Pov Dave.
Mariah saiu devastada do quarto e eu fui atrás dela,não podia deixar aquela situação se estender. Ela foi mais rápida e assim que entrou no seu quarto,bateu e trancou a porta,me deixando desesperado do lado de fora. Eu precisava explicar tudo minuciosamente para ela,não podia perder tempo.
- Mariah,abre essa porta. - Bati,gritando por conta da música alta que rolava na casa.
- Sai daqui! Eu não quero te ver,sai! - Ela gritou de volta,com raiva.
- Eu preciso te explicar tudo,por favor,abre logo essa porta! - Batia sem parar,agoniado para entrar.
Por uns segundos ela não me respondeu nada,mas por sorte,abriu a porta e eu não pensei duas vezes antes de entrar de uma vez.
- O que você quer? - Ela me fitou com os olhos marejados e uma expressão de raiva.
- Eu preciso te explicar tudo! Me desculpa! - Me aproximei,tentando abraçá-la.
- Não! - Me empurrou,inconformada. - Eu não quero falar com você! Você me magoou. - Ouvir aquelas palavras foi um verdadeiro tiro no coração. Eu nunca tive a intenção de deixá-la mal.
Engoli em seco,era melhor respeitar sua decisão. Olhei para seu rosto desolado e saí,voltando para o quarto de Nina. Ela ainda estava deitada no chão,chorando,enquanto Kurt e Izzy estavam sentados na cama,tentando ajudá-la.
- Nina,o que nós vamos fazer? A Mariah está puta,eu não sei o que eu faço. - Passei as mãos pelos cabelos,nervoso.
- Eu não sei. - Ela me fitou,com o rosto inchado de tanto chorar. - Eu estava pronta para contar ao Krist que não seria mais groupie por ele,e aí tudo desmoronou.
- Cara,vocês erraram. - Kurt se meteu. - Vocês erraram muito feio! - Fez uma leve careta ao tomar um beliscão de Izzy.
- A gente sabe! - Nina respondeu,irritada. - Caralho,a gente errou,okay. Mas quando aconteceu,não sabíamos que iria afetar nas nossas relações no futuro. - Ela se levantou,me fitando.
- Mas no dia que aconteceu nós já tínhamos interesse nos dois. - Cruzei os braços. - Então,de qualquer forma,nós erramos em esconder. Por mais que não imaginássemos que fossemos ter algo sério,deveríamos ter contado quando começamos a nos envolver com ele.
- É,você tem razão. - Nina pegou um cigarro,o acendendo. - Ai,eu me sinto péssima por magoar o Krist,mas me sinto ainda pior pela Mariah. Acho melhor eu ir atrás dela.
- Não! - Izzy se pronunciou. - Eu acho melhor vocês deixarem para conversar com os dois quando chegarmos em Seattle. Eles estão de cabeça quente,amanhã vamos passar horas dentro de um avião... Melhor esperar a poeira abaixar.
- Mas eu não vou aguentar! Eu estou muito angustiada! - Retrucou Nina.
- Mas falara agora só vai gerar mais discussão. E outra coisa,tenho certeza que a Mariah não vai querer ficar na sua casa,então vou chamá-la para passar uns dias comigo,tudo bem?
- Tudo bem. - Suspirou.
Mariah Pov.
Era óbvio que a festa tinha acabado para mim naquele momento. Assim que Dave saiu,tranquei a porta e comecei a chutá-la e socá-la para extravasar toda a raiva e tristeza que eu estava sentindo. Quando cansei,encostei minhas costas e fui deslizando até sentar no chão. Abracei as pernas e apoiei meu queixo nos joelhos,tentando me situar. Infelizmente,tudo o que eu conseguia pensar era na Nina e no Dave. Imaginava os dois transando. Imaginava como Nina olhava para ele e em como ele passeava as mãos pelo corpo dela,cheio de prazer. Imaginava ele apertando sua bunda,beijando sua boca e a desejando,ficando louco. Lágrimas de raiva desceram por meu rosto,me fazendo tirar os sapatos e os lançar para longe. Eu estava me sentindo traída. Eu considerava Nina como uma irmã e confiava nela de olhos fechados. Já Dave era o cara dos meus sonhos,mas ele havia me magoado. Pensar que enquanto eu dormia,os dois se curtiam me dava nojo. O pior de tudo era lembrar que no dia seguinte,os dois agiram como se nada tivesse acontecido. Dave me ajudava na lavanderia,demonstrava interesse,Nina saia com Krist e contava o que tinha rolado e ainda me jogava para o Dave... Não podia ser. Tudo bem,isso aconteceu no dia em que eu havia conhecido os dois,não tínhamos nada,mas e a consideração? Pois é,não teve.
Depois de aliviar parte de minha angústia,tomei um banho,terminei de arrumar minha mala e me deitei. Era possível ouvir a festa ainda rolando,mas eu não mais nenhum interesse em estar nela.
Adormeci,e acordei no dia seguinte com batidas na porta. Fui atender um pouco receosa,mas por sorte,era Izzy.
- Oi. - Sorriu. - Posso entrar?
- Claro. - Dei passagem e fechei a porta.
Ela se sentou na cama e eu fiz o mesmo.
- Já estamos prontos,só estamos te esperando. - Começou.
- Eu tomei banho antes de dormir,então vou só lavar o rosto,escovar os dentes e me vestir. - Suspirei.
- Olha,você precisa conversar com eles quando chegar em Seattle.
- Eu sei,mas essa não é minha preocupação agora,e sim como eu vou ficar na casa de Nina sem olhar pra cara dela.
- Fica lá em casa uns dias! Vai ser melhor para você!
- Tá bom. - Dei um sorriso fraco. - Obrigada,Izzy.
