piper e quem era a Diane. - Quem não vai ficar bem sou eu. Daqui a pouco eles estão pedindo o carro emprestado porque tem um “fluxo” para ir.

- Um fluxo? – Alex soltou um riso. – Pensei que você só fosse amiga da Annie, não da Fernanda.

- As amigas da Jess é um combo. Não da para ser amiga de uma e não ser amiga da outra. É tipo o clube das ex-presidiárias.

- Se despeça deles. – Piper fez um negativo com a cabeça. – Daqui a pouco a Nicky chega e eu tenho certeza que ela vai passar o mês inteiro te zoando por causa disso.

- Eu não ligo. – deu de ombros. – Se ela não se importa que a filha dela está crescendo o problema não é meu.

- Bom dia! – bom dia só se fosse para a professora. – Oi crianças! Prontas para conhecer o senhor Coelhinho? – os três fizeram um positivo com a cabeça. – Ótimo! Então se despeçam das mamães e corram pra lá – apontou para sua frente – onde tem um monte de criança que querem conhecer o senhor Coelhinho também.

Os três apertaram a mãe em um abraço coletivo e correram para a fila com as outras crianças.

- Eles vão ficar bem senhora Chapman.

- Se eles preferirem mais a escola do que passar um dia comigo eu vou processar vocês. – Piper limpou uma lágrima que escorria pelo rosto. Alex riu. Ainda bem que as crianças se comportaram melhor que ela com toda essa história de primeiro dia de aula. – Espero ter sido clara.

- Não se preocupe eles vão odiar a escola. – respondeu a professora em tom divertido. Amava lidar com os pais no primeiro dia de aula. – Tenham um bom dia.

Ah ela teria sim um bom dia da mesma forma que teve quando voltou a trabalhar e teve que deixar os filhos na creche. A única diferença é que dessa vez ela não poderia “sequestrar” os próprios filhos.

Odiava a escola.

***

Estavam a poucos metrôs do tumulo de Diane fazia algumas minutos. A sensação de estar ali depois de todos aqueles anos era totalmente estranha. Sua vontade era de dar meia volta e ir embora. Nunca entendeu porque as pessoas precisavam conversar com o tumulo de algum ente querido se diziam que depois que a pessoa morre ela vê tudo que você faz, portanto poderia conversar com a pessoa de qualquer lugar que quisesse, certo?

Mesmo que trouxesse esse pensamento consigo isso era algo que ela precisava fazer. Alguma coisa ficaria faltando em sua vida caso ela não tivesse essa conversa. Ainda não fazia ideia do que iria dizer, mas a única coisa que sabia era que precisava dizer algo.

Tudo estava tão diferente. Não no cemitério. Não lembrava muita coisa sobre o dia que enterrou sua mãe. Só lembrava que Piper não estava do seu lado e que foi parar até em uma clínica de reabilitação por causa daquele dia.

Estava realmente tudo bem diferente da última vez que pisou naquele cemitério.

Recebeu um olhar encorajar de Piper. Era tudo que precisava para dar os passos necessários para chegar até o tumulo da mãe.

- Ei! – passou a mão pelo cabelo. Estava tão nervosa por estar ali que não sabia muito bem nem o que fazer com as próprias mãos. – Me desculpa por ter demorado tanto tempo para aparecer aqui. Só achava que não fazia sentido ficar diante do seu tumulo depois de você ter visto o que eu andava fazendo da minha vida. Que eu não passava de uma farsa de ótima filha. Me desculpa ter te decepcionado por tanto tempo. Tentei fazer o melhor que eu pude para você ficar orgulhosa de mim novamente. Quero dizer... – olhou rapidamente para trás de si e viu Piper brigando com Christopher que estava mexendo nas flores de um tumulo alheio. – Eu casei com a Piper. Eu tenho filhos com a Piper. E a única coisa que eu trafico hoje em dia são Finnis. – soltou um riso. – Eu queria dar um jeito na minha vida antes de ficar diante de você novamente, mas isso não significa que eu esqueci você. – uma lágrima começou a esquecer pelo seu rosto. – Eu lembro de você todo dia mãe. Nem se eu quisesse esquecer eu ia conseguir, tenho um terremoto que eu chamo de filha com o mesmo nome que o seu. – fungou. – Mas você já sabe disso. Você já sabe de tudo isso. Mas eu queria te contar da mesma forma. – tirou os óculos e limpou o rosto já inundado por lágrimas. – Eu te amo e sinto tanto sua falta mãe.

- Christopher! – Piper não conseguiu pará-lo. Quando viu o filho já estava agarrado nas pernas de Alex. – Está tudo bem? – Alex só fez um positivo com a cabeça.

- Por que tem a foto da outra vovó aqui? – perguntou Diane apontando para a foto. – O que é isso?

- Isso é o portal que a sua outra vó usou para ir para o céu.

- Que legal! – exclamou Lucas animadamente. – Eu quero ir para o céu também! Como faz pra entrar?

- Nenhum de vocês vai entrar no portal do céu tão cedo. – respondeu Piper. – Quem entra no portal não consegue mais voltar para a Terra.

- A vovó deve ta se divertindo lá. – disse Christopher. – Os anjinhos são legais.

- Sim, eles são. – concordou Alex. – Quem está com fome? - em uníssono as crianças gritaram pulando com as mãos levantadas que elas estavam com fome. – Então vamos comer em uma lanchonete que fazia o melhor hambúrguer de todos.

- Vamos! – exclamaram animados saindo correndo na frente das mães.

- Fazia? – Piper perguntou enquanto Alex envolvia a mão na cintura da esposa para ficarem mais próximas.

- Era minha mãe que fazia o melhor hambúrguer, então não deve ser tão bom assim.

- Nada naquela lanchonete deve ser tão bom assim porque era sua mãe que fazia tudo. Ainda estou surpresa que a lanchonete esteja aberta.

Alex balançou a cabeça rindo. Às vezes não conseguia distinguir quem era mais boba: ela ou Piper.

Deu um beijo na bochecha da esposa.

Quem disse que precisa de muita coisa para ser feliz afinal de contas?


Notas Finais


Sei que tem casamento Jecky no próximo capítulo de resto eu não sei não.

Até o próximo capítulo <3


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