- De nada,sabe que se precisar eu vou te ajudar. - Ela sorriu de volta. - Agora vá se ajeitar,estamos te esperando.
Arrumei minhas coisas e desci. No andar de baixo dava para sentir o clima pesado que pairava por ali.
Com um aperto no peito,tive que me despedir de Enzo e Lupita. Agradeci pelas melhores férias da minha vida e seguimos para o aeroporto. Já no avião,a angustia ficava cada vez maior. Lembrar que eu voltaria para minha vida real me assustava porque eu não tinha a menor noção do que faria dali em diante. Eu continuaria em meu emprego,mas não via um perspectiva para mim,eu estava perdida e confusa. E principalmente,afetada pela morte de minha mãe.
Nina e Dave não me abordaram em nenhum momento,o que me deixou aliviada. Eu ainda não queria conversar com eles.
Chegamos em Seattle onze da noite e fomos direito para o apartamento de Nina. Quando pusemos nossos pés lá,deixamos nossas malas em um canto e fomos conversar a mandado de Izzy. Ela e Kurt ficaram no quarto de Nina,enquanto eu,Dave,Krist e Nina conversávamos.
Nina e Dave sentaram no sofá,enquanto Krist e eu estávamos em pé. Até então,ninguém tinha tomado a iniciativa de iniciar o assunto,deixando para o silencio a função de "falar" ali.
- Vão começar a falar ou querem ajuda? - Krist começou,muito doce.
- Bom,eu falo. - Nina se prontificou. - Como eu disse,aconteceu na noite em que Mariah e eu conhecemos o Nirvana. Nesse dia nós tínhamos nos conhecido também. - Suspirou. - Quando eu vi os três juntos,me interessei por todos. Obvio,tive um interesse maior em você,Krist,mas não conseguimos transar porque o seu carro quebrou. Como não tinha rolado,pensei em tentar com os dois restantes,mas achei que Dave era uma opção mais fácil já que eu vi a Mariah conversando com o Kurt no carro e achei que ela tinha se interessado por ele. - Fitou o chão. - Quando ela dormia no sofá,procurei pelo papel que Dave tinha dado a ela com seu número pra gente se comunicar por causa do lance do carro. Eu liguei,ele atendeu e eu fui pra casa dele. - Nos fitou.
- Tá,e o que o Dave tem a dizer quanto a isso? - O fitei friamente.
- Olha, - ele suspirou - eu tive interesse em você desde o inicio e acho que você percebeu isso porque eu tava te provocando muito... Mas eu sou homem também! Uma mina gostosa te liga no meio da noite te chamando para transar... É claro que eu não recusaria! - Arqueei as sobrancelhas ao ouvir aquilo. Não me contive em dar risada do seu argumento merda. - Claro que isso não é desculpa,mas vocês precisam entender que eu não tinha nada com a Mariah e a Nina não tinha nada com o Krist.
- Tá,mas cade a consideração com a gente? - Krist questionou. - No dia seguinte que vocês transaram,eu transei com ela também,contei para você - apontou para Dave - e para o Kurt e você agiu como se nada tivesse acontecido. Na verdade os dois agiram como se a noite anterior não tivesse acontecido.
- Pois é! - Concordei. - Não sei se lembram,mas no dia seguinte o Dave bateu com a porta da máquina da lavanderia na minha cara sem querer,me levou para a casa dele quando eu desmaiei,cuidou de mim,deu em cima de mim e no mesmo dia a Nina ainda ficou me jogando para cima dele! Olha... Vocês não sentiram remorso não?
- Eu senti,mas não no dia! Eu queria contar para vocês mas eu e o Dave achamos que não ia fazer diferença. - Disse Nina.
- Cara,eu confiava em vocês mais do que tudo... Eu me sentiria muito melhor sabendo de inicio. Vocês acham que eu vou conseguir confiar em vocês da mesma forma daqui para frente?
- Cara, o Dave era um irmão para mim. E você,Nina,eu gosto de você de verdade! E em troca vocês nos dão isso! Inacreditável! - Krist balançou a cabeça.
- Olha,nós erramos,e sim,devíamos ter contado antes por consideração,mas não fizemos assim e agora aconteceu tudo isso. Não podemos mais voltar atrás. - Dave se levantou. - Saibam que foi só aquela vez e desde então mantemos o respeito um com o outro e com vocês. A Nina nunca mais deu em cima de mim,nem eu dela,porque sabíamos que estávamos nos apaixonando por vocês. Eu nunca trairia sua confiança,Krist. Muito menos a sua,Mariah. - Me fitou. - Bom,esse era o único segredo que tínhamos e agora vocês sabem. - Suspirou. - Me desculpem.
- Por favor,desculpem. - Pediu Nina. - Mariah,você é minha irma! Eu te amo e você sabe que eu nunca faria nenhum mal a você,pelo contrario,eu estou sempre preocupada e cuidando de ti. E Krist,eu decidi que não vou mais ser groupie porque estou apaixonada por você de verdade e quero fazer dar certo. Nos desculpem.
- Eu desculpo,mas ainda estou chateado. Preciso de um tempo. - Krist disse. - Vou pra casa. Tchau para vocês. - Pegou suas malas e saiu,deixando Nina desolada.
- Eu estou da mesma forma que ele. Preciso de espaço para pensar sobre isso. Eu acredito em vocês mas a confiança esta abalada. Vocês erraram,errar é humano,mas nos machucou. - Falei.
- Mas... - Nina tentou falar,mas a interrompi.
- Mas nada! Já está tudo claro! Já entendemos o ponto de vista de vocês,vocês sabem o nosso... Só precisamos de espaço agora. Eu vou ficar uns dias na casa da Izzy,só para saberem.
O assunto foi encerrado. Pelo menos naquele dia.
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